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29/12/2003 às 13:12 #77398Miguel (admin)Mestre
Seja bem Vindo Marcelo Penna Cagaya
Esta “certa rivalidade” que vc percebeu está presente em vários dos tópicos existentes neste interessante fórum, e seria uma infelicidade minha caso afirmasse que esta e outras rivalidades não contribuem para o desenvolvimento
dos debates, é verdade, ás vezes exagera-se e torna um pouco até engraçado, mas não deixa de somar.Entre e tome parte nos debates.
02/01/2004 às 3:43 #77399Miguel (admin)MestreCaros amigos,
Primeiro, gostaria de agradecer as saudações de 105 TORRE NORTE*. Um comentário: de fato, num ambiente democrático, o conflito torna-se legítimo e necessário. Apenas, devemos ressaltar a diferença entre “conflito” e “rivalidade”. Para a democracia, o conflito é necessário. Já a rivalidade é desnecessária e indesejável.
Segundo, quanto ao paralelo entre nazismo e marxismo, gostaria de expôr duas considerações:
1. ambas as propostas desagüaram em regimes totalitários. Sabemos disso (haja vista as experiências na Alemanha – para o nazismo – e as experiências na ex-URSS e China – para o socialismo). Mas por que isso ocorreu? Acredito que uma possível explicação possa ser encontrada se refletirmos sobre a influência do positivismo nas duas propostas – seja no nazismo, seja no marxismo. Sobre tal influência, um estudo aprofundado da Teoria Crítica, proposta pela Escola de Frankfurt, pode ser valioso para a nossa discussão.
2. seria interessante aprofundarmo-nos no estudo do totalitarismo. Para tanto, poderíamos começar discutindo a obra de Hannah Arendt. Vale dizer que não se trata de proferir palavras e palavras, cujos conceitos ou noções são vagos, incertos (quanto a isso, refiro-me àqueles que valorizam mais a utilização de palavras rebuscadas, sem se preocuparem com seus significados). Trata-se de realizar uma leitura atenta, acompanhada de uma análise crítica.
Desde já, confesso-lhes que nunca li, com profundidade, qualquer texto de Marx, Hitler, Hannah Arendt e outros pensadores importantes para o nosso debate. Todavia, anuncio meu imediato interesse pela leitura dessas obras (aqui, ao meu lado, está “O Capital”, de Marx – podemos começar pelo capítulo 1!).
Caso vocês estejam dispostos a realizar uma leitura atenta dessas obras (compreendendo os fundamentos, definições, conceitos), podem contar comigo. Este caminho é mais árduo. Mas, certamente, é um caminho mais seguro.
Para finalizar, duas palavras: quando sentimos o despertar da filosofia, somos imediatamente tomados pela ansiosidade de saber, pela inquietação da dúvida. Assim, “soltamos o verbo”, sem preocuparmo-nos com a rígida disciplina que o pensamento filosófico exige. No entanto, quando o espírito começa a amadurecer, sentimos a necessidade estabelecer uma correspondência entre nossas palavras e o real. Nesse momento, somos tomados por um sentimento, misto de determinação e paciência.
Abraços a todos.
02/01/2004 às 20:10 #77400Miguel (admin)MestreBoa Idéia, Marcelo! Eu, em alguma parte aqui, já propus discutirmos as raízes do totalitarismo e não ficarmos buscando paralelos que a nada levam. Claro que quem propôs isto, é o tipo que gosta de fazer o que chamo de ” filosofia vã”,ficar tergiversando e “malhando” todas as experiências que não tenham índole liberal-burguesa, mas vamos lá, tentar refletir sobre o totalitarismo. Neste sentido a obra de Hannah Arendt é mesmo essencial. Acho que podíamos começar por ela. Só para começar, falando um pouco sobre o totalitarismo, podemos mencionar que, segundo alguns, o socialismo, como o russo, e mais tarde o chinês, surgem em países com sociedade civil fracas, sociedades estas ,já anteriormente dominadas, sempre, por regimes despóticos. Será que em outras sociedades ,como as que hoje existem por quase toda a parte, estas sociedades permitiriam que o despotismo as dominasse facilmente e/ou por muito tempo? Abraços e parabéns pela sugestão Marcelo.
15/03/2004 às 19:33 #77401Miguel (admin)MestreA situação proposta por Marx na formação de um Regime Socialista o qual posteriormente pudesse caminhar em direção ao Comunismo é um pensamento embasado nos estudos feitos sobre a formação e legitimação do modelo Capitalista vigente visando uma evolção social! Seria um erro assimilar a teoria Socialista às atitudes de Stalin.
