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brunopiMembro
Corrigindo: a Consciência não “cria” a Mente; a mente surge na Consciência. Tentei ser didático e exagerei um pouco na dose.
brunopiMembroEm primeiro lugar, devo lhe pedir que não deposite sobre mim suas opiniões sobre quem ou o que eu seja – você estará invariavelmente enganado. Não sou filósofo, não sou um homem, um animal, não sou nada que você consiga imaginar, por mais criativas que sejam suas fantasias. É só um pedido. Embora algumas de suas respostas tenham me soado bastante mal-educadas e cheias de pré-julgamentos, eu vou lhe responder. Eu costumo tentar não ser determinante nas coisas que digo, pra que não pareça que sou dono da verdade ou algo assim, e por isso me utilizo de alguns recursos (o que você chamou aqui de dialética). Muitas vezes falo assim para não ser acusado de proselitismo ou de radicalismo, algo um pouco incômodo, mas em geral é apenas uma maneira de fazer alguns interlocutores pensarem em certas bobagens que disseram. Por exemplo:
Não estou confundindo nada, o homem é um animal porque pertence ao Reino Animal.
Sim, você está bastante confuso. Chega a ser engraçado seu argumento. O Reino Animal é apenas um conceito, uma construção mental sem qualquer realidade. Uma mera classificação. Na realidade, não há nenhum “Reino Animal”. Se você puder fazer esse esforço, verá que nem mesmo isso que chamamos ‘animais’ tem qualquer realidade. O “Reino Animal” é o sonho de um sonho de um sonho. Claro, na vida prática, é útil trabalharmos com esses conceitos – foi pra isso que eles foram criados, para nos auxiliar. Mas daí a achar que um conceito, uma criação linguística, tem alguma realidade chega a ser risível.
Gostaria-me saber em que parte do que eu postei, eu estou negando as coisas que você esta sugerindo.
Em momento algum eu disse que você está negando o que eu sugeri. Meu comentário se refere apenas a um pequeno mas importante detalhe de seu argumento – afinal, não estou aqui para “encontrar detalhes bobos que podem desmerecer a competência do oponente” (é assim que você me vê, como um oponente? Ah, agora entendi seu tom...). Embora eu creia ter sido suficientemente claro, vou explicar: o detalhe ao qual me refiro é este “O homem é uma espécie de animal e o único que possui Auto-Consciência com potencialidade de perceber, discernir e o mais importante refletir, raciocinar e deduzir”. Não, não é o único. Nem é o único animal autoconsciente, nem é o único ser autoconsciente. E se eu dizer que as plantas o são? A ciência materialista logo vai demonstrar, como sempre com atraso: http://cidadaniaecologica9.blogspot.com/2011/01/mente-oculta-das-plantas-consciencia.htmlNão vou nem falar da consciência das pedras pra você...
Para mim, Ser Humano é um ser que tem como base para sua ações o AMOR. Os poucos homens que evoluíram para Ser Humano, os canonizaram. Y para você?
O que é o ser humano? Não sei. Eu sei o que ele não é: certamente a maioria deles não tem o amor por base de suas ações. Esse Ser Humano ao qual você se refere, maiusculamente, é também um conceito – só não sei se de sua autoria. Bom, é possível que algum filósofo tenha pensado nisso, escrito um tratado sobre o Ser Humano maiúsculo, cheio de amor, mas eu não tenho conhecimento a esse respeito. Falta-me erudição.
Hum... Bruno, analisando suas respostas vejo que a base sua para o debate é a retórica dialética com mostras de erudição mais com falta de objetividade na suas respostas. Além disto está mais preocupado com encontrar detalhes bobos que podem desmerecer a competência do oponente ao invés de preocupar-se em dar uma resposta objetiva à questão em debate.Como você colocou pra o usuário SE7MUS que tinha conhecimentos que não deveria postar porque as pessoas não tinham a base necessária para compreender, eu gostaria saber qual e esse conhecimento e sobre que. O é só bla bla?
Ficou nervoso, foi? Calma, meu rapaz. Não percebi nas regras do fórum alguma menção à objetividade como uma obrigação ou algo assim. Creio que até se eu quiser ser prolixo, eu tenho esse direito. Se não gosta de como escrevo e se não quiser debater comigo, não debata. Procure coisa melhor pra fazer.Talvez me falte objetividade. Talvez lhe falte entendimento, e por isso eu precise de alguns ‘rodeios’ para me fazer claro. Mas, claro, tudo isso só talvez.O interessante é que nas duas únicas e tão breves respostas que lhe dei não me parece ter havido falta de objetividade nenhuma. Na primeira eu respondi sua pergunta de forma honesta e sucinta; na segunda, eu questionei um ponto de seu argumento (essa tolice de que o homem é único ser autoconsciente) e deixei sua observação de que a essência do homem é a consciência para discutirmos depois – pois achei que daria pano pra manga e eu não tinha tempo no momento em que lhe respondi. Pode me dar algum exemplo de minha enorme falta de objetividade? Não julguei que fosse o caso apresentar ao SE7MUS algumas informações, por motivos que ele mesmo pareceu compreender. Ele se mostra, aos meus olhos, como uma pessoa muito sincera e acredito que ele segue seu caminho com retidão. Deus o abençoe. Não vejo qualquer razão dividir alguns desses conhecimentos com você. É só blá blá mesmo.
Hum... Agora analisando sua resposta a minha pergunta Qual é a essência do homem, a consciência ou a mente? Y Por quê?A Consciência não se refere-se ao sentir-se, refere-se à percepção o sentir é uma interpretação do cérebro. ... e o que buscamos identificar aqui refere-se ao Ser; logo, também a Consciência não pode ser esta essência..
O sentir é uma interpretação do cérebro... Não me faça rir. O cérebro é uma manifestação, nisso que chamamos matéria, de uma instância mais sutil que você não me parece compreender muito bem. O cérebro não cria absolutamente NADA. A Mente cria o cérebro. A Consciência cria a Mente. Antes de você acreditar que possuía um cérebro todo equipado com as mais avançadas sinapses, uma maravilha da natureza, você já se sentia. Mas você não sabe quem você é. A percepção é uma faculdade dos sentidos e de suas respectivas consciências. Pobre cérebro.
O Ser é função da consciência... O ser não poderia existir se não existe-se uma consciência que dieciona-se suas acões.
Função da consciência? Tá certo então. Bom, o Ser ao qual me referi é o Absoluto, Aquilo que é o que é, da maneira que é, incompreensível e inclassificável. A existência do Ser não é condicionada a nada. Obviamente, este Ser não tem qualquer necessidade, de nenhuma ordem – que necessidade teria de que algo direcionasse suas ações? Ou melhor: que necessidade teria, para existir, de que algo direcionasse suas ações? Além disso, a Consciência não direciona coisa alguma. É apenas o estar ciente de, é a sensação de presença.
Atman ou Alma é a consciência individual do homem formada pela ação da sua Auto-Consciência.
Como você sabe que o Atman é formado pela ação de sua autoconsciência? Quem lhe disse isso? O Atman não é formado – é eterno, posto que é identificado com o Absoluto. O que você deve ter visto na Wikipédia é que ele não difere em nada do que está no cosmos, exceto pela autoconsciência. A Wikipédia está correta, veja só que coisa. O Atman é consciente de Si, de forma individualizada, embora seja identificado com o Absoluto (como tudo o que há também é).
O homem é uma palavra utilizada para identificar um organismo formado por centos de trilhões de células agrupadas segundo suas funções para formar tecidos, órgãos, ossos... formando desta forma uma estrutura que nos chamamos de homem. A origem do organismo é uma célula denominada Zigoto a qual é produto da união de duas células, uma de origem masculina chamada espermatozóide e outra feminiza de nome óvulo.
