O que é filosofar ?

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  • #73124

    Hehehe…estou me sentindo um Zenão de Eléa….Bom, numa visão macroscópica….teoricamente…sim.

    #73125
    márcio
    Membro

    Imagina que legal: Voce entra numa estrada e seu colega pergunta “qual o nosso destino ?” e voce responde “é esta estrada”.

    Imagine então antes esta situação: eu entro numa auto-estrada e o meu colega pergunta-me: qual é o nosso destino? E eu respondo: o horizonte.

    Permita-me inferir na mente do motorista: Quando o colega perguntou o destino ao motorista, este forçou seus olhos em direcao ao horizonte e viu apenas que a estrada se transformava em um ponto. Nesse momento, o intrometido cerebro entra em cena e amplia a visao do motorista, permitindo que ele “veja” um pote de ouro naquele ponto, uma garagem com um frango invisivel, Deus, um absimo, etc. E ai, o motorista volta-se para o colega e diz: o horizonte.

    O que o motorista “ve” no horizonte, depende dele ser otimista ou pessimista, entre outros.
    De qualquer forma, o que nos impede de “curtir” cada metro da estrada é o cerebro (aquele que conspira contra) nos atraindo para o horizonte assim como a luz atrai uma mosca para a lampada (como voces podem ver, eu sou pessimista).

    #73126
    márcio
    Membro

    Karen, realmente, o circulo, assim como a maioria das formas geometricas nos remete a perfeicao, mas neste caso, estou apelando para uma outra caracteristica do circulo: retornar ao ponto de origem (ou andar em circulos como dizem).

    Portanto o uso do circulo como forma de representacao, indica que eventualmente o nosso cerebro pode estar nos levando a dar uma imensa volta no caminho da Sabedoria (de Manter a Vida), para simplesmente chegarmos ao mesmo ponto de origem.

    Algo como: Durante alguns bilhoes de anos a natureza vem “trabalhando” uma massa biologica chamada homem (a mulher tambem). De repente, nesses ultimos milhares de anos, essa massa biologica adquiriu um cerebro avantajado (essas coisas do acaso) que nos fez entrar em um circulo frenetico buscando o pote do ouro no horizonte. Vamos entrar numa re-engenharia do nosso genoma, para no final descobrir que a natureza fez um bom trabalho nesses bilhoes de anos e que talvez o unico erro tenha sido permitir que o cerebro tenha ficado tao avantajado. Porem com a ausencia de pensamento na extremidade superior, que a essa altura já nao é uma extremidade superior, mas sim o inicio do circulo, voltamos ao ponto de partida e podemos continuar a apreciar cada metro da estrada, sem ficar olhando para o horizonte.

    Nesse caso, teriamos como representacao geometrica, uma linha, um loop e uma linha novamente. Essa é a hipotese 1.

    A hipotese 2, o circulo nao é plano, ou seja, é uma espiral, o que significa que vamos efetivamente ser mais espertos que os bilhoes de anos da natureza e vamos conseguir construir um mundo melhor, um genoma melhor, mas mesmo assim, quando concluirmos a volta completa da espiral, voltamos para a linha original, porem num plano superior.

    Nesse caso, teriamos como representacao geometrica, uma linha, um loop em espiral ascendente e uma linha novamente.

    #73127
    márcio
    Membro

    Sabedoria. Usar essa palavra assim sem nenhum qualificador é muito vago. Eu defendo (ate uma melhor hipotese) qualifica-la como sendo a Sabedoria de Manter da Vida.
    Vi (mas nao li, infelizmente) numa livraria livros do Dalai Lama sobre a Busca [da Sabedoria] da Felicidade.
    Acho que a felicidade é altamente desejavel, mas é uma ilusao e deve fazer parte da Sabedoria de Manter a Vida (no caso da vida humana).

    Karen, com relacao aos misterios a ser descobertos pela Sabedoria de Manter a Vida, quem me dera sabe-los, mas por exemplo, um deles deve ser: Como eliminar o ultimo foco de miseria ?

