Início › Fóruns › Questões do mundo atual › Qual a diferença entre a Escola Pública e a Privada?
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06/01/2009 às 19:06 #70847jota erreMembro
Uma das duas é “melhor” que outra? Em que sentido?
07/01/2009 às 1:36 #85995Miguel DuclósMembroBom, eu sempre ouço falar que até a ditadura, no Brasil, a escola boa era a escola pública, de uma maneira geral. A escola particular era usada por quem não conseguia acompanhar o ritmo da pública, exceção feita à alguns colégios particulares tradicionais e o ensino religioso.Depois, a situação se inverteu, a escola pública passou a ser muito ruim e a educação, como tudo, virou um grande negócio, sendo os colégios particulares os que melhor preparavam.Mas está tudo preso num esquema de imbecilização do povo, a escola forma apenas para o mercado, com pouca ênfase no pensamento crítico e na cidadania ampla. Na escola pública, temos aprovação continuada, sacanagem feita para melhorar as estatísticas, de forma que o aluno passa de ano sem ter aprendido a matéria, e estão surgindo legiões de analfabetos funcionais.Isso pode ocorrer também em particulares picaretas do estilo "pagou, passou". Uma conhecida minha, professora de filosofia num colégio técnico, foi demitida sem justa causa, apenas porque se recusou a passar de ano uma aluna inepta. O pai, figura importante na cidade, pressionou a direção, mas ela não cedeu. A direção demitiu esta professora, no estilo "o cliente sempre tem razão".No caso do ensino superior, as federais e estaduais funcionam como uma espécie de "compensação" para a classe média que pagou o ensino fundamental e médio, já que a maior parte da produção científica vêm do ensino superior público.
07/01/2009 às 20:42 #85996BrasilMembroeu sempre ouço falar que até a ditadura, no Brasil, a escola boa era a escola pública, de uma maneira geral. A escola particular era usada por quem não conseguia acompanhar o ritmo da pública, exceção feita à alguns colégios particulares tradicionais e o ensino religioso.
Sem qualquer defesa aos militares, mas isto está absolutamente correto! Os alunos que não conseguiam acompanhar o ensino público tomavam algumas aulas com professores particulares ou então matriculavam-se nas escolas particulares. O ensino público era forte e exigia-se muito mais disciplina dos alunos e professores, que hoje se exige, ou seja, havia respeito dentro das escolas, tanto de uma parte (alunos) como de outra (professores).
Depois, a situação se inverteu, a escola pública passou a ser muito ruim e a educação, como tudo, virou um grande negócio, sendo os colégios particulares os que melhor preparavam.
É a velha estória do boi que só engorda quando está sob os olhos do dono...A escola particular é uma empresa, e como tal, deve ser eficiente. O funcionalismo público sempre apresentou problemas, mas nunca como depois da retomada da democracia após a saída dos militares. A saída dos militares deixou muitas portas abertas aos picaretas da administração. Sem uma mão forte sobre eles, sentiram-se a vontade para negociar cargos públicos e praticar toda sorte de desmandos financeiros e legislativos."Democracia" exige que o povo fiscalize e seja exigente quanto à punição de desmandos... Caso contrário acontece o que se vê hoje no Ensino, na Saúde e no Transporte públicos; o povo é insultado e tratado como gado. O povo não fiscaliza nem a gasolina com solvente de borracha que coloca no carro, não fiscaliza nem o leite com água oxigenada que bebe... É um "salve-se quem puder"... É um "sai da frente que eu tô com pressa"...A atual cultura do funcionalismo público é a de ganhar o máximo trabalhando o mínimo possível. Essa cultura leva alguns funcionários públicos que lidam diretamente no atendimento ao público, a afixar nos seus guichês de atendimento os seguintes dizeres: "Desacato - Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa."O funcionário público que coloca plaquinhas como esta, tem plena ciência de que sua repartição está altamente propícia a prestar um péssimo serviço ao público que a mantém. Mas ele não se sente parte do problema... Conheço funcionário público que faz "operação tartaruga" toda semana. Operação tartaruga consiste na prática de não fazer NADA num determinado dia combinado entre ele e seus companheiros de repartição. Também há o corporativismo de um encobrir a falta do outro, o que possibilita que todos possam faltar ao serviço em forma de revezamento.
