Cota para Negros nas Universidades.

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  • #77470

    universidades já não são locais de discussão, aprendizado e geração de idéias, elas tendem a acabar, ou o conhecimento a se expandir para fora de seus domínios…as formalidades inúteis, como o diploma, não terão mais sua razão de ser pq um dia entenderemos q é inútil…os mestrados, doutorados e outros cursos de vaidade dos homens serão abertamente discutidos em foruns na internet, nas calçadas das ruas, nas conversas entre amigos…quem sustentar a idéia retrógrada só alimenta o pouco tempo q resta para seu reinado da ignorância do saber de verdade, a ciência comprovará sua inutilidade em relação aos títulos, locais, e restrições, pq dentro dela mesma nascerá a nova idéia de conjunto, comunicação, contato e debates entre TODOS os grupos, classes e “divisões”.

    #77471

    se antes o conhecimento estava na igreja e se libertou na ciência, ele, quem sabe, num mesmo anseio de liberdade, se soltará das amarras do orgulho e brilhará para todos.

    #77472

    o conhecimento não tem donos. É como tentar segurar a água com as mãos

    #77473

    Sabe que tu, “alguém já disse isso”, tens razão!!! No fundo seria a utopia marxista do fim da separação entre trabalho intelectual e “braçal”. É, de fato,acho que podemos pensar que mesmo, as portas da barbárie, existem fatores de libertação. A internet pode ser o caminho para esta possibilidade do conhecimento sem diplomas. Todavia há vários outros fatores, mas a idéia é bem atraente, melhor que achar que o essencial é ter-se um diploma. O essencial, para mim, é que todos possam, ao menos, comer e ter moradia( o que não acontece) e daí que possamos aprender e crescer juntos.

    #77474

    Que belas palavras! Agora teremos cirugiões cardio-vasculares formados em conversas de boteco, engenheiros de plataformas formados em torneios de truco e fisicos nucleares formados em rodadas de caipirinha nos churrascos na casa da Dona Geni.

    Alguem deveria também ter dito que bacharelados, mestrados e doutorados sao cursos diferentes daqueles de poda de pêlo de poodles. Talvez esteja nessa confusão a raiz de muitas das discussões.

    Mas para nao deixar escapar essas idéias geniais, alguém poderia por favor providenciar acesso a internet e rodadas de cervejinhas para os negros, pobres, amarelos e outros que não tem ainda diploma?

    #77475

    Sim P32, tu foste contudente,parabéns! Mas como disse a idéia parecia interessante, como utopia, como horizonte a ser atingido em uma sociedade hiper-avançada.Como já disse, também,há sempre a possibilidade da barbárie, por sinal estamos já dentro dela, ao menos no terceiro mundo(mais em algumas regiões que outras). Todavia, repito, como utopia não seria impossível que todo o conhecimento retido em computadores com programas , altamente amigáveis, pudesse ser aplicado por pessoas sem diploma. As cirurgias seriam orientadas por supercomputadores, tendo sido o paciente já todo “mapeado” por super-tomografias, etc. As plataformas teriam já projetos padrões para todo tipo de mar, profundidades, etc, para opera-las, tão sofisticadas e simples que seriam, bastariam um curso de 2 semanas e por aí vai. Com isso sobraria tempo para as pessoas se dedicassem, mais as artes, esportes ao dolce-far-niente. Todavia, dada as contradições do capitalismo, entendo ser a barbárie o mais provável cenário.

    #77476
    márcio
    Membro

    No fundo estamos falando de Emprego, certo ?
    Um pouco mais para a frente temos que falar em empreendimento, mas por ora estamos falando em emprego (funcionario).

    Seria o canudo, o “diproma”, juntamente com informatica + ingles o passaporte para o tao desejado Emprego ?

    Acho que a ma noticia que todos ja sabemos é a de que nao ha emprego decente para todos (faltam sim empreendedores, que por sua vez nao precisam do diploma).