    #73128
    márcio
    Membro

    Circulo – Permita-me um exemplo: Planeta Terra milhares de anos atras: as pessoas podiam andar livremente pela superficie do planeta. Ai vieram os agrupamentos, os feudos, estados, paises, fronteiras e mais fronteiras. Ai vem a globalizacao derrubando as fronteiras tecnologicas, depois as fronteiras comerciais, depois as fronteiras politicas e finalmente as fronteiras territoriais. Novamente as pessoas poderao andar livremente pela superficie do planeta. Uma longa volta né … ?

    #73129

    Alex,

    seguindo a correlação entre a filosofia oriental e as regressoes esquizofrênicas, acredito que não sejam tal como afirma o primeiro autor, uma fuga e muito menos um recolhimento ao interior do eu, esse eu convencional … muito pelo contrário; seguindo a linha de um pensamento que encara essa pulsão, como uma tendência natural do homem na sua procura pela unidade existencial, Freud denominou essas forças, como concientes, na verdade, estão regidas por um sentido além dos cinco conhecidos e por uma intuição não atrofiada, ao invés de se utilizar do raciocínio.

    o discurso da medicina legitima e normatiza , os delírios, as visões etc e tal como eventos patológicos, pois desviam-se do que é considerado normal, ou da suposta normalidade , ao tempo que os psicólogos transpessoais acreditam que esses eventos nos aproxima, ou os aproxima da unidade , como se fossem portas de entradas para a conscientização dessa visão cósmica, e estudos indicam que esses eventos se parecem muito como os estados místicos daqueles que practicam Yoga ou lamas, mestres etc e tal. Eles usam o termo de viagem de regressão, a qual se caracteriza pela inesxistência da noçao do tempo convencional, dessa “vida ” migra-se para um estado de morte peculiar, o ego vai ao encontro do self, e cujo destino é o seio de todas as coisas : renascer – morte-vida, vida-morte.

    O problema é que nos casos dos esquizofrênicos essa viagem não tem volta, a questão é como lidar com essa viagem , como acompanha-los nessa viagem, e trazé-los de volta, há métodos esotéricos desenvolvidos, mais a práctica é a da psiquiatria convencional e com um discurso medicalizado . Talvez seja a hora de introduzir um novo discurso sobre a loucura, uma filosofia da loucura mais humana e isenta de interesses de poder e dominação.

    ref. zen.

    na ciência da psicologia , a subjetividade foi e ainda é uma questão delicada, como equacionar, como estudar algo sendo que quem o estuda é esse algo, para poder lidar com isso , retiraram a noção da subjetividade do sujeito que pesquisa e objetivaram seu olhar, a fim de que seu estudo n!ao ficasse comprometido, sobretudo na linha de psicanálise (transferência) , dando preferência por visões como ou prácticas na linha do behaviorismo, influenciados de forma geral pelo discurso pragmático das escolas de psicologia americanas, o meio termo poderia ser as escolas humanistas.

    Nesse sentido, a doutrina zen mantém uma postura anti-científica , na medida em que defende em que o conhecimento do eu objetivado náo logra ser um estudo real, eles defendem que o ego deve-se conhecer sem sair dele, através do autoconhecimento, e isso só é possível se vc se identifica com o objeto, numa relação sujeito/objeto, mais por outro lado, a psicanálise por exemplo, descarta essa postura, no entanto, todos convergem a um mesmo objetivo que é em última instância, salvar o homem da sua loucura , da paralização, será que a resposta seria a iluminação ??? o esquizofrênico , o zen budista ( iluminado), a práctica psicanalítica do ponto de vista do analisado, experimentam o insconciente , no caso do primeiro , não logra reintegrar essa experiencia para um nível consciente, ao menos na sua totalidade … será que nesse sentido eles são mais “evoluídos “, uma evolução que implica em estados de percepções diferenciados e mais próximos das dimensões divinas, mais por outro lado, por que , grande parte dos que padecem dessas alucinações, insistem em ficar na normalidade imposta, as vozes incomodam, chegam sem avisar … que será que eu fiz …? alguns se pergutam que eu fiz para merecer isso …? outros canalizam suas visões como profecias … assimilam a identidade que lhes foi imposta e tentam fazer parte do todo, mais se esse todo está contido neles e essa força se expressa tal como se expressa, de forma muito intensa e incontralada, talvez a questão resida em exatamente não controlar, mais em tentar compreender essa “iluminação” mal canalizada de forma mais produtiva e plena para aquele que o vivencia.

