Que razoes para existir Deus ?

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  • #73485
    Suzana
    Membro

    Deus fornece os pensamentos como prova para o Espírito, mas, diferentemente do que dizia Descartes, Deus não pensa, logo a alma também não pensa, quero dizer, o principal sentido que pode ligar a alma a Deus, não é o pensamento, mas é justamente essas outras faculdades ocultas e inexploradas. Nos primeiros tempos do Cristianismo Primitivo, a maior virtude era a atenção (aos pensamentos) e o maior "pecado" era a desatenção.

    Mas é claro que a alma pensa! No entanto ela teve seus pensamentos "encerrados" sob as diversas correntes de pensamentos e razões "divinas e lógicas" que movem o mundo e por tabela, nosso sistema. Mas o coração que busca a Deus se move na "Gravidade", e, através das "Parábolas de Jesus Cristo" , nos tornamos capazes de emergir das palavras, pela Palavra. O Reino de Deus existe e é Verdadeiro. O que não existe é o reino dos homens. Este, está apenas impresso e figura como x`de X.

    #73486
    Claudio L.
    Membro

    Legal. São dois livros curtos, mas muito completos e, muitas vezes, de difícil leitura. Vale ler atento e de um vez só. Sem medo de errar, afirma com segurança que 90 por cento dos Homens de Pensamento que passaram pela terra nos ultimos 2400 anos leram essas páginas. Fedão é ainda mais especial, é dos livros mais importantes do Platão porque em Fedão (Fidon) pelas palavras de Platão conhecemos a morte Sócrates. Vale tentar e entender cada pergunta feita por Socrates.  Divirta-se! (Sim, o livro foi escrito "apenas" 300 anos do que é narrado como a morte de Jesus Cristo. Tire suas próprias conclusões.) Faltou completar meu posta anterior com a pergunta: Se vontade de Existir não é palpável e Existir é, e a essência da existência é a vontade de Existir, podemos dizer que são dois que formam um... Abraço.

    #73487
    Monstrinho
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    Sobre as ondas do mar (nós) e o oceano (Deus), eu havia me inspirado na leitura, que fiz dias atrás do Shankara, “A Jóia Suprema do Discernimento”.Baixar pdf: http://www.4shared.com/document/8y_-76MO/A_Jia_Suprema_do_Discernimento.html O Shankara é um filósofo oriental do século IX. Para ele, sendo os objetos do mundo sensorial transitórios e impermanentes, tudo é ilusão, e tolice será o Atman se identificar com os invólucros que percebem os objetos do mundo exterior. O Atman é um com Brahman, tudo o mais, como corpo, ego, corpo sutil, mente, são invólucros do Atman, assim como o mundo e o Universo são invólucros de Brahman. Encontra paralelo na Filosofia ocidental com o próprio Platão, no seu conceito de anima mundi, que será retomado com outras roupagens por Henry More, em 1659, com o termo "Espírito da Natureza", Éter ou Fluido Cósmico Universal, sendo identificado como o "corpo de Deus", o grande oceano de éter, matriz de tudo o que existe, na tradição newtoniana.A diferença é que, para Shankara - se é que existe tal meio universal - ele é um invólucro de Brahman. Leiam o Shankara, é super fácil de entender e de leitura prazerosa. Abçs,

