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16/07/2005 às 18:09 #79992Miguel (admin)Mestre
Colega Renan
Não o estou acusando de usar a imaginação, estou apenas dizendo que na metafísica se trabalha apenas com conjecturas baseadas na imaginação, como podemos versar, emitir juízo de valor, conceber uma idéia, conceituar algo que não é perceptível, que foge ao nosso conhecimento, como alguém pode afirmar algo sobre a natureza de Deus(Teodiceia) por exemplo se não o concebe, dizer algo sobre ele, pelo menos utilizando a razão natural, só se pode através da imaginação.
Saudações filoguitarrísticas!!!
16/07/2005 às 18:16 #79993Miguel (admin)MestreColega Renan
Eu sei que a consciência é importante, mas eu disse que o meio (natural e não-natural)incita nossos sentidos, e são os sentidos que inicialmente sentem o meio, e não a consciência. Ao interpretar os sentidos, aí sim nossa consciência atua, e não antes. O que quero demonstrar é que a consciência não preexiste ao meio.
Concordo com o meio( natural e não natural) incita nossos sentidos, e são os sentidos que inicialmente sentem o meio, e não a consciência . Ao interpretar os sentidos, aí sim nossa consciência atua, pode ser isso sim, mas isso não significa que ela é determinada pelo meio, isso significa que ela passa a atuar através do meio, o meio impulsiona a consciência porém ela já existe em potencial e interpreta o meio e não o meio a determina(subjetividade).
Valeu!!!
16/07/2005 às 18:23 #79994Miguel (admin)MestreE´consciência de(como diria Sartre).Ela precisa do meio, porém uma coisa é necessitar outra é ser determinada, para ela existir é necessario o meio,é como o cérebro a genética.
Saudações filoguitarrísticas!!!
16/07/2005 às 18:28 #79995Miguel (admin)MestreO meio seria como Platão disse(num contexto um pouco diferente) a “parteira” das idéias.
16/07/2005 às 21:57 #79996nahuinaMembro“Acho que voce e o Nahuina estão me “acusando” de usar a IMAGINAÇÃO para descrever fatos nao verificaveis. O que estou escrevendo é com base em várias referências.
A mais importante referencia é Einstein. Ele diz que a imaginação é mais importante que o conhecimento. ”
Mas as referências não podem estar erradas? E eu não te acusei de usar a imaginação , eu disse: “Se você for falar de ações (…) eu concordo em que você especifique um tipo de “consciência-do-agir” ou “consciência-da-ação”, td bem!!! …mas ao falar em formas de conhecer/pereceber o mundo essa consciência da ação sozinha não o conhece, mas “a consciência” sim; por isso acho que é muito conveniente para justificar a sua teoria essa divisão, mas discordo totalmente, ou você só destacou um tipo de consciência para que as tuas frases fizessem sentido, e isso parece atitude de sofista ou você esta cometendo um erro ao querer “separar” a consciência…..pois perde o sentido real do que a consciência é, você não tinha dito que as teorias de Sartre são um paradigma para nossa discussão??? Sinceramente, acho que Sartre não concordaria com: “E essa relação com o meio formando nossa consciência, se da por toda nossa vida.” (mas posso estar enganado) ……
Espero uma resposta….17/07/2005 às 16:50 #79997Miguel (admin)MestreColega Renan
Renan:se você crer que a consciência preexiste o meio, você poderá concluir que o meio não existe sem consciência e que a consciência existe sem o meio.”
Se a consciência existe sem o meio eu não sei, na verdade ninguém sabe.Porém irei manter a linha de racíocinio, o meio pode existir sem a consciência, mas a partir do momento que a consciência existe, essa pode influenciar o meio, e não ser apenas determinada por ele, é nesse sentido que digo a consciencia preexiste ao meio.Valeu!!!
17/07/2005 às 16:55 #79998Miguel (admin)MestreColega Renan
É claro que são os sentidos que nos fazem “sentir” o mundo, mas sem a consciência não teríamos “consciência” desse “sentir o mundo”….você discorda disso?.?.? acho que precisamos da consciência, sem duvida! Você confunde consciência com conhecimento e não é isso.