Não podemos resumir, nem muito menos transformar em tópicos, como os acima assinalados, toda a argumentação e conceituacão das idéias de Marx. Transformar o pensamento de Marx, assim como as teorias Totalitaristas, em cinco tópicos é um equívoco.
E, caso fossemos levar em consideração toda a argumentação de Marx e Hitler veremos que não é esta a forma mais coerente de compará-los pois trata-se de formas completamente distintas de pensamento e argumentação. Uma usa como forma de argumentação o racionalismo caucado sobre o materialismo histórico enquanto o outro utiliza do nacionalismo sentimentalista caucado nas idéias do Romanatismo.
Proponho então, uma forma de discussão mais coerente na qual podemos debater sobre as formas de argumentação e a coerência interna de cada uma das teorias para que assim possamos então, seguir adiante para promover posteriormente uma comparação mais restrita e especifica entre ambos!15/03/2004 às 22:21 #77402Miguel (admin)MestreLindo!!!! Perfeita colocação do nosso amigo Niarlathoth, o unico problema é seu nome (rs)
Tentarei entrar em contato com voce e tente você também entrar em contato com a teoria potencialista!18/02/2006 às 9:26 #77403Miguel (admin)MestreDesculpem-me pela intromissão. Sou socialista desde que nasci. O que leio é, você Fernando que como eu acredita no desafio da “Construção da Utopia”, mesmo que essa construção seja pelo contraditório e leve alguns séculos. Parbens pela sua garra.Quanto a você "Pacifista", parece que está dando vazão a vaidade e à prepotência. Você quer impor seus conhecimentos. Enfim quer ser o dono da bola. Esse comportamento é de 98% da popuolação. Não traz nada de novo. Deixe a vaidade cultural. Você não fala o que sente. Grato Vicente Mourão Landim
18/02/2006 às 9:44 #77404Miguel (admin)MestreFernando.Vamos parar com essa de que o Comunismo fracassou. O Comunismo NUNCA começou. As revoluções nominadas comunistas, todas fracassaram porque não tiveram paciência para fazer uma revolção cultural através de gerações. Como nunca foi feita uma revolução cultural, consequentemente, nunca houve comunismo. Uma sociedade para ser comunista, ela tem que se comportar expontaneamente como tal. E, isso é um processo que leva gerações. Uma sociedade é capitalista, porque todos correm atrás do lucro, mesmo que a obtenção desse lucro seja através da corrupção.Vicente Landim
28/07/2010 às 2:09 #77405Kadu HanekMembroGostei muito do tópico…. e das considerações do pacifista (sem querer tomar partido ou “Torcer” para um dos lados) e queria que alguém retomasse o assunto dos paralelos entre marxismo e nazismo… se há mais paralelos validos a serem citado… Acho que entendendo e estudando tais paralelos, para podermos compreender melhor as falhas nos regimes históricos, e para as precauções numa possível revolução por vir… e desculpe os socialista comunistas…de plantão! Tenho total afinidade com Marx(quem não tem?)… mas voltemos ao assunto… Vamos discorrer sobre os paralelos…luta de raças luta de classes Volk alemão proletariado pureza racial pureza cultural judeu burguêsQuais as reias diferenças?(se atenham superficialmente nesse ponto, pois é te entendimento comum em muitos aspectos) E quais os possíveis paralelos?
28/07/2010 às 19:48 #77406Oliveira, D…MembroGostei muito do tópico.... e das considerações do pacifista (sem querer tomar partido ou "Torcer" para um dos lados) e queria que alguém retomasse o assunto dos paralelos entre marxismo e nazismo... se há mais paralelos validos a serem citado... Acho que entendendo e estudando tais paralelos, para podermos compreender melhor as falhas nos regimes históricos, e para as precauções numa possível revolução por vir... e desculpe os socialista comunistas...de plantão! Tenho total afinidade com Marx(quem não tem?)... mas voltemos ao assunto... Vamos discorrer sobre os paralelos...luta de raças luta de classes Volk alemão proletariado pureza racial pureza cultural judeu burguêsQuais as reias diferenças?(se atenham superficialmente nesse ponto, pois é te entendimento comum em muitos aspectos) E quais os possíveis paralelos?