Na escola pública, temos aprovação continuada, sacanagem feita para melhorar as estatísticas(...)
O espírito (de porco) do funcionalismo público associado à Progressão Continuada nas escolas públicas, são um convite ao ócio e ao desinteresse dos professores e funcionários de escolas públicas. Os alunos são aprovados mesmo sem ter aprendido e isso é um alento para alunos e professores preguiçosos. Alias, a preguiça é algo que só acaba mediante a responsabilidade. Os resultados do ENEM não me deixam mentir. O grande problema do funcionalismo público, em minha opinião, é a estabilidade permanente. Ou seja, para não ficarem expostos à vulnerabilidade dos sucessivos governos, eles gozam de uma estabilidade de emprego que não permite que nenhum governo os demita. Então, em cima dessa lei que na verdade se justifica, os governos acabam ficando meio que na mão desse pessoal que, unidos, não são poucos. Além de não serem poucos, eles têm nas mãos os órgãos públicos e, a sua má gestão se traduz na má gestão do governo da vez. Quer dizer, se o candidato "fulano" não se alinhar às aspirações do funcionalismo público, ele sofrerá a rejeição de uma massa organizada. Caso ele seja eleito, o funcionalismo unido pode tornar sua administração um verdadeiro caos, com greves, sabotagens e outros expedientes.
(...)a educação, como tudo, virou um grande negócio(...)
Sim, essa é a raiz de "todos" os problemas: "Os negócios". Se o vendedor de abobrinhas me disser que sua abobrinha é boa, não fará diferença alguma as suas palavras! Pois ele só está negociando... Se ele disser que sua abobrinha é ruim, eu o considerarei um louco, ou então, que ele está tentando ganhar minha confiança para depois ter um lucro maior. Nos negócios não existe nem pode haver confiança entre as pessoas.
Mas está tudo preso num esquema de imbecilização do povo, a escola forma apenas para o mercado, com pouca ênfase no pensamento crítico e na cidadania ampla.
É a forma que encontraram para manter o establishment:Uma massa de analfabetos funcionais, trabalhando barato para uma seleta minoria. O mesmo ocorre nos EUA (primeiro mundo), os números do Ensino por lá, são meio que maquiados como aqui. Diz que todos são educados, mas em que níveis? Uma escola no Harlem tem o mesmo nível de ensino que uma escola em Miami? O ensino superior público deles é ótimo, mas não atende a massa de jovens que acaba ficando sem ensino superior. Cuba recebe muitos universitários estadunidenses com bolsas gratuitas de medicina. De maneira hipócrita os EUA, mesmo com um serviço de saúde privado explorador, e a evidente falta de médicos, não reconhecem o diploma cubano, apesar deste país ser referência na Medicina mundial.