Valeu!!!17/07/2005 às 17:00 #79999Miguel (admin)MestreColega Renan
Nahuina:eu concordo em que você especifique um tipo de “consciência-do-agir” ou “consciência-da-ação”, td bem!!! …mas ao falar em formas de conhecer/pereceber o mundo essa consciência da ação sozinha não o conhece, mas “a consciência” sim; por isso acho que é muito conveniente para justificar a sua teoria essa divisão, mas discordo totalmente, ou você só destacou um tipo de consciência para que as tuas frases fizessem sentido, e isso parece atitude de sofista ou você esta cometendo um erro ao querer “separar” a consciência…..pois perde o sentido real do que a consciência é, você não tinha dito que as teorias de Sartre são um paradigma para nossa discussão??? Sinceramente, acho que Sartre não concordaria com: “E essa relação com o meio formando nossa consciência, se da por toda nossa vida.” (mas posso estar enganado)
17/07/2005 às 17:03 #80000Miguel (admin)MestreColega Renan
Gostaria de ver essas indagações do Nahuina respondidas, pois suas respostas as mesmas não me satisfizeram.
18/07/2005 às 2:22 #80001Miguel (admin)Mestre“todo aquele que trabalha no mundo capitalista no fundo está de acordo com o sistema” .
É exatamente isso, por mais radical que seja. Aquele que não pensa assim, é porque ainda não se deu conta da própria alienação. Pergunto: Deveríamos achar normal a pobreza e as condições de vida humilhantes de alguns? Deveríamos achar natural que alguns nascem pobres e outros ricos? Deveríamos crer que se alguém é pobre ou rico isso tem algo a ver com o esfoço pessoal?“Concordo com o meio( natural e não natural) incita nossos sentidos, e são os sentidos que inicialmente sentem o meio, e não a consciência . Ao interpretar os sentidos, aí sim nossa consciência atua, pode ser isso sim, mas isso não significa que ela é determinada pelo meio, isso significa que ela passa a atuar através do meio, o meio impulsiona a consciência porém ela já existe em potencial”
É isso que eu quis dizer. Reitero e já disse que Marx não é determinista. O meio não determina a consciência, mas esta (a consciência) “interpreta” o meio de uma forma dialética. O meio apresenta alternativas e a consciência faz a escolha de forma livre. Porém, entre as altenativas, existe sempre aquela mais cômoda, fácil, atrativa, e que se impõe mais, de modo a transformar as outras alternativas em quase inexistentes. A alternativa mais atraente é quase sempre a mais praticada, e quase sempre a ideologia vigente (por isso é mais atrativa). Quando Marx diz que a práxis determina a ideologia e a ideologia determina a praxis, ele não quer dizer que determina de uma forma mecanicista, mas de uma forma dialética. Não é determinista, ele só poupou as palavras, deve-se ver o contexto. O sistema é como um rio, onde nós seguimos o fluxo que passou antes de nós, e os que vêm atráz seguem o nosso fluxo. Mas como nunca é exatamente igual isso se altera aos poucos (a síntese é sempre diferente da tese original).
Por aí, se vê que o capitalismo um dia acabará, pois a dialética é uma evolução, logo, poderá sim ocorrer uma evolução no meio e na consciência simultaneamente. Mas essa evolução será lenta e gradual e não significa que as pessoas ficaram “conscientes” e quiseram acabar com o capitalismo. Significa que elas seguiram o fluxo, e o capitalismo foi evoluindo, ou seja o meio foi evoluindo, e as pessoas também (pois as pessoas fazem parte do meio). Isso significa, que evoluirá, mas não para algo que conhecemos. Pode evoluir para algo pior, ou para algo relativamente igual. Ou poderá ser melhor também. Nesse tipo de evolução eu acredito, pois é muito gradual. Não sei se o anarquismo é isso. Se for, eu concordo, apesar de não me terem apresentado bases científicas para isso. Não sei o que Marx diz sobre isso. Mas do modo como vocês falavam, era utópico, pois o homem precisaria mudar simultaneamente a consciência de todas as pessoas (isso foi o que eu entendi).Isso não. Creio que possa haver uma evolução natural e “não-controlada” (na verdade nós a fazemos, mas de acordo com o fluxo).
