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  • #74330
    nahuina
    Membro

    Você prefere ser fuzilado com a venda nos olhos ou sem a venda?”

    Digamos que ele é relativamente livre para se decidir…
    Mas ele ñ pode escolher entre sair correndo ou não, entre implorar o perdão ou ñ, etc?

    acho que o problema da nossa discordia acontece por causa dos nossos conceitos de liberdade….

    O QUE É A LIBERDADE?

    (Mensagem editada por nahuina em Junho 14, 2005)

    #74331

    Poder ele pode, mas você acha que um pelotão de fuzilamento liga para pedidos de soltura.
    Sair correndo pra onde? Pra ponta de uma baioneta?

    O que é a liberdade? O que é o livre-arbítrio?

    São idealismos, difíceis de definir, talvez até não-sensos…

    Liberdade, a grosso modo, é “fazer o que se bem quer”. Então, de saída, não sou essencialmente livre: Não posso voar como no filme Walking Life e o protagonista do filme não pode parar de sonhar…

    #74332
    nahuina
    Membro

    Três grandes concepções filosóficas de liberdade

    (…)A primeira grande teoria filosófica da liberdade é exposta por Aristóteles em sua obra Ética a Nicômaco(…) Diz Aristóteles que é livre aquele que tem em si mesmo o principio para agir, isto é, aquele que é a causa interna de sua ação ou da sua decisão de não agir. A liberdade é concebida como o poder pleno e incondicional da vontade para determinar a si mesma ou para ser autodeterminada.(…) Assim na concepção aristotélica, a liberdade é o principio para “escolher entre alternativas possíveis“, realizando-se como decisão e ato voluntário.Contrariamente ao necessário ou à necessidade, sob a qual o agente sofre a ação de uma causa externa que o obriga a agir sempre de uma determinada maneira, no ato voluntário livre o agente é a causa de si, isto é, causa integral de sua ação.(…)
    Sartre levou essa concepção ao ponto limite.Para ele, a liberdade é a escolha incondicional que o próprio homem faz de seu ser e de seu mundo. Quando julgamos estar sob o poder de forças externas mais poderosas que nossa vontade, esse julgamento é uma decisão livre, pois outros homens, nas mesmas circunstâncias, não se curvaram nem se resignaram.
    Em outras palavras, conformar-se ou resignar-se é uma decisão livre, tanto quanto não se resignar nem se conformar, lutando contra as circunstâncias.
    (…)

    #74333
    nahuina
    Membro

    A segunda concepção da liberdade foi, inicialmente, desenvolvida por uma escola de filosofia do período helenístico, o estoicismo, ressurgindo no século XVII com o filósofo Espinosa e, no século XIX, com Hegel e Marx.
    Eles conservam a idéia de que a liberdade é a autodeterminação ou ‘ser causa de si”.Conservam também a idéia de que é livre aquele que age sem ser forçado nem constrangido por nada ou por ninguém e, portanto age movido espontaneamente por uma força interna própria.No entanto não colocam a liberdade no ato de escolha, mas na atividade do todo, do qual os indivíduos são partes.
    O todo ou a totalidade pode ser a natureza – como para os estóicos e Espinoza – ou a Cultura – como para Hegel – ou. Enfim, uma formação histórico-social – como para Marx – (…)é a liberdade que age ou atua segundo seus próprios princípios, dando a si mesma suas leis, suas regras, suas normas.(…)A liberdade agora não é um poder individual incondicionado para escolher, mas é o poder do todo para agir em conformidade consigo mesmo, sendo necessariamente o que é e fazendo necessariamente o que faz.

    #74334
    nahuina
    Membro

    (…) Além da concepção aristotélico-sartreano e da concepção de tipo estóico-hegeliano, existe ainda uma terceira concepção que procura unir elementos das duas anteriores. Afirma, como a segunda, que não somos um poder incondicional de escolha de quaisquer possíveis, mas que nossas escolhas são condicionadas pelas circunstâncias naturais psíquicas, culturais e históricas em que vivemos, isto é, pela totalidade natural e histórica em que estamos situados (…).
    Essa terceira concepção de liberdade introduz a noção de “possibilidade objetiva”
    Liberdade e possibilidade objetiva.
    O possível não é o provável.Esta é o previsível, isto é, algo que podemos calcular e antever, porque é uma probabilidade contida nos fatos e nos dados que analisamos.O possível, porém, é aquilo criado pela nossa própria ação.
    Aliberdae é a consciência simultânea das circunstâncias existentes e das ações que, suscitadas por tais circunstâncias, nos permitem ultrapassá-las.

    Convite à filosofia – Marilena Chauí – Unidade 8 – Capitulo 6 – 360

    “Pode parecer obvio, mas pode ser falso”

    #74335

    Não lembro se é a visão de Kant ou Espinosa = somos livres quando obedecemos as nossas leis.
    Eu acho que é Espinosa.

