Início › Fóruns › Questões do mundo atual › A crise das teorias políticas de esquerda › Paralelo Nazismo-Marxismo
- Este tópico está vazio.
-
AutorPosts
-
02/11/2002 às 0:41 #77368Miguel (admin)Mestre
Nem vou perder mais meu tempo, isso está sendo pior que dar milho a bode.
ficar só pensando sobre o indivíduo.
Seria esperar demais mesmo que vc compreendesse.
Vc já disse ser indivíduo é difícil, agora está chegando ao ponto de dizer que ser indivíduo é algo inacessível para pobres coitados, que não merecem uma explicação porque não iriam entende-la mesmo. Ora , isso é pura arrogância!
É? Ou foi vc que nao entendeu nada? Isso nao é assunto de comunicaçao direta. Nao é estudo que faz de alguem um individio, continue com os seus sisteminhas, quem sabe talvez monte um bem bonitinho.
Estou esperando a tua ” teoria da individualidade”, mas pelo visto nada de aproveitável sairá.
Espere sentado! Nao existe isso da “teoria da individualidade”, e enquanto vc achar que isso é objeto alcançavel por explicaçoes, está perdido.
Seja uma boa vaquinha e junte-se ao rebanho, quem sabe algum dia a ficha caia, se a águia nao cair primeiro.02/11/2002 às 1:06 #77369Miguel (admin)Mestre“Numa regiao distante várias pessoas ficavam doentes e morriam de um tipo raro de cancer.
Certo dia chegou um médico novo naquela regiao, e, depois de examinar vários desses pacientes, começou a receitar como rémedio para esse mal urina de rato fervida.
O farmaceutico do lugar, sabendo que esse tratamento era completamente inútil, começou a avisar as pessoas que aquele remédio nao curava o cancer. O aviso foi muito mal acolhido.
Um dos doentes disse:
– E qual remédio vc receita entao?
– Eu nao tenho outro remedio, mas esse que o médico está receitando nao cura nada, e é possivel que até faça mal.
– Ora, se vc nao tem outro remédio para me receitar, fique calado!
E voltou para casa com mais 5 garrafas de urina de rato.”02/11/2002 às 13:30 #77370márcioMembroDe uma maneira geral e superficial diria assim:
Em 2003, ja nao mais existem comunistas, filosofos e divindades.
Mas como sempre, a ficha demora para cair … se cair.
02/11/2002 às 21:51 #77371Miguel (admin)MestreMarcio,
um outro modo de dizer poderia ser: Em 2003, ja nao mais existem comunistas, filosofos e divindades como antes.
Talvez a filosofia como sistema esteja mesmo em crise atualmente, mas a afirmaçao que vc fez tem pretensao de verdade e assim pode passar como uma afirmaçao filosósica, nao é? Talvez continuem existindo filosofos. Talvez filosofia nao seja sistema, mas um modo de pensar que busca considerar o todo, sem deixar nenhum enfoque de fora, ou talvez seja até outra coisa. O que leva à questao: se filosofia nao tem mais o significado que tinha antes, deveriamos insistir em usar a mesma palavra para designar coisas que podem ser diferentes? Entendo que Wittgenstein responderia que sim, que trocar de palavra nao resolve a questao e ainda introduz mais confusao. O proprio diálogo cuidar de aparar as arestas e esclarecer o significado das palavras que aparecem, como cada uma das partes o entende.
Tambem, como no caso da filosofia, talvez se passe o mesmo com o comunismo ou a religiao.
O Pacifista chamou a atençao para algo que é dificil nao considerar hoje, voce resumiu com aquela afirmaçao, eu estou tentando aparar algumas arestas
04/11/2002 às 2:08 #77372márcioMembroPilgrim, é valido. A ideia original era uma frase curta e forte com uma serie de significados implicitos. Um deles é o “como antes” que voce aponta.
Uma outra abordagem seria somar essa frase a uma outra colocada pelo CAIO ALMEIDA em um outro debate:
Em 2003, embora ja nao mais se acreditem em comunistas, filosofos e divindades, como antes, o importante é ter algo em que acreditar, afinal o que nós cremos é o que dá sentido a nossa vida.
04/11/2002 às 2:17 #77373márcioMembroAgora com uma pitada de humor negro …
Em 2003, embora ja nao mais se acreditem em comunistas, filosofos, divindades, nazistas e uma infinidade de outras coisas, como antes se acreditava, o importante é ter algo em que acreditar, mesmo que seja uma garafa de urina de rato fervida, afinal o que nós cremos é o que dá sentido a nossa vida.