Outra forma seria a revolta armada, é mais rápido, mas acho que isso necessita de vários fatos que se somam para formar um acontecimento que desencadeie a revolta.
E o homem interfere no meio sempre de acordo com sua consciência, que pode trabalhar de acordo com sua moral (ideológica)interior ou não. No exemplo do homem que prega o anti-capitalismo, mas age de acordo com o sistema: esse cara tem uma moral ideológica interior anti-capitalista, mas essa não é a sua consciência. A sua verdadeira consciência está interferindo no meio de forma a reforçar o capitalismo. Por que? Porque a sua consciência sofre influência do meio capitalista (ideologia capitalista) e tanto a consciência como a ideologia são resultado da praxis. Logo, se ele agisse de acordo com sua moral anti-capitalismo, ele se tornaria consciênte do que ele julgava ser. Mas como o meio apresenta opções, e ele faz escolhas livres, através da consciência, e estas escolhas não seguem sua moral anti-capitalista, mas seguem o capitalismo, isso prova que sua consciência na verdade é capitalista, e que ele é um exemplo de alienação. Necessidade dele? Sim, mas não deixa de ser alienação.Gostei da analogia “o meio seria a parteira de idéias”- Concordo. E isso se dá de forma dialética.
“essa relação com o meio formando nossa consciência, se da por toda nossa vida.” Sim, com certeza. O meio sempre nos infuenciará, seja para A ou para B. Mas eu já disse mais de mil vezes que não é de forma determinista, mecanicista, é dialética.
Sobre a consciência, é difícil falar de forma genérica, mas quando me baseio em Marx e falo da “práxis e da ideologia” estou mais seguro de estar correto e embasado cientificamente no que digo(embora eu esteja usando minhas palavras e minha interpretação pessoal).
Bom Daniel e Nahuina, acho que chegamos a uma evolução dialética de nossas idéias.
Hoje concordo com aquele tipo de evolução. A priori, parece ser esse mesmo o caminho. Gostaria de saber o que Marx diz a respeito dessa “evolução natural” (se é que ele diz).18/07/2005 às 20:59 #80002Miguel (admin)MestreColega Renan
Renan: “todo aquele que trabalha no mundo capitalista no fundo está de acordo com o sistema” .
Se assim for então eu e provavelmente vc estamos de acordo com o sistema. Desta afirmação discordo veementemente, exatamente por não achar natural e justo tudo o que afirmou no primeiro parágrafo de sua mensagem.
A consciência apreende o meio(só ela tem essa capacidade), os sentidos( como o nome já diz) o sentem, porém não interpretam, pelo fato da consciência interpretar o meio ela não pode ser definida por este, mas sim influenciada.
Renan: O meio apresenta alternativas e a consciência faz a escolha de forma livre.
Concordo, de forma livre.
Renan:Porém, entre as alternativas, existe sempre aquela mais cômoda, fácil, atrativa, e que se impõe mais, de modo a transformar as outras alternativas em quase inexistentes. A alternativa mais atraente é quase sempre a mais praticada, e quase sempre a ideologia vigente:
Concordo.
Renan: Por aí, se vê que o capitalismo um dia acabará, pois a dialética é uma evolução, logo, poderá sim ocorrer uma evolução no meio e na consciência simultaneamente. Mas essa evolução será lenta e gradual e não significa que as pessoas ficaram “conscientes” e quiseram acabar com o capitalismo. Significa que elas seguiram o fluxo, e o capitalismo foi evoluindo, ou seja o meio foi evoluindo, e as pessoas também (pois as pessoas fazem parte do meio). Isso significa, que evoluirá, mas não para algo que conhecemos. Pode evoluir para algo pior, ou para algo relativamente igual. Ou poderá ser melhor também. Nesse tipo de evolução eu acredito, pois é muito gradual.
