Francisco Moniz Barreto – História da Literatura Brasileira

Silvio Romero (Lagarto, 21 de abril de 1851 — 18 de junho de 1914) – História da Literatura Brasileira

Vol. III. Contribuições e estudos gerais para o exato conhecimento da literatura brasileira. Fonte: José Olympio / MEC.

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TRANSIÇÃO

POETAS DE TRANSIÇÃO ENTRE CLÁSSICOS E ROMÂNTICOS (continuação)

Francisco Moniz Barreto (1804-1868) reclama agora a atenção. Aos dezoito anos alistou-se como voluntário nos batalhões patrióticos da Independência. Já nesse tempo era o que sempre foi, a mais assombrosa personalização do talento improvisatório que o Brasil tem possuído. Fez a campanha da Cisplatina, residiu no Rio de Janeiro até 1838. O resto da existência, passou-o’ na Bahia, sua terra natal.

Nos dous últimos decênios de sua vida, foi ali o centro de um movimento literário assaz considerável. Em torno do velho repentista figuraram Agrário de Meneses, Augusto de Mendonça, Junqueira Freire, Pessoa da Silva, Rodrigues da Costa, Gualberto dos Passos, Laurindo Rabelo e muitos outros poetas de talento.

Moniz Barreto publicou em 1855, sob o nome de Clássicos e Românticos, dous volumes de poesias. O título da obra indica bem nitidamente que ele próprio se considerava um espírito de transição entre as duas escolas literárias. O livro não tem grande valor; encerra as poesias meditadas e escritas pelo poeta; são as suas composições mais fracas.

O que assinala a Moniz Barreto um lugar único em nossa literatura é o seu talento de repentista.

O defeito capital da crítica moderna, defeito que bem prova não ter ela ainda se constituído em verdadeira ciência, é a mania de cada crítico, levado por suas predi-leções, defender e justificar aquilo que lhe agrada e condenar aquilo que lhe perturba os cálculos e as predisposições. Daí o disparate de pretender cada crítico reduzir a um só princípio, a uma só força, a uma só face, o gênio artístico e literário. Cada qual vem com a sua receita e quer impingi-la como única e infalível.

Acontece ainda hoje com a crítica o que se dava com a economia política em meados do século XIX. Diante da anarquia das discussões sobre valor, trabalho, preço, capital…….. Augusto Comte foi levado a lavrar sentença condenatória contra a ciência econômica. Pedro Proudhon fez mais, escreveu a interessante sátira intitulada — Sistema das Contradições Econômicas. Assim, poder-se-ia escrever também um Sistema das Contradições Literárias e Artísticas ãa Crítica.

Ainda hoje há quem se arrepele e arrufe, discutindo com a maior seriedade deste mundo meia dúzia de teses antitéticas, verdadeiras charadas pedantescas, fátuas e inúteis. É a escolástica da crítica. Assim como a velha ontologia medieval discursava eternamente sobre finito e infinito, relativo e absoluto, forma e substância e quejandos problemazinhos fúteis, agora a crítica literária atufou-se improbamente na verbiagem perniciosa de saber se a arte deve ser — pessoal ou impessoal, nacional ou cosmopolita, ideal ou real, fantasista ou científica, individualista ou social, serena ou militante, se consiste no fundo ou na forma e outras antinomias e dicotomias parvas.

E não há conter a turba dos discursadores. Em vão se lhes brada que a mor parte dessas dicotomias são aparentes, que são facetas de um mesmo fato, que é impossível amordaçar numa fórmula a variedade indefinida dos temperamentos artísticos; que a arte será pessoal ou impessoal conforme os meios, as épocas, as organizações dos indivíduos, conforme ele chamar-se Byron — o poeta da pessoa, ou Goethe — o poeta do universo.7Em vão se lhes demonstra que a poesia será nacional ou cosmopolítica, segundo a maior ou menor tensão da fibra patriótica ou das aspirações humanas, conforme o momento histórico e atenta a índole da individualidade, se ela se chamar Camões — o poeta do patriotismo, ou Dante — o poeta da humanidade. Em vão se lhes grita que já se sabe o que se pode dizer pró e contra cada um daqueles pontos de vista; que todos eles afinal são justificáveis quando correspondem à verdade, quando são a expressão natural das individualidades que representam. Nada tem levantado tanta poeira como a estafada tese da poesia científica. Os partidos do ponto de vista contrário a essa pretensão moderna pintam arte e ciência como cousas antinómicas, inimigas inconciliáveis, correspondentes a tendências e fatos psicológicos diversos no espírito humano. Têm fins, métodos e evolução de todo separados; são cousas qui hurlent de se trouver ensem-ble… Os outros redarguem, mostrando que os grandes poetas estiveram sempre na altura da ciência de seu tempo; que a ciência abre horizontes novos que provocam emoções novas aproveitadas pela arte; que são duas amigas íntimas, que em nosso tempo devem andar de braço dado, sob pena de.morrer minguada e triste a mais fraquinha delas, a arte… De um lado e doutro há erro. Em vão se lhes atroa os ouvidos indicando a verdade de todos os tempos, a verdade definitivamente provada: a poesia aproveita apenas a intuição geral preparada pela ciência.

