brunopi

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  • em resposta a: A dualidade do meu ser #85584
    brunopi
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    Talvez eu esteja fugindo da proposta inicial do tópico (a dualidade do 'ser' do recuperardor-de-posts), mas…  :biggrin_mini2:Pelo que entendo, coerência tem mais a ver com harmonia do que com lógica. Etimologicamente, coerência (do latim cohaerere) quer dizer estar junto, estar unido. No Dicionário de Filosofia de Abbagnano, sobre o verbete 'coerência' tem-se o seguinte: "Ordem, conexão, harmonia de um sistema de conhecimentos. [...] Implica não só a ausência de contradição, mas a presença de conexões positivas que estabeleçam harmonia entre os elementos do sistema". Penso que a coerência é apenas um elemento da lógica, e a lógica, um instrumento útil ao pensamento. Como diz a Bíblia, ao referir-se à Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, é a dualidade que dá origem ao universo manifestado. Como os olhos de um bebê em seus primeiros dias, que, acredita-se, são inicialmente atraídos pelos contrastes ao compor os rudimentos do que depois ele chamará de ‘mundo’, o universo só é ‘compreendido’ a partir dos opostos e seus matizes, organizados e compartimentalizados mentalmente. No Reino de Deus há coerência, incoerência, lula frita, lógica, papel de parede, juízos de valores e tudo o mais que há.

    em resposta a: A dualidade do meu ser #85582
    brunopi
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    não seria a lógica uma criação humana, uma tentativa de ordenação do “caos harmônico” do universo?

    em resposta a: A dualidade do meu ser #85581
    brunopi
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    O universo manifesto é dual, o Ser não.

    em resposta a: A Origem do Universo, Segundo Jocax #85317
    brunopi
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    “um critério de escolha racional é sempre melhor que qualquer outro critério não racional ou que não ter critério nenhum”… Urrum, claro. Se houver algum critério em questão, é quase certo que ele seja… racional. Bom, e se o universo existir à semelhança da respiração? Temporalmente falando, longos períodos de contração e expansão, a exemplo do que apontam as escrituras sagradas da Índia e do Tibet... O Big Bang poderia ser a explicação física (ainda que tão incerta) para o momento que sucedeu o último Pralaya, o momento em que o universo manifestado se encontra em suspensão. Isso a que chamamos tempo é condicionado ao espaço, e ambos existem apenas em função de um observador – como se depreende da Física Quântica, com grande atraso, inclusive, em comparação a tradições antigas como a dos egípcios, hindus, budistas, etc. O universo é vivo e se movimenta e entra em repouso. Este é o jogo do qual somos, individualmente, co-criadores.Penso que é importante perceber que a compreensão cristã de Deus não é igual à de todas as demais religiões... Dessa forma, esse entendimento de Deus como um “grande fantasma” onipotente que criou o universo em sete dias (uma semana passa tão rápido, não?) é fruto de uma compreensão equivocada da simbologia da Linguagem do Mistério. Sugiro que estude os Sutras, que tome conhecimento do que venha a ser o Tao dos taoistas, que supere a aparente barreira entre imanência e transcendência... Deus como o distante ancião arquiteto do mundo é apenas uma imagem, que não deveria ser considerada literalmente, como nas conhecidas interpretações que há séculos têm causado tanto problema. Você acha mesmo que essa incrível teoria do “grande fantasma” abarca a multiplicidade das religiões e de suas relações com Deus? Com o Logos? Com o Tao? Com a Mente Universal? Muito mal, refere-se ao Deus cristão, ignorando a profundidade do texto da Bíblia, atendo-se à superfície. Você diz: “Antes de adentrarmos na análise destas quero propor alguns critérios que as soluções propostas deveriam satisfazer. As teorias consideradas boas devem satisfazer, tanto quanto possível, os seguintes quesitos”... Por que uma proposta deveria satisfazer esses critérios? O que seria uma proposta "boa"? A navalha de Occam opta pela simplicidade para que uma proposta seja levada em consideração... E é de fato tudo muito simples, mas o intelecto humano jamais poderá compreender. Pobre linguagem, pobre lógica. O intelecto é apenas uma ferramenta, e com uso limitado. Estude os koans zen, esqueça essa estranha pretensão de achar que a palavra é capaz de dar conta de compreender o que há. O mundo não é lógico. Navalha de Occam são apenas três palavras que, juntas, encerram um sentido limitado. “As teorias naturais são preferíveis às religiosas por não pressuporem a existência de um ser de alta complexidade”. Mas... e se esse Ser for a única Realidade? E se o adjetivo ‘de alta complexidade’ não se aplicar a esse Ser, uma vez que adjetivações, meras convenções linguísticas, não podem se aplicar ao Absoluto? E se isso que chamamos ‘universo’ não passar de um reflexo na Consciência, algo semelhante a um grande sonho, o sonho da Grande Mente, supraindividual? E se um dia você descobrisse que a matéria não é a Realidade, que o cérebro é criado pela Mente, e não o contrário, que só no silêncio é possível perceber quem se é, que só ignorando essa verborragia que forra o pensamento seria possível vislumbrar o Real?