Você está falando apenas do aspecto material do homem. Isso não é o homem, NEM DE LONGE. Isso é o que lhe diz a escolinha. Você pode me dizer mil definições do que é o homem (certamente muito melhores do que essa aí), mas ainda assim serão apenas conceitos, irrealidades. Uma sugestão: venha com menos pedras nas mãos na próxima resposta, ou nem vou me dar ao trabalho.
brunopiMembroHum… Me diga: o que é um animal? Você pode estar confundindo um conceito que o homem criou (e por meio do qual ele consegue classificar a si mesmo) com o que o homem de fato é. O homem é um animal ou “animal” é um conceito criado pelo homem e que se refere ao próprio homem?Não compreendo o que faz você acreditar que o homem é o único ser que é capaz de se perceber, de se sentir ou mesmo de refletir ou discernir. Julga você que um peixe não se sente? Que um camaleão, capaz de adquirir a coloração do ambiente em que se encontra, não se percebe? Ou que um gato, muito mais astuto do que você e eu juntos, não consegue refletir? Os animais podem não discernir por meio de pensamentos articulados, como os nossos, mas certamente têm discernimento. Esse entendimento me parece ser baseado naquela velha ideia, mais ou menos comparativa, de que o homem pensa e os animais "agem por instinto". Crê nisso?Pelo que entendi, você avalia que a meta do ser humano é se tornar um Ser Humano, maiúsculo. Queria saber o que você entende por Ser Humano, além de ser a.
brunopiMembroOlá, Russel, seja muito bem vindo.Não sei se não seria o caso de abrirmos outro tópico. Qual é a essência do homem? Hum, uma pergunta e tanto. Poderia entender que a essência do homem é aquilo que nele é o mais profundo e o mais simples, o mais para além e o mais presente. Se for isso, penso que a essência do homem não é nem a Consciência nem a Mente. A Mente deriva da Consciência; logo, não poderia ser ela esta essência (no âmbito do indivíduo, se não há este que sente, também a mente não há). A Consciência refere-se ao sentir-se, e o que buscamos identificar aqui refere-se ao Ser; logo, também a Consciência não pode ser esta essência. Penso que a essência é aquilo que chamam Atman, o Absoluto em nós. Aquela instância incompreesível em que se liquefazem as discriminações da Mente, em que não há dois, em que apenas se É.Mas não sei se é bem isso a que você se refere. Talvez esteja se referindo àquilo que mais basicamente faz do homem o homem. E isso eu não consigo responder, porque não sei o que é o homem. Talvez o homem seja uma espécie de evento.
brunopiMembroEm primeiro lugar, fico feliz de que esteja se imbuindo de coragem para conhecer a si mesmo, e imagino que logo você vai descobrir se é preciso mais coragem ou mais atenção em sua busca. Em segundo lugar, não sou eu que estou abrindo seus olhos, e isso em breve você deverá perceber, se o quiser. Bem, há diversos pilares nos quais podemos “amarrar” nossas almas. Creio que você está falando de segurança e de seguir o “caminho correto”. Adianto que se sentir seguro é agradável, mas não é de modo algum necessário, posto que não há perigo Real. Só não tenha medo: o medo existe apenas porque somos apegados a essa passageira construção de nós mesmos: o ‘eu’ minúsculo.
Eu não vejo assim. Há sim o perigo real pois se Jesus não estivesse por perto, Pedro teria morrido afogado! No entanto, quando buscamos "amarrar" as nossas almas buscando segurança, é sinal que estamos enfraquecendo na fé pois a alma do verdadeiro cristão é e deve sempre estar livre! Lembre-se: "entrarás e sairás". Não receba o peso que a "falsa consciencia" quer lhe conferir pois é assim que os justos pagam pelo pecador!Acácia, que bom que veio nos tirar do diálogo para o triálogo. Deixe-me fazer uma primeira pergunta: se Jesus não estivesse por perto, Pedro teria tentado caminhar sobre as águas? Creio que não. Fique tranquila, não há perigo.Os eventos parecem sempre estar alinhavados uns aos outros. Quem sente que corre perigo é apenas o ‘eu’. Você sabe, o pequenino ‘eu’, essa brevíssima criação que julgamos ser quem somos, um conjunto de memórias e projeções, a soma abstrata dos eventos que testemunhamos e dos quais participamos, como indivíduos, diante do Outro. Por isso eu coloquei “perigo Real”, com letra maiúscula: o perigo de andar por uma rua deserta num bairro violento existe, mas não é Real. Na Realidade não dual, que está para além da consciência e do pensamento, da qual tudo aflora, não há perigo. Todo aparente perigo é fruto da ignorância, do apego. Todas as almas, mesmo a dos que não são cristãos, são livres. Sempre foram livres e sempre serão. Como não seriam, se correspondem à centelha divina nos homens? Basta aos cristãos e aos não cristãos perceber isso e viver de acordo essa liberdade.Não compreendi muito bem o que você quis dizer com “falsa consciência”, mas está claro para mim que não tem nada a ver com a Consciência à qual estava me referindo. Assim são as palavras, não é? Sempre abertas a dubiedades e interpretações diversas. Bem, penso que não tem a ver com o que eu falava por uma razão simples: a Consciência não confere nada. Quem confere algo é a Mente. A Consciência, como o nome diz, é a faculdade de se estar ciente. É o próprio sentir-se. Daí o Budismo atribuir a existência de oito consciências, uma para cada sentido, especificamente. O sentir-se pelo tato, o sentir-se por meio da visão, o sentir-se através do paladar, etc. Compreende? E não é o sentir do indivíduo, mas sim o simples sentir, até mesmo aquele que não diz respeito ao corpo. Não há peso no próprio sentir. O peso aparente deriva da Mente e de suas construções fantasiosas.
Bem e Mal? Supere isso. No Velho Testamento o bem e o mal têm origem na ação do homem (como não poderia deixar de ser) e não em Deus e no diabo, respectivamente.
Concordo! Portanto será também pela ação do homem que o bem e o mal será superado e não por adquirir mentalmente esta crença! Ele só retornará ao Paraíso se ele for capaz de agir, extrapolar seus próprios limites. Limites estes impostos a sua alma pela sua desobediência.Adquirir mentalmente esta crença, como pode ver, é também uma ação. Acaba dando no mesmo. Mas concordo com você. Permanecer dentro dos confortáveis limites dos conceitos não é uma atitude que facilita o livre caminhar. É como dizem: uma coisa é falar; outra é fazer. Assumir que tal postura é correta e agir de outra maneira é se enganar (um engano exposto em 1 João 1:6, como está explicado no começo deste tópico, em resposta ao SE7MUS).Devo admitir que a última pessoa a quem desobedeci foi minha mãe, e isso já faz muitos anos. Não há nada nem ninguém a quem eu deva me submeter, logo, à “minha” alma não se pode impor tais limites. Entendo a criação como Deus agindo em toda a sua glória, Eterno Presente. O poeta persa Omar Khayyam tem uma frase linda sobre o que podemos chamar de Paraíso: “O Céu é, para mim, um instante de paz”. Este instante de paz é eterno, é o fogo de seu próprio coração, mas as distrações da vida são muitas e você não o percebe. O Paraíso está pouco acima dos nossos olhos. Criamos os espinhos na carne, como a chuva cria a poça. Você e chuva são os dedos de Deus em ação, bem como a poeira e a dor também são, pondo a roda a girar. Bem e Mal? Meros conceitos humanos, coisa muito recente na história do mundo...Estando nós na modernidade, poderíamos usar os exemplos de Matrix: Entre a pílula azul e a vermelha, prefira as duas ou nenhuma afinal, como vou saber quem é o autor das 2 únicas opções?Há diversas formas de se saber quem é o autor das pílulas, até mesmo de saber se o autor é confiável ou não, sem dúvidas. Mas não sou eu quem vai lhe contar.Lendo assim parece fácil. Mas não é. Não devemos adquirir o peso da "falsa consciência" mas não temos competência para preservarmos nossas almas por si mesmos, pois esta pertence a Deus e apenas Ele conhece o verdadeiro estágio de cada uma."Esforça-te que Eu te ajudarei!" Mas não se esforce vendo em Deus um inimigo como sugere os que amam o proselitismo e sim :rose_mini:, caminhando pelo exercício da fé!Não só temos competência para preservar nossas almas por nós mesmos, como é da nossa natureza mais íntima ser dessa forma. Há quem faça isso com unhas e dentes e armas, o que creio ser desnecessário, embora até nossos instintos conduzam a isso muitas vezes. Há também quem observe calmamente o rio correr, pois sabe que, por mais curvas que faça, o rumo é invariavelmente o mar de inesgotável paz. Às vezes, é apenas uma questão de fé.As almas não pertencem a Deus. São Deus, sob alguns véus. Os limites entre criador e criatura são, ao meu ver, dogmáticos e irreais. Ver em Deus um inimigo é um dos mais tristes exemplos de ignorância que eu consigo imaginar, mas não costumo ver no proselitismo essa atitude. Ao contrário, me parece bastante característico de quem quer convencer alguém de que sua doutrina é a mais incrível dizer que seu deus é perfeito, todo-poderoso, o mais bondoso, generoso (dá carro, emprego, sucesso financeiro, etc.), amoroso, cuidadoso e tudo o que há de bom... Mas só o que há de bom, claro. O que há de ruim está "fora dele" (como isso seria possível, sendo Ele o Absoluto?), e é criação de um filho rebelde. Quando o termo ‘proselitismo’ (proselytos) surgiu, entre os gregos, referia-se à conversão dos pagãos ao Judaísmo. Hoje, você sabe, o termo se revestiu de um sentido pejorativo, geralmente utilizado para apontar aquele ‘ativismo selvagem’ dos que querem converter os outros a seu pensamento, à sua crença. A carapuça não poderia cair sobre minha cabeça (posto que nem tenho uma), mas, por via das dúvidas, deixo claro que minha intenção neste tópico não é converter ninguém, mas mostrar que Deus é UM e que a mensagem dos grandes mestres espirituais de todas as religiões tem o objetivo de indicar os inúmeros caminhos que conduzem a Deus. Sem paradoxos, com harmonia.Amém.