    por outro lado, há a questão do patológico estar determinado, mesmo que parcialmente pelos aspectos biológicos. É outro ponto de vista, a questão é a resposta e os tipos de prevenções …. esse é o problema.

    A dor … há outros tipos de dores, a dor da absorçao de formas diferentes de energia , da mesma energia … uma erupção vulcânica, queima , nos queima … mais se imaginarmos esse nível de dor, podemos especular sobre a dor que pode vir ser sublimada em graus de perfeições , tal como as ondas do mar nos seus choques entre si, se absorvendo entre si, representam nesse movimento a própria água, esse movimento pode ser uma alucinação que na sua dor representa além do que se pode ou se permita ver ou deslumbrar.

    a dor pela destruição de uma criação pelo seu criador …. dialéctica filosófica da dor ? ou apenas revolta ???

    Mceus … não resisti em fazer a pergunta sobre a afirmativa ou analogia das espécies em relação ao que seria um filho com defeito, mesmo sendo literal , acredito que os “defeitos” são preconceitos de ideologias com tendencias perfeccionistas que acabam por excluir aqueles que nao se enquadram nos seus padrões .

    Márcio, já te respondo.

    #73130

    Márcio,

    o nosso cérebro pode estar nos levando a dar uma imensa volta no caminho da sabedoria para simplesmente chegarmos ao mesmo ponto de origem … vc disse … me pergunto da onde a certeza de que esse caminho de fato esteja te conduzindo à sabedoria, é o tipo de estrada de fácil reconhecimento ? é como especular sobre algo q se acredita esteja no caminho de uma verdade qualquer, para especular então … corre-se o risco de idealizar as respostas de forma a manipular o próprio pensamentos, quando gira em círculos quer dizer q de alguma forma está condicionado ou atrelado a algúm tipo de conceituação ou dogmas, a sabedoria deve ser dialectica constante , nunca chega-se a um fim em si mesma.

    a felicidade é uma ilusão … não concordo, o que sucede é que a felicidade costuma ter um prazo tão curto ou tão óbvio que a pessoa não consiga, por falta de sutileza ou por estar num estado de dispersão , vivenciar de forma plena ou discernir o que está experimentando, é um tipo de cegueira comum nos dias de hoje, pois esse estado acabou sendo inventado por outros , tantos nas suas formas quantos em termos qualitativos …. e a tristeza tb é uma ilusão ???

    concordo que faça parte da sabedoria, mais a sabedoria de vida, de manter a vida de torna menos cego.

    como eliminar o foco de miséria …

    #73131

    Márcio:
    Se bem o entendi (corrija-me se estiver errada), a sua perspectiva é a de que percorremos uma longa estrada para chegar ao ponto de partida.Procuramos ver o que não existe (horizonte) sendo que a atitude natural é não ver nada (um ponto?)…o cérebro “conspira contra” revelando-nos o tal pote de ouro…o tal ponto de partida a que regressamos coincidiria com a ausência de pensamentos, factor essencial para “curtir” a estrada…é isso?? Voce fala da felicidade enquanto ilusão,mas esse “curtir” a estrada na constuitui a forma de felicidade possível? O que é a felicidade? Ausência de dor???
    Sublimação do fracasso intransponível?
    Abs.

    #73132
    márcio
    Membro

    – percorremos uma longa estrada para chegar ao ponto de partida … com a mesma bagagem que possuimos quando iniciamos essa estrada.
    Certo. Essa é a hipotese 1. (a hipotese 2 é que houve aumento de bagagem).