    brunopi
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    De fato, “mente” é apenas uma representação gráfica para um conceito. Na linguagem, com exceção para a Linguagem do Mistério, o que fazemos é bem isso: forjar conceitos sem tutano. Esqueçam tudo o que disse antes, sobre mente e cérebro e consciência e matéria. Meu mestre me disse tudo aquilo, e sei que ele é o rio, a margem e o barco, e que ele não é nada que eu possa dizer. Um jivanmukta está invariavelmente certo, posto que encontrou sua verdadiera identidade e não mais se engana ou confunde, inclusive quanto à mente, ao cérebro, à consciência e à matéria. Não tenho mais nada a aprender realmente, e nem faz sentido vir a esse fórum, falar bobagens. Até.

    em resposta a: CONHECER A VERDADE. #79484
    brunopi
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    Ora, verdade é uma palavra de sete letras. NADA MAIS.

    em resposta a: Como vencer a morte? #82164
    brunopi
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    OpiniãoBS, assino embaixo.Ou melhor, a assinatura assina a si mesma embaixo. :) Somos o eterno e abandonar o que não somos é inexorável.Tudo de melhor pra você.

    em resposta a: O Deus do PARADOXO #88509
    brunopi
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    Acácia, acho que o mundo resplandescente de Deus está no seu ombro, no seu coração, nas suas vistas. É tudo isso que testemunhamos, mesmo o que parece duro ou cruel, todo o movimento afirmativo, o eterno dizer sim que cria e destrói, sempre vivo e sempre novo.

    em resposta a: O Deus do PARADOXO #88507
    brunopi
    Membro

    Na verdade, mass, eu nem conhecia todos os versículos citados, mas apresentar escritos descontextualizadamente como argumento, especialmente se o escrito em questão é considerado um texto sagrado por milhões de pessoas, é um ato de má fé (sem intenção de fazer trocadilho). Não sou cristão, nem procuro a Bíblia em busca de esclarecimento, mas respeito é bom e todo mundo gosta. Meu trabalho foi apenas procurar em Bíblias online e ver o que cada texto dizia, em seu contexto específico.

    em resposta a: como aceitar o amor ? #86567
    brunopi
    Membro

    Talvez eu ignore deliberadamente essa subdivisão do amor em Eros, Filos e Ágape, por entender que tanto o primeiro quanto o segundo resultam de uma visão dividida da Realidade, de fato egoísta. Tenho a impressão de que Eros é fruto do desejo sensual e do apego, e Filos, da insegurança  e do medo da solidão. Penso que o amor é a compreensão de que se é um com tudo o que há.

