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03/10/2002 às 15:14 #74948Miguel (admin)Mestre
Achar as causas da violência não é uma tarefa tão fácil assim, porque um ser humano mata outro ser humano?Entre outras espécies essa pergunta talvez seja um pouco mais fácil de ser repondida, para defender seu território, pela disputa para dar continuidade a espécie, para se defender e alguns outros motivos não muito difíceis de listar, porém com o ser humano fica um pouco mais difícil de se listar as causas porque elas são as mais diversas, que vai desde o despero ante uma situação até o simples prazer de matar(se é que isso é possivel).Acho que essa linha de raciocínio também pode ser usada para outros tipos de crimes, por que eles são cometidos?Acho que se chegarmos as causas mais facilmente chegaremos as soluções
03/10/2002 às 17:22 #74949Miguel (admin)MestreSim vdj, se chegarmos as causas dos crimes, poderemos chegar as soluções. Mesmo,sem estar com paciência para mostrar números e estatísticas, acho que alguém com boa vontade, entenderia que a a causa das altas taxas de criminalidade, da banalização do crime , como vemos em nosso país são sociais. Portanto a solução terá que ser, forçosamente, social. Vejam que os indicadores sociais, no sentido de concentração de renda no Brasil, vem piorando e junto, a criminalidade. Ou seja,a questão nem parece ser a pobreza, mas as diferenças entre as pessoas. Resumindo, resolvam-se as causas sociais( o que não é fácil) e teremos uma drástica redução da criminalidade. Restarão aqueles crimes, ” típicos ” da humanidade, proveniente das paixões, das taras, da irracionalidade, todavia estes serão, no máximo, talvez 10% de todos os crimes, ou seja, se resolvermos as causas sociais, em alguns anos, teríamos uma redução de 90% da criminalidade. Estes números são hipotéticos, apenas para possibilitar um início de raciocínio, mas a coisa não deve estar muito distante disto não.Falando talvez um pouco sobre a distribuição de renda, lembro que taxações sobre os muito ricos, poderiam fornecer recursos formidáveis, para fazer-se distribuição de renda, aí como dizem os tributaristas conservadores, haveria evasão fiscal…sim…eu digo…cadeia neles…estes são os verdadeiros criminosos. Mesmo se ” sobrasse” para mim da alta classe média…ora prefiro ficar apenas com 1 carro( tenho 2), consumir menos importados, etc, mas pode andar tranquilamente pelas ruas. Já alonguei-me demasiado, acho que esta discussão remete a que tipo de governo poderia ousar fazer uma distribuição de renda no país, e no mundo.
04/10/2002 às 4:10 #74950Miguel (admin)MestreE mais uma vez a simplificaçao redutiva…
resolvam-se as causas sociais(o que não é fácil) e teremos uma drástica redução da criminalidade
A constataçao do óbvio…
Restarão aqueles crimes, ” típicos ” da humanidade, proveniente das paixões, das taras, da irracionalidade, todavia estes serão, no máximo, talvez 10% de todos os crimes
A sacaçao…
O chute…ou seja, se resolvermos as causas sociais, em alguns anos, teríamos uma redução de 90% da criminalidade
A ilusao…
lembro que taxações sobre os muito ricos, poderiam fornecer recursos formidáveis
O desconhecimento.
Mesmo se ” sobrasse” para mim da alta classe média…ora prefiro ficar apenas com 1 carro( tenho 2), consumir menos importados, etc, mas pode andar tranquilamente pelas ruas.
A fé.
Amém para a sua msg, foi uma oraçao interessante.
04/10/2002 às 12:48 #74951Miguel (admin)MestreA falta de criatividade deste tal X, apenas com vagos comentários sobre trechos da minha mensagem, em nada contribui para o debate.É pior que o Afonsinho, que , ao menos, ousou propor uma soluçõa, mesmo que desastrada. O ceticismo generalizado, como deste tal X, assim como as ingênuas crenças na repressão pura e simples, tornam , de fato, insolúvel o problema da criminalidade, sempre entendida aqui, como aquela banalizada, sem controle.
04/10/2002 às 13:30 #74952Miguel (admin)MestreA falta de criatividade
em nada contribui para o debateFalta de criatividade é mesmo uma coisa lamentável, a gente tem que ficar muito triste quando pessoas vem propor como soluçao para o nosso país a visao de um cara de 1800 e pedrinha.
as ingênuas crenças na repressão pura e simples
Repressao nao é a soluçao, acabar com a moeda e retornar ao sistemas de trocas tambem nao.
Quantas galinhas vale um livro de Marx?