    #73488
    Claudio L.
    Membro

    Monstrinho, tenho um complemento para falar sobre sua teoria das ideias que nos ensinam:Tempo e Espaço nos ensinaram a pensar?Espaço é inerente ao ensino e o tempo também. São Razões Puras. Mas, um bebê é ensinado a chorar quando está com fome, e uma mãe é impelida a dar o leite porque assim lhe ensinaram? Os cientistas dirão que são instintos. Nesse caso deduzem que as celulas tem poder de armazenar conhecimento, e só os unidades que tinha tais caracteristicas evoluiram.... Pois bem: seria o talento de mozart uma caracteristica do seu instinto? Dirão que seu pai lhe ensinou a música, mas como tantos pais ensinaram musicas aos seus filhos. Dirão que ele possuia qualidades naturais. Naturais de onde, se tudo é ensinado, e sabemos que a boa musica e o bom ouvido para a musica não se ensina. E quem ensinou o homem a imaginar? E porque na maternidade uns bebês choram mais e outros menos? Efeitos da experiencia na gravidez? E porque gemêos não se comportam de forma identica? Porque cada um digere a experiencia de forma diferente? Mas quem os ensina a forma de digerir a entender e perceber a experiencia? O corpo? Então o corpo seria um sujeito que compreende e entende, ou o corpo é o objeto pelo qual o sujeito experiementa?Sendo o objeto, o sujeito independe do corpo.... talvez.

    #73489
    Monstrinho
    Membro

    Monstrinho, tenho um complemento para falar sobre sua teoria das ideias que nos ensinam:Tempo e Espaço nos ensinaram a pensar?Espaço é inerente ao ensino e o tempo também. São Razões Puras. Mas, um bebê é ensinado a chorar quando está com fome, e uma mãe é impelida a dar o leite porque assim lhe ensinaram? Os cientistas dirão que são instintos. Nesse caso deduzem que as celulas tem poder de armazenar conhecimento, e só os unidades que tinha tais caracteristicas evoluiram.... Pois bem: seria o talento de mozart uma caracteristica do seu instinto? Dirão que seu pai lhe ensinou a música, mas como tantos pais ensinaram musicas aos seus filhos. Dirão que ele possuia qualidades naturais. Naturais de onde, se tudo é ensinado, e sabemos que a boa musica e o bom ouvido para a musica não se ensina. E quem ensinou o homem a imaginar? E porque na maternidade uns bebês choram mais e outros menos? Efeitos da experiencia na gravidez? E porque gemêos não se comportam de forma identica? Porque cada um digere a experiencia de forma diferente? Mas quem os ensina a forma de digerir a entender e perceber a experiencia? O corpo? Então o corpo seria um sujeito que compreende e entende, ou o corpo é o objeto pelo qual o sujeito experiementa?Sendo o objeto, o sujeito independe do corpo.... talvez.

    Os instintos também fazem parte. Concordo com esses cientistas de que, há informação, conhecimento armazenado nas células e glândulas. Mas, quanto à teoria das idéias, eu me referi que, é no próprio mundo onde se desenvolvem tendências boas ou más. Está tudo bem com o bebê, mas de repente, outro bebê lhe tira a chupeta, então é ensinado a ele ir lá e re haver a sua chupeta ou não. As mães dizem aos seus filhos pequeninos: "Se alguém te bateu, você bata também"; "se te xingaram, xingue tbm", pq de outro modo, "os filhos não aprendem a se defender", ainda mais no mundo da competição capitalista. Pois, Deus criou a todos simples e ignorantes, mas uns "decaíram", se desviaram do bem enquanto outros, perserveraram no bem e chegaram até Deus. E eu pergunto: se havia duas estradas para seguir, a do bem e a do mal, porque algumas criaturas de Deus escolheram a estrada do mal? Se fazer o bem leva a Deus, e fazer o mal distancia o homem de Deus, porque a maioria faz o mal? É a própria pessoa que escolhe fazer o bem ou fazer o mal? "Mas quem os ensina a forma de digerir, entender e perceber a experiência?" É uma boa pergunta. Alguém ensina os bebês a fazer isso, de outro modo eles já nascem sabendo? Abçs,

