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24/10/2002 às 16:17 #77323Miguel (admin)Mestre
Fernando:
quando não se respeita a opinião, opção, orientação ou expressão de outro ser vivo se é intolerante, e sendo assim, podemos atribuir a intolerância (“filha” do egoísmo e da vaidade)como a causa de (quase?) todos os conflitos humanos, desde uma discussão até uma guerra. Intolerância é falta de inteligência emocional, é aquilo que faz alguém pouco ligar para a fome dos nordestinos, dos africanos ou chineses, é aquilo que motiva um chefe de Estado a usurpar do que não lhe é de direito, é aquilo que leva a um crime, a um assasinato e também é aquilo que leva alguém a jogar lixo na rua ou passar um semáforo fechado. Ser intolerante é não se esforçar para compreender e respeitar a humanidade. É supor que somente a sua vida têm alguma importância.
E refletir sobre a intolerância nos conduz a uma conclusão: nos regimes políticos (capitalismo, comunismo e suas respectivas variantes) a intolerância predomina.
Como combater a intolerância????
Se te tornares uma pessoa tolerante já terás feito a tua parte. De nada adiantará termos governos tolerates se o povo em sua totalidade também não o for. Afinal, de que vale começarmos a construir uma casa pelo telhado?????E assim ocorrerá uma revolução verdadeira. Uma revolução de vidas e não só de leis.
No dia que isto acontecer teremos sepultado definitivamente as intolerâncias nazistas, marxisistas e capitalistas.
(PS: sabias que o deboche é uma forma de intolerância?!)
24/10/2002 às 20:15 #77324Miguel (admin)MestreMas precisamos ser intolerantes com a miséria e a fome, não?
25/10/2002 às 1:16 #77325Miguel (admin)MestreAfonso fez uma curta, mas importante declaração! Precisamos ser intolerantes com a miséria e a fome!. Mas,aí está um problema! Lamentavelmente as pessoas tendem a ser muito tolerantes com os que detendo o poder, seja este político ou econômico, causam , ou contribuem, mesmo que sem consciência, para a fome e miséria. Por isso insinuei, de fato com algum deboche, ao J.Alberto( peço a ele que aceite as minhas desculpas),que estes apelos a tolerância tendem a tornar-se vazios, sem uma discussão mais profunda. Parece que como a democracia a tolerância também pode ser algo relativo,que pode ser adjetivado. Tolerância com o crime, com os muito poderosos, etc. Assim, mesmo a tolerância , pode ser algo, no mínimo,controverso
25/10/2002 às 16:13 #77326Miguel (admin)MestreAfonso:
Tu não me compreendeste. Quando me referi a intolerância pensava em um termo mais amplo. Existem pessoas que não toleram terem de preocupar-se com a fome alheia pois acreditam que isto seja responsabilidade SOMENTE dos governantes, ou porque acreditam que deus quis assim, ou porque acham que esta questão é insolúvel, etc, etc. (E era nestas pessoas que eu pensava quando usei determinada expressão.) Logo, quem não tolera é INtolerante, certo?
Mas o Fernando também tem razão ao dizer que a tolerância é, de certa forma, relativa e vazia. Talvez, a expressão mais cabível naquele trecho específico da minha mensg do dia 24 fosse “ignorância”. Ou não. É tudo uma questão de ponto de vista. A filosofia tem dessas coisas.
Pelo sim e pelo não, peço desculpas pela minha falta de “clareza”.
Agora, Fernando, não consigo concordar contigo em relação a democracia. A democracia certamente não é perfeita, é cheia de conceitos vazios e dispersos, mas certamente é a melhor coisa que o homem já inventou em termos de definição dos governantes. Ser anti-democrático é ser intolerante em relação a opinião do próximo.
Fica uma pergunta: o controle estatal (intolerante) da economia mostrou-se um fracasso. O liberalismo econômico (também intolerante) já mostrou-se como perdição, certo? ENTÃO QUAL É A SOLUÇÃO PARA TERMOS UM M0ODELO MAIS IGUALITÁRIO?
25/10/2002 às 18:13 #77327Miguel (admin)MestreDe fato,J. Alberto, nos entendemos o que vc quis dizer com a sua colocação de intolerância, mas aproveitamos para ampliar a questão.Quanto ao que eu disse sobre a democracia, e quanto ao que vc colocou sobre a solução para um modelo mais igualitário, eu deixo para discutirmos outro dia, pois agora estou muito ocupado no trabalho e sem ” inspiração. Mas é uma questão vital, sem dúvida! O modelo centralizador estatal levou ao despotismo e ineficiência, o liberalismo econômico, leva opulência a uns poucos, exclusão para muitos. Existirá um meio termo? Como disse a questão merece uma reflexão mais ampliada. Vamos ver se outros também colaboram! Tenham um excelente final de semana.