04/10/2002 às 13:55 #74953Miguel (admin)MestreQuer alguma proposta? É facil, arrumo várias. Propor é fácil, o difícil é implementar, mas acho as minhas mais fáceis de implementar que as suas.
Levantar as maos e gritar para os céus contra a injustiça, ou ajoelhar-se e implorar para o proletariado o fim do capitalismo é bobeira. O sistema é esse aí, o outro ou nao saiu do papel ou faliu.
Coisas que foram conseguidas dentro do capitalismo mesmo, sem ter que esperar o milagre do fim do comercio nem a tal sociedade de pessoas insossas e sem desejos: direitos trabalhistas, jornada de trabalho de 8h, 13º salario, ferias, CLT, sindicatos etc… Nao sou adepto do quanto pior melhor! Alem de trabalhar pela manutençao do que já tem, pq já tem gente querendo vender isso tambem, conseguir mais.
1- jornada de trabalho de 6h sem diminuiçao do salario minimo.
2- criaçao de salarios minimos por regiao e por campo de trabalho.
3- diminuiçao da taxaçao sobre o trabalho. Para cada trabalhador que recebe 1 salario, o governo cobra mais 1 salario de impostos.Isso iria aumentar a oferta de emprego e trabalhar em favor da distribuiçao de renda.
Gritar que tem que distribuir renda todos fazem, vc é campeao, mas nao propos nada.Chega de fumar maconha e estender bandeiras de foice, nao leva a nada.
04/10/2002 às 14:20 #74954Miguel (admin)MestrePelo menos, ” Xizinho” vc propôs alguma coisa e surpreendentemente, concordou comigo…ou seja…a questão de distribuir renda é fundamental! Agora, tenho aqui um aliado…ou vc vai só notar agora, que aceitou a ” bandeira” de distribuir renda?..essa de diminuição da jornada de trabalho é bandeira antiga das esquerdas…assim se conseguiu no início do século passado a jornada de 8 horas…assim a França no fim do mesmo século chegou as 35 horas semanais….Assim vem a Cut defendendo a jornada de 40 horas…..Só para terminar…não fumo maconha que é coisa de pobre !
04/10/2002 às 15:41 #74955Miguel (admin)MestrePelo menos, ” Xizinho”
sem boiolice, please.
vc propôs alguma coisa e surpreendentemente, concordou comigo…ou seja…a questão de distribuir renda é fundamental!
surpreendentemente por que? eu nunca fui contra.
vc está com uma ideia ultrapassada de capitalismo, distribuiçao de renda é uma proposta de “regulaçao” do mercado já defendida por mais de um “capitalista”. voltar ao feudo (em esquema de vassalagem ou de comunismo) é que nao dá mais.
Evidentemente que neo-liberalismo é furada, o mercado entregue a si mesmo transformaria até a vida em mercadoria, mas isso nao significa que tenhamos que retornar e trocar cabras.
O Estado elefante-branco é uma bobagem, o Estado mínimo é outra. Um é tirano, o outro mendigo. O caminho parece ser o meio-termo.
essa de diminuição da jornada de trabalho é bandeira antiga das esquerdas…assim se conseguiu no início do século passado a jornada de 8 horas…
Getulio Vargas que eu saiba nao era esquerda. Pare de taxar tudo de interessante que acontece de “esquerda”, isso é maniqueismo.
Só para terminar…não fumo maconha que é coisa de pobre !
vc é estranho. Já pensou em ser humorista?
04/10/2002 às 16:15 #74956Miguel (admin)MestreSó um pouco de história, para quem , como o X, não a conhece. A jornada de trabalho, era proposta por anarquistas e comunistas , já em fins do século 19. Os ingleses adotaram-na , já ,nos anos 20. Chegou ao Brasil, com Vargas, bem mais tarde,no início dos anos 40. Sim, já percebí que es ” coluna do meio”, ou melhor defendes a chamada terceira via, mas esta é muito nova, para sabermos se dará certo( até o momento não vem dando muitos resultados…posso falar sobre isso em outra ocasião). Um dos seus maiores defensores, Anthony Giddens do London School of Economics , é bastante contestado. O fato é que as coisas não são estáveis, mas dialéticas…”estado no meio” , tenderá ao estado mínimo, ao neo-liberalismo, estado máximo tenderá ao despotismo. Ou seja, isto ainda permanece na agenda da humanidade para ser resolvido.