Não concordo.Se assim fosse não haveria porque nos educarmos e a ciência Historia seria uma mera contadora de casos, e não algo que nos conscientiza dos erros do passado, e influi no presente.As pessoas sofrerão com o capitalismo, esse sofrimento que se dará através do meio, conscientizará a maioria das pessoas de que o capitalismo é anacronicamente injusto e não mais compatível com os anseios do ser humano, daí resultará a ação consciente da mudança.Renan: Mas do modo como vocês falavam, era utópico, pois o homem precisaria mudar simultaneamente a consciência de todas as pessoas (isso foi o que eu entendi)
Nunca dissemos isso. O homem como parte integrante do meio é um dos fatores de mudança da consciência de outros homens, porém não o único, contra fatos não há argumentos,a realidade influenciará dialeticamente a consciência( e esta será impulsionada ao agir), mas nós não podemos nos eximir da responsabilidade de guias do processo, para que este não se perca, todavia este será por vontade da maioria minimamente consciente.
Renan: Outra forma seria a revolta armada, é mais rápido, mas acho que isso necessita de vários fatos que se somam para formar um acontecimento que desencadeie a revolta.
A revolta seria uma imposição e a ela se sucederia uma ditadura que a principio teria problemas sérios para administrar(principalmente o sentimento de ódio do povo)isso geraria frustração no povo e possivelmente novas revoltas que precisariam ser combatidas a força( mão de ferro). Além disso essa não seria uma revolta consciente e coesa, e sim movida por ódio e vingança( que nunca são bons conselheiros), o povo que derramaria o sangue por ela, na verdade o faria com a idéia de que iriam trocar sua posições de dominados para dominadores, e não viver numa sociedade de iguais.Não acho que a moral esteja separada da consciência, esta é parte dela, porém concordo com a idéia de moral ideológica e moral real( da consciência), de maneira que algumas pessoas se enquadrariam no exemplo dado por vc e outras não.
Renan: Sobre a consciência, é difícil falar de forma genérica, mas quando me baseio em Marx e falo da “práxis e da ideologia” estou mais seguro de estar correto e embasado cientificamente no que digo(embora eu esteja usando minhas palavras e minha interpretação pessoal).
A idéia de consciência de Marx divergia da de Sartre. Ele não nos serviria de Paradigma?Acho que estamos evoluindo para uma síntese. Valeu!!!
21/08/2005 às 4:57 #80003Miguel (admin)MestreAdam’s, pelo que percebi, você age segundo aquela máxima “a melhor defesa é o ataque”. Porém, sugiro uma trégua aos seus ataques, e peço para que defenda um pouquinho seu ponto de vista nas seguintes questões:
1- “Bom…Marx…
Sei lá, graças a ele milhões de pessoas morreram,… só sei isto”. –Adams- 21 de Junho de 2005 – 9:09 pm:-Não se ofenda, mas se você nunca estudou Marx a sério (como você mesmo afirmou que “só sabe isso”) então acho que deveria ler antes de concluir essas coisas. Principalmente em se tratando de um fórum de filosofia.
2-Não acha válida a crítica de Marx ao sistema? (seja a crítica ao capitalismo, seja a crítica ao comunismo teórico, seja a crítica aos pensadores que não praticam seus pensamentos) nada em Marx lhe parece bom? – Renan- 22 de Junho de 2005 – 5:07 pm
Adams, você ficou me devendo essa resposta.Veja uma das coisas que eu gosto em Marx: “o ser social determina a consciência”
Dessa frase em entendo o seguinte: “se nós somos condicionados pela ideologia, todo pensamento é ideológico (o que faz com que sempre se repita as mesmas relações pré-estabelecidas) O único modo de alterar a ideologia é alterando primeiro nossa forma de agir. A forma de agir é que determina a consciência, e por conseguinte a ideologia. Então, ao invés de se pregar a paz, filosofar sobre uma sociedade justa, etc devemos agir segundo esses princípios. Devemos argumentar e provar que estamos certos pelas nossas ações materiais e não pelos nossos pensamentos. Não devemos agir de forma hipócrita. Devemos agir concretamente, pelo princípio do exemplo. Devemos dar o exemplo, e não agir segundo a máxima demagoga “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”. Isso é o que entendi da filosofia de Marx”- Renan- 28 de Junho de 2005 – 2:06 pmEm outras palavras, falar bonito para agradar o público é estratégico e fácil. Mas é com ações concretas (materiais) que você mostra se o que você diz é sincero (consciente) ou não:
“Real é saber que o terrorismo deve ser combatido e não alardiado”- Adams- 27 de Junho de 2005 – 9:50
“A sugestão do Renan era partir do ponto sem antes fazer o exame prévio sobre o assunto, e quem faz isto é agente de torcida, e não alguém honesto que tenta conhecer o assunto”-Adams- 28 de Junho de 2005 – 12:53
-Presume-se que você seja esse cara honesto?
