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07/03/2009 às 5:56 #84991Miguel DuclósMembro
Esse “mesmo que um filósofo tenha um fã-clube…” Não foram “acusações” direcionadas à você, é algo bastante comum entre os estudantes de filosofia. Tampouco fiz ataques a sua pessoa, não conheço sua pessoa, obrigado ( e nem sou seu “amigo”). Minha postura, porém, é a de respeitar a história da filosofia, o que ela diz, e tomando cuidado ao colocar suas próprias posições de “filósofo” e atacando outros que são tão importantes quanto viscerais, como é o caso do Platão. Neste tópico já está colocado o porque de não ter respondido o outro: esse tipo de coisa desanima qualquer debate. Eu quando não quero não respondo mesmo, não vejo como nada desonroso isso de “não dar a última resposta” – isso é coisa de moleque primário mijão, porque no fim cada um fica fechado na sua e não se responde nada. Neste tópico por exemplo você fez uma resposta quilométrica sem acrescentar quase nada de novo. Este “exijo que as pessoas que estão debatendo” para mim tem validade nula, ainda mais numa discussão que não é a minha: defendendo as maiores loucuras fundamentadas em coisa alguma. Por exemplo, numa faculdade de filosofia uma tese do tipo “Platão não era filósofo” não seria levada a sério; aqui você pode argumentar a vontade, mas não venha me “exigir” nada também.Você, como leitor autodidata e "livre pensador por conta própria", tem que apresentar suas fontes. Não adianta sair definindo as coisas ao bel-prazer, conclusões tiradas de suas leituras, porque fica uma grande lambança. Essas definições tipo "verdades através do análise das realidades obtidas por meio de suas experiências vivenciais sensoriais." que você insiste em fazer, tem que pegar um dicionário de filosofia e ir indo, empirismo: veja os modernos, Hume, Locke, realidade: leia sobre realismo X idealismo etc. Por exemplo, você fez toda sua brilhante cadeia de argumentos em cima da definição de filosofia vindas da escola pitagórica, chegando mesmo a citar frases de Pitágoras para justificar o seu "platão-não-era-filósofo". Só que Pitágoras não deixou nada escrito. Não existem fontes de Pitágoras, existem coleções de coisas atribuídas a ele:"No texts by Pythagoras survive, although forgeries under his name — a few of which remain extant — did circulate in antiquity. Critical ancient sources like Aristotle and Aristoxenus cast doubt on these writings. Ancient Pythagoreans usually quoted their master's doctrines with the phrase autos ephe ("he himself said") — emphasizing the essentially oral nature of his teaching. Pythagoras appears as a character in the last book of Ovid's Metamorphoses, where Ovid has him expound upon his philosophical viewpoints. Pythagoras has been quoted as saying, "No man is free who cannot command himself.""http://en.wikipedia.org/wiki/Pythagoras#Literary_worksEsse negócio da etimologia de filosofia e filósofo é complicado. "Sofia" é o que emana do "sophos", e o que é o "sophos"? É o Sábio. Pitágoras era considerado um sophos, um sábio, e os philosophos eram os "amigos do sábio", ou seja, os discípulos no interior do círculo Pitagórico. Platão tinha influência direta de Pitágoras e dos Pitagóricos. Foi de lá uma das fontes das quais ele tirou a teoria da remininscência, a metempsicose (transmigração de almas) e a teoria dos números.Neste link tem um bom artigo sobre a questão -> http://www.hottopos.com/notand2/a_palavra.htmDepois você faz um apanhadão escolar da teoria das idéias para dizer que Platão era "retórico dialético". Eu aponto apenas o seguinte: a distinção entre conhecimento verdadeiro e falso é profundamente platônica. Platão não era retórico, assim como Sócrates, eles combateram os sofistas, lembra-se? A dialética é considerado o método para se chegar à verdade: a verdade também é profundamente platônica. Mas a teoria das idéias de Platão não é algo simples, não é o "mundo encantado de xangri-lá das idéias eternas". Costumo dar um exemplo para ilustrar: veja a tela do seu PC. Ele contém inúmeras imagens dentro de si (telas), as imagens passam e vão, no entanto a superfície do monitor permanece inalterada: são os fotos que acendem e apagam. Assim como seria o universo inteligível em relação ao sensível. A teoria das idéias de Platão não é subjetivista, mas antes realistas, já que as idéias existem por conta própria. O ataque de Aristóteles à teoria das Idéias já mostra a importância de Platão: se não fosse importante, não precisaria formatar outra doutrina, tornando-se igualmente importante. Os dois extenderam sua influências por milhares de anos, de livros e de comentadores. Eleger um como maior pode ser justificável no caso de um pensador do Marx, mas, em termos de história, é questão de gosto sem relevância, os dois são filósofos importantes, não é porque um é que o outro deixou de ser... :smile_mini2:O oceano é atlântico por causa de Platão. O livro da Marilena Chaui foi indicado pro cara que disse que não sabia "para que servia a filosofia". Mas não precisa se referir a ela com ironia e ranço, nem ficar fazendo alusões por ela ser "minha" professora (e de mais quatrocentos mil), só porque você é autodidata. O trabalho dela é bom, nem quero entrar neste assunto. Agora esse desafio-empáfia "será que não encontra no livro da Marilena Chaui" é um desrespeito cômico, está claro que não sou leitor-de-manual, nos cursos da USP aliás se aprende a ler diretamente o texto do autor, e não o resumo. Indiquei um livro tentando desafogar o professor desorientado. Por exemplo, meu artigo sobre a metafísica de Aristóteles em contraposição à teoria das idéias de Platão é modesto, mas já recebeu elogios, e está todo bem fundamentado com citações pontuais do livro da Metafísica:http://www.consciencia.org/aristoteles_metafisica.shtmlE você, leu a Metafísica de Aristóteles?Que o Bertrand Russel é considerado filósofo, é claro: isso é carne de vaca. Eu coloquei aqui uma opinião pessoal, já que na sua história da filosofia o Russel iconoclastamente ataca os luminares da filosofia ocidental, como Platão, com críticas levianas. Mas tudo bem, se você considera o Russel filósofo, considere a famosa frase do seu companheiro Whitehead, co-autor da obra prima "Principia Mathematica":"A História da Filosofia Ocidental não passa de um amontoado de notas de pé de página à obra de Platão". Filósofo 'Philippon" disse: "Outro erro de interpretação. A filosofia não dialoga com outras ciências. A filosofia criou todas as ciências, começando por Pitágoras (matemáticas e astronomia) e continuando com Aristóteles (Biologia, zoologia, análise analítico...)"Aqui não foi novamente "erro de interpretação", foi justamente o que falei, os modernos não são filósofos, os antigos talvez fossem, já que a distinção entre filosofia X ciência começou justamente na época moderna. Erro de interpretação foi o seu ao não saber ler o que escrevi. E tem outra, essa parte de "zoologia, biologia" do Aristóteles já não é mais considerada pelas biologia e zoologia modernas, mas a parte mais "filosófica" do organon de Aristóteles: metafísica, ética e lógica clássica, continua sendo debatida e estudada até hoje.E sinto muito se talvez não continuar respondendo. Ainda mais que aceito o convite de gentileza, mas não posso aceitar uma discussão que manda "fechar livros" e "pensar por conta própria"; é como se diz: corre-se o risco de escancarar portas já abertas, ou mesmo de fechá-las. Boa sorte, cara.