    Pior, o numero de Empregos tende a diminuir na proporcao que a automacao tende a aumentar.
    E portanto o numero de candidatos as vagas tende a aumentar e Diploma + Informatica + Ingles ainda é filtro de selecao. Atualmente nao é mais passaporte garantido, mas ainda é chave na selecao. Hoje, o passaporte esta mais para o MBA, mesmo assim nao garantido.

    E alem disso, estamos falando de quanto na modalidade “free lunch” para uma determinada classe a ser dado o “handcap” ? 100 diplomas por ano ? 200 ? Isso nao iria resolver nada … Talvez possa servir como uma especie de alivio de consciencia …

    Como dizem por ai … o buraco é mais embaixo.

    #77477

    Sem querer bancar o chato…

    É contuNdente.

    #77478

    Sim, claro…contundente! Juro que foi erro de digitação, mas enfim….tinha que registrar a tua contundência que, de fato, balançou nossas ilações utópicas.
    Quanto ao emprego, quem é sério sabe que não há solução que não passe por uma drástica redução na jornada de trabalho e em políticas sociais, por exemplo salário desemprego, decente. Mas em nossa sociedade, terceiro mundista e reacionária, isto se for conseguido, o será após muita luta. Pior, podemos descer ao purgatório das lutas de classes e não atingirmos o paraíso. Todavia, sempre é melhor lutar!

    #77479

    Senhores,
    A idéia de demonopolizar o conhecimento das universidades é boa, melhor se um dia fosse aplicada, mas com este tão famoso “mercado” “pedindo” e “exigindo” conhecimento e habilidades nisso e naquilo, há uma institutualização do conhecimento crescente, contrariando a idéia de desmonopolizar.

    É notório que o mais seguro percurso para uma melhoria de vida neste sistema capitalista é através da educação, pois bem,então, por que não dar condições para aqueles que estão alijados, marginalizados, galgarem um curso superior?
    Seja através de cotas ou financiamento público. Pois acredito que o dinheiro investido na educação esta melhor aplicado do que para salvar banqueiros falidos.
    Apesar de reconhecer que está idéia de “ascenção social” é um dos tentáculos da ideologia capitalista.

    #77480

    Olá, gostaria de levantar outra questao:

    Pode ser que eu tenha entendido mal o que vcs tentaram dizer, mas acho estranho quando leio mensagens de alguém dizendo que as universidades monopolizam o conhecimento como se isso fosse uma coisa ruim.

    O processo histórico que resultou no nascimento das universidades colocou isso como um ganho por se criar um ambiente propício para a troca de informaçao e de saber, áreas de pesquisa etc. Alguns aqui, ao que me parece, colocam isso como uma coisa ruim (?!)…

    Talvez um dos problema seja nao diferenciar a existencia de niveis e graduações diferentes no saber. Imaginar que todo e qualquer cidadão deve ter direito garantido pelo Estado de cursar o primeiro e segundo grau é uma coisa, afirmar o mesmo com relaçao ao doutorado me parece maluquice e desconhecimento de causa.

    Ora, ao meu ver, se há monopólio do saber, se há pouca gente com informaçao e conhecimento científico de grau superior, não é porque as universidades “escondem” o saber. Aliás, o que se passa é justamente o contrário, lá existem salas de aula, o que se busca é ensinar. O objetivo nao é esconder, é divulgar.

    Parece-me uma ilusão essa idéia de que todo mundo busca o conhecimento. Na verdade, acho que muito poucos se interessam de fato por isso, e quando o procuram, não é tanto pelo desejo de conhecer, mas com uma visão instrumental imediatista que associa o saber a uma ferramenta para gerar dinheiro em curto prazo. Sendo assim, nao há necessidade de se esconder o conhecimento (no sentido apontado aqui), já que o “monopolio”, ou melhor, elitização, acontece naturalmente, quando poucos estao dispostos ao sacrifício exigido para a posse desse.

    Evidente que esse nao é o único fator, mas é um para se considerar. Tenho certeza que se algum canal se aventurasse a veicular aulas de cursos acadêmicos ministrados pela TV, esse teria muito rapido problemas para manter a audiência. A grande massa prefere ratinhos e outras bijuterias.