brunopiMembroCara, a vida não tem nada de especialConcordo do C ao L.são apenas moéculas mais complexasAh, então a vida são moléculas mais complexas? Entendi. Mas me diga uma coisa: de que moléculas é feita a ponte com a qual sonhei esta noite? De que molécula é feito o espaço abismal que há entre os elétrons e o núcleo de um átomo? De que molécula é feita a saudade? Pobre materialismo. Aposto que todas as emoções e pensamentos são 'apenas' pulsos elétricos interpretados pelo cérebro.evoluíram porque o tempo era muito longo, Ah, o tempo era longo e aí a moléculas criaram vida. Mas o que é o tempo? Não seria o próprio efeito da mudança (como se observa em suas moléculas) percebida por alguém? Antes de haver uma testemunha dos eventos, havia o tempo? A molécula era testemunha de si mesma? Como, se não era viva?nos tempos antigos o homem achava que a matéria que o constituia era especial, e não é!, "Especial" é um apenas um conceito. A matéria não é especial, de fato. talvez o homem antigo fosse feliz na sua ignorância, mas cara se você vive nos tempos de hoje, usufrua o que tem de bom nos dias de hoje, viagens internacionais, jogos de computador e futebol tambémO "homem antigo" era ignorante? Acho que você está ignorando os helenos, os egípcios, os arianos, os povos pré-colombianos, os celtas e muitos outros povos que de ignorantes não tinham nada. Já sei: você aprendeu isso na escola, onde lhe disseram que as pirâmides são os enormes túmulos de faraós. Procure conhecer, meu querido. A vida está longe de ser um prato raso, em que viagens internacionais, jogos de computador e futebol constituem o que "tem de bom".o homem concebeu Deus nos idos da ignorância de nossos tempos antigos, agora a existência da alma é simples: Ah, a existência da alma era de uma maneira e agora é de outra. Entendi. O homem concebeu o deus antropomórfico, este que se irrita (como se fosse um homem), que se alegra (como se fosse um homem), que deseja vingança (como se fosse um homem). Você consegue entender que essas representações de Deus não descrevem o próprio Deus nem pretendem descrever? Deus não é criação humana, por mais confortável que seja pensar assim hoje em dia, nesses tempos irresponsáveis e desinteressados. Mas eu entendo. É que tem tanta coisa boa nos dias de hoje... tem viagem, tem computador... tem até futebol, imagine.ela é mero reflexo do nosso corpo na quarta dimensão, ou seja, quando morremos apenas a alma têm consciência, por isso vive naquele plano e por isso se despreende da matéria, é meramente a continuidade da consciência em outra dimensão. E se eu disser que é ainda mais simples que isso?Eu já disse e vou repetir, quer acreditar em Deus das religiões, acredite também em saci-pererê, lobisomem, vampiro, é a mesma coisa!, o mesmo absurdo!Hehehe... é, né? ¬¬Mas me diga: quem é você?
brunopiMembroEu penso que essa será minha última resposta a você neste tópico, SE7MUS. Talvez eu tenha ido um pouco longe demais com o que disse. A Verdade se apresenta ininterruptamente, e cada um abre os olhos na medida que suporta ou deseja. Entendo que as informações que dei aqui já serviram para suscitar questionamentos importantes. Quero apenas esclarecer algumas questões sobre as quais não gostaria que restassem dúvidas.Para o conhecimento de Cristo? VALE TUDO exceto dizer que ele está aliado com mal, ou trevas, ou possui uma parceria com o diabo, etc. Como se o bem fosse complementado com o mal o dependente dele. Bem e Mal? Supere isso. No Velho Testamento o bem e o mal têm origem na ação do homem (como não poderia deixar de ser) e não em Deus e no diabo, respectivamente. Como diz o Tao Te Ching, naquele trechinho com que fechei meu último comentário: o que chamamos Bem existe em função do Mal, e vice-versa; isso que compreendemos como claro existe em função do escuro, e vice-versa. Se um deles não existisse, o outro seria inconcebível – ou melhor, inconcebido (pois aquilo que nunca foi imaginado existe como potência). Percebe? Compreenda que Deus não ‘criou’ realmente o Mal. Como isso seria possível? O Mal é criado na medida em que se cria o Bem. São apenas valores relativos, conceituais. Para um tigre selvagem que devora um filhote de cervo não há Mal, nem mesmo crueldade em sua atitude. Isso são conceitos humanos, existem apenas em nossas mentes. Uma tempestade que mata uma criança inocente não é uma injustiça de Deus, não é uma maldade, percebe? Você caminhando também destrói milhares de vidas diariamente, sem nem se dar conta disso. Mas não há Mal algum nisso. Você é apenas uma forte chuva chovendo, que ao cair, em seu esplendor, acaba com inúmeras vidas. Como sabemos, nada permanece. Assim é. A Verdade está para além de Bem e de Mal. Ao “comer o fruto” da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal (ou seja, dos opostos, da dualidade, do conhecimento objetivo), o ser humano inicia seu caminho de retorno consciente a Deus. É parte do Jogo Cósmico. Para ganhar o Si é preciso perder a si. Pode acreditar que Cristo sabia disso, SE7MUS. Uma pulga para você coçar, se tiver vontade: e se toda a criação for apenas Deus brincando de esconde-esconde consigo mesmo?Nunca parei para verificar a respeito de Jesus o "Verbo" em outras crenças. Deve ser muito interessante. Você está abrindo cada vez mais meus olhos e dando-me coragem para verificar isso em "desbravamento das etnias religiosas". Mas, não há um "pilar" para que possamos amarrar a "alma" para não se perder no caminho? - Verbos e seus "verbos".Em primeiro lugar, fico feliz de que esteja se imbuindo de coragem para conhecer a si mesmo, e imagino que logo você vai descobrir se é preciso mais coragem ou mais atenção em sua busca. Em segundo lugar, não sou eu que estou abrindo seus olhos, e isso em breve você deverá perceber, se o quiser. Bem, há diversos pilares nos quais podemos “amarrar” nossas almas. Creio que você está falando de segurança e de seguir o “caminho correto”. Adianto que se sentir seguro é agradável, mas não é de modo algum necessário, posto que não há perigo Real. Só não tenha medo: o medo existe apenas porque somos apegados a essa passageira construção de nós mesmos: o ‘eu’ minúsculo. Apegar-se, além de inútil, é causa de sofrimento. Portanto, com relação a esse “amarrar”, uma sugestão: é claro que você pode amarrar, mas não esqueça onde e como amarrou, para poder se soltar quando for necessário. Emancipação é algo muito importante nesse contexto, ao meu ver. Não se apegue à segurança que Jesus porventura lhe inspire; em vez disso, esmere-se para agir em acordo com o que lhe diz Jesus, não nas palavras escritas, mas no coração. Assim não tem erro, pode acreditar.Nos primeiros passos de minha busca, me mantive seguro na certeza de que Jesus não permitiria que eu me enganasse. Pedia isso a ele recorrentemente. Era um de meus “pilares”. De fato, foi assim que comecei a caminhar, o que ainda estou aprendendo a fazer. Mas posso dizer que Jesus me mostrou que é mesmo preciso deixar na margem a canoa com a qual se atravessou o rio. Em que “pilar” se apoiar? Tudo depende de sua crença. Aconselho que se dispa de todo preconceito e que ouça seu coração. Tente pensar menos e sentir mais. Aprendi à minha maneira que todos os pilares, mesmo os mais sublimes, são apoios aos quais podemos recorrer para chegarmos à Meta, mas que não devem ser confundidos com a própria Meta. Esses pilares podem ser grandes mestres, antigos tratados sobre o Espírito ou técnicas de Realização, a observação do fluxo dos fenômenos da Natureza, os ensinamentos de seu Mestre Interno – o que os hindus chamam de Satguru, etc. Sim, os hindus.Per'aí... Como devo chamar esta ciência, já que não se refere à Quântica? Não me diga que seria mais uma doutrina religiosa, pois soaria "clube" dos Hindus e suas perspectivas.SE7MUS, esse assunto sobre o qual estou tratando aqui com você não é ciência nem doutrina religiosa, embora ambas se ocupem de questões relativas a ele. Veja bem: aquele ramo da ciência sobre o qual falei um pouco é chamado de Física Quântica. O que este ramo da ciência está descobrindo, a custo de muito trabalho, por meio de fórmulas, experimentos e alta tecnologia, é algo que os homens já estudam há séculos, nos mais variados locais da Terra (e fora dela). O Mistério apresenta muitos rostos. O que quis dizer foi que isso que a ciência está descobrindo hoje, tradições milenares já o sabiam muito antes de escreverem em pergaminhos. A Física Quântica é um grande avanço para a ciência materialista, na medida em que rompe com alguns ‘dogmas’ tão caros a nós, ocidentais; porém, não traz muitas novidades para o pensamento oriental. De péssimo gosto essa alcunha de “clube dos hindus”. Note que não tenho falado aqui apenas do ponto de vista dos indianos. Aliás, hindu é o modo como nós, ocidentais, nos referimos ao povo do subcontinente indiano, embora eles mesmos não se chamem assim. Importa saber que o Budismo, embora tenha surgido naquela região, floresceu também em outras partes do mundo, como a China e o Japão, e adquiriu nesses lugares feições próprias. O Zen Budismo japonês, por exemplo, abre mão do rebuscamento do Budismo Mahayana, da Índia, e fixa-se na mais profunda simplicidade. O Taoismo é