    brunopi
    Membro

    Consciência: a faculdade de se perceber. É a sensação mais imediata de que se existe, independente de convenções, conceitos, memória, projeções e demais “entulhos”. A sensação de presença. É o EU SOU identificado como Deus em diversos trechos da Bíblia. A única certeza que posso ter e que é impossível refutar.Mente: a Mente cria tudo o que se percebe: pensamentos, formas-pensamentos, sensações, a matéria, as cores, os sonhos, os astros, as emoções, os estados de espírito, as leis da física, o medo da dissolução, etc. Está atrelada à consciência; na inconsciência a mente se encontra em repouso, como no estado de sono profundo. Quando se abandona este estado de repouso, a Mente cria toda esta borra dual e incompreensível que chamam de "mundo", um mero reflexo na consciência. O ‘pensar’ é atividade da mente. Ninguém pensa; a Mente pensa. Ponho Mente em caixa alta, pois não me refiro à mente individual, ao constructo derivado da consciência egoica, identificada com o corpo, mas à Mente que os hindus chamam de MahaMahat ("Grande Mente", ao pé da letra), a Mente Universal. Matéria: em termos físicos, já foram dadas algumas respostas aqui no fórum, sobre Einstein, energia, física quântica, etc. Completo dizendo que os Budistas chamam de "rupa" isso que entendemos como matéria, termo geralmente traduzido como "forma". Considero um grande prejuízo confundir matéria e realidade, seguindo a lógica de que se trata de algo "concreto" ou "palpável", e, por isso, "real". O concreto é "palpável" apenas na medida em que assim é percebido pelos órgãos dos sentidos, e os órgãos dos sentidos não são confiáveis, como o sabe qualquer um que já experimentou os chamados estados alterados de consciência. O Real não é o transitório, o impermanente; o que é Real é o que permanece – e só o encontra quem percebe que não há o que encontrar. O corpo existe, como existe o susto e o vento, mas nenhum dos três é Real.Cérebro: um órgão complexo do corpo, a simples manifestação física de processos muito mais sutis do que os meios de que dispomos podem medir ou registrar. Há quem diga, por exemplo, que a sensação de bem-estar é reflexo da liberação de determinadas substâncias pelo cérebro, como a serotonina. Creio que há uma inversão aqui: entendo que a sensação de bem-estar tem como uma de suas manifestações físicas a liberação de serotonina no cérebro. A matéria (ver Malkut, da Árvore da Vida) é o aspecto mais denso do universo manifestado. Vale dizer que Aquilo que está consciente, Aquilo que percebe a Si Mesmo, é justamente o Absoluto, o Abismo, o Impronunciável, o Eterno, o verdadeiro Ser de tudo o que é. O que somos. É esse o “meu” ponto de vista.

    em resposta a: O Deus do PARADOXO #88505
    brunopi
    Membro

    Vejamos, na Bíblia diz:Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nele não há treva alguma. 1 João 1:5 - NVI - (negritei)Se Deus é luz então onde está as trevas? A luz não ilumina nas trevas?Quem fez as trevas?Logo, podemos dizer que Deus está nas trevas, mas as trevas não está Nele, veja:A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram. João 1:5Como muitos devem saber, a Bíblia é um compêndio de diversos livros, escritos por diversos autores, ao longo de séculos e séculos. Não é, logo, uma obra que se possa chamar de coesa. Visto isso, vejamos:“Deus é luz; nele não há treva alguma”. A sequência do texto, creio ser importante pôr aqui, é a seguinte: “Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade”. Ao meu ver, é uma metáfora didática, e com uma lógica muito simples e facilmente compreensível, aliás: Deus é luz e nele não há trevas; logo, se se está nas trevas não se está em Deus (não se está em comunhão com Deus). O referido trecho, então, aponta que se você alardeia para os outros e para si mesmo que vive em acordo (em acordo = em comunhão) com Deus, mas vive nas trevas (uma hoje já desgastada metáfora para ignorância), você está mentindo, ou pior, enganando-se. Bem simples, eu acho.Pior que a contradição é, decerto, a ignorância.