    Algumas coisas não se ensinam, ou melhor, se ensinam de modo diferente. Quem nao conhece exemplos de alunos que matam aula para encher a cara de cachaça?

    Quem já trabalhou com pesquisa sabe que dinheiro muitas vezes entra nessa relaçao a médio, quando nao a longo, prazo. Pesquisador que pensa primeiro em dinheiro não vai conseguir pesquisar muita coisa.

    O problema econômico que entra em jogo quando um quer MESMO estudar (e imagino que esses são bem menos do que se pensa) é algo mais complexo. Um pensamento que quisesse se mostrar completo deveria considerar pelo menos tres fatores distintos (embora relacionados entre si):
    — além da questao social, temos a
    — questao econômica e, coisa que tenho visto pouca gente considerando,
    — o problema da educação.

    Sobre cada um desses fatores, e suas relações, ainda há muito para ser dito. Por enquanto, o que tenho são insights. Sobre o resto, achei estranho a “monopolizaçao do saber”…

    #77481

    Caro Pilgrim,
    Você levantou questões interessantes, e complexas ( como vc mesmo disse), vou me ater apenas uma, primeiro para expressar melhor o que eu quis dizer com – desmonopolizar o conheciomento das universidades.
    Concordo plenamente que o processo histórico que transferiu das igrejas para centros universitários a função de descobrir, desenvolver e transmitir conhecimento foi importantissimo para o desenvolvimento da humanidade, acredito que não há como negar esta questão. Acredito tb que este é um processo evolutivo: (Igrejas>Universidades), eliminando assim muitos dogmas, naturalizando o conhecimento, Pois bem, aqui estamos hj com grandes centros de estudos, pesquisas, debates etc. Universidades que propiciam evoluções, sejam elas quais forem.

    Desmonopolizar o conhecimento- Vamos imaginar que “João” agricultor, pai de família, etc, queira estudar Botânica! Qual o processo que João deveria se submeter? 1°,2°,vestibular,Universidade, muitas discplinas até chegar o momento de finalmente estudar Botânica. Quantos anos levariam este processo?? e não me digam que sem este percurso ele não teria capacidade intelectual para estudar Botânica ou o que seja, claro que um semi-alfabetizado não compreenderia muitos conceitos, mas não seria necessário este longo trajeto. Se João fosse auto-didáta seria mais fácil! E vc´s me diriam que este problema não é da Universidade. Concordo! É de todo o conjunto educacional!Acredito que existe muitas barreiras. Proposital?? Quem sabe?mas, não vem ao caso.
    Tracei este longo caminho para demonstrar o quanto é inalcanssável determinados conhecimentos para determinadas pessoas.
    Não vamos esquecer a questão ideológica que existe por tráz

    Não sei se conseguir explicitar de forma clara e coerente.

    Ps.”Algumas coisas não se ensinam, ou melhor, se ensinam de modo diferente. Quem nao conhece exemplos de alunos que matam aula para encher a cara de cachaça? ”

    Pilgrim, acredito que está não é a regra. Assim como não vejo nada de mais uma caçhaça em alguns momentos, e existem determinadas aulas ministradas neste modelo herdado dos jesuítas, encravado nas escolas que não merecem nem o esforço para sair de casa.

    #77482

    Acho que a coisa é por aí Torre Norte! Facilitar uma via, digamos, alternativa à universidade para os que querem ter maiores conhecimentos. Isto é democracia.Claro que a questão é complexa, como já foi dito,mas nem por isso devemos deixar de refletir sobre ela. Alias, quase toda idéia nova é, quase sempre, combatida. Por sinal, o que deu origem ao debate, a questão das cotas, em parte por ser inovadora, tem tido muitos opositores aqui neste forum. Por falar em cachaça, hoje é sexta feira,e não vejo a hora de poder sair do trabalho e relaxar tomando uns bons tragos.