13/03/2009 às 0:55 #84992PhiliponMembroDesconhecido Miguel Duclós ;D Você colocou: "...não conheço sua pessoa, obrigado ( e nem sou seu "amigo")..." Vejo pela sua resposta ácida que não escondeu as garras... Vou a começar a analisar sua resposta pelo final. Você colocou... “E sinto muito se talvez não continuar respondendo. Ainda mais que aceito o convite de gentileza, mas não posso aceitar uma discussão que manda "fechar livros" e "pensar por conta própria"; é como se diz: corre-se o risco de escancarar portas já abertas, ou mesmo de fechá-las. Boa sorte, cara”. Eu tinha certeza absoluta que sua resposta seria essa, e isto devido a que todo seu Bla, Bla, Bla.... está fundamentado em pensamentos de outras pessoas. Você até agora não tem demonstrado nenhum pensamento próprio. Você é das pessoas que prefere aceitar a verdade da maioria ao invés de obter-la por si mesmo. Desconhecido Miguel, si nós fizéssemos uma pesquisa de 3 perguntas entre todas as pessoas nascidas no século XX, no mundo ocidental,as resposta seriam estas: 1) Pergunta: Qual é a pessoa mais inteligente deste século? Resposta mais provável (quase o 100%): Albert Einstein 2) Pergunta: Qual é o motivo? Resposta mais provável (quase o 100%): Teoria da Relatividade 3) Pergunta: Em que consiste? Resposta mais provável (quase o 95%): Não tenho idéia Conclusão final o 95% das pessoas acreditam que o homem mais inteligente do mundo é Albert Einstein devido a “algo” que não tem idéia. Esta é a realidade histórica do pensamento do mundo ocidental. O 5% do mundo pensa e o resto só faz masturbação mental. Atuam de forma alienada (sem pensamento próprio). Na parte espiritual as religiões pensam por eles; na parte social a mídia e os meios de comunicação pensam por eles; na parte laboral os donos do dinheiro pensam por eles e; na parte intelectual os livros e os endereços eletrônicos pensam por eles. Y você continua... “Você, como leitor autodidata e "livre pensador por conta própria", tem que apresentar suas fontes”. Sr. Desconhecido Miguel, você: Conhece algum “livre pensador” que não seja “por conta própria” :laugh_mini2: Se sou “livre pensador” que fonte quer que apresente :laugh_mini2: Se eu apresento fontes, seria “livre pensador”? :laugh_mini2: Desconhecido Miguel, Pense um pouco e seja coerente! Y você continua... “Essas definições tipo "verdades através do análise das realidades obtidas por meio de suas experiências vivenciais sensoriais." que você insiste em fazer, tem que pegar um dicionário de filosofia e ir indo, empirismo...” O que coloquei eu, foi a definição da base do pensamento de um filosofo. “O pensamento de um filosofo é empírico” só que para facilitar pra você, em vez de colocar a palavra “empírico”, coloquei a "definição dela". ?Empírico do Lat. empiricu < Gr. empirikós, experimental adj., ?relativo ao empirismo; que se guia, se fundamenta apenas na experiência; que é dado pela experiência, excluindo qualquer teoria própria para ligar os resultados das experiências; s. m., ?filósofo que deriva todas as idéias da experiência; Lhe falta compreensão!! Sr. Desconhecido :yahoo_mini: Y você continua... “Por exemplo, você fez toda sua brilhante cadeia de argumentos em cima da definição de filosofia vindas da escola pitagórica, chegando mesmo a citar frases de Pitágoras para justificar o seu "platão-não-era-filósofo"”. O que coloquei eu foi o seguinte: a) A história conta que uma vez se lhe perguntou a Pitágoras, qual é sua profissão? E ele contestou, Sou philosopho e minha atividade é a philosophia. b) Foi o filosofo que criou a denominação filosofia e não a filosofia que criou o nome filosofo. Meu pensamento colocado em (a) fica justificado com: “O que tratamos até agora refere-se à invenção da filosofia. Quanto a seu nome, foi Pitágoras o primeiro a usar o termo filosofia como também a chamar-se filósofo.” “Sosícrates em sua obra: A Sucessão dos Filósofos (fr. 17 Müller), diz que Pitágoras foi interpelado por Leonte, tirano de Fliunte: "Que és?" E a resposta de Pitágoras foi: "Filósofo!"”. Essas frases se encontram no link que você mesmo me deu :yahoo_mini: “Neste link tem um bom artigo sobre a questão -> http://www.hottopos.com/notand2/a_palavra.htm” Agora meu pensamento colocado em (b), queda justificado pelo que: Você Colocou! :yahoo_mini: “Esse negócio da etimologia de filosofia e filósofo é complicado. "Sofia" é o que emana do "sophos", e o que é o "sophos"? É o Sábio”. "Sofia" é o que emana de “sophos” => "Sophos" cria “Sofia” => "Filo-sopho" cria "Filo-Sophia" Pitágoras criou a palavra Filo-Sopho isso se chama “eufemismo” sua atividade a chamou Filo-Sophia (outro eufemismo) => Pitagoras cria FiloSophia Lógica elementar Sr. Desconhecido :yahoo_mini: Agora... Se Pitágoras cria a palavra Filosofo para definir sua forma de pensar empírica, como você vai chamar ao tagarela de Platão de “Filosofo” se sua forma de pensar era totalmente oposta à forma empírica. Foi Platão que transformou a dialética, método criado por Zenão para combater o pensamento pitagórico, como o método de ascensão do sensível para o inteligível e método de dedução racional das Formas. Idéias essas totalmente opostas ao pensamento de Pitágoras. Lógica elementar Sr. Desconhecido :yahoo_mini: Y você continua... "A dialética é considerado o método para se chegar à verdade: a verdade também é profundamente platônica". “O último credo filosófico de Einstein, que ele próprio referia à filosofia de Kant, disse Paty, é que o mundo real, exterior ao pensamento, existe, e o pensamento humano pode, por seu próprio exercício, a ele aceder, porque o mundo pode se tornar inteligível, mas sem a física e sem as ciências em geral isso não seria realizável”. http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3761&bd=1&pg=4&lg= Você vai a comparar a Einstein com um pensador tagarela de mais de 2.400 anos atrás. ::) Y você continua... "Que o Bertrand Russel é considerado filósofo, é claro: isso é carne de vaca. Eu coloquei aqui uma opinião pessoal, já que na sua história da filosofia o Russel iconoclastamente ataca os luminares da filosofia ocidental, como Platão, com críticas levianas". Sr. Desconhecido é impressionante como você ainda faz alarde de sua ignorância. :wacko_mini2: :bomb_mini: “O fascínio que Russell exerceu sobre o público dependeu de numerosos fatores. Para além da sua longevidade, há muitas outras facetas que o tornam único. Grande matemático e filósofo, apóstolo da paz e discutida figura política, Bertrand Russel alcançou um enorme prestígio mundial. Era o nonagenário que cativava os mais novos e inspirava os mais velhos; o aristocrata que desprezava a Câmara dos Lordes e se arriscava a ser preso; o anarquista por temperamento que desafiava o poder constituído; o ateu que traçou armas contra o dogma religioso e a moral convencional; o matemático e lógico cujas equações destronaram Euclides; o filósofo que procurou tornar a filosofia acessível aos leigos; finalmente, o galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, cuja elegância de estilo, agudeza de ironia e destreza mental remontam a uma época em que se cultivava a arte de conversar e de escrever cartas.” http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/seminario/russell/ E você ainda, o compara com, o “tagarela” de Platão. :bomb_mini: :smile_mini2: E você continua... "Filósofo 'Philippon" disse: "Outro erro de interpretação. A filosofia não dialoga com outras ciências. A filosofia criou todas as ciências, começando por Pitágoras (matemáticas e astronomia) e continuando com Aristóteles (Biologia, zoologia, análise analítico...)" Aqui não foi novamente "erro de interpretação", foi justamente o que falei, “os modernos não são filósofos, os antigos talvez fossem”, já que a distinção entre filosofia X ciência começou justamente na época moderna. Erro de interpretação foi o seu ao não saber ler o que escrevi". Sr. Desconhecido Miguel se não acredita nos meus pensamentos, pode ser, que acredite neste outro: “O conhecimento científico não se reduz a seus conteúdos seguros, a suas proposições e seus efeitos; compreende em suas dimensões o próprio trabalho do pensamento que o estabelece. Sob este aspecto, o testemunho de criadores científicos excepcionais como Poincaré e Einstein é evidentemente insubstituível. É tanto mais significativo que ambos esses cientistas tenham sido verdadeiros filósofos, de modo que sua feição espiritual os levava a pôr filosoficamente para si próprios questões de natureza filosófica.” http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142001000100013&script=sci_arttext&tlng=en Sr. Desconhecido Miguel, não precisa continuar a demonstrar sua ignorância, já nos convenceu. :sad_mini: Para terminar, na mensagem postada:
Acredito que a filosofia hoje não serve para nada e olha que sou professor de filosofia, mas não entendo nada de filosofia e acho que não serve pra nada. Marcos
Sua resposta Sr. Desconhecido, foi:
Uma mensagem destas desanima, eu acho isso um caso sério e a julgar pelo post no Fórum, o Brasil vai mesmo muito mal. Que negócio é esse afinal? Um professor assim vai ensinar o quê para os alunos? Qual é o nível da formação que recebeu e passará adiante? Não quero criticar atividade profissional, mas é um questionamento perfeitamente válido para uma colocação deste teor.