7. Expressão de Taine na História da Literatura Inglesa.

 

Esta, modificando nossa concepção do mundo e da humanidade, produz fatalmente uma nova representação das cousas. Os alemães exprimem bem isto com os termos Weltbegriff — idéia, concepção do mundo, e Weltvorstellung — imagem, representação do mundo, ambos preparando a visualidade, a intuição, a maneira de sentir e pensar sobre o mundo — Weltanschauung. Esta intuição é pura e simplesmente o que a ciência pode prestar à poesia, e o presta necessária e fatalmente. Quanto ao mais, quanto a uma poesia científica em sentido restrito e técnico, é um desarranjo mental dalguns medíocres, uma galanteria exatamente equivalente ao disparate de uma ciência imaginativa e sentimental!…

É a banalidade em verso, mas a banalidade maçuda, pesadona, pondo-se a rimar sistemas e teorias, pela mesma forma como os Flammarions e Jacolliots encobrem a cur-teza de sua cultura num palavreado petulante e desvairado. Tais idéias não me ocorrem a esmo. Vêm a propósito do fenômeno psicológico perfeitamente observável em Moniz Barreto; a diversidade de sua poesia quando ele a improvisava e quando ele a meditava e escrevia friamente. Se num mesmo indivíduo a faculdade emocionista e estética tem maior ou menor amplitude e intensidade conforme as ocasiões e as tendências naturais do talento, e se o valor artístico está na razão direta do entusiasmo, da paixão, da sinceridade, quero dizer, da fatalidade do sentimento, e na inversa da serenidade, da quietação, da frieza, da imper-sonalidade do espírito de análise, de pesquisa raciocinada, segue-se que arte e ciência são duas cousas distintas, duas manifestações primeiras e irredutíveis do espírito humano. Consorciá-las em absoluto é produzir esses entes híbridos, teratológicos, que são a vergonha da literatura do nosso tempo, pobres aleijões, que nem interessam ao raciocínio nem ao coração, nem aos sábios e nem às Verdadeiras almas poéticas.

Se alguém na literatura universal mereceu jamais o nome de poeta filósofo e sábio, esse alguém é Goethe. Mas a sua grandeza, a sua superioridade única está no equilíbrio perfeito de suas faculdades excepcionais. Goethe poeta nunca fez ciência na arte; Gcethe sábio nunca estragou sua intuição admirável de naturalista e filósofo com fantasias aéreas. Para a região da poesia ele levava apenas a sua poderosa visão genial de pensador profundo. É por isso que Erlkoenig, Der Fischer, Der Koenig in Thule, Mignon, Der Saenger têm sido e serão sempre os modelos imperecíveis do Lied, e os dous prólogos do Faust os modelos inexcedidos até hoje da poesia filosófica.

O fenômeno psicológico da improvisação em Moniz Barreto para ser bem compreendido reclama o conhecimento do estado da poesia clássica na Bahia nos primeiros cinqüenta anos do XIX século. Tem-se feito ao repentista baiano a censura de tratar a poesia como cousa festiva e de ocasião. A arguição é insensata. O poeta tratou a sua arte justamente como seu temperamento e seu meio lhe ordenavam que a tratasse. Até os começos do XIX século a Bahia foi a cidade mais importante do Brasil. Ainda hoje sob mais de um aspecto nenhuma lhe disputa a primazia. Uma série de circunstâncias preparou esse resultado.

Durante quase três séculos foi o centro do governo; ali estabeleceu-se a nata da sociedade portuguesa que veio residir na colônia; ali existiram os melhores colégios e seminários, teve a Igreja e tiveram as ordens religiosas seus melhores representantes; ali deu-se o maior influxo de sangue do africano e não pequeno do indígena; ali foi o mais forte empório do nosso comércio, a praça mais rica do país. Em nenhuma outra parte os diversos elementos que constituíram o nosso povo, se amalgamaram tão fortemente e produziram tão de pronto esse espírito peculiar que é o mais genuinamente brasileiro. Terra de festas, desde as de igreja, com suas novenas e procissões, até as patrióticas, com seus palanques e passeatas; terra de sambas, com seus capadócios tocadores de viola e violão e cantadores de modinhas; terra das danças quentes e animadas como o inimitável baiano; dos bons quitutes, da boa cozinha; terra em que as classes populares tiveram sempre a vida mais folgada, ajudadas pelo clima e pela doçura dos costumes, a Bahia foi, por outro lado, a terra onde se desenvolveram Vieira, Gregório de Matos, Pita, Cairu, Cipriano Barata, Romualdo de Seixas, e muitos dos mais notáveis dos nossos estadistas.