    #77483

    Primeiro, nao estou aqui pregando a lei seca nem iniciando um movimento pela abstinencia alcoolica Embora ache que tem gente que bebe demais, aquilo foi só um exemplo para a mataçao de aula, o que ao meu ver indica também o desinteresse.

    Se João fosse auto-didáta seria mais fácil!

    Acontece que o João pode ser autodidata e entrar com um pedido solicitando o direito de fazer a prova que lhe daria o diploma de segundo grau. Ele nao precisa cursar salas de aula. Não sabiam?

    Nao estou bem lembrado de como se desenvolve o processo, em que órgão se faz esse requerimento, mas conheço pessoalmente algumas pessoas que obtiveram diplomas assim. Se bem me lembro, o único impedimento era a idade: o requerente tem que ter mais de 18 anos.

    Quanto à hipotese do João cursar algum curso superior de Botânica sem ter um percurso de estudo que lhe garanta as condições mínimas para essa empreitada, acho bastante difícil disso dar certo. O vestibular mesmo já muitas vezes exige bem pouco, menos do que o necessário!

    Acho que essas idéias de “democratização” da universidade, com relaxamento das exigências para o ingresso, teriam como consequência a curto prazo uma queda na qualidade dos cursos. Sou a favor da democratização, mas como vinha até a pouco sendo experimentada em algumas das instituições acadêmicas: com o corpo universitário trabalhando junto à comunidade, colocando em prática o que sabem ou estao aprendendo, ou facilitando o estudo de quem tem menos recursos via cursos de extensao. Mas que fique claro que isso é algo bem distinto daquele plano de “democratizar” (ao meu ver a palavra poderia ser “sucatear”) a universidade nivelando por baixo, admitindo quem nao tem base para acompanhar o ritmo dos cursos.

    Abraços.

    #77484

    Caros senhores,

    Vcs devem concordar qua a complexidade que permeia o tema Educação é demasiada e gera diversos caminhos para vc direcionar seu discurso, mas vou me conter e não fugir da linha de debate.

    Quando eu disse -Se João fosse auto-didáta seria mais fácil! – era para demonstrar justamente o que vc, Pilgrim, destacou, o “desvio” que ele poderia fazer para não percorrer todo aquele caminho exposto, ou então, abdicaria dos professores e se colocaria compaheiro, apenas dos livros. Mas não devemos esquecer que “Pedro”, “Maria”, “Mauro”, “Antonio”, etc. não são auto-didátas!

    “Acho que essas idéias de “democratização” da universidade, com relaxamento das exigências para o ingresso, teriam como consequência a curto prazo uma queda na qualidade dos cursos. ” (Pilgrim)

    Quando propus uma democratização do ensino superior não quis dizer que deveria relaxar seu ingresso.
    Se analisarmos as listas dos aprovados nos vestibulares pelo Brasil, perceberemos que o número de alunos aprovados é muito superior aos que foram chamados para ocupar as poucas vagas existentes, assim, podemos dizer que todos aqueles alunos aprovados no tal vestibular, tem condições intelectuais para estudar em um curso superior, mas apenas parte deles serão chamados, logo esta idéia de “nivelar por baixo” está equivocada, isto sem mencionar aqueles que não tiveram condições de pagar uma inscrição de vestibular e consequentemente não fizeram as provas.
    Ou seja, existem muitas pessoas com capacidade suficiente para apresentar e desenvolver conhecimentos, e não terão um dos instrumento importantes- A Universidade.
    O aumento de alunos nas Universidade Públicas ou Privadas não derrubariam a qualidade dos cursos, ao contrário, trariam mudanças e novas idéias. O que Sucateia as Universidades Públicas são as medidas dos governantes reduzindo as verbas e salários dos professores ou aumentando o número de cursos sem um proporcional melhoramento e aumento das estruturas.

    Ainda sobre a complexidade do tema Educação, diríamos} que esta traz consigo vestígios dos outros setores da sociedade; da política, da economia, do processo histórico…}

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