04/10/2002 às 16:55 #74957márcioMembroOla, e se dividissemos a origem da violencia em 4 quandes topicos:
1. Educaçao (falta de)
2. Renda (tambem relacionado com distribuicao)
3. Social (Transgressao-Puniçao)
4. Natureza humanaChute inicial: atribuir 25% para cada …
04/10/2002 às 17:58 #74958Miguel (admin)MestreMarcio: Boa sugestão, ao menos estas tentando ser prático e objetivo. Posso estar enganado, mas entendo que o fator educação não leva ao crime( a falta ou o excesso). Há crimes passionais cometidos por médicos,jornalistas( vide recente caso Pimenta Neves). Acho que poderíamos ficar apenas com Renda, Social e Natureza Humana. Eu entendo que o Social é o predominante. Sem entrar em outras considerações que já fiz, basta comparar o PIB, total e per capita de países periféricos como Brasil, Colômbia, com aqueles ” ricos” como Alemanha e França e concluir quer os mais ' pobres” são os mais violentos. Quanto a natureza humana e o social, entendo que estão ligados.Se o homem tem impulsos atávicos de defender seu território, suas posses, etc, estes são em parte contrabalançados pela cultura, mesmo que apareça o que Freud chamou de ” mal-estar da civilização”. Para compensar, também, impulsos agressivos atávicos, há que se perceber que os seres humanos também possuem , muito desenvolvido, o senso de cooperação. Como chegamos até aqui, construímos uma civilização( mesmo com várias guerras), acho que podemos concluir que os impulsos cooperativos têm sido superiores aos destrutivos. Assim, na minha opinião, entendo que o fator Renda é o mais relevante na criminalidade. Eu chutaria: Renda 70%; Social/Natureza Humana 30%. Abraços.
05/10/2002 às 0:37 #74959Miguel (admin)MestreEu chutaria: Renda 70%; Social/Natureza Humana 30%
Está melhorando, antes pensei ter lido algo da ordem de 90% e 10%
Estranha essa divisao entre renda e natureza humana… as abelhas tem contas em bancos?
Concordo que com uma distribuiçao de renda tao ruim o fator renda passe a ocupar lugar de destaque, mas isso pode ser mera contingencia. Melhorada essa variavel, a situaçao tenderia a melhorar, evidentemente. E piore outra variavel e a situaçao tende a piorar, lógico. Daí, matematizar a sociedade como se tudo estivesse determinado por fórmulas é positivismo dos mais vagabundos. A coisa toda é muito mais irregular do que parece, e está tudo interligado.
Sao varios enfoques possiveis para estudar o problema da violencia:
1- psicanalise
2- sociologia
3- religiao
4- economia
5- estatistica
…
N- filosofiaA filosofia tem pretensao de levar todos os enfoques em consideraçao, o metodo dela é racional, discursivo, mas é preciso um método. Pode ser um método dificil de definir, mas justamente por pretender ser um discurso racional-argumentativo ela tem que ter um método. O tema era pena de morte, passou para educaçao, depois economia, politica… se por um lado parece estar considerando diversos enfoques, por outro parece muito mais falta de objetividade.
05/10/2002 às 13:46 #74960Miguel (admin)Mestrehttp://www.ogrish.com/
Vão até a parte de multimidia, lá tem alguns vídeos interessantes. Talvez daí saia algo melhor dessa discussão.05/10/2002 às 14:49 #74961Miguel (admin)MestreCinelav
A proposta é filosofar e nao se tornar masoquista. Em que esse videos poderiam ajudar??????
Nem cheguei a ver os videos, mas pelo conteudo da pagina é facil imaginar… existe uma lista de sites de pessimo gosto e esse deve estar incluido.