(obs: Em breve o PT tambem estara sendo acrescido a essa lista)
04/11/2002 às 3:41 #77374Miguel (admin)MestreMarcio,
O que vc colocou é muito interessante e me levou a pensar em outra questao: diante desse quadro só resta entao o pessimismo?
Algumas pessoas assumem uma postura pessimista enquanto que outras, diante do mesmo quadro, e encarando a realidade de frente do mesmo modo, assumem, entretanto, uma postura otimista. Assim, concluo que a postura pessimista ou otimista nao é tanto fruto de uma maior compreensao da realidade, mas apenas um juizo de valor pessoal sobre ela. Logo, o otimista tem tanta razao quanto o pessimista.
Otimo, desde que nao entendam (ambos, o pessimista ou o otimista) isso como uma desculpa para enterrar a cabeça na areia e fugir da realidade.
04/11/2002 às 12:35 #77375márcioMembroInteressante mesmo … a palavra pessimista tambem passou pela minha cabeça assim que escrevi essa ultima frase, assim como ceticismo, otimismo, realismo, achismo e outros ismos.
Deve ser interessante analisar o relacionamento entre elas e seu relacionamento com o perfil do individuo (como voce assim o iniciou).
Por outro lado, para complicar ainda mais, a compreensao da “realidade”, que seria o referencial, as vezes é muito complicada uma vez que em muitos casos, ela é um “alvo movel numa sala de espelhos” (ou uma ilusao).
Para esses casos, talvez o referencial do “real” fosse algo como o “senso comum”, que tambem nao é muito facil de ser encontrado …
Entendo que as pessoas sao direcionadas para assumirem uma postura otimista.
Otimismo estaria associado ao sucesso e pessimismo ao fracasso.
05/11/2002 às 12:39 #77376Miguel (admin)MestreJá tentei associar otimismo e pessimismo com outra coisa sem muito sucesso. De inicio pensei em fé, mas nao funciona. Há pessoas com fé que sao bastante pessimistas, assim como há os incrivelmente otimistas. Entendo entao que otimismo e pessimismo sao relações e nao termos absolutos.
Otimismo estaria associado ao sucesso e pessimismo ao fracasso.
Seguindo aquele raciocinio, vc fala de sucesso e fracasso em relaçao a quê?
Poderia tentar explicitar mais seu pensamento?
06/11/2002 às 2:57 #77377márcioMembroÉ … me pegou. Esse foi um pensamento generico pragmatico que precisa ser melhor elaborado.
Mas entendo que o otimismo ou o pessimismo estariam associados a uma acao futura qualquer.
Dentre os varios fatores que condicionam o sucesso ou o fracasso de uma acao futura, estaria incluido ai, uma certa dose de empenho determinada pela condicao: pessimista (menor empenho) ou otimista (maior empenho).É apenas uma percepcao pessoal generica …
Mas nada impede que um pessoa que penda para o pessimismo obtenha muitos sucessos e outra que penda para o otimismo obtenha muitos fracassos.
Entretanto, acho que estatisticamente essa condicao deva ser menor que a de seu correspondente inverso.20/09/2003 às 19:03 #77378gallagherMembroHitler disse uma frase interessante: “Basicamente, nacional-socialismo e marxismo são a mesma coisa.”
20/09/2003 às 20:28 #77379Miguel (admin)MestreAdoram fazer paralelos entre nazismo e marxismo. Esquecem coisas elementares, mas importantíssimas como: 1)o nazismo não cria, por exemplo , uma teoria econômica, se utiliza da estrutura produtiva do próprio capitalismo;2) O marxismo não tem uma raça ariana escolhida. Tudo bem , mas vcs podem dizer que ele escolhe o proletariado, mas assim mesmo, quantos arianos há em termos de escala mundial(devo lembra-los de 1,2 bilhões de chineses, mais 1 bilhão de escuros indianos, mais outros tantos, milhões de africanos e mestiços latino-americanos,etc), e qual a escala do proletariado? Por outro lado vcs se esquecem do paralelo entre os novos liberais , os chamados neo-liberais e a direita. Já tentei explicar em outros lugares e ocasiões que não se precisa mais da direita nazi-facista , aí estão os gallhaghers e outros direitosos e racistas dissimulados.
20/09/2003 às 23:09 #77380gallagherMembroOra, ora, ora, se não é o sr. Fernando, e pasmem, me criticando. Acredito que todos aqui do fórum já perceberam que o senhor quer ser o Beria quando crescer.
Se o senhor lesse com mais atenção a minha lacônica mensagem, veria que simplesmente citei uma frase de alguém que está muito mais interessado em fazer paralelos entre o nazismo e o socialismo, do que um mero liberal como eu.
Agora, em relação à sua tentativa de me associar com os “racistas dissimulados”, sugiro que mostre algo que eu tenha dito que possa ser interpretado desse forma, caso contrário, sobre o que não se pode falar, deve-se calar.