Analisando sua resposta Sr. Desconhecido, eu encontrei que existem duas diferenças e duas coisas em comum bastante objetivas entre você e o professor: As duas diferenças são: A primeira é que, o professor pensa e você não. ::) A segunda é que o professor reconhece que não sabe filosofia e você acha que sabe filosofia ::) As duas coisas em comum são: A primeira é que os dois estudaram filosofia ;D A segunda é que Nenhum dos dois sabe filosofia. :yahoo_mini: Ninguém pode conceber tão bem uma coisa e fazê-la sua, quando a aprende de um outro, em vez de inventá-la ele próprio( RENÉ DESCARTES ) NOTA: Quero esclarecer que minha referência sobre a ignorância demonstrada pelo Sr. Desconhecido Miguel, referisse somente ao tema Filosofia. Eu tenho lido a participação do Sr. Desconhecido em outros tópicos, e sua postura, tem sido competente com os temas em debate.
15/03/2009 às 0:51 #84993Miguel DuclósMembroAo PhilipponVocê diz:"Eu tinha certeza absoluta que sua resposta seria essa, e isto devido a que todo seu Bla, Bla, Bla.... está fundamentado em pensamentos de outras pessoas. Você até agora não tem demonstrado nenhum pensamento próprio."Ao meu ver a contradição, porque uma coisa fundamentada, se não for na história do pensamento, vai ser fundamentada em quê? Apenas nos seus próprios pensamentos e observações "empíricas"? Ao meu ver isso não é fundamento. E você mesmo quem havia proposto algo "fundamentado" antes:"O exposto demonstra que a função durante toda minha vida tem sido Pensar, Propor e fundamentar. Este é o motivo, pelo qual eu exijo que as pessoas que estão debatendo, defendam a sua opinião de forma fundamentada e não através do pensamento de outras pessoas."Além disso, você traz uma série de dados históricos e de "outras pessoas" para o debate, a começar pelo próprio Pitágoras, depois outros pensadores, cientistas e sites que vem trazendo, então também está se fundamentando em outras pessoas.Às vezes achamos que estamos sendo independentes e originais e não estamos. A propósito, essa questão toda do filosofar-por-conta própria e não dar ênfase em história da filosofia não é algo "seu". Eu mesmo já vi dezenas de vezes antes. É uma controvérsia recorrente, tanto mais em fóruns de internet. Tanto que na entrevista recente da Marilena Chaui na revista Cult de março, que você critica, ela fala exatamente sobre essa questão. Primeiramente, veja o que ela diz sobre o próprio tema do tópico, que também é uma preocupação recorrente, e por isso indiquei o manual:
CULT - Quando as pessoas perguntam "qual a utilidade,para que filosofia?", deixam entrever uma concepçãoexclusivamente instrumental do conhecimento, con-cepção esta que é desmentida pela própria história dafilosofia. Parece que a filosofia, ao contrário da mate-mática e da biologia, precisa continuamente legitimarseu direito à existência. Apesar disso, existiria uma di-mensão instrumental, "funcional", da especulação filo-sófica, que justificaria sua implantação curricular no ensino médio? De que maneira a filosofia pode hojefornecer respostas concretas para o enfrentamento deprobemas sociais urgentes?-CHAUI - É conhecido o ditado: "A filosofia é uma ciência coma qual e sem a qual o mundo permanece tal e qual". Ou se-ja, não serve para coisa nenhuma, O "para quê?" indica que tendemos a considerar o conhecimento de um ponto de vista instrumental como um meio e não como um fim e, como não se vê qual a instrumentalidade da filosofia, decreta-se sua inutilidade. Certa vez, perguntaram a um filósofo: para que filosofia? Ele respondeu: para não darmos nosso assentimen-to às coisas sem maiores considerações. Ou seja, a atitude filosófica se inicia quando desconfiamos da veracidade ou do valor de nossas crenças cotidianas, desconfiança que surge, sobretudo, no momento em que nossas crenças, nossas idéias, nossos valores parecem contradizer-se uns aos outros. A filosofia é uma interrogação sobre o sentido e o valor do conhecimento e da ação, uma atitude crítica com relação ao que nos é dado imediatamente em nossa vida cotidiana, um trabalho do pensamento para pensar-se a si mesmo e da ação para compreender-se a si mesma.
Depois sobre a importância da História da filosofia:
CULT - A senhora sempre afirmou a centralidade da história da filosofia para os estudos filosóficos. Atualmente, alguns professores têm defendido que a formação dos estudantes e docentes de filosofia, mais do que ensinar a história, deveria dar-se por um treinamento do ato de pensar. Como a senhora vê a questão hoje? MC - Houve um momento na história da filosofia em que se afirmou que não havia temas ou assuntos filosóficos e por isso não se poderia ensinar filosofia e sim ensinar a filosofar. Ou seja, considerou-se que a filosofia não possuía objeto próprio e não poderia, portanto, ser um saber transmissível, pois não haveria o que transmitir. Falo de um momento da história da filosofia justamente para deixar claro que é nela e com ela que podemos compreender porque alguns julgam que a filosofia poderia ser um treino do pensamento sobre qualquer objeto. Como você vê, precisamos recorrer à história da filosofia para entender posições acerca do ensino da filosofia. Por que a centralidade da história da filosofia? Em primeiro lugar, porque ela nos protege do risco de imaginar que estamos inventando a roda: há uma história de construção e transformação dos conceitos e não se pode supor que nosso pensamento esteja, a cada vez, partindo do zero. Em segundo lugar, porque nos protege do "achismo" ou do "eu acho que", pois ela nos coloca no campo do embate entre teorias, entre formas sistemáticas de exposição e interpretação e não diante de um confronto entre opiniões injustificadas.Todavia, não são esses dois aspectos que conferem centralidade à história da filosofia e sim os três principais ensinamentos que ela nos dá. Ela nos mostra, em primeiro lugar, como e por que as questões discutidas por um filósofo são suscitadas pelos problemas de seu tempo; ou seja, ela enraíza a filosofia na história, revela uma filosofia como expressão de uma sociedade e de uma cultura, ensina que a atividade filosófica é o trabalho para interrogar e compreender o presente, dando-lhe respostas para que ele se compreenda a si mesmo.Além disso, em segundo lugar, a história da filosofia nos faz ver que a filosofia é um trabalho do pensamento e que uma filosofia se exprime numa obra, ou seja, ela pensa e diz o que ainda não foi pensado nem dito e que, sem ela, não seria pensável nem dizível; ela interpreta o passado filosófico, interroga o presente cultural e abre um campo para o pensamento futuro, de maneira que ela nos insere em nosso próprio presente, quando somos capazes de apreender, simultaneamente, o que ela pensou e o que ela nos dá para pensar para além dela.Dessa maneira, em terceiro lugar, a história da filosofia nos ensina algo essencial sobre as obras de pensamento e as de arte: cada obra, ao enfrentar seu passado e seu presente, desloca, descentra e modifica o sentido do que já foi pensado, dito e feito num pensamento, num discurso e numa ação novos. Esta novidade decorre, no pensador e no artista, da percepção de uma falta no que já havia sido pensado, dito e feito, mas também da percepção de que há um excesso de significação nas obras passadas e que não foi explicitado por elas e que as obras presentes explicitam; porém, se uma obra de pensamento ou de arte recolhe o passado e abre um futuro, é justamente porque nela também há um excesso de sentido, algo que ela própria não pensou, não disse e não fez e que os pósteros pensarão, dirão e farão graças a ela, a partir dela e, freqüentemente, contra ela. Penso que a história da filosofia nos ensina aquilo que Merleau-Ponty diz ser próprio de uma obra quando é grande: sua grandeza não é dada por sua eficácia e sim por sua fecundidade, por sua força para suscitar outras obras.