    #73490
    Monstrinho
    Membro

    Olá a todos! Como estou lendo o "Fidon" (Ensinamentos de Sócrates), lembrei-me dessa fábula: ;D Fábula do Demônio e de Deus à Procura do Eu ;DUm deus e um demônio foram aprender a respeito do Eu com um grande sábio: Estudaram com ele durante muito tempo. Por fim, o sábio lhes disse: "Vós mesmos sois o Ser que estais procurando". Ambos pensaram que seus corpos eram o Eu. Voltaram ao seu povo, muito satisfeitos, e disseram: "Aprendemos tudo quanto há para aprender: comei, bebei, e alegrai-vos. Somos o Eu. Nada há além de nós".A natureza do demônio era ignorante, enevoada, por isso jamais indagou para além daquilo, mas ficou perfeitamente satisfeito com a idéia de que era Deus, de que "Eu" queria dizer "corpo". O deus tinha natureza mais pura. De início, cometeu o erro de pensar: "Eu, este corpo, sou Brama. Por isso, mantenho-o forte e saudável, bem vestido, e ofereço-lhe toda a sorte de prazeres". Dentro de poucos dias, porém, descobriu que não fora aquilo que o sábio, seu mestre, quisera dizer. Deveria haver algo mais alto. Assim, voltou, e disse: "Senhor, ensinaste-me que este corpo era o Eu? Se é assim, vejo todos os corpos morrerem, e o Eu não pode morrer".O sábio falou: "Descobre: tu és Aquele!" Então, o deus pensou que o sábio se referisse às forças vitais que fazem o corpo trabalhar. Mas, depois de algum tempo, viu que se comesse, as forças vitais permaneceriam fortes, porém, se passasse fome, elas se tornariam fracas. Voltou ao sábio e disse: "Senhor, quereis dizer que as forças vitais são o Eu?" O sábio falou: "Descobre por ti mesmo: tu és Isto!"O deus mais uma vez voltou para a sua casa, pensando que talvez a mente fosse o Eu. Logo depois, entretanto, viu que os pensamentos eram tão vários, ora bons, ora maus. A mente era mutável. demais para ser o Eu. Voltou ao sábio, e disse: "Senhor, acho que a mente não é o Eu. Foi isso que quisestes dizer?" E o sábio replicou: "Não. Tu és Aquele! Descobre por ti mesmo".O deus voltou ao lar e finalmente descobriu que ele era o Eu, para além de qualquer pensamento, um, sem nascimento e sem morte, que o ar não podia secar ou a água dissolver; o sem começo e sem fim, o inabalável, o intangível, o onisciente, o Ser onipotente, que não era o corpo ou a mente, mas estava além de ambos. Assim, ficou satisfeito, mas o pobre demônio não obteve a verdade, porque amava demais seu próprio corpo.O mundo tem grande número dessas criaturas demoníacas, mas tem alguns deuses, também. Se alguém se propõe ensinar qualquer ciência para aumentar a capacidade de sentir prazer, esse alguém encontra multidões prontas para receber seus ensinamentos. Se alguém pretende mostrar a meta suprema, bem poucos o querem ouvir. http://mascarasdedeus.forumeiros.com/t84-fabula-do-demonio-e-de-deus-a-procura-do-eu

    #73492
    Monstrinho
    Membro

    Olá!!! :DA Alma e Sua Escravidão - Swami Vivekananda Nós somos o Ser Infinito do universo e ficamos materializados nesses seres pequeninos, homens e mulheres, que dependem da palavra doce de um homem, ou da palavra irada de um outro e assim por diante. Que dependência terrível, que horrível escravidão! Se você belisca meu corpo, sinto dor. Se alguém diz uma palavra carinhosa, fico alegre. Veja minha condição – escravo do corpo, escravo da mente, escravo do mundo, escravo de uma boa palavra, escravo de uma palavra má, escravo da paixão, escravo da felicidade, escravo da morte, escravo de tudo! Esta escravidão tem de ser rompida. Como? Pense sempre: “Eu sou Brahman.”IN: Meditação e Métodos - Swami Vivekananda http://mascarasdedeus.forumeiros.com/t134-a-alma-e-sua-escravidao