chinês. A Cabala é judaica. De todo modo, certamente os hindus são um povo muito avançado, e detentores de muitas chaves para a compreensão do Mistério. Respeito-os muitíssimo. Por exemplo, você sabia que os números arábicos são uma criação hindu e não árabe? Vou lhe dar uma sugestão: preste muita atenção ao que esse povo tem a dizer e, se puder, estude seus livros sagrados. São inúmeros os tesouros que eles guardam com amor.Respondendo à sua pergunta “como devo chamar esta ciência?”, eu lhe digo: não chame de nada. Ela não precisa de um nome. Não, essa afirmação de que Jesus regressou conscientemente [ao Logos, ao Uno] vai de encontro às afirmações de Paulo: "Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse, Colossenses 1:19". Ou seja, em Jesus já habitava a plenitude.Eu tenho algumas ressalvas quanto ao Novo Testamento, em virtude da interferência romana nos textos que o compõem e na própria escolha destes textos (certamente você já leu a respeito do Concílio de Niceia, e do papel de Constantino nos rumos do Cristianismo). De todo modo, não vejo em que aspecto o que eu disse entra em conflito com o que diz Paulo. É claro que a plenitude habita em Cristo, assim como habita em absolutamente tudo o que existe. Me parece é que, novamente, você esbarrou na barreira do tempo. Digo isso por causa daquele já que você usou (“em Jesus já habitava a plenitude”). Habitava antes, habitava depois, habita agora... Entenda de uma vez por todas: o tempo não se aplica à Plenitude. Ponto. Abra seu coração ao entendimento. O papo tá cada vez mais interessante. Gostaria de saber de quê posso chamar essa doutrina (se é que seja uma).Creio que, se fosse tão relevante Jesus haveria de mencioná-lo, afinal, Ele não é o Mestre?Mais uma vez lhe digo: não queira nomear as coisas. As coisas já têm nomes demais, SE7MUS. O Tao Te Ching (livro chinês, não hindu) diz: “O nomear é a mãe das dez mil coisas”. Essa compreensão de que o mundo é tecido pelo Som Cósmico está em inúmeros textos sagrados antigos, de diversas tradições, em várias partes do mundo, sob muitos nomes. Apenas ouça sua intuição. O que eu disse soa verdadeiro para você, em seu íntimo? Soa falso? Basta prestar atenção e você mesmo vai saber. Há muitas coisas relevantes sobre as quais Jesus não falou a seus discípulos, por não poder, e muitas outras que, embora tenham sido registradas por eles, não chegaram a todos nós. Basta ler os Evangelhos Apócrifos, excluídos do Novo Testamento pelos bispos romanos a mando de Constantino, para entender o que quero dizer. A mensagem de Jesus é mais profunda do que muitos supõem, por desconhecimento. Um desconhecimento, aliás, justificado historicamente, por séculos de perseguições e torturas. Quanto a isso, só mais uma coisa: Jesus não é o Mestre; é um Mestre. Não tenho interesse em convencê-lo disso. Acredite no que quiser.Essa foi boa: "audição, visão, olfato, gustação, tato [amarrados] na consiência [Manas, Alaya e o Karma]" Pode ter sido boa, mas eu não falei nada disso; isso é o que você entendeu. Não há nada amarrado a nada. O que eu disse foi que alguns ramos do Budismo compreendem que os oito sentidos citados estão relacionados, cada um deles, a uma consciência. O karma não é relacionado a uma consciência. Eu não disse isso. Disse que Alaya é, entre outras coisas, uma espécie de 'depósito' do karma. As oito consicências relacionam-se à visão, à audição, ao olfato, ao tato, ao paladar, à faculdade mental, a Manas e à Alaya. Entendeu por que conhecimentos como esses não podem ser transmitidos sem o devido preparo? Você não entendeu o que eu disse. E se resolvesse acreditar no que entendeu equivocadamente? Ou, pior: se resolvesse ensinar isso a outros? Imagine o prejuízo. Por isso acredito que fui longe demais com o que disse a você aqui – e por isso muitos ensinamentos profundos não são postos tão às vistas, tão às claras, pela grande possibilidade de não serem devidamente compreendidos e gerarem ainda mais confusão. Por tudo isso, peço desculpas.As coisas estão se repetindo, mas na forma Hindu.“Forma hindu”? A verdade é uma só, meu irmão. Quem tiver ouvidos, que ouça.Neste último ponto de vista não estaria despersonalizando Deus? Ou Deus nesse ponto não tem personalidade, mas personalidades?Porque o espírito da Bíblia separa perfeitamente o Criador (Vibração) com sua Criatura (átomos) e seu livre arbítrio (consciência).SE7MUS, você acha que Deus é uma pessoa? Veja, persona é uma palavra que os gregos usavam para se referir às máscaras usadas no teatro. A máscara oculta quem está atrás dela. Essencialmente, uma pessoa também é isso: essas aparentes individualidades que ocultam o Absoluto que há “por trás” delas. Despersonalizar Deus é, ao meu ver, uma atitude bastante razoável. Deus é o que há e o que não há, SE7MUS, inclusive todas as personalidades. E, ao mesmo tempo, não é nenhuma delas.O “espírito da Bíblia”? Ou sua interpretação dela? Novamente aqui você criou conceitos baseado em sua interpretação do que eu disse. 1) A vibração criadora que mencionei não é o “criador”, no sentido bíblico. Inclusive porque, no Velho Testamento, a palavra hebraica que se costuma traduzir como “criador”, Heloim, é na verdade uma palavra plural. Uma tradução mais correta seria “criadores”. Recomendo que estude a respeito. A vibração cósmica está mais próxima do que chamamos de criação – mas não como algo acabado, finalizado, mas sempre novo e em movimento. O próprio ato (Verbo) de criar, sendo ele mesmo o que é criado; 2) Achar que as “criaturas” são átomos é perceber apenas seu aspecto material. O homem possui vários corpos, e só um deles é feito do que chamamos átomo. 3) O Livre-Arbítrio é a Vontade de Deus ser exatamente como é. Não é o mesmo que consciência, nos termos que eu vinha tratando aqui, que se refere mais ou menos á capacidade de sentir ou de se perceber. A Mente? Uau... isso vai dar muito "pano para manga". O que seria a realidade?Não se pode dizer o que é a Realidade. Você pode chegar mais perto dela por meio da negação. Os hindus (eles mesmos) têm uma expressão para isso: “Neti, neti”. Quer dizer algo como “não é isso, nem é isso’. Nada que você consiga conceber é a Realidade. Não é a Mente, não é o Espírito, não é a Alma, não é o Pai, não é a Vida. Está na lacuna entre os pensamentos. É a causa de tudo, sem fazer absolutamente nada. Sustenta tudo sem esforço. Wu wei. Estou cansado.... posso superar isso simplesmente ignorando minhas limitações e positivamente posicionar-me mentalmente para conseguir finalizar uma tarefa difícil sem notar o desgaste?Mentalmente posso renovar minhas forças? - sendo que no meu corpo tenho sintomas da exaustão que me convida a deitar-me em um acolchoado acochegante... ahhh!... que preguiça.Quem está cansado e com preguiça? O fantasma? Renovar o quê? Que forças? Você lê, mas não quer entender.Jesus sempre se identificou aos olhos alheios como um doido o como um Deus.Ele é identificado como doido por muita gente, mas acredito que nunca tenha se identificado como doido. As pessoas pensam muitas coisas, e até algumas tolices não é mesmo? Mas Jesus não tem nada a ver com isso. Deus? Sim, ele era um com Pai. Mas não mais do que você e eu e a Acácia e o Jaime e a avó do meu vizinho e aquela árvore ali fora... Somos todos 'um com o Pai'. Um dos ensinamentos capitais de Cristo é que a unidade com Deus pode ser obtida por meio do Amor. Amor mesmo, aquele que dissolve as linhas, que tudo abarca, bênção em movimento, claridade abissal. É um caminho, embora não o único, de se realizar a unidade com o Absoluto. A Palavra de Deus é o que mantém o Ser como realmente é (pecador) e como deve SER (redimido).Entendo que você, por ter se instruído na tradição católica, tenha essa compreensão do pecado como algo inerente ao homem (uma condição). Na tradição judaica, por exemplo, o pecado é toda violação à Lei de Deus; um erro, e não uma condição. Para os judeus, não existe tal coisa como o pecado original. Para um oriental criado de acordo com suas tradições ancestrais, então, deve ser até difícil entender uma coisa destas. Graças a Deus, não tenho do que “me redimir”, posto que sou, essencialmente, a própria Luz Eterna. E por falar em Luz, vou lhe propor algo. Encare como uma experiência. Você ora a Deus? Quer dizer, você destina um momento de seu dia a fazer uma oração? Imagino que sim. Eis minha proposta: em vez de conversar com Deus, agradecer ou pedir perdão, tente ficar em silêncio por alguns minutos. Claro, não pode ser um silêncio qualquer, tem que ser um silêncio sagrado. Vá para um canto sossegado de sua casa, ou mesmo em algum templo, e sente-se quieta e confortávelmente. Apenas fique ali sentado, sentindo a presença de Deus. Não espere sentir, apenas sinta o que estiver sentindo. Se entre você e Deus se interpuser aquele palavrório que a mente sempre cria, não faça nada. Não tente parar a mente, pois isso não será possível. Apenas deixe as frases e as imagens mentais passarem, sem que você lhes dê a atenção habitual. Não junte as frases uma à outra, pois é assim que o mecanismo da mente funciona. Fique alerta. É só isso. Com alguma regularidade (ao menos uma vez por dia) você logo sentirá algumas diferenças .Fique bem.