Então, você, ao defender a posição de livre e se colocar como um pensador capaz de desbaratinar Platão, está seguindo uma corrente (leiga e não acadêmica), e de maneira nenhuma está só, e eu, ao defender a importância dos clássicos estou me colocando em outra corrente, representada aí pela fala da uspiana.Agora, mesmo um livre pensador não está isento de fontes. Como assim? Aliás, por exemplo o Nietzsche, que foi um livre pensador, polemizou com o helenismo tradicional acadêmico representado por Wilamowitz para defender novas interpretações sobre a filosofia e a história da Grécia clássica. Você fala em interpretação e Nietzsche tem o conceito de "artes-de-interpretação", você fala contra a dialética, Nietzsche também fala contra a dialética, e você fala contra Platão, da mesma maneira que Nietzsche argumentou que com Sócrates e Platão começou a decadência da filosofia e das sociedades gregas. Talvez seja interessante você dar uma olhada, assim pode se fundamentar melhor. Só que Nietzsche também critica a ciência e o otimismo científico em conhecer, e se baseia em uma série de outros pensadores e fontes para fazer suas críticas.Mais uma vez: não há antagonismo entre Platão e Pitágoras, como você alega. Todo o projeto de criação da Academia é influenciado pelo modelo pitagórico, Pitágoras é influência direta de Platão. Você pode atestar isso em inúmeros textos aqui na web mesmo.http://www.puc-rio.br/parcerias/sbp/pdf/9-gabrieller.pdfVeja a busca: http://www.google.com.br/search?q=Plat%C3%A3o+pitagorismo&ie=utf-8&oe=utf-8&aq=t&rls=org.mozilla:pt-BR:official&client=firefox-aO texto que indiquei sobre a palavra filosofia foi justamente porque o autor elenca as fontes que falam do episódio de Pitágoras e a questão da palavra filosofia e filósofo. Veja, são todas fontes tardias, indiretas, Cícero e Diógenes Laércio, séculos depois. Como falei, não existem "fragmentos de Pitágoras", a não ser de forma indireta.Depois você traz mais uma série de colocações-empáfia com xingamentos e apelidos, desconhecido ignorante etc. Isso não vale a pena responder, nem essa pseudo etimologia básica de filosofia, filósofo e empirismo. Continue consultando o dicionário para ver o significado dos conceitos, mas não presuma que seu interlocutor não sabe do que está falando.Você diz que julgo que sei filosofia e dessa forma estaria sendo arrogante ou pedante. Em primeiro lugar, é uma humildade querer se situar frente aos textos. Não sou eu que saio dizendo que "Platão não era filósofo" e atacando os milênios de crítica, comentários e tradições, colocando-se contra todos os estudantes e professores por causa de uma "sacada" pretensamente genial : ela sim reflete arrogância e pedantismo, como na frase abaixo:" Markrenton primeiramente o felicito pela sua honestidade e eu lhe garanto que seu problema se faz extensivo para todos os professores de filosofia. Eu duvido que exista um professor ou um estudante de filosofia que saiba o que é filosofia. O motivo é simples."Ahãm... E mais uma coisa : você fala pedantemente contra a ignorância. Esta nunca tem limites, apenas os saberes tem limites. Veja que ironia, este tema também é platônico-socrático: O Sócrates é o autor da frase do "só sei que nada sei", e por isso foi considerado pelo oráculo o mais sábio dos homens, que julgavam que sabiam: a admissão da própria ignorância é o primeiro passo para ir em busca da verdade.Os outros dois pontos: Na questão do Russel não adiantou nada. Eu já falei que é carne de vaca achar que Russel é um grande filósofo, reconhecido dentro da tradição. Você traz mais um resuminho. Reclamou que eu não ponho opiniões pessoais, mas no caso do Russel eu coloquei uma opinião pessoal, que evidentemente não é refletida pelos seus milhões de seguidores e admiradores. Estude um pouco mais e verá que Russel é um dos criadores da filosofia analítica, uma corrente que quer dar uma consistência mais "científica" para a filosofia e para a reflexão sobre a linguagem e a mente, e se coloca como antagônica da "filosofia continental", representada por outros pensadores que fariam um "vôo" mais livre, como os da herança Nietzscheana e os fenómenologos e existencialistas, como Sartre, Heidegger, Derrida. Esses, ao meu ver, formam a marcha natural da filosofia, ao passo que não admiro os filósofos analíticos. Deleuze chegou mesmo a dizer que Wittgenstein encabeçaria a "morte da filosofia". Não que eu concorde com isso e negue a importância de Witt., mas a frase mostra bem o porque de eu ter falado contra o liberal Russel. Este, apesar de criticar acidamente pensadores importantes, também não nega a importância da tradição e da história, tanto que fez seu manual de história da filosofia. A importância de Platão é mostrada também pelo seu companheiro Whitehead com aquela frase que citei.Husserl, o fenomenólogo, fala de uma crise de razão na europa em seu livro "Crise da Humanidade Européia e a Filosofia", e ao meu ver é pertinente a este tema. Cito a introdução:
Coisa completamente diversa tinha Husserl para dizer acercada Filosofia e da supranacionalidade europeia, em 1935. A culturafilosófica é a cultura da Razão. Nesse sentido, a Filosofia não é europeia.Pelo contrário, é a Europa que é filosófica. E a grandeza daEuropa filosófica, o seu estatuto de “arconte” da Humanidade, nãose confunde com qualquer projecto de domínio protagonizado porum povo, mas com o modo como ela, na finitude das suas formas decultura, é o fenómeno da ideia infinita de uma cultura racional quepode, sem limites, tornar-se a cultura de uma Humanidade universal.A supranacionalidade europeia não será, por isso, um projectode dominação para uso dos “europeus”, mas a ideia de uma humanidadeautêntica, congregada nas tarefas infinitas de realização da Razão, que jamais poderão alcançar uma forma final e definitiva,apta para uma repetição regular ou para uma imitação sem critério.E justamente neste contexto que a ideia de strenge Wissenschaft,Ciência Estrita, é relevada por Husserl como o lugar de realizaçãode uma cultura autêntica, articulada nos planos da vida cognitiva,ética e social.Neste contexto, não tem qualquer sentido a acusação, muitodisseminada, de um “eurocentrismo” de Husserl. Antes de o afirmar,seria, de facto, importante esclarecer o que a Europa verdadeiramenteé, para Husserl, e de que é ela a fenomenalização. Nestaperspectiva, compreende-se que o modo como, nestes opúsculos,as ideias de crise e de renovação aparecem conjugadas choquetambém, como dissemos, com à forma costumeira de as pensar.Não se trata, para Husserl, da verificação, no plano factual, de umaqualquer crise da Europa que impusesse uma inovação na sua culturaou, mais fundo ainda, um novo começo diante da suposta falênciado caminho até então percorrido. Não se trata, pois, como tema da crise, da verificação de um fracasso da cultura da Razão.Pelo contrário, trata-se de renovação, não de