-Adams, você está tentando conhecer o assunto ou ridiculariza-lo?
“Foi só eu meter o pau no Barbudo e já apareceram os defensores solícitos de Marx”-Adams- 22 de Junho de 2005 – 2:14 pm
OBS: Você pode meter o pau no barbudo, mas cuidado com esses termos chulos (eles costumam vir acompanhados de duplo sentido)“os fundamentalistas/terroristas são maus e devem ser combatidos” -Adams- 27 de Junho de 2005 – 9:50
(Obs: esse extremismo e ódio me lembram alguém, deixe-me pensar……..Hitler, Bush,Saddam?)3- “…mas Marx/socialismo/militância/movimentação social não me agradam em nada”.-Adams-
21 de Junho de 2005 – 9:09 pm:Tudo bem que Marx e socialismo não lhe agradam. Mas o que você tem contra militância e movimentos sociais? Você não acha importante a participação popular de forma ativa? Você acha que a participação efetiva da comunidade não é valida? O que você sabe sobre movimentos como o MST, os cara-pintadas, o movimento pelas Diretas Já, etc? O que você sabe sobre responsabilidade social, movimentos sociais, Terceiro Setor (ONGs, OSCIP, fundações filantrópicas, institutos etc)?
Fiz uma pesquisa sobre Terceiro Setor (tema de minha monografia), e atuei (por 10 meses) em uma ONG que presta serviços muito relevantes a comunidade. Sem tais serviços, muitas pessoas carentes não teriam acesso à saúde, educação e lazer de qualidade. Porém, reconheço algumas falhas nesse tipo de ajuda, justamente porque saúde, educação e lazer de qualidade deveriam ser prioridades do Governo. Mas, nessa atual conjuntura (mundial), em todos os lugares existe terceiro setor e ele se faz muito importante, apesar de ser válido também critica-lo.
Mas daí a dizer que “militância/ movimento social não me agrada em nada” como você fez, é muito exagero. Essa afirmativa é arrogante e demonstra grande ignorância da sua parte sobre a importância dos movimentos sociais, no Brasil e no mundo.Para mim, uma pessoa que desconsidera os movimentos sociais, as lutas pelos direitos trabalhistas e pelos direitos de participação na construção da sociedade, é uma pessoa que está assinando o seu atestado de alienado (segundo a concepção de Marx de alienação social) Pois essa pessoa não enxerga a exploração do trabalho e não percebe sua própria alienação. Ela se vê como um capitalista, e defende o capitalismo, sendo que na verdade é explorada pelo capitalismo e nem percebe isso (não percebe que é explorada pelo capitalismo e não percebe que está defendendo e reforçando a ideologia capitalista).
Eu digo: enquanto você reprova os movimentos sociais, os movimentos sociais estão aí pelos SEUS direitos, para que SUA “liberdade” de expressão seja respeitada.
Como uma pessoa que precisa trabalhar (para outros lucrarem) pode defender a ideologia da propriedade privada e do Estado? Como uma pessoa que depende da venda de sua própria força de trabalho pode pensar e defender ideologias burguesas? Infelizmente isso acontece de forma natural no dia a dia. E depois disso tudo, essas mesmas pessoas vêm com discursos moralistas (demagogos, falsos-moralistas travestidos de defensores da moral de dos bons costumes) sobre o que é certo e errado, o que é bom ou mal, etc.