Prezado companheiro,Em relação à retomada da discussão, confesso que me furtei a leitura total do tópico em questão, por isso, parto somente de suas considerações. Assim, gostaria de pontuar que acho totalmente descabida qualquer aproximação entre a teoria social de Marx em todos os seus matizes ao nazismo, basta um contato com o Manifesto do Partido Comunista, por exemplo, e uma leitura do Mein Kampf . A distância é enorme, até mesmo antitética em todos os seus contornos.Marx propõe a abolição da propriedade privada, Hitler passa longe disso;Marx apresenta a possibilidade de um modelo de sociedade sem classes, Hitler a dominação de uma raça pura e ariana;Marx nos Manuscritos Econômico-Filosóficos fala na dimensão do humano-genérico, impossível é encontrar algo semelhante no nazismo;Portanto, respeitando quem esboçou qualquer aproximação, julgo que assim o fez sem qualquer leitura ou compreensão, tanto do pensamento marxiano como do nazismo e seus desdobramentosSem querer me apresentar repetitivo, mas atendendo sua sugestão, teço algumas considerações, ainda que em linhas gerais e sem qualquer aprofundamento:
luta de raças luta de classes Volk alemão proletariado pureza racial pureza cultural judeu burguês
1º Na luta de raças e seus desdobramentos, não se elimina a relação entre dominantes e dominados, pois, não aparece a expropriação da propriedade privada dos meios de produção e suas consequencias;2º O proletariado seria a única classe que, se libertando, libertaria toda a sociedade. Aonde estaria isso na concepção de Volk alemão?;3º Marx não trata especificamente de uma pureza cultural, pelo contrário, os determinantes da cultura estariam nas bases materiais de produção e reprodução humana, ou seja, enquanto superestrutura erguida a partir da concretude infraestrutural. Em outros termos, as questões materiais de produção determinariam também o que se entende por cultura, dessa forma, em uma sociedade comunista não faz qualquer sentido ou se tem qualquer importância uma pureza racial;4º Talvez aqui, com muito esforço poderíamos provocar uma aproximação, mas, nos deteremos tão somente em apontar para o burguês enquanto pertencente a uma classe, o que não ocorre com o judeu, isto é, em uma sociedade cindida em duas classes antagônicas como a nossa, não há classe dos judeus, mas sim, há judeus pertencentes à classe trabalhadora, bem como, a burguesia.Como se observa, há uma gritante diferença de método, análise, interpretação do real, visão de mundo, projeto de sociedade, enfim, somente há diferenças...Att
29/07/2010 às 5:45 #77407BrasilMembroEm primeiro lugar não há qualquer paralelo:1 - luta de raças X luta de classes - A luta de raças objetiva a supremacia de uma raça sobre outras. A luta de classes objetiva a eliminação das classes: Igualdade entre as pessoas em lugar de supremacia de um sobre outrem.2- Volk alemão X Proletariado – O Volk Alemão é uma exaltação à “superioridade” do povo alemão, portanto, se presta utilitariamente a esta particular linhagem étnica. Visa incutir na concepção geral dos alemães uma improvável e pretensa “superioridade” daquele povo sobre as demais etnias. A teoria do proletariado é uma proposta social que contempla e se presta a qualquer nação sem qualquer discriminação de etnia. É dirigido à humanidade e não especificamente a uma etnia. Prega a igualdade de direitos entre os povos e não uma suposta superioridade de uma etnia sobre as outras.3- pureza racial X pureza cultural – A pureza racial apregoada pelo nazismo é referente à hereditariedade das raças (etnias) isentas de hibridismo (mestiçagem). Pureza cultural ?? Desconheço... Marx pregou alguma “pureza cultural”? Não sei...4- judeu X burguês – Na concepção nazista “judeu” é uma qualificação étnica histórica à qual se atribui diversos “vícios” ou “defeitos”, dentro desta concepção, é uma condição totalmente irreversível. Na concepção marxista “burguês” é uma condição social alcançada ou herdada, a qual se atribui o monopólio do poder local, algo reversível.Em segundo lugar, a proposta de um paralelo entre tão diferentes ideologias apenas denota a necessidade do autor da proposta, de colocar uma teoria racial bizarra, unanimemente reconhecida como nociva à humanidade, como é o nazismo, no mesmo saco pejorativo em que coloca uma teoria social elaborada despida de vaidades, de prepotências sem fundamentos e nacionalismos, como é o marxismo: Torcida pelo oposto ao marxismo; capitalismo.Para uma boa reflexão, nada pior do que torcidas e parcialidades em geral.
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