    #73491
    Suzana
    Membro

    A Alma e Sua Escravidão – Swami Vivekananda Nós somos o Ser Infinito do universo e ficamos materializados nesses seres pequeninos, homens e mulheres, que dependem da palavra doce de um homem, ou da palavra irada de um outro e assim por diante. Que dependência terrível, que horrível escravidão! Se você belisca meu corpo, sinto dor. Se alguém diz uma palavra carinhosa, fico alegre. Veja minha condição – escravo do corpo, escravo da mente, escravo do mundo, escravo de uma boa palavra, escravo de uma palavra má, escravo da paixão, escravo da felicidade, escravo da morte, escravo de tudo! Esta escravidão tem de ser rompida. Como? Pense sempre: “Eu sou Brahman.”IN: Meditação e Métodos - Swami Vivekananda

    A cada pensamento seu "Eu sou Brahman" , você estará se tornando um forte candidato ao mundo dos escravos , mentalizando ser aquele ou aquilo que não é. Mas o pensamento correto é: "Eu estou com Deus" posto que sua história até pode ser registrada e catalogada mas sua alma não. Esta será e estará livre , podendo até mesmo ser solidária as muitas faces do Criador que foram aprisionadas em seus próprios "Egos" , quer por ignorãncia, quer por inocência...na trajetória até o encontro do Caminho... ::)

    #73495
    Claudio L.
    Membro

    Monstrinho, não conhecia a fabula e é perfeita. Muito boa.E aí, o que tem achado de Fedão? É um bom livro, não? A morte de Socrates não te lembra e muito alguma outra estória?Abraço.

    #73494
    Monstrinho
    Membro

    Monstrinho, não conhecia a fabula e é perfeita. Muito boa.E aí, o que tem achado de Fedão? É um bom livro, não? A morte de Socrates não te lembra e muito alguma outra estória?Abraço.

    Lembra a vida e a morte não só de Jesus (é dessa estória que tu fala?  ;D), mas de todos os mestres da humanidade, como Krishna, Buda, incluindo os mais recentes, como Krishnamurti, que rejeitou a proteção da Sociedade Teosófica, da Annie Besant.Calma hehehhee  ;D Apesar de saber que a sua recomendação deveria ser seguida à risca, ou seja, ler de uma vez só, não o fiz, contudo. Mas já aparece coisas interessantes, que eu gostaria de colocar em um outro tópico, para discutir somente a questão: O que é filosofar? Essa é a questão que Sócrates coloca. Muito interessante é o confronto de Sócrates, o fundador da Filosofia Ocidental, com a Filosofia Vedanta, por exemplo. Argumentação de Sócrates: "a satisfação dos desejos do corpo é a causa de todas as guerras, males e injustiças, logo, não se deve atender a esses desejos. Devemos nos livrar da escravidão do corpo" - algo assim, e está de acordo com o que diz o Swami Vivekananda, que é o maior divulgador e restaurador da Filosofia Vedanta na Índia do século XIX. O objetivo de todo filósofo é viver para a morte:

    IX – Embora os homens não o percebam, é possível que todos os que se dedicamverdadeiramente à Filosofia, a nada mais aspirem do que a morrer e estarem mortos. Sendoisso um fato, seria absurdo, não fazendo outra coisa o filósofo toda a vida, ao chegar essemomento, insurgir-se contra o que ele mesmo pedira com tal empenho e em pós do quesempre se afanara.

    Mas procuro ler nas entrelinhas. Esse "viver para morrer" já é o "morrer para o mundo", de que falam os filósofos orientais. Claro que é, o corpo estando vivo, mas o que morre em vida é o ego. Vejamos isto em Jesus: "Ninguém pode entrar no Reino dos Céus se não nascer de novo", diz ele no debate com Nicodemos. E quando este último pergunta "Mestre, como eu estando velho, tornarei a entrar no ventre de minha mãe para nascer de novo"? - Jesus acrescenta que é preciso renascer da carne e do vinho, numa alusão clara à morte da personalidade, ou seja, Jesus fala de um renascimento no próprio corpo de carne  :o. É por isso que eu ainda não queria me adiantar, pois, antes de terminar a leitura do Fédon, já estou a fazer essa interpretação. Interessante notar que, a dialética não é somente em relação a um método de ensino, mas em relação a uma lógica específica, em que, no debate com Cibete - em que Sócrates tenta provar a lógica da existência da alma depois da morte - ele chega num ponto crucial, onde Cibete pergunta: e qual é o contrário, o que complementa o viver, e Sócrates responde: "a morte:

    XVI – E então? Prosseguiu: viver não comporta um contrário, tal como se dá com avigília e o sono?Perfeitamente, respondeu.Qual é?Estar morto, foi a resposta.