10/01/2009 às 16:30 #85997jota erreMembroFalando sobre educação pública, acho que, em primeiro lugar, devemos definir o que significa a “qualidade” na educação.No tempo dos militares, a tendência pedagógica que prevalecia era a chamada tradicional, em que os alunos apanhavam em sala de aula e nem sequer podiam abrir a boca pra dar opinião sobre alguma coisa. O que se esperava da educação, na maior parte do tempo da ditadura, era uma formação que tendia para o técnico, para o trabalho. Para isso, bastava-se decorar e repetir tudo o que o professor falava. A educação não era crítica, ninguém estava preocupado com a formação de indivíduos críticos (o que é pode ser ilustrado pela exclusão da filosofia e da sociologia do currículo na educação básica - disciplinas que não propiciam a "produção" de nada - ou melhor, substituídas por “reformulações” pelas disciplinas EMC e OSPB), mas sim com a formação de trabalhadores, talvez até cidadãos, mas cidadãos que não criticassem o tal sistema. Cidadãos apenas no velho conceito de “seguimento de direitos e deveres”.De maneira autoritária, a "educação militar" conseguia seu intuito perfeitamente.Com o fim da ditadura, a coisa se tornou mais difícil. A sociedade precisa agora da formação de cidadãos (pessoas comprometidas com a “política” no sentido grego) e, também, indivíduos críticos, imprescindíveis à organização de uma boa democracia.Porém, a sociedade do consumo precisa apenas de trabalhadores competentes (que não precisam ser críticos), e consumidores imbecis. Podemos dizer, inclusive, que a maioria das pessoas consegue ser as duas coisas ao mesmo tempo.Na Educação Básica, qualquer professor pode relatar o quão difícil é esse trabalho. Estimulados por um mercado alienante, pela família e por quase todas as esferas da sociedade, os alunos acham que é mais “cômodo” e mais “fácil” apenas memorizar os conteúdos, sem nada criticar, sem nunca pensar, levando a educação no sentido tradicional. E pior é que a maioria dos professores, diante disso, aceitam a “demanda” dos alunos, ou mesmo impõem o tradicionalismo, por ser mais fácil de aplicar. Enquanto a escola (alguns indivíduos) tentam fazer entender que o aluno é responsável por sua própria educação, a mídia culpa cada vez mais as instituições pela “má” qualidade do ensino.Enquanto a educação formal pública (alguns indivíduos) trabalham numa direção, toda a sociedade vai numa direção totalmente oposta. Hoje, inclusive, os meios de comunicação têm um papel fundamental na educação. Enquanto os donos desses meios não tomarem conta disso, a educação continuará caminhando em direção aleatória.Quanto à educação na esfera privada, digo que todas as escolas são apenas empresas. Jamais se fará alguma coisa, nessas escolas, que possa lhes dar prejuízo. O fato de serem privadas as coloca na lógica do capital, e desconstrói todo o ideário de educação. O fim da educação deve ser a formação do educando, e não o lucro. Mas isso Sócrates já ensinava.Abs.
10/01/2009 às 20:37 #85998BrasilMembroFalando sobre educação pública, acho que, em primeiro lugar, devemos definir o que significa a "qualidade" na educação.
Qualidade na Educação significa fazer os alunos atingirem níveis satisfatórios no aprendizado. Os exames do ENEM mostram a evidente e incontestável péssima qualidade do Ensino Público.
No tempo dos militares, a tendência pedagógica que prevalecia era a chamada tradicional, em que os alunos apanhavam em sala de aula e nem sequer podiam abrir a boca pra dar opinião sobre alguma coisa.
Desculpe, mas de onde você tirou isso? “Apanhavam em sala de aula”?
O que se esperava da educação, na maior parte do tempo da ditadura, era uma formação que tendia para o técnico, para o trabalho.
E a Educação de hoje, tanto Pública quanto Privada, tende para o que?
Para isso, bastava-se decorar e repetir tudo o que o professor falava. A educação não era crítica, ninguém estava preocupado com a formação de indivíduos críticos(...)
E hoje? Estão preocupados? Hoje a Educação é “crítica”?
(o que é pode ser ilustrado pela exclusão da filosofia e da sociologia do currículo na educação básica - disciplinas que não propiciam a "produção" de nada - ou melhor, substituídas por “reformulações” pelas disciplinas EMC e OSPB), mas sim com a formação de trabalhadores, talvez até cidadãos, mas cidadãos que não criticassem o tal sistema. Cidadãos apenas no velho conceito de “seguimento de direitos e deveres”.
Bem, quem acabou com a Filosofia nas escolas públicas foi FHC, bem depois da saída dos militares. As disciplinas de EMC e OSPB limitavam-se às leis vigentes... Assim como ocorre hoje, com a diferença de que os conceitos morais administrados por essas disciplinas, agora são difundidos pelos meios de mídia populares; rádio, tv, jornal, etc. Os conceitos são enfiados goela abaixo das pessoas e elas nem se dão conta... Evidentemente, não são todos os mesmos conceitos de antes, mas continuam sendo muitos os conceitos difundidos.
De maneira autoritária, a "educação militar" conseguia seu intuito perfeitamente.