Uma hábil aliança entre o espírito das classes populares e o das classes mais elevadas influiu poderosamente no caráter dos baianos.

Os outros provincianos não têm como eles a habilidade de ajudarem-se e triunfarem das dificuldades. Em todas as províncias, e especialmente na Capital, são sempre os preferidos; provocam até ciúmes por isto. Em sua terra são senhores absolutos: "O Brasil é dos brasileiros e a Bahia dos baianos." É ditado popular.

No Sul do Brasil os nortistas são todos como se fossem filhos daquela província. "Tomara que já venha o minuano para acabar com estes baianos", diz o gaúcho rio-grandense contra os nortistas que lhe fazem concorrência lá na pátria. O que deve ficar consignado é que na Bahia foram sempre muito vulgares aquelas festas em que a poesia podia tomar uma parte mais ou menos ativa. Isto ajudou o espírito expansivo da população; ainda hoje a Bahia é a terra mais alegre do Brasil e as baianas as mais espirituosas de nossas patrícias.

Moniz Barreto desenvolveu natural e facilmente os germens poderosos de seu talento para os improvisos.

Sua poesia foi sim uma poesia de festas, fugace como o entusiasmo de um momento. Na Bahia o velho costume clássico dos oiteiros e certames poéticos achou solo adequado e prosperou.

A poesia, como efusão festiva em natalícios, batizados, casamentos, etc, prosperou também. É cousa hoje fora dos nossos hábitos, e por isso a condenamos. Será porém necessário condenar a mor porção do lirismo grego, por exemplo.

Basta ler a monumental História da Literatura Grega, de Otfried Müller, para ter-se a prova completa de ter sido a melhor parte do lirismo helénico de cantos nascidos naqueles atos e festas sociais ou particulares.

Há duzentas maneiras de poetar, e não vejo a razão por que se há de justificar o indivíduo esguio e pálido que se entrega à mania de encerrar-se num quarto, à luz mortiça de uma vela, a quebrar a cabeça alinhando alexandrinos, e condenar o temperamento vibrátil que num festim toma-se de entusiasmo e traduz esse estado emocional em versos. O essencial é que estes revelem talento.

Nos de Moniz Barreto há essa revelação. Era verdadeiramente admirável no ato solene de improvisar. Não se estorcia e arranhava como Bocage. Ouvido o mote, o poeta, que era um homem de altivo porte e fisionomia simpática, alguns momentos depois erguia-se, empalidecia fortemente e brotavam-lhe dos lábios em declamação acentuada, nítida e nervosa, os versos correntes e límpidos como se foram decorados. Nessa superexcitação especial o suor aljofrava-lhe a fronte; mas a serenidade aparente era perfeita.

Uma vez improvisados uns versos nunca mais os esquecia. Ouçamo-lo em algumas glosas assim produzidas. Vai uma:

"Ver… e do que se vê logo abrasado
Sentir o coração de um fogo ardente.
De- prazer um suspiro de repente
Exalar, e após ele um ai magoado;

Aquilo que não foi inda logrado,
Nem o será talvez, lograr na mente;
Do rosto a cor mudar continuamente,
Ser feliz e ser logo desgraçado;

Desejar tanto mais quão mais se prive;
Calmar o ardor que pelas veias corre,
Já querer, já buscar que ele se ative;

O que isto é, a todos nós ocorre:
— Isto é amor, e deste amor se vive;
Isto é amor, e deste amor se morre."

Belo soneto; e o seguinte não o desmerece:

"Se nos olhos da bela Eleonora
Não abrasasse o coração e a mente,
Poeta-rei da italiana gente
Tasso, o mártir de amor, certo não fora.

Se à fiel Catarina encantadora-
Não votasse Camões amor ardente,
Não soara ainda hoje a tuba ingente
Das lusitanas glórias redentora.

Poeta, dar-te o cetro da harmonia
Só podem mago colo de alabastro,
Boca que te abra o céu, quando se ria.

Ama, qual amou Pedro a linda Castro;
Amor é lume santo da poesia,
Poeta sem amor é céu sem astro."