Eu desafio, agora, qualquer pessoa a defender o capitalismo. Alguém topa?Obs: Terceiro Setor e movimentos sociais não são exatamente a mesma coisa. Terceiro setor é um termo relativamente novo para denominar várias organizações civis com algumas características em comum (é muito amplo falar disso, e como não tem a ver com o fórum vou pular essa parte). Alguns autores afirmam que o Terceiro Setor surgiu dos movimentos sociais dos anos 70. Outros autores afirmam que o Terceiro Setor foi uma evolução das práticas tradicionais de mecenato, caridade e filantropia. Ambos estão corretos, pois o Terceiro Setor engloba diferentes atores sobre essa nomenclatura que tem origem no termo Third Sector. Marx criticava os filantropos, porque eles não viam a sociedade com uma necessidade de evolução (para uma sociedade melhor), mas sim através de um prisma moralista (caridade), onde o pobre continuaria a ser pobre e explorado, mas receberia ajuda e solidariedade alheia. Em outras palavras, para Marx, a filantropia não rompe com a exploração do capitalismo, ela apenas tenta disfarçar o óbvio (que há uma contradição entre as classes sociais).
Quem quiser se aprofundar em Terceiro Setor, leia: Evelyn, Berg Ioschpe. Terceiro setor: desenvolvimento social sustentável. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
Quem quiser se aprofundar nas teorias da contradição entre classes, pode além de Marx, ler também Michel Foucalt e ainda Louis Althusser (sobre os aparelhos ideológicos do Estado). Porém Marx e Engels são materialistas históricos, já os outros interpretam Marx segundo suas próprias experiências, o que às vezes pode gerar ou uma excelente síntese, ou uma desastrosa interpretação da obra de Marx.4- “Com cristo temos este princípio de liberdade”- Adams- em Quinta, 23 de Junho de 2005 – 1:50 am
-Nietzsche diria que essa afirmativa é totalmente falsa.
Eu gosto muito dos ensinamentos de Jesus, mas baseado em Nietzsche, digo que os ensinamentos religiosos aprisionam o individuo de uma forma moralizante e dogmática.
OBS: Leia sobre os tipos de moral que Nietzsche descreve.
Ser dogmático é não permitir discussão sobre os ensinamentos pois eles não são para serem interpretados e refletidos, mas para serem seguidos. Soren Kierkergaard entendia que o que se exige do cristão é a fé cega, e não que o cristão tente trazer para o plano da razão os ensinamentos de Jesus. O cristão que questiona a bíblia não tem fé. O cristão que precisa se apegar em algo racional para crer, não tem fé. Concordo com Kierkergaard, e isso só mostra que a religião não expressa um principio de liberdade e sim um princípio de obediência a normas externas a você, impessoais (pois não sabemos quem escreveu a Bíblia) e antiquadas (antiqüíssimas). Immanuel Kant dizia que nós temos autonomia quando nós damos a nós mesmos um princípio e seguimos esse princípio acima de nossas vontades.5- “…eu estudei Marx e não sou marxista…” – Renan- em Sábado, 25 de Junho de 2005 – 4:37 am:
“De fato agora quem está confuso sou eu, e acho que comigo os demais leitores” – Adam`s- em Sábado, 25 de Junho de 2005 – 5:06 pm
Adams, felizmente os “demais leitores” não cometeram esse erro grosseiro:
Exemplo de pensamento lógico informal (sofisma dedutivo):
Todo marxista lê Marx.
Ora, Renan lê Marx.