brunopiMembroHum…
brunopiMembroEi, perdão, Suzana… O duplo sentido foi mesmo involuntário, viu? Não quis parecer rude. Só quis dizer que o esquilo vive predominantemente “nas alturas”.
brunopiMembroNão, um esquilo, com certeza.Ó, pobre toupeira, embaixo da terra o buraco é mais embaixo.
brunopiMembroQuem vive melhor, um ateu ou um religioso?R: Um esquilo!
brunopiMembroCom toda sobriedade. Podemos, com todas estas demonstrações quânticas, considerando os fenômenos (realidade) perceptíveis aos nossos sentidos, levar à cabo que o corpo como ente de minha própria percepção não ser alimentado pelos nutrientes (outros fenômenos) e, ainda sim, não tirar a sua fome, para então viver em harmonia eterna com os outros fenômenos (natureza)? – O que diríamos sobre a morte?Queria responder um pouco melhor esta questão. Partamos da afirmação de que o corpo é comida. Não sei se você já ouviu falar ou se já percebeu os ciclos setenários pelos quais passamos. A cada sete anos, em média, 'completamos' um ciclo, que consiste num movimento de renovação bastante abrangente. Emocionalmente, por exemplo, é fácil perceber essas transformações. Não sei quantos anos você tem, mas veja se essas idades aproximadas lhe trazem alguma recordação: 7 anos, 14 anos, 21 anos, 28 anos... São geralmente emblemáticas nas vidas das pessoas. Pois bem, o corpo, acredita-se, acompanha esse ciclo. Já li que o processo de renovação celular humano se dá de sete em sete anos – ou seja, isso que chamamos de ‘nosso corpo’ e ao qual nos apegamos tanto será praticamente todo ele uma outra coisa nesse breve lapso de tempo. A Impermanência, um dos mais basilares ensinamentos do Budismo, deve responder esse seu primeiro questionamento. Já falei aqui sobre a Mudança Eterna, o Movimento que faz parecer que há as coisas e que nunca se fixa. Eis as palavras de Buda, no Sutra do Diamante: “Todos os fenômenos assemelham-se a sonhos, bolhas, sombras. São como orvalho, como relâmpago. Como tal devem ser contemplados”; e no Sutra da Sabedoria: “Este mundo é impermanente. É como o reflexo da lua na água. Todas as nossas realizações serão devastadas pelos ventos da mudança”. A morte de seu corpo será a morte de sua consciência individual, ou seja, do ‘seu mundo’, dessa construção que você erigiu aparentemente ao longo de anos, mas a harmonia eterna, como você mesmo disse, é eterna, existe eternamente com suas raízes no Abismo, na Realidade. Entendo que há uma bela chave aqui: tudo flui e se transforma, nada permanece... o que permanece é o Absoluto, é a Realidade. Entende o que quero dizer? Note-se que, não assistindo às necessidades, o corpo, minuciosamente, propende à morte. Logo, podemos dizer que: "O que mantém o nosso físico a esta realidade ‘concreta’ são os alimentos" e não a nossa mente (abstrato ou o "vazio"). OU a Quântica tem algo a dizer com o poder da mente; se tudo deve-se ao fato de uma simples observação. Como deveríamos nos comportar diante dessa descoberta?O corpo é comida. Mas o que é ‘corpo’? O que é ‘comida’? São constructos da mente. São criações mentais, simplesmente observadas, sob a luz da Consciência. Como se comportar? Não sei. Os taoistas, pelos quais tenho profunda admiração e respeito, buscam se comportar de maneira ‘natural’. Agir como o Tao, de acordo com a Natureza, como o vento, o rato, a pedra no fundo do rio. Parece-me razoável.Que meus rabiscos sirvam ao entendimento.Um abraço.
brunopiMembroNo começo não acreditei que você estivesse falando sério; depois senti que minha permanência nesse fórum se justificou.Então... Essa teoria unificadora (também chamada de Teoria da Grande Unificação ou Teoria de Tudo), como eu disse, ainda não existe. A ideia, grosso modo, é encontrar um modelo teórico simplificado que seja aplicável a todas as interações básicas da natureza: a força gravitacional, a eletromagnética, a força nuclear forte e a força nuclear fraca. Pelo que sei, a teoria que mais chega perto disso é a Teoria das Cordas. Se você não conhece, recomendo essa série de vídeos aqui: http://www.youtube.com/watch?v=uEbzBQHTxRk É um pouco longa, mas é conduzida por um dos cientistas que estão à frente das pesquisas, que tenta traduzir esse ‘ninho de vespas’ para a compreensão de leigos como nós. Acredito que ficará impressionado com o que esses caras estão fazendo.Veja bem, meu irmão, não sei até que ponto você está disposto a mudar sua compreensão acerca de Jesus, nem sei se tenho esse direito. Observo os textos que antecedem sua assinatura e vejo a importância que ele tem em sua vida. No entanto, com relação a essa questão da Teoria Unificadora, eu só vejo um aspecto em que Jesus se encaixaria, mas talvez isso fosse alterar substancialmente seu entendimento sobre Cristo. Esse aspecto refere-se ao Verbo. Quero deixar claro que respeito todas as crenças e que não sou detentor da “verdade última sobre a Bíblia” ou algo assim. Mas, pelo que aprendi e pelo que me dizem algumas fontes que considero seguras, assentei minha crença nisso que vou lhe contar. Só quero ressaltar que, claro, é apenas minha crença, que não necessariamente reflete os profundos ensinamentos das doutrinas que eu venha a citar.É comum a compreensão de que o “Verbo feito carne” se refere ao “Deus feito homem”, e talvez esse seja seu entendimento. Há alguns anos eu comecei a estudar, por minha conta, alguns temas que para mim eram cruciais. Esses temas diziam respeito ao Sagrado, ao Mistério. O caminho a mim oferecido foi o de buscar não a contradição nos textos sagrados, mas a intercessão entre eles. Não foi nada consciente, do tipo: “ah, vou buscar a Verdade que é comum a todos os textos sagrados...”, sabe? Aconteceu de, conhecendo os princípios básicos de diversas tradições espirituais (especialmente as orientais), eu topar com inúmeras semelhanças e convergências. Uma das primeiras dessas convergências diz respeito justamente à questão do Verbo. Não sei se você conhece algo sobre Sanatana Dharma, a religião que se costuma chamar de Hinduísmo. Essa frase sânscrita é geralmente traduzida como A Lei Eterna. É uma tradição mais aberta do que o que costumamos chamar de religião no Ocidente, e penso que seja assim em função de sua antiguidade, do caráter do povo que a mantém, e por causa da própria natureza de sua sistematização. Bem, nessa teia absurdamente rica e complexa que é a religião tradicional hindu também há uma compreensão tripartida de Deus. Eles a chamam de Trimurti. Não equivale à trindade cristã, pois trabalha com outras características de Deus – poderíamos chamar de aspectos de Deus. Deus para eles é um só, ao contrário do que muitos pensam. Os três aspectos são: Brahma (o aspecto criador), Vishnu (o aspecto preservador) e Shiva (o aspecto destruidor). Repare que realmente Deus está em tudo, que no fugaz instante que compõe o presente imediato em que de fato existimos, você, por meio da consciência, percebe a permanente criação de incontáveis formas e sensações, que, tão imediatamente quanto surgem (a criação, Brahma), são também devoradas, extintas (a destruição, Shiva). No entanto, é justamente esse Movimento infinito de criação e dissolução que dá origem a tudo, um Movimento que se mantém por meio da Lei (Dharma) e que garante que o que existe siga existindo (o aspecto preservador, Vishnu). Claro, a síntese que fiz nesse parágrafo é absurdamente concisa e cheia de buracos, mas é por aí. Bem, isso tudo eu disse para ressaltar o aspecto representado em Vishnu. Existe uma sílaba sagrada entre os hindus, que você já deve ter ouvido falar, que é o AUM. É o mantra mais importante do Sanatana Dharma, porque está associado ao Som Cósmico (ou Vibração) que origina o universo. Nunca tentei entender de que maneira uma vibração poderia gerar o universo, mas desde que ouvi falar disso sempre me pareceu estar certo. Bem, esse AUM tem um simbolismo profundo. Cada um de seus três caracteres (ou sílabas) representa diferentes conceitos – em uma das Upanishads, por exemplo, é dito que se referem aos estados de vigília, sono e sonho. As