inovação. E arenovação não é resposta à falência de um projecto. Ela consiste,antes, no regresso ao sentido original da cultura europeia e no cumprimentoda exigência de constante renovação que lhe é ínsita, ouseja, de constante reactualização do seu ideal de vida. Em suma,a crise detectada não é culminação de uma trajectória da culturaeuropeia que se revelaria, por fim, inviável, mas um abandono derumo; e a renovação exigida não é, por isso, reinvenção, mas regressoe repristinação. Husserl aponta com clareza o ponto em quea crise se originou: trata-se de um transvio da racionalidade, deuma sua interpretação demasiado estreita, sob o padrão das ciênciasmatemáticas da Natureza, com as inevitáveis consequênciasdo naturalismo e do objectivismo na compreensão da essência dasubjectividade. Esta limitação da forma de uma cultura racionalestá apelando, do ponto de vista de Husserl, não para um abandonoda matriz racional de uma cultura autêntica, mas para um “superracionalismo”e para um “heroísmo da Razão”, que possa restabeleceras conexões perdidas entre racionalidade e vida e vencer,assim, essa situação crítica actual de desespero perante o silêncioda Razão no que respeita aos problemas mais fundos da subjectividadee da vida humana. Dar a forma de uma cultura racional àvida ética individual e comunitária, surpreender a renovação comoexigência basilar da humanidade autêntica, que a põe na rota deuma progressão ilimitada em direcção a um pólo que “reside noinfinito”, fazer também para o eidos Homem o que as ciências matemáticasfizeram já para a Natureza, segundo a forma peculiar daracionalidade prática, imperativa e não apenas assertiva – eis o quese impõe para a ultrapassagem da “crise das ciências”, crise quenão resulta de um falhanço da racionalidade científica, mas do seuestreitamento e de uma sua compreensão unilateral, metodologicamentemoldada sobre o eidos Natureza.
http://www.lusosofia.net/textos/husserl_edmund_crise_da_humanidade_europeia_filosofia.pdf(grifo meu).E sobre Einstein e Poincaré serem considerados filósofos, isso também é trivial, e não contradiz o fato de que os cientistas modernos não são os filósofos. Alguns grandes cientistas pensaram filosoficamente, como o caso desses grandes, e vice-versa, alguns filósofos também foram grandes cientistas. Não é preciso ir longe: Descartes, Pascal, Leibniz foram grandes matemáticos. O livro de Newton é sobre "filosofia natural", ou seja, a física era considerada a filosofia natural, em contraposição à metafísica.Eu havia dito:"A filosofia tem um campo teórico próprio, é uma outra coisa, tem suas próprias questões. Isso não impede, por certo, que grandes cientistas se preocupem em filosofar. Mas não é sempre que isso acontece não."Sua citação sobre Einstein e Poincaré apenas confirmou o que eu disse. Mas, não é via de regra. Houve separação dos saberes com a especialização na modernidade, e o projeto de totalidade do saber da filosofia não é refletido pelo campo das atividades específicas. Veja qualquer estudante pragmático de ciências, eles só sabem da filosofia na medida em que toca suas próprias atividades.
25/03/2009 às 22:56 #84994Novalisboa74Membropara que filosofar?oupara que abrir os olhos?pra que pensar grande?pra que ampliar os horizontes?pra que entender melhor o mundo em que vivemos?
Grandes questões sem dúvida. Mas essas nunca conseguirão pôr a Filosofia e o filosofar em causa. Isso seria o mesmo que dizer -porquê pensar?- e pensar no entanto é fundamental para o ser humano e não é fácil pensar bem: pensar também é uma arte. Mais vale pensar bem agora e encontrar um sentido para a nossa vida, do que chegar ao fim dela e sentirmo-nos que desperdiçamos a nossa vida em actos puramente egoístas. Se não julgarmos agora os nossos pensamentos, sentimentos e acções, no fim da vida esse auto-juízo será de uma clareza in-evitável e cortante.Aí sim, a pessoa diria: uma vida não analisada não vale a pena ser vivida...Bruno
08/06/2009 às 23:05 #84995SE7MUSMembropara que filosofar?oupara que abrir os olhos?pra que pensar grande?pra que ampliar os horizontes?pra que entender melhor o mundo em que vivemos?
Resposta: para não ficar perguntando "para quê"! ;D
rsrsrsrss...aahaahah...kkkk.....ÓTIMA resposta....Ainda completo. O TOLO tropeça e não sabe onde tropeçou. Será porque? Vai Filosofar? ou continuará TROPEÇANDO...!!!
23/09/2009 às 3:56 #84996Silas Carneiro do CoutoMembroSim. É útil à sociedade. Isso se você visualizar a sociedade como um conjunto de indivíduos.Se o indivíduo não transformar um conhecimento filosófico em fé, esse conhecimento será de essencial importância para seu desenvolvimento psicológico e, conseqüentemente, para a sua libertação. Foi fácil, graças à filosofia, por exemplo, eu perceber que a sociedade está sob um fundamento corrupto: dinheiro.A partir do momento em que os indivíduos começam a filosofar, suas opiniões começam a entrar numa ebulição de mutações. No final, acaba se construindo um esquema filosófico correspondente à natureza de tal indivíduo (a não ser que ele se prenda à filosofia de outrem).A verdade é que todos os nossos pensamentos filosóficos são baseados em certas premissas. Essas premissas são, via de regra, irrefletidas. Assim, um cristão usa sua metafísica para explicar algo e dar um valor a esse algo, assim como o ateu o faz. No final das contas, no fundamento de cada argumentação há metafísica. Toda a reflexão é irrefletida.Esse fundamento irrefletido não vem do nada: tem origem na natureza ou estágio da pessoa. Assim, se começarmos a, além de filosofar, refletir sobre o fundamento do nosso pensamento (nossa epistemologia) entenderemos muito sobre quem somos ou sobre como estamos. Daí decorre que a filosofia traz auto-conhecimento. Esse conhecimento essencial traz aos indivíduos uma liberdade deliberativa maior, pois quando se faz isso é possível distinguir entre os pensamentos que são fruto do nosso psiquismo e aqueles que são fruto do meio. Daí sim poderíamos ter uma sociedade de verdade. Por enquanto somos apenas um bando que cresceu demais.Porque uma sociedade seria composta por indivíduos que desejam se unir, e não por aqueles que, em sua vida, demonstram querer apenas destruição e benefício próprio. Nossa sociedade e mesmo nossa filosofia está cheia de indivíduos dessa natureza, e eles só se mantém no poderia por causa da falta de reflexão: porque não há amor pela sabedoria.A reflexão filosófica, aliás, traz aos indivíduos maior facilidade em julgar as situações e dar sentido próprio a elas, o que ajuda na motivação.Se você fala da sociedade como conhecemos hoje, poder-se-ia dizer que a filosofia é prejudicial, porque a filosofia desestruturaria todo o esquema monetário. Na filosofia não há um tem-que-ser absoluto. Poderíamos distinguir o filosofar e o estudar filosofia: são coisas diferentes.Para que?Para sermos livres. Ignorantes não são felizes: são escravos...