    – Procuramos ver o que não existe (horizonte)
    Certo. O horizonte esta no futuro (representado por um ponto).

    – sendo que a atitude natural é não ver nada (um ponto?)…
    Bom, a atitude normal (natural) é sonhar com o horizonte.

    – o cérebro “conspira contra” revelando-nos o tal pote de ouro…
    Certo. Se for um cerebro positivista ou otimista. Nesse caso nos impulsa para a frente.
    Se for um cerebro negativista ou pessimista, nos manteria no mesmo lugar.
    De qualquer forma, como estamos todos no mesmo barco, a resultante de todos os cerebros indica com que velocidade nos movemos para frente.

    – o tal ponto de partida a que regressamos coincidiria com a ausência de pensamentos,
    Certo. A ausencia de pensamentos, indica que chegamos ao final da jornada. Nesse momento, a bagagem que temos nas maos nos indica se voltamos ou nao ao ponto de partida (ou hipotese 1 versus hipotese 2).

    – factor essencial para “curtir” a estrada…é isso??
    Certo. Nao curtimos a estrada, porque estamos muito ocupados correndo atras do pote de ouro.
    Quando pararmos de pensar nele ou pararmos de olhar o horizonte, talvez possamos curtir a estrada. Corresponde exatamente ao contraste das nossas 2 frases (o motorista e seu colega).

    – Voce fala da felicidade enquanto ilusão, mas esse “curtir” a estrada nao constuitui a forma de felicidade possível?
    Certo. Da mesma forma que a ameba tambem esta curtindo a estrada dela. Sem ver o horizonte. Sem pensar.

    – O que é a felicidade ? Ausência de dor ??? Sublimação do fracasso intransponível?
    Acho que é um topico interessante para trocarmos ideias … Vamos abrir um novo topico ?

    OBS: vide anexo Representacao do Loop

    #73133

    Márcio,

    continuando, como erradicar o foco da miséria, uma das soluções prácticas possíveis seria talvez ensinar ás crianças a pensarem, incentivo nas descobertas e curiosidades , a fim de que um dia possam ter capacidade ou habilidade de discernir e questionar o que acaba sendo imposto de forma directa ou indirectamente de forma sublimar, a filosofia seria um bom começo, uma re-engenharia lúcida e ética …. outras soluçoes seriam mudanças de paradigmas no que diz respeito á governabilidade, enfoque sociais e incentivos a educação e saúde …. a erradicação na miséria implica em mudanças de muitos fatores e de ideologias de poder . Que pena que não estemos preparados para lidar com uma anarquia verdadeira, no sentido de um grande comunidade , uma comunidade universal … me desculpe … estou delirando.

    #73134
    márcio
    Membro

    oops desculpem … ficou meio grande. acerto isso da proxima vez.

    #73135

    Márcio,

    tb gostei da frase da Isabel …

    a felicidade … sublimação do fracasso intransponível … vou pensar a respeito.

    #73136
    márcio
    Membro

    Karen, nao esta nao. Estou “trabalhando” nas suas questoes anteriores, mas vamos pular para essa parte da miseria: Se eu e voce descobrirmos aqui ou em qualquer outro lugar como erradicar a miseria ate o ultimo foco, ambos vamos ganhar todos os possiveis premios nobeis, mas nao vamos aceita-los, pois faz parte da solucao.
    Estamos apenas no ano 2002. Vamos imaginar que esse circulo se complete la pelo ano 10000. A resposta a essa questao esta lá. Nao esta aqui no ano 2002. Infelizmente … mas podemos tentar … vamos ?

    #73137
    márcio
    Membro

    O que me impede de largar tudo e ir para a favela mais proxima da minha casa para iniciar o processo de eliminacao da miseria ?
    Minha resposta: O circulo. Estou seguindo como um cordeirinho a rota estipulada pelo circulo. Estou na linha (como o circulo é muito grande da minha perspectiva ele se apresenta como uma linha).

    #73138

    Márcio, Karein, mceus e todos acabei de criar um tópico subordinado à felicidade, como subtópico do sentido da vida.

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