sílabas do AUM também simbolizam, veja só, os três aspectos da Trimurti: Brahma, Vishnu e Shiva, nesta ordem. O Som Cósmico, que a tudo origina, que "esteve com o Pai desde o princípio”, raio primeiro derivado do Absoluto Insondável, este é o Verbo. Essa é minha compreensão: Jesus, um avatar nascido com corpo do sexo masculino em uma região árida deste planeta, elevou sua consciência a este Princípio, identificou-se com Ele, tornou-se Ele – ou, melhor dizendo, regressou conscientemente a Ele. Mais especificamente, Jesus estaria relacionado de modo particular com o aspecto de Vishnu, o preservador. Se você estudar a história de Krishna (avatar de Vishnu), verá as incríveis semelhanças entre detalhes da história de sua vida e a de Jesus. Voltando à Teoria de Tudo, arrisco a dizer que isso que os cientistas estão tentando deduzir em fórmulas matemáticas Jesus via claramente. Certamente não com os olhos de carne, talvez não com o intelecto, mas com o Grande Olho. Sugeri que você assistisse aos vídeos sobre a Teoria das Cordas, mas vou lhe adiantar uma coisa aqui, por julgar pertinente e capaz de fundir seus miolos como fundiu os meus. A Teoria das Cordas sustenta que os menores elementos constituintes do universo, aquilo que está na base de todas as partículas, são filamentos fibratórios de energia – as Cordas. Os diferentes padrões vibracionais (ou seja, as diferentes frequências com que essas Cordas vibram) dão origem, segundo essa teoria, a todas as diferentes partículas subatômicas. O quê? Uma vibração de energia estaria na origem de tudo o que percebemos, tão solidamente, como matéria? Sim, uma vibração, um Som Cósmico, um Verbo.Isso... isso... isso. A massa do eletrón. Uma vez aferida, medida, localizada, situada onde estará ele (eletrón)? e vice-versa.Não tenho a menor ideia, SE7MUS. Creio que em lugar algum.Tuchê... ai você me pegou legal. Então, como posso descrever a realidade? Como posso demonstrar a alguèm? Se digo: "Vê, isto aqui é um vaso". Diz Brunopi: "Que vaso? - Não vejo nada; vejo um vazio". Torno a dizer: "É um vaso, como pode ser o vazio? - refere-se ao vazio no vaso?". Diz Brunopi: "Não, mas o Vazio do vaso - você está com o Nada nas mãos". Se7mus, perplexo diz: "Se o vaso é o Vazio (realidade), logo minhas mãos são o vazio com a mesma qualidade do vaso; sendo assim o vazio segurando o vazio; e o vazio (se7mus) conversando com outro vazio (Brunopi) interligando-se ou realicionando-se somente com os sensores (os 5 sentidos emitindo e recebendo as sensações).Que mundo é esse meu irmão? (digo atônito) Olha, alguns segmentos do Budismo, por exemplo, apresentam um entendimento de que percebemos o mundo por meio de oito consciências. Cada uma das faculdades dos sentidos (tátil, olfativa, gustativa, visual e auditiva) está relacionada a uma consciência. Além dessas, há a consciência atrelada à chamada faculdade mental (decodificadora dos estímulos sensoriais); a consciência de Manas, que é o centro do pensamento e está vinculada ao eu individual; e a de Alaya, o “depósito” de todas as nossas experiências, do karma, que originaria todas as outras. Ou seja, não ‘seríamos’ apenas os cinco sentidos dialogando, mas toda essa estrutura mais complexa. Claro, tudo isso é fruto da Dualidade e, por isso mesmo, não é Real. Como lhe disse, a linguagem não dá conta disso. Não somos o Vazio, literalmente. De forma mais acurada, mas ainda assim incorreta, podemos dizer que o Vazio existe no Absoluto e com Ele se identifica. Você é o Absoluto; logo, o Vazio está em você e com você se identifica. Mas acredito que sua intuição está correta quando diz “Se o vaso é o Vazio (realidade), logo minhas mãos são o vazio com a mesma qualidade do vaso”. A realidade dos sonhos... Achava eu que seria algo fantasmagórico (mesmo que fosse belo) seria uma realidade "virtual"; só se despluga quando acorda. Do contrário, configuraria para mim a "morte"- Sonhos eternos até a ressureição (o desplugue). Como se a realidade fosse as coisas "sensíveis", tanto no tato quanto no coração, mesmo que fosse no "Vazio".Curioso como essa sua descrição em muito se assemelha à presente no Livro Tibetano dos Mortos (o Bardo Thodol). O termo Bardo significa, ao pé da letra, “entre dois”, no sentido de "estado intermediário", e refere-se a seis estados particulares pelos quais transita a Consciência: o estado natural do Bardo durante a concepção (o nascimento); o Bardo do estado onírico (o sonho); o Bardo do equilíbrio extático (meditação profunda); o Bardo do momento da morte; o Bardo da experiência da Realidade (experiência pós-morte, momento em que nos dissociamos do corpo físico); o Bardo do processo inverso da existência sansárica (grosso modo, o retorno a um corpo físico). Onde você usou o termo ressurreição, um budista usaria talvez renascimento. Este é um dos objetivos do Budismo: romper esse ciclo de nascimento e morte e alcançar a Libertação. Para isso existem diversos métodos. O Bardo Thodol descreve alguns. A Consciência transita (ou deixa-se imprimir) por todas essas ‘realidades aparentes’, embora essencialmente esteja apenas testemunhando tudo em seu silêncio eterno, vislumbrando em sublime paz o grande jogo da existência. Aquele que testemunha tudo o que se dá, ou seja, o Absoluto, o Insondável, é o autor, os atores e o palco. Esse nosso diálogo é apenas mais uma pequena fala em seu Teatro Infinito. Entendi... Parece-me um novo conceito para o Nada: "Nada como Tudo". Não seria um Paradoxo? Tudo no Nada, Nada no Tudo, Tudo é nada e Nada é tudo. De modo que para ligar ou conceber os dois deveria ter uma válvula de escape: uma para sair e outra para entrar ou para equilibrar os raciocínios sem dar-nos uma aparência de esquizofrenia?Posso confirmar então que a realidade entre os dois mundos (Tudo e Nada) são instrisecos de tal forma que não deve negar nenhum. De forma que, se estou sentado escrevendo, não estou sentado e escrevendo ao mesmo tempo sendo o que vale para os dois mundos é tão somente os "movimentos" da consicência (no Nada) e das moléculas (no Tudo)?Observe que você deu aqui um exemplo incrível de como a dualidade tece o mundo. Reparou que você partiu do simples Nada e, no espaço exíguo de dois parágrafos, chegou à concepção de dois mundos ligados por uma válvula hipotética e com realidades intrínsecas que não poderiam ser negadas? Uau... De onde veio tudo isso? Respondo: da Mente. É o que ela faz: vagueia e divide e compartimentaliza e, com isso, cria TUDO. Ela cria o que você chama de mundo (e que existe dessa forma apenas para ‘você’, a consciência egóica). Dessa maneira surge a aparência, compreende? A Realidade não está aí, na multiplicidade, mas no mais simples, naquilo que os neoplatônicos chamam de Uno. Perfeito... Chegamos à Chave: "o Ser". Como me converti ao "olhar" Quântico preciso apontar para uma "linha" de raciocínio que poderia ser "interessante". Espero que goste:E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. Êxodo 3:14 - http://www.bibliaonline.com.br/acf/ex/3Em torno da apresentação de Deus, em sua essência, seu significado, sua forma. Como poderíamos concatenar a idéia da Realidade quanto ao seu Criador. Tendo em vista que somos semelhantes à Ele? - Somos o que somos.Veja que nem precisei reordenar o discurso: suas próprias pontuações já dão conta do recado. A esse tipo de ‘coincidência’ dão o nome de sincronicidade. Esse trecho contém um dos ensinamentos mais profundos da Bíblia, do que eu tenho conhecimento: o EU SOU. Preste atenção a isso: quando você acorda, antes de se situar no tempo e no espaço, antes de lembrar que está num corpo, que tem atividades para fazer durante o dia, que está com dor de dente etc., existe uma sensação sutil de presença. Ela jamais lhe abandona, por mais que não esteja atento a ela, àquela sensação de que se existe, 'anterior' ao conhecimento de quem é que existe. Essa sensação, que é a própria raiz da Consciência, é o EU SOU. É o Ser. É o que você é de fato, você e eu e tudo o que há, é Aquilo do qual tudo deriva. Na verdade, creio