Ou ainda:

"Morre no prado a flor; a ave nos ares
Ao tiro morre de arcabuz certeiro;
Morre do dia o esplêndido luzeiro;
Morrem as vagas nos quietos mares;

Morrem os gostos; morrem os pesares;
Morre oculto na terra o vil dinheiro;
D’encontro ao peito, que as apara inteiro,
Morrem as setas dos cruéis azares;

Morre a luz; morre o amor; morre a beldade;
Na virgem morre a cândida inocência;
Morre a pompa, o poder; morre a amizade.

É de morte sinónimo a existência;
No mundo é só perene a sã verdade;
Só não morre a virtude, a inteligência."

Finalmente:

"É seu rosto gentil, sua figura,
Da criação arquétipo mimoso;
Quanto vemos de belo e majestoso
Resume-se na sua formosura.

Estrela que em céu límpido fulgura,
Rosa aberta em vergel delicioso,
Não tem o encanto do seu talhe airoso,
De seus olhos a luz serena e pura.

Nela, contra a artística afouteza,
Contra o pincel dos homens um sarcasmo
Quis ao mundo atirar a natureza.

E o mundo inteiro estremeceu de pasmo,
Quando rara saiu sua beleza

Das mãos de Deus no ardor do entusiasmo."

A verdade do improviso em Moniz Barreto é um fato autêntico, presenciado por inúmeras pessoas na Bahia. Aqui vai o testemunho de um jornal do tempo, trasladado quase pelas mesmas palavras. Achava-se o poeta em casa do cônsul português, onde igualmente estava Emília das Neves, a talentosa artista, tão aplaudida em nossos teatros.

Conversava-se, quando o poeta, batendo aquelas palmas, que já no tempo de Bocage anunciavam os improvisos, compôs de repente este belíssimo soneto:

"Por sábios e poetas sublimado
Teu nome ilustre pelo orbe voa;
Outra Ristori a fama te apregoa,
Outra Raquel no português tablado.

Ao teu poder magnético, prostrado,
O mais rude auditório se agrilhoa:
Despir-te a fronte da imortal coroa
Não pode o tempo, não consegue o fado.

De atriz o teu condão é sem segundo;
Na cena, a cada instante, uma vitória
Sabes das almas conquistar no fundo.

Impera, Emília! É teu domínio — a história;
Teu sólio — o palco; tua corte — o mundo;
Teu cetro — o drama; teu diadema — a glória."

Ouvindo estes versos, tão valentemente inspirados, Emília das Neves cedeu a um impulso natural e correu a abraçar o poeta, retribuindo-lhe a fineza com a expressão mais agradável a uma fronte anciã, com um beijo. Foi o mesmo que abrir uma nova fonte de improvisos; sem se deter um minuto, o poeta produziu as seguintes quadras faceiras e graciosas:

"Como, sendo tu das Neves,
Musa, que vieste aqui,
Assim queima o peito à gente
Um beijo dado por ti?!

O que na face me deste
, Que, acendeu-me o coração,
Não foi ósculo de
— neves,
Foi um beijo de vulcão.

Neves — tenho eu na cabeça,
Do tempo pelos vaivéns;
Tu és só
Neves no nome,
‘Té nos lábios
fogo tens.

Beijando não és — das Neves;
Do
sol, Emília, tu és;
Como
neves se derretem
Os corações a teus pês.

O meu, que — neve — já era,
Ao toque do beijo teu,
Todo arder senti na chama,
Que da face lhe desceu.

Errou quem o sobrenome De
— Neves — te pôs, atriz,
Que é das
lavas, não das — neves,
Minh’alma, acesa, me diz.

Chamem-te embora — das Neves;
— Vesúvio — te hei de eu chamar,
Enquanto a impressão do beijo,
Que me deste conservar.

Oh! se de irmã esse beijo,
Produziu tamanho ardor,
Que incêndio não promovera,
Se fora um beijo de amor!…

Não te chames mais
— das
Neves, Mulher, que abrasas assim;
Chama-te antes das
Luzes,
E não te esqueças de mim.

Se me prometes, Emília,
De hora em hora um beijo igual,
Por sobre neves ou fogo
Dou comigo em Portugal."

É o testemunho insuspeito e irrecusável de um jornal coevo do repentista. O talento, o dom improvisatório depurou-se-lhe ainda mais com o crescer dos anos.

Os exemplos citados são eloqüentes.

Muitos outros pudera aduzir, se os que aí ficam ainda não bastassem para dar uma vantajosíssima idéia da força e do estilo poético do repentista baiano, ilustre progenitor de uma família de artistas, onde se contam um músico, como Moniz Barreto Filho, e um poeta e orador, como Rosendo Moniz.8

Passemos a outro.

 

8. Os quatro primeiros sonetos que citei do repentista Moniz foram-me fornecidos por meu colega — o Dr. Rosendo. Este talentoso poeta publicou um Interessante e aprofundado estudo sobre seu Ilustre pai.

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