22/09/2003 às 11:51 #77381Miguel (admin)MestreEu escreví algures e alhures neste site: As pessoas progressistas tentam reagir, mas envergonhadas em serem, hoje em dia, comunistas, ou coisas do tipo, propõem cotas para os negros, o que é algo louvável, mas aí os facistóides disfarçados, alegam que se está agredindo a constituição, etc. Antes , eles não haviam pensado no negro, pobre, etc.
O abominável anglófilo Gallagher, escreveu: É mais ou menos, a forma como a affirmative action procura enfrentar o racismo. Esse pessoal faz vários estudos estatístico de forma a tentar imputar uma seriedade quase científica às suas revindicações, mas esquecem de se fazer a pergunta primordial: “Será que é justo o que estamos propondo?”. O meu senso de justiça me diz o seguinte: ”Ora, se eu quero que todos tenham os mesmos direitos, não posso concordar que se legisle a favor de um segmento da população. Seja qual for a alegação.” Como será possível que todos sejam tratados da mesma forma, tratando alguns de forma diferente? Me parece um paradoxo. Não consigo ver, como chegaremos à igualdade através da desigualdade. Portanto, segundo o meu ponto de vista, o antídoto do racismo não é, nem nunca será, o próprio racismo.
Comentários: Quem só se preocupa com direitos constitucionais, para barrar políticas progressistas de compensação, por séculos de prática odiosa racista, na minha opinião só pode ser racista disfarçado. Ou vcs acham que neste mundo, de hoje, algum destes liberais vai dizer que não aceita negros? Neste ponto concordem comigo ou não, gostaria de que alguém da área do direito pudesse enriquecer, talvez, a discussão. Vejam, o Gallagher, cheio do que ele chama do seu senso de justiça, apela para a questão que todos devem ter o mesmo direito, assim não se poderia legislar para um segmento da população. Eu pergunto…não existe um Princípio do direito que afirma que não se deve tratar os desiguais(no caso os negros, em Condição Desigual de oportunidades, etc) igualmente? Ou seja, não se pode tratar igualmente a questão do faminto do que está farto, do que sofre racismo, daquele que pelo seu fenótipo não tem qualquer problema. Aguardo os colegas do Direito.
22/09/2003 às 13:57 #77382Miguel (admin)MestreEnfim, voltou a velha pendenga do bolorado comunista; o papo não evoluiu nada e cada vez mais vai cheirando a mofo; não é a toa que, hoje, quando se houve falar de comunista no mundo, as pessoas se recordam de hippies, romisetes, filmes preto-e-branco, cinema mudo, e aqueles chatézimos discursos do grande irmão: “camaradas e camaridas, a luta continua, os dinossauros nao se extinguirão e nós também não…”.
A estratégia é sempre a mesma: quem discorda do sisteminha supimpa de construir o “paraíso” na Terra – a sociedade das formigas – é reacionário facistóide. Blá!
As pessoas progressistas tentam reagir
Como se defender uma teoria focilizada do seculo XIX fosse algo super-progressista…
alegam que se está agredindo a constituição
E, segundo me lembro dos “argumentos” bolorados, a constituiçao também é burguesa e está mesmo aí para ser desrespeitada e pisoteada. Não é?
O abominável anglófilo
E ser russófilo é assim tao diferente?
esquecem de se fazer a pergunta primordial: “Será que é justo o que estamos propondo?”. O meu senso de justiça me diz o seguinte: ”Ora, se eu quero que todos tenham os mesmos direitos
Todos defendem a igualdade, o capitalista também (!). É certo que o igualitarismo tem a ver com a igualdade. Mas que ideologia política não tem a ver com a igualdade? A questão é:
Igualdade, assim como a liberdade, é um conceito genérico e vazio se não for especificado ou preenchido. Portanto, quem invoca a liberdade tem o dever de responder a duas perguntas: a) Liberdade de quem? e b) Liberdade em relação a que?
Analogamente, quem invoca a igualdade tem o dever de responder a duas perguntas:
a) Igualdade de quem? e b) Igualdade em relação a que coisas?Resumindo, há quatro possíveis respostas:
1. Igualdade de alguns em alguma coisa.
2. Igualdade de alguns em tudo.
3. Igualdade de todos em alguma coisa.
4. Igualdade de todos em tudo.Evidentemente, o comunista, igualitário, busca a quarta. A terceira, na qual o comunista sempre quer se refugiar quando a coisa aperta, é bem conhecida dos liberais. Das outras três respostas:
– a 1ª. Não é particularmente significativa, já que qualquer norma geral e abstrata, como são em geral as leis, estabelece que alguns são iguais em alguma coisa.