que o que somos mesmo está para além desse EU SOU, mas, como já disse, a linguagem não dá conta. Por exemplo, a simples presença de um EU nessa construção já denota algum tipo de ‘individualidade’, por mais etérea que seja, o que já implica erro. Recomendo que procure estudar os diálogos com Nisargadatta e também que repare no papel deste EU SOU no discurso de Jesus, presente no livro de João. Eu disse assim: “sugiro que esqueça isso por agora. Atente para o fato de que tudo o que surge, surge para alguém. Mas para quem surge? Indo um pouco além, cabe perguntar: existem realmente as várias pessoas para as quais tudo isso aparece? Ou essas pessoas todas, você e eu e todos os outros, somos parte disso que surge?" Você respondeu:É impossivel para eu responder esta questão por ser de natureza "Vazilótica" (olhar no vazio). Mas, tenho uma sensação terrível agora no meio desta conversa: "a fé". Pois somente pela fé entendemos que os mundos... ahhhh; vou deixar o autor de Hebreus lhe responder por mim:Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. Hebreus 11:3T'aí umas das minhas felicitudes. A quântica na Bíblia.Imagino que, a essa altura, você tenha uma outra compreensão sobre este texto de Hebreus... Mas esqueça um pouco a Física Quântica. É um grandioso esforço humano, sem dúvida, mas uma pálida luz se comparada com os conhecimentos que nos trazem muitas tradições milenares. Nada mais que um ramo da Ciência tentando comprender o Mistério com o limitado intelecto. Mas me diga: será que o aparente é feito do Real?Com toda sobriedade. Podemos, com todas estas demonstrações quânticas, considerando os fenômenos (realidade) perceptíveis aos nossos sentidos, levar à cabo que o corpo como ente de minha própria percepção não ser alimentado pelos nutrientes (outros fenômenos) e, ainda sim, não tirar a sua fome, para então viver em harmonia eterna com os outros fenômenos (natureza)? - O que diríamos sobre a morte?Note-se que não assistindo às necessidades, o corpo, minusiosamente, propende à morte. Logo, podemos dizer que: "O que mantém a nosso fisico a esta realidade "concreta" são os alimentos" e não a nossa mente (abstrato ou o "vazio"). OU a Quântica tem algo a dizer com o poder da mente; se tudo deve-se ao fato de uma simples observação. Como deveríamos nos comportar diante dessa descoberta?Olha, Nisargadatta diz que o “corpo é comida”. Mas não foi preciso um grande mestre como ele lhe dizer isso para que você percebesse a mesma coisa. Se o corpo não se alimenta, ele perece, por mais que leve gerações – como tem ocorrido com o corpo físico de santos em diversas partes do mundo e de diversas tradições religiosas, que permanecem incorruptos (http://www.acemprol.com/viewtopic.php?f=16&t=1502). Mas essa harmonia eterna à qual você se referiu não depende do corpo, embora haja quem a experimente ainda no corpo físico (como os jivanmukta).Percebo que no decorrer dessa explanação fenomenológica quântica, devo de antemão afirmar que "antes de Buda Cristo já é". Parece radical, mas vamos chegar ao entendimento melhor depois.Achei que estivesse claro: o tempo é uma ilusão. Antes de Buda ou depois de Cristo são meras convenções linguísticas. Além disso, Buda não é o nome de um homem ou uma personalidade. O termo Buda significa ‘o desperto’, ou aquele que está acordado. Geralmente quando se fala em Buda, refere-se a Sidarta Gautama, um príncipe que atingiu, por seus próprios meios, a compreensão suprema e cujo ensinamento reformador ajudou a moldar o pensamento oriental como é hoje. Compreenda que sua afirmação carece de sentido. O Cristianismo costuma atribuir a Cristo uma condição superior à de qualquer outro mestre, por tomá-lo como Filho Unigênito de Deus. Bem, eu não vejo dessa maneira.Esqueçamos os nomes, as subdivisões, os pensamentos, as sensações, as projeções e as memórias... assim seremos como Jesus, seremos como Sidarta, apenas seremos. Finalizo com uma tradução do segundo capítulo do Tao Te Ching, um dos mais importantes e concisos textos sagrados da China:Quando o mundo percebe que a beleza é a beleza, a feiúra é criadaQuando percebe que o bem é o bem, o mal é criadoAssim o ser e o não ser geram um ao outroO difícil e o fácil trazem um ao outroLongo e curto revelam um ao outroAlto e baixo suportam um ao outroMúsica e voz harmonizam um ao outroFrente e trás seguem um ao outroPortanto o sábioconsegue trabalhar sem agir e ensinar sem palavras Trabalha com inúmeras coisas, mas não as controla Cria, mas não possuiAge, mas não tem expectativasTem sucesso, mas não se apega ao sucessoE é porque não se apega ao sucessoque dura eternamente
brunopiMembroSE7MUS, me alegrou genuinamente ler tudo o que você disse aqui. Pena que você demora muito a responder. Bom, creio que há algumas coisas que ainda não foram muito bem compreendidas, e tenciono a explicá-las.Parece-me, posso estar enganado, que a máxima da Quântica é: "A realidade é subjetiva", ou seja, depende do seu observador, do instrumento e raciocínio aplicado para a interpretação pessoal (ou coletivo) do real. Sendo assim, pode encadear uma série de individualismo acerca do que é verdade DE FATO (sensível). De modo que até as observações Quânticas são passíveis de ser duvidadas. Nesta máxima, por via de regra, a quântica de certa forma "duvida de si mesma" - Será que as observações quânticas estão corretas? (seria como Quântica da quântica) - kkkk. Adentramos em uma nova filosofia. Estou longe de ser um estudante sério de Física, mas penso que posso dizer que a Física Quântica não tem como premissa essa subjetividade que você identificou. Certamente contempla este aspecto, mas não é este o ponto, creio. É um ramo relativamente recente da Física, e por isso mesmo ainda está em seus primeiros passos, tateando os caminhos, mas o grande cerne, pelo que entendo, é buscar compreender como o universo do infinitamente minúsculo funciona, que leis o regem. O que se sabe é que o macro e o micro parecem se comportar de modos diferentes. Há quem esteja buscando descobrir uma teoria unificadora que dê conta de reunir esses universos, mas ainda não foi possível.Mais que lidar com a subjetivação, a F. Q. trabalha com a incerteza, característica de seu objeto de estudo. Acredito que a ‘realidade aparente’ é sim subjetiva (depois eu volto a este tema). O que o experimento de John Wheeler fez foi demonstrar isso, mas apenas no universo das partículas muito pequenas. A Ciência ainda não provou que o universo manifestado (ou fenômeno, se posso chamar assim) é, todo ele, uma criação da consciência. Mas ainda chegaremos lá. A minha opinião é que a Ciência materialista em breve vai topar com a descoberta de que (assim como já apontam alguns segmentos da Psicologia) os próprios indivíduos são também criações da Mente. Acredito até chegar a Quântica e acabar com tudo - kkk (brincadeira). Se determino onde está o eletrón; em que ambiente estará? Se determino o ambiente; onde estará o eletrón? Mas o modelo atômico que aprendemos na escola ainda é válido, não é?Creio que o modelo atômico que eu aprendi na escola, há algumas décadas, ainda é válido, embora não me recorde de terem dito nada sobre F. Q. :) Não sei se entendi sua pergunta, mas o que sei é que se localizamos o elétron num ponto do espaço, ele parece não ter massa; se medimos sua massa, não é possível localizá-lo no espaço.Só uma observação engraçada. Estou sentado no vazio, mas tem átomos me segurando... kkk. (brincadeiras a parte)E aí eu pergunto: os átomos estão segurando quem? Quem é esse que você diz ser você? Refere-se ao corpo? Às sensações que ele proporciona? Você tem mesmo certeza de que isso é você? Ou isso é uma impressão, mais uma convincente criação da Mente?Não... eu não tenho medo da metafísica. Apenas acho que ela não leva para lugar algum. Ela apenas opera com qualidades e relações, e não com a realidade.Gostaria que você me dissesse o que seria realidade para você. Bem, como você assume que a Metafísica não opera com a realidade, suponho que a Física sim. É isso? Sendo