    #74336

    Bem, vejamos, já que eu fui convidado, venho prestar aqui minha singela contribuição com mais um aforisma pra diversão da galera:

    “A pura liberdade é uma utopia.” [E. Mileto de Souza]

    #74337
    nahuina
    Membro

    “A pura liberdade é uma utopia.”[E. Mileto de Souza]
    rrsrsr….”a justiça é uma utopia”…
    Inteligente, …isso pode (talvez seja) ser uma característica da liberdade mas ñ é uma definição…
    …Eu gostaria de uma definição…
    Através da definição de liberdade, que vc tenha, podemos concluir se a sua frase está correta
    Pode ser?

    #74338

    …Eu gostaria de uma definição…
    Através da definição de liberdade, que vc tenha, podemos concluir se a sua frase está correta
    Pode ser?

    Pura liberdade: uma realidade na qual você pode ser e fazer o que bem quiser.

    Everything is possible.

    #74339
    nahuina
    Membro

    Espero você esteja fazendo a sua parte, sonhando todos os dias…
    Assumindo que a liberdade é “uma realidade na qual você pode ser e fazer o que bem quiser. “….a liberdade é uma utopia!
    Mas eu espero encontrar outra definição…

    …Mudando um pouco a ótica, eu acho que muitos artistas, por exemplo, são livres. Eles vivem uma outra realidade, têm outros conceitos, uma forma diferente de enxergar as coisas, não se importam muito com a moral pré-estabelecida, com os valores da sociedade…Vivem “livres” da opressão do meio, do sistema….

    #74340

    …Mudando um pouco a ótica, eu acho que muitos artistas, por exemplo, são livres. Eles vivem uma outra realidade, têm outros conceitos, uma forma diferente de enxergar as coisas, não se importam muito com a moral pré-estabelecida, com os valores da sociedade…Vivem “livres” da opressão do meio, do sistema….

    Claro, para ser criativo é preciso se sentir livre para tal.

    #74341
    nahuina
    Membro

    E as drogas, onde entram nessa “liberdade”?
    Liberdade espiritual/mental, criativa…

    ….O teu amigo Freud usava cocaína…Isso dizem por ai…que ele achava que ela (a cocaína) abria “canais” de percepção…de raciocínio…alguma coisa assim…
    Como muitos outros….

    #74342

    As drogas baixam as chamadas “defesas superegóicas”, libertando, assim, a criatividade.
    Há um fundo de verdade no que dizem os artistas. Porém, paga-se um preço alto com a destruição do corpo e a possibilidade de viciar-se, levando a pessoa à autodestruição.

    Então, eu pergunto: não seria melhor trabalhar o superego em sessões de análise ao invés de usar drogas???

    #74343

    Não faço apologia às drogas. Não sou usuário de drogas ilícitas. Não sou cristão nem ateu, me considero agnóstico.

    Mas vou dar uma de advogado do diabo, doa a quem doer.

    Os cristãos pregam que usar drogas é pecado. Segundo eles, isso é uma forma de suicídio (pois a droga mata aos pouquinhos) e o suicídio é pecado (Não matarás).

    A patir do momento que vc SABE que a droga mata, ou seja, CONHECE SEU DESTINO, E PERSISTE NELE (usando drogas, mesmo sabendo que mata) voce estará (ou estaria, segundo os crentes) pecando.

    Agora vou ironizar, como Sócrates fazia (vou aceitar essa premissa temporariamente como verdade, para derruba-la)

    Ora, o usuário de drogas está se suicidando pois, ele sabe que a droga mata e mesmo assim ele persisti na droga (no destino escolhido por ele)

    Logo, o mesmo se aplicaria a Jesus (autoridade máxima do cristianismo);

    Segundo a biblia, ele conhecia seu destino (ele sabia que seria crussificado e morto) e mesmo assim ele não fugiu; e mesmo assim ele não negou suas crenças (sabendo que, no interrogatório, se ele negasse suas crenças publicamente, ele seria absolvido).
    Ele confirmou as suas crenças (exatamente como Sócrates confirmou as suas perante o julgamente).

    Ora, Jesus sabendo que morreria, persistiu no seu destino (fez uma escolha) e escolheu morrer.
    Logo, Jesus se suicidou.

    Antes de me queimarem, permitam me dizer que esse jogo lógico e retórico só vem a relativisar o problema.

    É claro que Jesus não se matou.

    Toda aquela argumentação só vem a provar que usar droga não pode ser considerado suicídio.

    E que a liberdade de escolha, não torna nossa vida mais fácil ou mais difícil.

    #74344
    nahuina
    Membro

    Mas o problema é o msm que quando vc usou “Deus” como exemplo p/explicar o determinismo…
    É no mínimo inocente criticar os Dogmas cristãos como se isso (a crítica) fosse filosofia…
    Mas continuo querendo saber a sua opinião com relação à seguinte pergunta:
    As drogas (esquecendo da relação fisica) trazem alguma liberdade p/ o individuo….(vários artistas podem servir de exemplo)….
    …” eu acho que muitos artistas, por exemplo, são livres. Eles vivem uma outra realidade, têm outros conceitos, uma forma diferente de enxergar as coisas, não se importam muito com a moral pré-estabelecida, com os valores da sociedade…Vivem “livres” da opressão do meio, do sistema….
    ”Onde as drogas entam nessa perspectiva?

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