– a 2ª. É o chamado igualitarismo parcial. O exemplo mais famoso é a república platônica, onde os princípios igualitários valem exclusivamente para uma única classe de membros da república.
– a 3ª. Não tem nada a ver com a concepção igualitária, já que a idéia de que todos os homens sejam iguais ao gozo de certos direitos ou liberdades diante da lei é princípio característico de qualquer constituição liberal.Podemos entao definir a DOUTRINA IGUALITÁRIA como: concepção global da sociedade (geral ou determinada) segundo a qual é desejável que todos (todos os homens ou todos os membros dessa sociedade) sejam iguais em tudo.
Ora, qualquer exigência por igualdade distingue-se de outra também em relação aos critérios de justiça que ela assume em vista da atribuição da “coisa” a “quem”. Por exemplo: Que todos devam ter um lugar para morar não significa que todos devam morar num lugar igual.
O comunista raciocina assim:
O critério igualitário por excelência é o critério da necessidade.
– a cada um segundo sua necessidade;
– a cada um segundo sua capacidade;
– a cada um segundo seu trabalho.
A necessidade é o critério que satisfaz os ideais de um igualitário, mais do que do que a capacidade e o trabalho, porque os homens podem ser considerados de fato mais iguais em relação à quantidade e à qualidade da capacidade demonstrada nesta ou naquela atividade ou trabalho prestado nesta ou naquela obra.O lema comunista é: Os homens deveriam receber a mesma quantidade e qualidade de alimentos porque ninguém tem duas bocas ou duas barrigas.
Mesmo que um comunista admita as diferenças entre uma criança e um adulto, entre um homem e uma mulher… ele sempre vai defender que essas diferenças serão sempre menores do que aquelas:
– que a própria natureza estabeleceu entre as capacidades dos homens
– que a sociedade reconhece repartindo com base nas capacidades as diferentes formas de trabalho.Podemos entao resumir assim:
A doutrina igualitária trabalha com o critério da necessidade que é aquele que permite a menor diferenciação: a natureza fez os homens mais iguais em relação às necessidades do que em relação às capacidades e à possibilidade que (segundo as diferentes capacidade) têm de cumprir este ou aquele trabalho útil à sociedade. Já a doutrina liberal avalia positivamente as desigualdades e até mesmo considera uma sociedade tanto mais civilizada quanto mais desigual. Ela trabalha com o critério da capacidade para a distribuição das recompensas. A igualdade que os liberais defendem e buscam é a igualdade de oportunidades. Defende a igualdade na largada e não a igualdade na chegada. A última nao leva em consideração nenhuma noção de mérito. Contudo, o critério da necessidade não é o único admitido em uma doutrina igualitária. No programa social dos Iguais é acolhido também o critério da capacidade -> não para distribuição dos bens (!) mas somente para a repartição dos trabalhos. (Formigas não tem bens.)
1) O que permite afirmar que uma doutrina não-igualitária é perfeitamente compatível com o princípio da igualdade dos pontos de partida. A doutrina liberal considera que todos devem partir da mesma linha de largada, para vencer quem combater melhor (o mais capaz).
2) O que conta é a igualdade dos pontos de chegada para a doutrina igualitária, não se considerando a noção de mérito.
Há dois modos de se buscar uma maior igualdade entre os membros de um determinado grupo social:
a) estender as vantagens de uma categoria a outra categoria privada dessas vantagens (exemplo: extensão dos direitos políticos dos que sabem ler e escrever aos analfabetos)
b) nivelamento – retirar de uma categoria de privilegiados as vantagens de que goza, para que deles possam obter os benefícios também os não-privilegiados.
O nivelamento é umas das características distintivas do igualitarismo, e isso que faz dele um “revolucionário”.Todas as teorias políticas que desafiaram o problema da igualdade precisaram enfrentar a diferença entre desigualdades naturais e desigualdades sociais. As teorias igualitárias apostam que a maioria, senão todas, as desigualdades são origem social.
Um igualitário defende que as desigualdades naturais são irrelevantes, de tal modo que elas não justificam um tratamento distinto na designação das obrigações e dos bens para a “feliz vida comum”.
Os homens não são considerados como indivíduos, mas como ser genérico. É uma escolha de valor. Não considerar os homens como indivíduos mas como ser genérico.
Camaradas formigas, uni-vos!
Aguardo os colegas do Direito.
É, já sabemos disso
E está aguardando também as “pessoas de bom senso”, e os “esclarecidos”, e os “progressistas”, os “camaradas proletários” (com microcomputador), mas só vale se forem comunistas e concordarem com o que vc diz.
-
AutorPosts
- Você deve fazer login para responder a este tópico.