Logo, Renan é marxista.Essa lógica está totalmente equivocada. Não é preciso ter se aprofundado muito no estudo da lógica para perceber que esse pensamento é absurdo. Explicando: No grupo das pessoas que lêem Marx, existem aqueles que seguem Marx (mesmo que não sejam fiéis a sua filosofia). Esse primeiro grupo pode ser rotulado “marxistas”. Todavia existe o grupo daqueles que estudam Marx mas não são marxistas, e são apenas estudantes, filósofos, professores, economistas, cientistas políticos, militantes etc etc etc etc. Em outras palavras, o fato de estudar Marx, não discrimina a pessoa com o rótulo de marxista. Isso seria um pensamento muito resumido. Eu posso, por exemplo estudar Marx, Freud, Sócrates e Nietzsche. Então isso me qualifica como Marx-freud-socratico-nietzschiniano? Isso é absurdo. Odeio rótulos por isso, é uma forma muito limitada de pensamento. As culturas orientais tradicionais de meditação também abominam rótulos, classificações, definições etc. Eles dizem: “rotule se assim desejar, mas se assim o fizer você estará deixando de conhecer a essência das coisas, para conhecer apenas seus rótulos”.
O pior, é que da mesma forma medíocre que você concluiu que eu era marxista, você também conclui que eu era neonazista e terrorista da Al Qaeda. O que é um absurdo!
Não me importa que me rotule marxista, estará errado, mas não me ofende. Mas me chamar de neonazista e terrorista é uma ofensa e uma calúnia digna de um processo muito grande por difamação. Você não tem provas materiais que sustentem isso, apenas conclusões caducas tiradas através de erros de dedução lógica.
Porém não se preocupe, seria ridículo processa-lo por isso. Só sugiro que futuramente você seja mais prudente (isso vale para todos nós) e também aceito seu pedido de desculpas. Quero que fique entendido que não estou aqui para ofender você e nem para bater boca, mas para dialogar sobre filosofia e se possível fazer novas amizades.6- Não sou marxista, mas estudo Marx- Renan
Não sou cristão, mas já li a bíblia- Renan
“Não julgue para não ser julgado” – JesusJá me referi às filosofias orientais ligadas a meditação tradicional. Eu gosto muito de estudar sobre isso, e também gosto muito de algumas coisas da bíblia (principalmente o Novo Testamento). Já li também sobre o Buda, Confúcio, bhagavad gita etc. Adoro as idéias pacifistas de Gandhi. Mas eu não me rotulo dentro de uma religião, ou de uma filosofia etc. Tento ler sobre todas com olhos críticos, e absorvo o que eu achar melhor para mim.
Antes que alguém aí tente fazer eu parecer um anti-semita, gostaria de dizer algumas coisas:
Eu adoro Albert Einstein. Ele era judeu.
Eu sou FANÁTICO por Charles Chaplin (só não digo que assisti praticamente todos os filmes dele, porque ele tem uma longuíssima lista de filmes em que atuou e/ou dirigiu). Além de assistir a muitos filmes (e repetir várias vezes), eu também li uma biografia dele. Chaplin também é de origem (família) judaica. E desde o início, ele foi contra o nazismo. Eu simplesmente ADORO o filme “O Grande Ditador” no qual o eterno Carlitos faz uma sátira a Hitler (vi esse filme umas 6 vezes). Nessa obra prima do cinema, Chaplin mostra sua indignação à perseguição feita ao povo judeu. No final do filme, há um discurso muito famoso, o qual deu a Chaplin seu exílio definitivo dos Estados Unidos da América (a terra da liberdade) Sabem por que? Ele foi acusado de ser “comunista”. Onde está a liberdade de expressão nisso? Cadê os ideais americanos de liberdade e justiça para todos?7- “Lá fora em qualquer país sério e desenvolvido ou é a pena de morte ou a prisão perpétua…” –Adams- em Segunda, 27 de Junho de 2005 – 9:50 pm
– Na minha opinião, um país que instaura a pena de morte não é um país sério. Sou contra a pena de morte. “Educai as crianças e não precisará punir os homens” – Pitágoras.