23/09/2009 às 4:11 #84997Silas Carneiro do CoutoMembro:oAcredito que a filosofia hoje n]ão serve para nada e oolha que sou professor de filosofia, mas não entendo nada de filosofia e acho que não serve pra nada. Marcos
Amigo Markrenton, Além de não saber filosofia, tampouco sabe escrever ;D. É brincadeira amigo, cometer esses erros é muito comum quando um trata de escrever às pressa. Markrenton primeiramente o felicito pela sua honestidade e eu lhe garanto que seu problema se faz extensivo para todos os professores de filosofia. Eu duvido que exista um professor ou um estudante de filosofia que saiba o que é filosofia. O motivo é simples. “É impossível ensinar ou estudar filosofia” O que hoje se conhece por filosofia é uma alegoria da verdadeira filosofia. Por falta de compreensão de seu real significado, a filosofia se transformou num conceito ou que pode ser verificado comprovando as diferentes acepções encontradas no dicionário. Se nós analisamos e pensamos um pouco, veremos que filosofia e uma transposição da palavra grega, “philosophia”, que significa, “amor à sabedoria”,que era por sua vez, a denominação dada à atividade do “philosopho”. Philosopho (filosofo) era a denominação dada à pessoa que dedicava sua vida a encontrar verdades através do análise das realidades obtidas por meio de suas experiências vivenciais sensoriais. Por meio de uma simples análise do exposto, fica claro que a filosofia não se pode estudar e somente se pode praticar. Hoje em dia se considera filósofos, a todos os pensadores dialéticos da Antigüidade, isto é, pensadores como Sócrates e Platão, o que denota uma ignorância grave. A dialética foi criada para ser a oposição à filosofia. A definição da denominação, “filosofo”, dada acima, corresponde hoje em dia, à definição dada à denominação “cientifico”. Em outras palavras o “cientifico” é o “filosofo moderno”. As pessoas que pensam que estudando filosofia sairão transformados em filósofos estão cometendo um grande erro. A essência do que estudarão será a evolução do pensamento através das diferentes épocas, em outras palavras, somente obterão erudição, mais não conhecimento. Neste fórum, se reconhece as pessoas que possuem estudos de filosofia, por uma marcada alienação à hora de fazer sua defesa, nunca é feita com pensamentos próprios e sempre utilizam pensamentos de outros pensadores de notoriedade histórica. A tradução de “Para que filosofar” nos tempos de hoje seria “Para que ser cientifico”. Todos nós "filosofamos diariamente" quando analisamos um problema (realidade) em busca do motivo (verdade) que causou o resultado indesejável. A criança, quando desarma um brinquedo (realidade) para descobrir a “verdade” de seu funcionamento, está filosofando. Um abraço...
Ora, tal argumento é extremamente parcial. Há formas de percebermos a realidade e refletirmos sobre ela que não são através dos sentidos(diretamente) e tampouco através da dialetica vazia. Jung chama de percepção intuitiva, e eu aceito tal definição porque é precisa. Com essa percepção podemos, por exemplo, entender no fundamento das formulações filosoficas certos traços psicológicos. Ao estudar, por exemplo, metafísica e epistemologia, não estamos lidando com nada relativo diretamente aos sentidos. São reflexões unicamente abstratas e que, ainda assim, são filosoficas.Existe uma realidade interna que vai para além da percepção dos sentidos, e não vejo razão para excluir tal realidade do domínio da filosofia.
23/09/2009 às 17:41 #84998PhiliponMembro“É impossível ensinar ou estudar filosofia” O que hoje se conhece por filosofia é uma alegoria da verdadeira filosofia. Por falta de compreensão de seu real significado, a filosofia se transformou num conceito ou que pode ser verificado comprovando as diferentes acepções encontradas no dicionário. Se nós analisamos e pensamos um pouco, veremos que filosofia e uma transposição da palavra grega, “philosophia”, que significa, “amor à sabedoria”,que era por sua vez, a denominação dada à atividade do “philosopho”. Philosopho (filosofo) era a denominação dada à pessoa que dedicava sua vida a encontrar verdades através do análise das realidades obtidas por meio de suas experiências vivenciais sensoriais. Por meio de uma simples análise do exposto, fica claro que a filosofia não se pode estudar e somente se pode praticar. Hoje em dia se considera filósofos, a todos os pensadores dialéticos da Antigüidade, isto é, pensadores como Sócrates e Platão, o que denota uma ignorância grave. A dialética foi criada para ser a oposição à filosofia. A definição da denominação, “filosofo”, dada acima, corresponde hoje em dia, à definição dada à denominação “cientifico”. Em outras palavras o “cientifico” é o “filosofo moderno”. As pessoas que pensam que estudando filosofia sairão transformados em filósofos estão cometendo um grande erro. A essência do que estudarão será a evolução do pensamento através das diferentes épocas, em outras palavras, somente obterão erudição, mais não conhecimento. Neste fórum, se reconhece as pessoas que possuem estudos de filosofia, por uma marcada alienação à hora de fazer sua defesa, nunca é feita com pensamentos próprios e sempre utilizam pensamentos de outros pensadores de notoriedade histórica. A tradução de “Para que filosofar” nos tempos de hoje seria “Para que ser cientifico”. Todos nós "filosofamos diariamente" quando analisamos um problema (realidade) em busca do motivo (verdade) que causou o resultado indesejável. A criança, quando desarma um brinquedo (realidade) para descobrir a “verdade” de seu funcionamento, está filosofando.
Ora, tal argumento é extremamente parcial. Há formas de percebermos a realidade e refletirmos sobre ela que não são através dos sentidos(diretamente) e tampouco através da dialetica vazia. Jung chama de percepção intuitiva, e eu aceito tal definição porque é precisa. Com essa percepção podemos, por exemplo, entender no fundamento das formulações filosoficas certos traços psicológicos. Ao estudar, por exemplo, metafísica e epistemologia, não estamos lidando com nada relativo diretamente aos sentidos. São reflexões unicamente abstratas e que, ainda assim, são filosoficas.Existe uma realidade interna que vai para além da percepção dos sentidos, e não vejo razão para excluir tal realidade do domínio da filosofia.
Amigo Silas, você apresenta uma grande confusão de conceito e conhecimentos. Você colocou:“Ora, tal argumento é extremamente parcial. Há formas de percebermos a realidade e refletirmos sobre ela que não são através dos sentidos (diretamente)” Devo esclarecer-lhe que todos os sentidos são internos e são por meio deles que nos interpretamos as informações (realidades) enviadas pelos “Órgãos dos sentidos” (externos). Em outras palavras os “órgãos dos sentidos” que são externos, não são “os sentidos”, são as ferramentas que usam os sentidos internos (psique – intelecto) para interpretar as realidades.Outro erro grave, você colocou: “Jung chama de percepção intuitiva, e eu aceito tal definição porque é precisa. Com essa percepção podemos, por exemplo, entender no fundamento das formulações filosóficas certos traços psicológicos. Ao estudar, por exemplo, metafísica e epistemologia, não estamos lidando com nada relativo diretamente aos sentidos. São reflexões unicamente abstratas e que, ainda assim, são filosóficas.”O que Jung chamou de “percepção intuitiva” é aquela percepção “em que não participa” a psique do ser humano, isto é, o que normalmente chamamos de “insight” e não tem nada a ver com nossos sentidos. Para terminar o termo “metafísica” em filosofia, se refere ao, “estudo da essência dos seres” e “epistemologia” se refere à “origem, natureza e limites do conhecimento” e ambos termos estão relacionados com a realidade e não tem nada de abstratos.Amigo Silas, lhe aconselho que em seus comentários seja mais reflexivo e menos efusivo.