26/10/2002 às 0:35 #77328márcioMembroJoao, entendo o homem como um predador natural e o capitalismo como uma consequencia dessa condicao.
É muito dificil domar essa condiçao humana. O comunismo tentou e fracassou.
Basicamente continuamos sob a lei do mais forte e isso nunca vai mudar. As armas podem mudar, as forças podem mudar, teremos combate, vencedores e perdedore. Infelizmente nao é possivel haver apenas vencedores.Respondendo sua pergunta: Nao é possivel ter um modelo igualitario. Ele nao é estavel.
26/10/2002 às 13:18 #77329Miguel (admin)MestreO site é de filosofia, tem gente inteligente e tal, mas ve-se cada “pérola”por aqui, que chegam a dar náuseas. Mas, não vamos choramingar, como já fui acusado e comentar, rapidamente, as “maravilhas”que o tal Marcio, expeliu:
>Joao, entendo o homem como um predador natural e o capitalismo como uma consequencia dessa condicao.
Comentários:
Um predador natural: Muito vago! Esquece que o homem também coopera e assim criou a família, sociedade, estado e outras instituições. Um predador natural que vive pregando a tolerância, o bom convívio entre seus pares, o respeito as leis, etc.
como vcs costumam fazer por aqui .>É muito dificil domar essa condiçao humana. O comunismo tentou e fracassou.
Basicamente continuamos sob a lei do mais forte e isso nunca vai mudar. As armas podem mudar, as forças podem mudar, teremos combate, vencedores e perdedore. Infelizmente nao é possivel haver apenas vencedores.
Comentários: A lei do mais forte não é assim tão evidente , até porque o conceito de forte é relativo . Exemplo grosseiro: Um homem alto e forte pode ser liquidado por um nanico portando uma arma de fogo. Outro exemplo: O estupro é algo comum entre alguns grupos de primatas, e nas comunidades antigas de humanos também foi prática natural. Ou seja o mais forte ( o macho), dominava para a cópula o mais fraco( a fêmea). No entanto a esmagadora maioria das sociedades, mesmo as primitivas, condena e pune o estupro. E eles , apesar de ainda existirem, não são prática comum. Este é o típico exemplo, onde o homem foi , para usar um termo forte “domado”. Mesmo que fique alguma angústia, aquilo que Freud chamou de mal-estar da civilização. Ao ver mocinhas com roupas provocativas passando junto a mim, apesar do apelo biológico, de insemina-las( desculpe a grosseria da comparação), pois sou “animal macho”, maduro, mas ainda em fase ativa sexual, as vejo com respeito e sequer emito galanteios.
>Respondendo sua pergunta: Nao é possivel ter um modelo igualitario. Ele nao é estavel.
Comentários: E existe algum modelo estável? Existe algo estável neste mundo? O capitalismo é estável? Há revoltas , distúrbios, criminalidade por toda a parte, mesmo no centro do capitalismo. Quando se fala do capitalismo se esquece freqüentemente da periferia. Esquecem que Bangla Desh, El Salvador, Haiti, e poderia juntar uma lista interminável são capitalistas.
Na realidade só um modelo , vejam bem …que perseguisse ideais igualitários ( que estariam volta e meia sendo redefinidos), talvez fosse o único viável.27/10/2002 às 2:44 #77330Miguel (admin)MestreOlá
Eu concordo que o homem é um predador natural. Castaneda certa vez disse que o modo de percepção do homem é o do predador, ou seja, ele divide os dados sensórios em comida e em perigo. Mas daí a inferir o capitalismo como consequência natural é uma coisa muito pífio. O raciocínio feito é: “O capitalismo é predatório” “O homem é predador”. “Logo, o capitalismo é uma consequência da natureza do homem”. Um sofisma óbvio. Para refutá-lo, basta aceitar que o capitalismo é um fenômeno extremamente recente, determinado e peculiar na história da humanidade, coisa de 500 anos, e que a imensa maioria dos povos e civilizações viveu sobre outra égide que não a capitalista.
O pessoal vive um niilismo político, uma desesperança de que algo pode ser mudado, e daí diz: isso é tudo assim mesmo, não tem outra maneira. Isso é dizer que a realidade é determinada. Free will, my son.