Além disso, nos estados americanos onde se instituiu a pena de morte, a criminalidade cresceu muito. Essa política de pena de morte não leva a nada (O bandido não tem nada a perder mesmo, por isso, eles não têm medo da morte)
Os clamores pela pena de morte denunciam uma precariedade na nossa sociedade, a qual é co-responsável na criação do bandido, e depois não assumem isso, indo pelo caminha mais fácil: ao invés de tentar inverter essa realidade fornecendo educação, direitos básicos etc, eles querem destruir a própria criação. Além disso, a pena de morte não é o que um bom cristão quer, não é? Até onde eu sei, Jesus ensinava a oferecer a outra face. Olho por olho não faz parte das pregações de Cristo.8- “Império romano pró-liberdades, sem levarm em conta o contexto histórico. É o mesmo que vc criticar o Bush pela intervenção no Iraque” –Adams- em Quinta, 23 de Junho de 2005 – 1:50 am
-O contexto histórico agora virou desculpa para matar, escravizar e dominar povos?
-Você está eximindo Bush da intervenção no Iraque e no Afeganistão?9- “acho que comigo está o pessoal do MBA, afinal sucesso administrativo é continuidade”-Adams- em Segunda, 27 de Junho de 2005 – 9:50 pm
Não te conheço, e não sei se você faz ou fez MBA. Não sei o quanto você conhece de administração.
Eu me formei em publicidade, e durante o curso tive várias disciplinas de marketing (4 anos ao total) Posso afirmar que todo produto tem um nascimento, uma maturidade mercadológica, um declínio e um fim. Essa sua estória de “continuidade” até existe, mas não é bem assim.Não quero parecer arrogante, tão pouco convencido. Tenho plena consciência de que estou engatinhando na filosofia. Mas espero que as pessoas que participam num fórum de filosofia tenham um mínimo de leitura prévia do assunto em debate.
10-“ps. quanto a informação é só vc buscar que vai encontrar, mas pode ser que vc não queira encontrar ou enxergar”.-Adams- em Terca, 21 de Junho de 2005 – 11:47 pm
Adams, eu digo o mesmo para você.
21/11/2005 às 10:04 #80004Miguel (admin)MestreBom dia,
Estou fazendo um trabalho na faculdade sobre o MST, e gostaria de saber da opinião de alguns de vocês sobre este movimento para que ue possa estar relatando em meu trabalho.
Detalhe este trabalho será hoje a noite dia 21/11/05,se fosse possivel me passar ate antes do almoço agradeceria muito.
Fico aguardando uma resposta.21/11/2005 às 12:14 #80005Miguel (admin)MestreLembro que uma vez fiz um artigo em que tratava da imparcialidade da mídia frente ao MST. Foi uma exigencia da disciplina Mov. sociais. Coletei bastante informações no http://www.observatoriodaimprensa.com.br
vale a pena dá uma olhada.09/01/2006 às 13:12 #80006RomeroMembroSaudações!Gostaria de iniciar minha participação nesta discussão a partir do ponto de vista do próprio Marx, segundo o qual "não é a consciência dos homens que determina a sua existência, é, pelo contrário, a sua existência social que determina a sua consciência."Parece-me que a Idade Moderna caracterizou-se a partir de Descartes, pela dicotomia, res cogitans/res extensa, sujeito/objeto, dentro/fora, material/espiritual, etc.Aquilo que talvez possa denominar-se "pós-modernidade", entre outras denominações possíveis, parece-me que se anuncia como sendo superação das perspectivas dicotômicas da Idade Moderna, em função de uma visão de mundo holística, ou talvez seja melhor dizer, complexa, onde já não cabem os seccionamentos da Idade Moderna, senão talvez, apenas para fins didáticos e de pesquisa científica. Ou não?Se assim for, Karl Marx, seguramente na melhor das boas intenções, parece-me que caracterizou-se como sendo alguém profundamente influenciado pelo paradigma dicotômico cartesiano da Idade Moderna, ao afirmar a existência e a consciência, como se existissem em separado, ou seja, como se dicotômicos fossem.Afinal: existe consciência sem existência? E a existência, será possível sem consciência?Parece-me que a assim denominada pós-modernidade vem superando tal perspectiva através do paradigma da linguagem, no qual o sujeito é constituido por aquilo ao qual ele mesmo constitui.Sem mais a dizer no momento, agradeço a oportunidade de participar neste espaço de discussão, o qual me parece fundamental na construção de um novo tempo, onde haja mais consciência ecológica e justiça social.Abraços.Romero
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