05/10/2002 às 15:56 #74962Miguel (admin)MestreCérebro e violência:
onde genética e sociedade se encontramGene que controla quantidade de serotonina afeta comportamento agressivo
Qual é o determinante mais forte das nossas ações: a natureza genética
ou a influência do ambiente? A questão era badalada nos anos 70, mas já
há alguns anos a ciência deixou de se preocupar tanto com qual é o mais
forte. Hoje se reconhece que ambos são importantes, e a pergunta da hora
é outra: como e onde genética e ambiente se combinam para afetar nosso
comportamento?O onde é certo: no cérebro. O como ainda é impreciso, embora boas
hipóteses existam. Uma delas é apresentada em um artigo publicado dia 2
de agosto na revista americana Science, que sugere como o comportamento
violento, que tem um componente social sabidamente forte, também sofre
uma influência importante da herança genética. A resposta está no
produto de um gene que afeta a disponibilidade no cérebro de um
neurotransmissor, a serotonina.Manter o equilíbrio dos neurotransmissores cerebrais é tarefa delicada,
e as interferências são várias. Mesmo assim, geralmente o cérebro dá
conta do recado sozinho. Ocasionalmente, no entanto, a balança cai
desproporcionalmente para um dos lados, e os efeitos podem ser
palpáveis. No caso da serotonina, a deficiência está ligada à depressão
e falta de motivação. Já seu excesso leva a outro extremo:
agressividade. O comportamento agressivo em humanos costuma andar de
mãos dadas com um excesso de serotonina e da sua prima noradrenalina no
cérebro. Além disso, camundongos em cujo genoma é deletado o gene que
comanda a produção de uma enzima que decompõe excessos de serotonina
ganham um ‘superávit’ permanente desse neurotransmissor em seu cérebro
— e os machos adultos ficam tão agressivos que brigam entre si, e
chegam a ser difíceis de manipular por mãos humanas.Como se chega a um excesso de serotonina? Uma maneira é a manipulação
genética — e não é preciso fazer com humanos o que cientistas fazem em
laboratório com o genoma dos camundongos. A natureza se encarrega disso,
criando variantes mais ou menos eficazes de enzimas que regulam a
quantidade de serotonina disponível no cérebro, como a monoamina oxidase
(MAOA) deletada artificialmente em camundongos. Uma variante
especialmente ineficaz da MAOA foi encontrada em 1993 numa família
holandesa, assolada por casos de agressividade impulsiva, incêndios
criminosos, tentativas de estupro e exibicionismo. Todos os membros
violentos da família eram completamente deficientes em MAOA — o que
leva a níveis elevadíssimos de serotonina no cérebro.Outra maneira de provocar um nível excessivo de serotonina no cérebro é
por meio de maus-tratos na infância, como espancamento ou abuso sexual
— que são, aliás, grandes fatores de risco para o comportamento
violento na idade adulta.A influência social, no entanto, não é tudo — felizmente. Maus-tratos
na infância são fator de risco, mas não sinônimo de violência futura:
embora o índice de criminalidade adulta aumente em 50% entre crianças
maltratadas, a maioria delas não se torna adultos delinqüentes ou
criminosos. O que faz a diferença?A genética, segundo um estudo da equipe dos psicólogos clínicos Terrie
Moffitt e Avshalom Caspi, do King's College London e da Universidade de
Wisconsin. Os pesquisadores tiveram acesso a um estudo neozelandês que
acompanha desde 1972 a saúde física e mental de mais de mil pessoas
desde o nascimento. Para diminuir o número de variáveis, Moffitt e Caspi
selecionaram 442 homens com os quatro avós caucasianos. Por um lado,
estudaram sua tendência à violência, usando índices diferentes como
sintomas de distúrbio anti-social e indiciamentos por crimes violentos.
Por outro, analisaram tanto o registro de maus-tratos na infância quanto
a variante da enzima MAOA produzida por cada voluntário.O resultado? Homens maltratados na infância tinham uma probabilidade dez
vezes maior que os demais de cometerem crimes violentos desde que eles,
além de terem sofrido maus-tratos severos, possuíssem uma forma pouco
ativa da MAOA, que permite níveis elevados de serotonina no cérebro. No
total, 85% desses homens severamente maltratados na infância e cuja MAOA
é pouco ativa exibiram mais tarde comportamento violento. Dentre aqueles
que possuíam a forma muito ativa, em comparação, maus-tratos na infância
não aumentaram o risco de comportamento violento em adulto.O elo entre uma baixa atividade da MAOA — e portanto um alto nível de
serotonina — e a predisposição à violência está provavelmente em
estruturas do cérebro como a amígdala, que controlam o medo. Uma
alteração permanente no equilíbrio da serotonina, causada pela conjunção
entre maus-tratos e baixa MAOA, pode fazer com que a amígdala se torne
permanentemente hiper-reativa a ameaças, reagindo desmesuradamente a um
estímulo que de outra forma não evocaria uma reação violenta.Por fim, o simples fato de possuir a forma pouco ativa da MAOA não torna
os homens violentos. A propensão à violência requer a conjunção no
cérebro entre a genética — a versão da MAOA que cada um possui — e o
ambiente — no caso, na forma de maus-tratos na infância.Ah, sim. Há um terceiro fator nessa história. Não deve ser uma surpresa
para o leitor descobrir, a esta altura, que o gene da MAOA fica no
cromossomo X, presente em duas cópias nas mulheres, mas apenas uma nos
homens. Como lembram os geneticistas, o mais forte marcador genético
para a violência ainda é a presença de um cromossomo Y… -
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