23/09/2009 às 19:17 #84999Silas Carneiro do CoutoMembro“Devo esclarecer-lhe que todos os sentidos são internos e são por meio deles que nos interpretamos as informações (realidades) enviadas pelos “Órgãos dos sentidos” (externos). Em outras palavras os “órgãos dos sentidos” que são externos, não são “os sentidos”, são as ferramentas que usam os sentidos internos (psique – intelecto) para interpretar as realidades.”Tome cuidado ao usar o termo amigo. Em geral não se atribui um juízo de valor tão simplório a essa palavra. Não quero te insultar nem te desqualificar, mas você não é meu amigo. Fica até irônico você usar esse termo para depois desqualificar o “amigo”. Parece falso.Não tenho nada com esclarecimentos: o fato de que você declara me esclarecer já denota outro, que é o de que você possui a luz. O conhecimento. Noutras palavras, quer dizer que você já sabe de tudo.Esse esclarecimento não passa de uma forma de dialetizar universalmente: ao invés de buscar o que eu quis dizer com cada palavras, tenta dar um valor universal a cada definição. Daí decorre que, se eu entender uma palavra de forma distinta da sua, meu argumento já estará errado em primeiro lugar. Se você for pensar assim, só poderá participar de monólogos e nunca de diálogos, porque o uso das palavras difere em cada indivíduo."O que Jung chamou de “percepção intuitiva” é aquela percepção “em que não participa” a psique do ser humano, isto é, o que normalmente chamamos de “insight” e não tem nada a ver com nossos sentidos."Eis minha contradição: nesse caso eu te mandaria ler o livro Tipos psicológicos, mas você se declara um livre pensador que pensa livre da leitura de grandes quantidades de livros. E esse é um baita livrão, daí seria leviano da minha parte te indicar a leitura. De qualquer maneira, pelo que já li de Jung, a percepção intuitiva é inconsciente sim, mas não é totalmente desligada dos sentidos. Mantenho o exemplo que utilizei: para avaliarmos o caráter psicológico existente num texto usamos a intuição, mas para ver as letras usamos a visão (que é um sentido). Sem nenhum sentido com o qual o indivíduo poderia perceber a realidade, a intuição não poderia se manifestar."Para terminar o termo “metafísica” em filosofia, se refere ao, “estudo da essência dos seres” e “epistemologia” se refere à “origem, natureza e limites do conhecimento” e ambos termos estão relacionados com a realidade e não tem nada de abstratos."Tem sim. Veja: em epistemologia poderíamos afirmar, quase como Platão, que o conhecimento em origem no mundo interno de idéias. Assim a natureza das coisas seria imaterial e os limites do conhecimento seriam paralelos aos limites do indivíduo. Aliás, Jung chama esse mundo interno de idéias de inconsciente coletivo. Nesse caso, essa proposição seria metafísica, já que se define o estudo da essência dos seres através da abstração intuitiva (o que nos leva ao contato com o inconsciente). Claro que seria leviano, tal como Platão, querermos que essa seja a única forma de avaliar a natureza das coisas. Seria mais aconselhável que essa forma de pensamento se limitasse à esfera humana. Afinal, se formos pensar em implicações, estudar os eventos com os sentidos (ou, se preferir, sentidos externos) torna possível a tecnologia. Experimentos controlados podem ser feitos à fim de chegarmos à conclusões práticas. Isso, no entanto, não se aplica com perfeição à existência humana.No entanto, a argumentação da experimentação sensorial tem demonstrado a mim, mesmo em debates pela internet, a forma como tais argumentos são destituídos de tato no que tange a humanidade.
24/09/2009 às 10:37 #85000PhiliponMembro“Tome cuidado ao usar o termo amigo. Em geral não se atribui um juízo de valor tão simplório a essa palavra. Não quero te insultar nem te desqualificar, mas você não é meu amigo. Fica até irônico você usar esse termo para depois desqualificar o “amigo”. Parece falso”.Eu não estou falando que somos amigos... Considerar a todas as pessoas minhas amigas é opção minha. Se você precisa conhecer o currículo das pessoas antes de tratar-las como amiga é problema seu.Eu não estou “desqualificando” estou corrigindo...Se não gosta receber critica, não faça critica. A minha foi uma resposta a uma sua. “Esse esclarecimento não passa de uma forma de dialetizar universalmente: ao invés de buscar o que eu quis dizer com cada palavras, tenta dar um valor universal a cada definição. Daí decorre que, se eu entender uma palavra de forma distinta da sua, meu argumento já estará errado em primeiro lugar. Se você for pensar assim, só poderá participar de monólogos e nunca de diálogos, porque o uso das palavras difere em cada indivíduo”. Com respeito a Intuiçãosf (lat intuitione) 1 Conhecimento imediato e claro, sem recorrer ao raciocínio. 2 Pressentimento. 3 Teol. Visão beatífica. 4 Filos. Conhecimento claro, direto, imediato e espontâneo da verdade. Em nenhum desses casos se utiliza os sentidos internos (percepção, discernimento... próprios) e isso é valido para você, Jung, Platon e qualquer outro dignificado por você... Em outras palavras você argumentou de forma errada... Para finalizar, se deseja fazer criticas, procure utilizar argumentos próprios bem fundamentados e não aconselhe às pessoas procurar a base dos mesmos em outros livros. Existem pessoas que utilizam uma faculdade inata que possuem todos os seres humanos que se chama “pensar” (por se mesma).
24/09/2009 às 14:39 #85001BrasilMembroa sociedade está sob um fundamento corrupto: dinheiro.