assim, parece-me que você considera “real” aquilo que é palpável, mensurável, verificável. Pergunto: de que matéria são feitos os sonhos? A Física pode dar conta desta realidade? Penso que não, ao menos ainda. O que é a Realidade, com letras maiúsculas? É válido distinguir a aparência e a Realidade.Entramos aqui em um PARADOXO mais desgraçado que nunca vi: " O bloco maciço, concreto que acho que vejo [...], mas a realidade é invisível". A luz é refletida no nada, pois "reflexo" é um desvio de luz ou retrocesso dela, quero dizer... onde a luz se esbarrou?Onde você vê paradoxo, vejo a harmonia dos opostos, que é a própria raiz do fenômeno. A luz não é refletida no “nada”; ambos, a luz e o reflexo, são o próprio Nada. O Nada a que me refiro é o campo potencial do qual emerge tudo o que é percebido. Como afirma o Budismo (e a F. Q. começa a provar), tudo o que há é o Vazio. Entende? Não o vazio como negação absoluta, mas como potência infinita. Outra observação engraçada. "Tudo existe, mas nada disso é real" - Tudo existe, mas não existe; é real, mas não é real. A existência das coisas não é real. A realidade não existe. É mesmo engraçada. Mas eu posso tentar explicar melhor, por meio de um exemplo que já usei aqui: o sonho, você há de concordar, existe. Você sonha toda noite, mesmo que não lembre. Mas o que você vive em seu sonho, você diria que é real? Em certa medida, não há muita diferença entre o estado de vigília (o estar acordado) e o estado de sonho. O grande sábio taoista Chuang Tzu tem um belo texto sobre isso, em que ele relata ter acordado após ter sonhado que era uma borboleta. Acordou encafifado, pois não sabia se era Chuang Tzu sonhando ser uma borboleta, ou uma borboleta sonhando ser Chuang Tzu. Existir é assim incerto, e parte da beleza reside mesmo nisso, nas infinitas possibilidades do Ser.A Realidade, o Real, é só o que existe. Mas não é possível afirmar nada sobre Isso, posto que a linguagem não dá conta da tarefa.Nunca ouvi falar [de sinestesia]... Parece-me algo paranormal. Chegará um momento que a Quântica parece que vai de encontro ao mundo dos mortos (diga-se de passagem). Agora entendi o sentido do cego ouvir.Não é nada paranormal não, SE7MUS. É perfeitamente ‘normal’. Veja uma moça aqui, neste blog, que é sinesteta: http://www.sinestesia.co.uk/blog/?p=13 Tá bom que ela afirma ser uma “condição neurológica”, mas, enfim, acho vale a pena dar uma olhada no depoimento. Trocando em miúdos. Somos deuses de nosso próprio universo (é o que parece ser).“Deuses” é uma palavra de seis letras à qual se aplicam diversos sentidos e interpretações. Sugiro que esqueça isso por agora. Atente para o fato de que tudo o que surge, surge para alguém. Mas para quem surge? Indo um pouco além, cabe perguntar: existem realmente as várias pessoas para as quais tudo isso aparece? Ou essas pessoas todas, você e eu e todos os outros, somos parte disso que surge? Na questão do tempo é interessante como percepção mental, mas biológicamente... bem... 12:00 (tarde) é o meu almoço, não pelo horário, mas pela fome natural que me disciplinei nesse horário vai dizer a que horas são. O alimento (leve ou pesado) gasto pela velocidade do estômago vai denuciar a fome quer antes ou depois do horário marcado. Afinal, nada é preciso mesmo. Logo, o tempo biológicamente falando deve ser considerado fato, limite, barreira e não uma "mera ilusão mental".Sim o tempo é percebido biologicamente como um fato. No exemplo que você citou, o da fome, eu diria que é uma percepção fisiológica do tempo. Assim, a única barreira que vejo aí diz respeito ao corpo. Considere a possibilidade de o corpo ser ele mesmo uma “ilusão mental”, como todo o fenômeno. Mas contêm o mesmo espírito, mente, percepção, raciocínio que Cristo (o Verbo) encarnou. Está em discordia com qualquer posição gratuita que Cristo defende no Gênesis a Apocalipse estará contra sua vida-exemplo e palavra.Bom, as palavras de Buda estão em consonância com as de Cristo em diversos aspectos, mas isso não faz delas as palavras de Cristo, concorda? Durante a discussão perceberemos a diferença. Minhas opiniões são todas equivocadas, mas se cuido em ecoar as mensagens de Cristo (o qual se auto-denomina VERDADE), logo estou ecoando a verdade em Cristo. Minhas opiniões podem ser rebatidas, mas rebater ao que Cristo aprova ou reprova... ai é DOIDERA.O que eu quis dizer naquele comentário foi que eu não estava confrontando o que diz Jesus, mas o que diz você. Seu texto não é composto apenas de citações, há diversas inferências suas, particulares. Sua interpretação da Bíblia não é o que diz a Bíblia, não é o que Cristo diz, acredite. Ou seja, ao refutá-lo, mesmo que você se baseie nas palavras atribuídas a Jesus, eu estou refutando a você, não a Jesus... Não importa o quanto você julgue estar ecoando seus ensinamentos, o que você diz é o que você diz. Bom... a todas as suas respostas eu rebati, mas as suas colocações ainda não provaram que Deus não é PARADOXAL.Bem, imagino que a esta altura você já tenha entendido que Deus não pode ser paradoxal, porque isso é uma palavra, e nenhuma palavra pode ser dita verdadeiramente sobre o Absoluto. Qualquer adjetivação que se apresente sobre Deus, mesmo coisas belas como “Deus é amor” ou “Deus é luz”, não podem estar corretas. A linguagem articulada não se aplica a Deus, entende? Não é possível abarcá-Lo desta maneira. Onde está a palavra, o Absoluto não está, guarde isso em seu coração. O paradoxo é uma contradição lógica, e Deus não é lógico nem ilógico. Nada pode ser dito sobre Deus, muito menos pretender encurralá-Lo na pobre lógica humana. Não errei... Não disse [presunçoso] no sentido pejorativo, mas no sentido de QUALIDADE que se nota em quem é religioso.Cremos em força sobrenatural (Deus) em Jesus, o qual nos mostra o Pai. Entretanto, a manifestação que nós fazemos pela DOUTRINA e RITUAL próprio é presunçosa para qualquer religião que se diz "servir" a Deus.Sou devoto, mas devoto ao amor manifestado por Cristo não pela religião e suas interpretações. Entendeu?Entendo, mas, ao meu ver, continua sendo uma generalização. Há religiosos que se mantêm em êxtase silencioso, em algum recanto escondido de uma floresta indiana ou chinesa, que não são presunçosos em absolutamente nada. Apenas se dedicam a retornar à fonte da qual tudo parte, sem vaidade ou enganos. Pode crer no que lhe digo.No Caminho o brunopi diz: "SE7MUS cuidado com o que está dizendo". E SE7MUS diz: "Eu sei, mas até agora ninguém provou ao contrário".Não há ninguém para provar o contrário. Na verdade, eu digo: “SE7MUS, olhe para dentro de si, em silêncio, que você irá descobrir quem você é, vai descobrir a Realidade”. E por falar em Real, fiquei de falar sobre isso, mas deixo para outra oportunidade. Também fiquei feliz com o diálogo. Até logo.
brunopiMembroSó depois me dei conta de que o SE7MUS estava aplicando o termo 'presunçoso' refererindo-se aos indivíduos que sustentam uma opinião infundada (presumida) sobre si mesmos. Claro, mantenho minha opinião de que o comentário dele sobre os religiosos é uma tola e preconceituosa generalização, mas reconheço que o uso do termo tenha lá seu sentido. Certamente muitos cientistas trabalham bastante, e grande parte deles toma muito cuidado com suas descobertas. É claro, o uso indevido e irresponsável de avanços científicos sempre ocorreu, e implica inúmeros riscos. Esta é uma questão verdadeiramente paradoxal (alguma coisa neste tópico tem que ser, afinal): descobertas que poderiam resultar em benefício para todos muitas vezes degeneram em grandes prejuízos à humanidade, como a energia nuclear. Mas creio que as descobertas que derivem da experiência de John Wheeler, especialmente no que se refere ao estudo da consciência e do papel do observador na urdidura do fenômeno (ui), são bastante benéficas. Poderão, se Deus quiser, retirar muita gente da ignorância e da falsa solidez de seu pequeno universo particular. Que tudo isso sirva ao Caminho.
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