27/10/2002 às 3:02 #77331Miguel (admin)MestreOnofre, concordo contigo, mas talvez vendo pelo ponto de vista do Márcio, é interessante que toda a história humana (social e política) é feita através de dominação e exploração, não tivemos um só tempo sem uma classe/povo não explorar outra, através da escravidão p.ex. e depois pelo trabalho etc… Vc com certeza é sabedor de onde veio, como se criou o capitalismo, e seus motivos etc, principalmente as filosofias que o sustentaram, o individualismo entre as filosofias modernas do racionalismo e empirismo etc…legitimando de certa forma o capitalismo e a tomada do poder pela classe burguesa….bom, para existir capitalismo precisou do Estado etc… bem, quero chegar que o capitalismo, usando a dialética de hegel, nada mais é que um resultado, algo novo para antes dele (síntese) e tbm uma outra forma de exploração, bem, parece até que não ficou tão falacioso o argumento do Marcio, ao meu ver é claro… O que vc acha?
27/10/2002 às 4:01 #77332Miguel (admin)MestreNão acho que toda a história humana seja assim como você diz, essa coisa homogênea. Você está considerando uma série de coisas. Indo para o lado antropológico, e todas aquelas sociedades índigenas sem propriedade privida nem líderes que a história conta? Isso para pegar apenas um caso. Toda a história humana é algo muito panorâmico, vasto, sem querer ser chato. Além disso, ter dominação não significa que esta deva/possa ser legitimada. lembre-se de Hobbes: todos os homens se equivalem, pois o mais fraco pode sobrepojuar o outro pela união ou pela arte. E se isso é uma coisa natural, todo o esforço de civilização não vai contra alguns aspectos da “socializaçao natural” ou do anti-social no homem?
27/10/2002 às 13:56 #77333Miguel (admin)MestreFinalmente o debate se enriquece! Quero parabenizar as colocações de Onofre Veiga!Por hora é só isso. Deixo para escrever mais adiante para tentar faze-lo com mais profundidade! Talvez para abordar aspectos de como a civilização contraria( em geral para melhor), os “instintos naturais”do homem.( já mencionado pelo Onofre). Fico feliz que este debate tenha evoluído do puro nihilismo e das “estruturas simplistas e sofismáticas “! Abraços a todos!
28/10/2002 às 1:36 #77334Miguel (admin)MestreMas Onofre, sociedades primitivas sempre estiveram em conflitos tbm! Os líderes eram de cunho religioso e estavam lá sustentados e legitimados por crenças etc. Lógico se falarmos de pequenas comunidades fica difícil de acharmos dentro dela uma situação de exploração, mas em relação às outras? O que acontece quando por escassez um objetiva a terra do outro? Não sei, de certa forma, ao meu ver é claro, há uma continuidade da forma do homem em lidar com seus problemas, tbm não aceito o simples fato de entender o capitalismo como uma forma natural, decorrencia natural do homem, vejo o como uma relação social, mas acho interessante a influência natural que isso deve ter tido, é só olharmos o mundo, não é? Ele é o que é, e ao olhar para o passado, mudam-se os nomes, mas a exploração do “menos afortunado” pelo “mais afortunado” seja fisicamente, biologicamente e outras “mentes” continua. Ou não?
Quanto a sua questão, eu acho que se é o homem que faz, bem, seria natural dele ter feito…Por mais que seja errado ou contrário, acaba se exaurindo rapidamente… ou será a utopia possível?28/10/2002 às 1:40 #77335Miguel (admin)MestreNão estou, antes de mais nada, aqui para discordar apenas etc… mas pedindo a colaboração nessa forma de discussão para realmente aprender e chegar a melhores idéias, OK, acho muito importante os pontos de vista de todos, portanto… sinto-me agradecido por poder receber respostas de vcs, até de vc Fernando… sem mágoas. OK.
28/10/2002 às 4:13 #77336márcioMembroOnofre, o capital é apenas mais uma arma recente na mao do predador natural. E o capitalismo o resultado do uso dessa arma pelos mais fortes.
Fernando, permita-me colocar sua frase da seguinte maneira: A lei do mais forte é muito evidente, porem o conceito de forte é obviamente relativo.
Fernando, um modelo igualitario é tao estavel quanto uma bolinha de gude equilibrada na ponta da piramide social. (obs: num utopico sistema igualitario teriamos um cubo social e ai talvez a bolinha ficasse equilibrada).
Fernando, o fato do sistema sofrer revoltas, disturbios e criminalidade e nao cair, significa que até o momento ele pode ser considerado como estavel.
Alias, olhando o capitalismo, é impossivel nao imaginar que um sistema como esse nao sofra revoltas, disturbios e criminalidade.28/10/2002 às 4:18 #77337márcioMembroAfonso, percebo que minha linha de raciocionio esta alinhada com a sua. Ia fazer um comentario sobre aquela parte do indio, mas seria apenas redundancia sobre o que voce colocou.
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