Congratulações, amigo! São poucas as pessoas que compartilham desta sua opinião, eu sou uma delas.Desculpe-me por chamá-lo de amigo, mas é que este termo, pra mim, tem valor simplório. Faz-se erroneamente a idéia de que “amigo” seja a designação de um sujeito fiel e moralmente comprometido com o seu igual... Mas não é. Amigo é simplesmente parceiro, colega. Ou então, quando muito, expressa alguma simpatia ao outro. Posso chamar-lhe de amigo, pois tenho simpatia à tua opinião.Na verdade esta idéia que se faz da palavra amigo, é, em minha opinião, um tanto equivocada. Imagina-se que “amizade” está relacionado a algum compromisso ético ou moral. Mas não precisa ir muito longe para sabermos que, na prática, isso não acontece. Na prática, os compromissos éticos e morais entre amigos e estranhos são os mesmos.E isso que digo vem corroborar a sua afirmação lá em cima. “A sociedade está sob um fundamento corrupto: dinheiro.” A máxima: “amigo é dinheiro no bolso” é uma infeliz realidade. Não é a toa que ela é uma máxima...Mudando de assunto, sou simpático (amigo) às teorias de Jung. Acho que ele foi um pouquinho além do Freud. Freud trabalhou muito a infância, o que foi muito bom, pois para não adentrar em territórios freudianos Jung se dedicou a estudar comportamentos inerentes à segunda metade da vida; às interpretações e reflexões amadurecidas.Quando leio seus livros gosto de estar conectado à internet para consultar o Dicionário Crítico de Análise Junguiana. Recomendo!Quando nos deparamos em seus textos com termos como “imago”, ou “inconsciente psicóide”, ou “grande mãe”, fica muito gostoso de ler, pois temos todas as significações segundo Jung, tanto para os termos introduzidos por ele próprio, quanto para a sua acepção e concepção para os termos já existentes na Psicanálise freudiana. Voltando à divergência entre os colegas:Perceba que eu, você, o amigo Phillipon e Jung, somos simpáticos em algumas opiniões.O amigo Phillipon entende que o mundo é regido por uma energia psíquica, o que não se afasta muito do Inconsciente Coletivo de Jung, teoria da qual, penso eu, somos todos simpáticos."Sabedoria e loucura aparecem na natureza élfica como uma só e mesma coisa; e o são realmente quando a anima as representa. A vida é ao mesmo tempo significativa e louca. Se não rirmos de um dos aspectos e não especularmos acerca de outro, a vida se torna banal; e sua escala se reduz ao mínimo. Então só existe um sentido pequeno e um não-sentido igualmente pequeno. No fundo, nada significa algo, pois antes de existirem seres humanos pensantes não havia quem interpretasse os fenômenos. As interpretações só são necessárias aos que não entendem. Só o incompreensível tem que ser significado. O Homem despertou num mundo que não compreendeu; por isso quer interpretá-lo. Assim sendo, a anima e com ela a vida não têm sentido na medida em que não oferecem interpretação. No entanto, elas têm uma natureza passível de interpretação, pois em todo caos há um cosmos, em toda desordem há uma ordem secreta, em todo capricho uma lei permanente, uma vez que o que atua repousa no seu oposto. Para reconhecê-lo é necessário uma compreensão humana discernente, que tudo decompõe em seus julgamentos antinômicos. No momento em que essa compreensão humana se confronta com a anima, o capricho caótico desta última faz com que se pressinta uma ordem secreta, e, então, postulamos uma disposição, um sentido e um propósito além de sua essência, mas isso não corresponderia à verdade. Na realidade, de início não somos capazes de refletir friamente e nenhuma ciência e filosofia pode nos ajudar e, o ensinamento religioso tradicional só nos auxilia ocasionalmente. Encontramo-nos presos e emaranhados numa vivência sem meta e o julgamento com as suas categorias revela-se importante. A interpretação humana é falha porque se criou uma situação de vida turbulenta que não se adéqua a nenhuma das categorias tradicionais. E um momento de colapso. Mergulhamos numa profundidade última – como diz acertadamente Apuleio, “ad instar voluntariae mortis”. Trata-se de renúncia a nossos próprios poderes, não artificialmente desejada, mas naturalmente imposta; não de uma submissão e humilhação voluntárias acionadas pela moral, mas uma derrota completa e inequívoca, coroada pelo pavor pânico da desmoralização. Só quando todas as muletas e arrimos forem quebrados e não se puder mais contar com qualquer proteção pela retaguarda, só então nos será dada a possibilidade de vivenciar um arquétipo, que até então se oculta na significativa falta de sentido da anima. É o arquétipo do significado ou do sentido, tal como a anima é o arquétipo da vida." (C. G Jung - Sobre os arquétipos do inconsciente coletivo - 1934)Abraços.
24/09/2009 às 16:51 #85002Silas Carneiro do CoutoMembroDesculpe-me por chamá-lo de amigo, mas é que este termo, pra mim, tem valor simplório. Faz-se erroneamente a idéia de que “amigo” seja a designação de um sujeito fiel e moralmente comprometido com o seu igual... Mas não é. Amigo é simplesmente parceiro, colega. Ou então, quando muito, expressa alguma simpatia ao outro. Posso chamar-lhe de amigo, pois tenho simpatia à tua opinião.Na verdade esta idéia que se faz da palavra amigo, é, em minha opinião, um tanto equivocada. Imagina-se que “amizade” está relacionado a algum compromisso ético ou moral. Mas não precisa ir muito longe para sabermos que, na prática, isso não acontece. Na prática, o compromisso ético e moral entre amigos e estranhos são os mesmos.
Eis a questão que eu tentei colocar para O phelippon: a linguagem, por mais que seja parecida, tem suas variações em meio aos indivíduos. Damos valores e, as vezes, até significados diferentes. Considero um amigo não aquele que tem compromisso moral. Não tenho nada com exigências irracionais.Um amigo, na verdade, é uma pessoa que conheçe bem o valor e o significado que atribuo as palavras. Para isso a pessoal precisaria me conhecer e conviver comigo. Também á, é claro, elos afetivos de companheirismo.No caso la de cima o tom de insulto das colocações dele na argumentação acima me trouxeram essa idéia. Cheio de bonecos rindo e chaando de amigo pra depois dizer que você não sabe pensar, que não é capaz de interpretar a argumentação. Coisas assim.Tenho um conto autobiográfico da minha infância onde narro meu pensamento naquela época:"Eu bem sei como é o dinheiro. Às vezes é de papel e às vezes de ferro. Acho que o de ferro vale mais, porque o de papel rasga fácil e o de ferro dura. Um dia achei um dinheiro de ferro na rua. Ele estava lá jogado no chão e peguei para mim. Valeu uma bala. Não posso sair para a rua, mas tem o pátio, então vou procurar dinheiro ali pelo chão. Logo depois que sai de casa já achei uma moeda. Era de ferro, mas era o menor de todos. Eu vi que os maiores valiam mais, e os menores valiam menos, mas pelo menos era do de ferro e não do de papel."(http://insilasbrain.blogspot.com/2009/05/o-pequeno-messias.html)O que eu percebi foi que o Phelipon afirmou que Platão não é filósofo, o que desqualifica, logo de cara, o tipo intuição, segundo a tipologia Junguiana. Considero essa tipologia genial e eu mesmo me identifico com o tipo intuitivo. Daí decorre que isso, de qualquer maneira, teria que ser pessoal.
30/09/2009 às 14:09 #85003Talita.gbMembroAcredito que filisofar é buscar respostas, a filosofia não se resume apenas em pensamentos segmentados, mas sim na procura de si mesmo…suas crenças…Muitas pessoas tem a visão restrita quanto a o que é filosofar!! Não é parar em frente a uma arvore e ficar pensando sobre a morte da bezerra, mas sim para achar e formular respostas para as infinitas perguntas que não se calam!! Nem tudo existe uma por que (ou existe mas não sabemos), todavia o ser humano se sente completo e bem quando "pensa" que sabe o como e onde das coisas...filosofar é criar um estilo de vida!! É formular suas opiniões!! É viver usando o que temos de mais valioso em nos a MENTE!!Talita.
16/10/2009 às 23:37 #85004AcáciaMembroEm um texto recente na revista Veja eu li que “filósofos e cientistas desde a Antiguidade buscam descobrir as diversas matizes da personalidade humana”. Desta forma, a filosofia e os filósofos contribuem para a construção e desconstrução da nossa História através do estudo da racionalidade indispensável ao sistema. No entanto, a dúvida é´se o método empregado na transmissão de tamanho conhecimento está correto e que tipo de filosofia é válida para a edificação e contribuição destes alunos na sociedade.
17/10/2009 às 18:20 #85005AcáciaMembroGostei desta leitura sobre Blaise Pascal. Acredito que o homem quando é capaz de negar a si mesmo torna-se capaz de descortinar o Universo, viver em paz consigo mesmo, ser útil aos seus semelhantes e mais importante: Viver em harmonia com o seu Criador. No entanto, devido a sua origem, ou seja, o homem foi criado por Deus, esta negação de si próprio não será possível via auto-suficiência e sim, somente através da fé em Jesus Cristo, o autor e consumador de tal propósito. Entendo que superação sim, o homem é capaz sozinho, com o uso exclusivo de sua racionalidade. Daí, na prática, o efeito desta auto-superação por si só, não acarreta benefícios práticos e edificantes para o seu meio salvo, tornar-se e arrastar mais humanos para uma sociedade escravizada pelo e para o consumo. A difícil missão do ser humano, na realidade é, se ele, o homem, consegue por em prática os ensinamentos de Jesus, ou seja, estando apto para com Deus, para consigo mesmo e para ajudar aos seus semelhantes, o que fazer para “ser do mundo” e não “estar no mundo”, pois automaticamente, ele estará excluído. Mas…existe uma solução e pasmem todos aqueles que duvidam: A única solução também para esta fase: Jesus Cristo!
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