    Mas é como vc disse, Cláudio, é preciso ler de uma vez só. Por enquanto minhas impressões são essas, além desse trecho que é muito significante, logo no começo:

    Equécrates – Pois podes ter a certeza, Fedão, de que teus ouvintes estão nessasmesmas condições. Esforça-te, portanto, para contar o caso com todas as minúcias.Fedão – Era por demais estranho o que eu sentia junto dele. Não podia lastimá-lo,como o faria perto de um ente querido no transe derradeiro. O homem me pareciafelicíssimo, Equécrates, tanto nos gestos como nas palavras, reflexo exato da intrepidez eda nobreza com que se despedia da vida. Minha impressão naquele instante foi que suapassagem para o Hades não se dava sem disposição divina, e que, uma vez lá chegando,sentir-se-ia tão venturoso com os que mais o foram. Por isso mesmo, não me dominounenhum sentimento de piedade, o que seria natural na presença de um moribundo. Tambémnão me sentia alegre, como costumava ficar em nossa práticas sobre filosofia. Sim, porquetoda nossa conversa girou em torno de temas filosóficos. Era um estado difícil de definir,misto insólito de alegria e tristeza, por lembrar-me de que ele iria morrer dentro de pouco.As mais pessoas presentes se encontravam em condições quase idênticas, umas rindo,outras chorando, principalmente Apolodoro. Conheces o homem e sabes como ele é.

    E há um trecho interessante - não achei aqui - em que Sócrates fala da coragem, e, pelo Método Dialético, demonstra a Símias que os menos corajosos são precisamente os que envidam maiores esforços para se livrarem da morte  :o :D. Nesse sentido, os homens mais corajosos são os filósofos. Muito bom! Vou tentar imprimir aqui - as minhas impressoras estão com problemas de configuração e intalação - e aí a gente continua. Mas aí está, minhas primeiras impressões a respeito do Fedão. Abçs,

    #73493
    Claudio L.
    Membro

    As impressões foram as mesmas que eu tive quando li fedao.  E acho esse livro a bula inicial da sabedoria ocidental.  Abraço.

    #73476
    Monstrinho
    Membro

    As impressões foram as mesmas que eu tive quando li fedao.  E acho esse livro a bula inicial da sabedoria ocidental.  Abraço.

    Sim, Cláudio, concordo. Contudo, qual será essa "sabedoria ocidental" nos tempos hodiernos? O que restou dela? Pelo que parece, não vemos vestígios dos ensinamentos de Sócrates nos dias de hoje... Falando em outros termos: por que, até mesmo muitos estudiosos e até professores de Filosofia parecem não entender exatamente a mensagem, a Filosofia de Sócrates?? Para mim, este termo - Filosofia - foi deturpado ao longo dos tempos, vc não acha? - principalmente pelos marxistas. Lógico que temos bons seguidores da "Escola Platônica" ou platonismo (e Platão seria o representante da Filosofia de Sócrates [seria?]), como Berkeley, Descartes, Leibniz, Spinoza e outros (Será?). Mas em Nietzsche, vejo uma crítica, por parte deste, sem fundamento, talvez: a dizer que Sócrates inagura o período da razão, e  que, posteriormente, com o advento da ciência grega, haverá uma perspectiva de se investigar por detrás das aparências, por detrás das coisas, ou seja, "procura pêlos em casca de ovo" - diria Fernando Pessoa  :D Embora eu seja "nietzscheano", de alguma forma, e um leitor de Nietzsche, não concordo com essa crítica. Por outro lado, o chamado neo-platonismo na História da Ciência, está todo voltado á investigação da Natureza e do mundo exterior, mas é verdade também que nos chamados "platonistas de Cambridge", encontramos uma discussão, de Henry More, sobre o estado da alma após a morte, bem como, sua relação com Deus. Contudo, tal abordagem é menosprezada no mundo da História da Ciência, a menos da historiografia da ciência. Infelizmente, a Academia de Ciências humanas faz vista grossa a Sócrates, fingem que ele não existe, e, se o levam em conta, é só para citar a sua dialética como método de ensino, o que é um erro crasso. Entre os espíritas, há aqueles que dizem que Jesus é a reencarnação posterior do próprio Sócrates, em "pessoa" mesmo, ou seja, o mesmo Espírito retornando a Terra para relembrar o que já tinha ensinado, o que faz sentido da perspectiva da lógica da reencarnação. Bom, tenho que prosseguir na minha leitura aqui. Enquanto isso, seria interessnte você discorrer um pouco sobre a Filosofia de Sócrates, que, como você mencionou no seu primeiro post aqui no fórum, é o mestre. Poucos se referem, infelizmente, a Sócrates dessa maneira. E foi isso que me levou a ler novamente o Fédon, que eu havia lido muito rapidamente, apenas nos meus tempos de faculdade, há mais de 15 anos. Abçs,  