    UM DESAFIO...!Vejamos outro enunciado:Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. 1 Pedro 2:9 - NVI - (Negritei)Que "trevas" está se referindo o verso, sendo que uma vez estando em trevas quem denunciou ao povo que estava nele? (o mesmo digo para quem está na "luz")As trevas, parece-me muito claro, são as da ignorância. Este texto não se relaciona com o assunto de João 1:5. Além disso, não compreendi o que você quis dizer com “uma vez estando em trevas”. O texto diz que Deus chamou o povo judeu das trevas para sua luz. Ou seja, o povo judeu estava nas trevas e Deus o retirou delas. Em momento algum é dito que Deus estava nas trevas.


    Viram o paradoxo? Ainda não. Vi apenas alguma dificuldade com interpretação de texto e um pouquinho de má vontade.  Deus está nas trevas e na luz ao mesmo tempo. (veja o comentário sobre não-dualismo, a seguir).Como se não bastasse, vejamos:...verei que nem as trevas são escuras para ti. A noite brilhará como o dia, pois para ti as trevas são luz. Salmos 139:12 - NVI - (negritei)Onde está as trevas para Deus?Se não há trevas, então onde está a luz?Outra vez aqui colocarei o trecho completo. É preciso ler o Salmo 139:11, início do pensamento que se conclui no Salmo 139:12. Os dois juntos dizem o seguinte: “Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite, / nem mesmo as trevas te serão escuras: a noite brilhará como o dia, pois para ti as trevas são luz (em outras traduções está: “as trevas e a luz são a mesma coisa”, o que dá no mesmo, embora seja menos poético). A palavra “Salmos” (Tehilim, em hebraico) quer dizer “cânticos de louvor”. Ou seja, o autor (ou autores) está bendizendo, enaltecendo o seu Deus. Segundo o autor, o que para muito de nós é escuridão e trevas, não o é para Deus.Não sei se você está familiarizado com o conceito de não-dualidade, mas para compreender este salmo adequadamente, talvez seja necessário procurar saber. A “visão de Deus”, em diversas tradições, como no Taoísmo, no Advaita Vedanta hindu, no Budismo etc., é aquela que ultrapassa a dualidade – ou seja, a que não se pauta na aparente diversidade do mundo manifestado, fruto dos sentidos, da mente que vaga, mero reflexo na consciência. Não há diferença REAL entre claro e escuro; o claro existe apenas em função do escuro. Não há Mal sem um Bem que a ele se contraponha. É justamente na união dos opostos complementares que o mundo é tecido – Yin e Yang. O que está para além da consciência, e que é a raiz da própria consciência, o Absoluto, o Ain Soph dos teósofos e cabalistas, esse é Deus. Embora, claro, nada do que eu ou qualquer um diga aqui possa defini-lo, posto que é indizível, inabarcável e incompreensível intelectualmente. Esse Deus é você, é qualquer um de nós, mas não o percebemos em virtude da identificação com o Ego. Acredite, você não é o que julga ser: não é o corpo, não é o que pensa ou o que sente, não é seus gostos e preferências, não é nada que possa classificar, identificar ou conceber.Bom, espero ter sido de alguma ajuda e que alguém possa ter sido beneficiado de alguma maneira com essas palavras.

    em resposta a: A religião: Uma prisão perpétua #88222
    brunopi
    Membro

    Creio que prisão é se perceber preso. O mass citou o Nisargadatta, cuja leitura recomendo largamente, por ser tão direta e sem arestas. Realmente, não há prisão alguma. Também entendo a dificuldade de aceitar todos os malefícios que séculos de hegemonia cristã (= malversação da doutrina de Cristo) legaram ao ocidente, mas penso que já é tempo de abandonar essa postura infantil, cheia de pedras nas mãos e choramingos. Prisão… O que sempre me parece é que, de fato, não é possível chegar muito longe por meio das palavras. Apenas indicações.Interessante quantas pessoas aqui mencionam Nietzsche. Penso que era uma mente poderosa, um homem enormemente determinado, mas ter vivido na Europa vitoriana não deve ter sido das coisas mais saudáveis ao espírito.

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