    #73496
    Monstrinho
    Membro

    Cláudio, já conhecia essa parábola?

    A ARMADILHA DE MAYA

    Certa vez, Narada (um grande sábio) disse a Krishna: "Senhor, mostre-me Maya (Ilusão Cósmica)". Alguns dias se passaram e Krishna convidou Narada para um passeio pelo deserto e, depois de andarem algumas milhas, Krishna disse: "Narada, estou com sede; você pode trazer-me um pouco d'água?" "Partirei imediatamente, senhor, para buscar sua água." Assim, Narada partiu.Não muito longe havia uma aldeia; entrou nela à procura de água e bateu numa porta, que foi aberta por uma linda mocinha. Ao vê-la, ele se esqueceu, imediatamente, que seu Mestre esperava pela água, talvez morrendo de sede. Esqueceu tudo e começou a conversar com a moça. Decorrido o dia todo, ele não voltou ao seu Mestre. No dia seguinte, lá estava ele de novo a conversar com a mocinha. A conversa transformou-se em amor; ele pediu a garota em casamento e eles se casaram e tiveram filhos. Passaram-se assim doze anos. Seu sogro faleceu e ele herdou sua propriedade. Vivia, como pensava, uma vida muito feliz com sua esposa e filhos, com seus campos e o gado e assim por diante. Então, houve uma enchente. Certa noite, o rio encheu-se até transbordar e inundar toda a aldeia. As casas caíram, homens e animais foram arrastados e afogados e tudo flutuava na violência da torrente. Narada teve de fugir. Com uma das mãos segurava sua mulher e com a outra dois de seus filhos; outro filho estava em seus ombros e ele tentava atravessar aquela tremenda inundação. Após dar alguns passos, viu que a corrente estava forte demais e a criança que estava em seus ombros caiu e foi carregada pelas águas. Narada soltou um grito de desespero. Ao tentar salvar a criança, largou uma das outras, que também se perdeu. Finalmente, sua mulher, que ele agarrara com toda sua força, foi arrebatada pela torrente e ele foi arremessado às margens, chorando e soluçando com amargas lamentações.Atrás dele surgiu uma voz delicada: "Meu filho, onde está a água? Você foi procurar um bocado d’água e estou esperando por você. Já faz meia-hora que você partiu." "Meia-hora!", exclamou Narada. Doze anos tinham se passado em sua mente  :o e todas essas cenas aconteceram em meia hora! É isto que é Maya". (II. 120-21)IN: Meditação e Métodos, Swami Vivekananda Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/outras-doutrinas-espiritualistas/como-surgiu-a-ilusao/30/#ixzz1eewW5s9Z

    #73497
    Claudio L.
    Membro

    A verdade é que depois de Platão (não se sabe ao certo se Socrates realmente existiu ou se fora uma criação de platão. O que se diz, o proprio platão diz, é que ele era um disciplu direto de Socrates, assim como Aristoteles) mas enfim, depois de Platão só o Kant deu continuidade na filosofia moderna.Você iria se surpeender mas Kant e shopenhauer são extremamente Socraticos... Shopenhauer só reconhece Socrates e Kant (Shopenhauer também foi o primeiro filosofo moderno ocidental a introduzir os veda na filosofia... ele foi muito influenciado pelos vedas)... O Nietzsche foi muito, muito influenciado por Shopenhauer, mas num segundo momento rompeu com shopenhauer (e por sua vez com Socrates e com o cristianismo e com Wagner) ao dizer: "Sem prazer não a vida".eu hosto do Nietzsche, mas hoje, lendo distante, percebe que na verdade aquele filosofo precisava sem romper com a igreja... Veja, o conceito de religião da época era muito fechado. Acreditavam no Deus de Barba e foi com esse Deus Nietzsche matou. O Deus da visão oriental está muito presente em Nietzsche, mas Nietzsche rompe com o "negar a vida" para introduzir "afirmação da vida"... é genial. Mas infelzimente tinha sim uma parte dessa filosofia que era politica, de ocasião, para combater o sistema da época, portanto limitada... Mas Nietzsche é filosofo universal e de todos os tempo e sua filosofia deve ser lida com atenção por muitos anos sendo que os erros e situacionismos politicos da epoca relevados.Infelizmente foi justamente esse aspecto de Nietzsche que influenciou a filosofia contemporanea... O conceito da afirmação do individuo como centro, a afirmação da intuição como unico forma de RAZÃO se tornaram imperantes... Infelizmente, a filosofia oriental trazida por Shopenhauer infelizmente perdeu espaço (Você deveria ler shopenhauer em outro momento, é muito bom, muito mesmo. Não a toa influenciou o Nietzsche nos seus melhores momentos.)....Enfim, meu filosofo de cabeceira é Socrates e Shopenhauer... Fora estes, leio Kant (fundamental para se compreender shopenhauer no todo e  Nietzsche, mas este leio atento, pois dentro de suas muitas ideias brilhantes se escondem filosofia de ocasião, o que não me interessa.)A pena é que a filosofia de ocasião de Nietzsche foi tomada como sua melhor filosofia, em especial no seculo 20... caras como Sartre (que não chega aos pés de ser um filosofo atemporal e universão) usou muito disso... passando uma impressão de que a filosofia Ocidental é muito diferente da Oriental... Quando na verdade não é. Abraço.

    #73498
    Claudio L.
    Membro

    Muito boa. Se refere ao Manto de Maya….Como disse, você deveria ler Shopenhauer quando estiver com tempo. O Manto de Maya foi o que Nietzsche começou a desprezar quando disse: "Sem prazer não há vida..." Claro que para ele, que tanto conhecia Nietzsche, era capaz de identificar o que é o verdadeiro prazer, como o faz em Assim Falava Zaratrusta. Mas o que dizer dos leigos que tomam essa frase isolada e nem se dão conta do que são e como nascem os verdadeiros prazeres.Uma vez Nietzsche disse mais ou menos assim: "especular sobre a existencia de Deus, é o mesmo que um marinheiro, que se afoga em alto mar, querer descobrir a composição quimica da água do mar". Agora te digo, o mar onde o marinheiro se afoga, não poderia ser o mesmo deus que eu, você e os vedas dizem existir. E se afogar é não saber nada, portanto, não saber viver onde se está. Pois bem, o autor dessa frase afirmou que Deus (o barbudo criador) morreu, mas ele mesmo descreveu o Deus do Uno. Portanto, Nietzsche acreditava nessa seiva da existencia, mas combateu fortemente (por sorte nossa) o Deus ocidental criado pela igreja católica (por favor não confundir Catolicismo com a Filosofia Cristã, que é muito boa.)

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