O autoritarismo dos militares se restringiu à política eleitoral e à mídia impressa, radiofônica e televisiva, ou seja, à censura. Nas escolas NÃO HAVIA AUTORITARISMO e sim, disciplina mais rígida que hoje, só isso. Eu nunca vi ninguém ser agredido... Estudei na época dos militares...
Com o fim da ditadura, a coisa se tornou mais difícil. A sociedade precisa agora da formação de cidadãos (pessoas comprometidas com a “política” no sentido grego) e, também, indivíduos críticos, imprescindíveis à organização de uma boa democracia. Porém, a sociedade do consumo precisa apenas de trabalhadores competentes (que não precisam ser críticos), e consumidores imbecis. Podemos dizer, inclusive, que a maioria das pessoas consegue ser as duas coisas ao mesmo tempo.
Veja, não é atribuição da escola, formar cidadãos “críticos”, e sim cidadãos CULTOS. Não há como a escola formar cidadãos “críticos”, pois em todos os assuntos há controvérsias e partidarismos diversos. Ela não pode, de forma alguma, impor sua opinião sobre temas políticos contemporâneos! Deve apenas administrar um bom ensino apartidário. Com uma cultura de bom nível, que presume-se, deveria ser dada pelas escolas, as pessoas teriam mais chances de, aí sim, serem mais críticas. Não há como ser um bom “crítico”, sem cultura ou com pouca cultura. Esta é a questão.
Enquanto a educação formal pública (alguns indivíduos) trabalham numa direção, toda a sociedade vai numa direção totalmente oposta.
Qual direção?
Hoje, inclusive, os meios de comunicação têm um papel fundamental na educação. Enquanto os donos desses meios não tomarem conta disso, a educação continuará caminhando em direção aleatória.
Desculpe, mas eu não entendi. O que exatamente “os meios de comunicação” deveriam fazer com relação à Educação Pública ou Privada?
11/01/2009 às 0:27 #85999Miguel DuclósMembro“Sem qualquer defesa aos militares, mas isto está absolutamente correto! Os alunos que não conseguiam acompanhar o ensino público tomavam algumas aulas com professores particulares ou então matriculavam-se nas escolas particulares”Aqui e nos pontos subsequentes sobre o tema eu discordo. O que quis dizer é que foram justamente os militares que sucatearam o ensino público. Toda a a eficiência do Estado vinha da Era Vargas, os militares tornaram o estado gigantesco e ineficiente, além de fonte de corrupção e mamatas. No livro do Côn. Vidigal que é colaborador aqui do Consciência ele fala disso num exemplo prático. Diz que até 1964, quando ele dava aulas de história, havia uma exposição de seminário e depois debate. E o tempo destinado a debates via de regra mostrava-se curto. Dez anos depois (1974) ele contrapõe o mesmo método de ensino, porém ninguém sabia mais apresentar uma questão e muito menos debater, falava-se um minuto e esgotava-se o assunto. O debate crítico foi banido, filosofia também foi banida pelos militares, através do infame acordo MEC-USAID, que adequou o sistema em prol dos interesses americanos pelo Brasil. Os autores clássicos foram deixados de lado por uma doutrinação pseudo-ideológica, com as aulas de educação e cívica. O prestígio e eficiência do ensino público, repito era fruto das políticas da Era Vargas, contra os quais os militares se insurgiram. Por isso não fica difícil imaginar, como o colega falou, porque o ensino ficou acrítico.Aliás, é impreciso falar que foram os militares, pois estes eram instrumento da elite civil, a ditadura era verdadeiramente civil, e continua no poder até hoje. Sobre esse ponto, recomendo o seguinte artigo:http://outubro.blogspot.com/2008/11/1964-o-golpe-civil.html
11/01/2009 às 7:01 #86000Miguel DuclósMembroO ProUni também tem sido muito criticado por não satisfazer os requisitos para uma educação fundamentada, e ser mais um “tapa-buraco” paliativo do governo para tentar regular o “vale-tudo” mercadológico que tornou-se o ensino. Lembrei disso quando vi esta notícia do Terra:http://noticias.terra.com.br/educacao/interna/0,,OI3440316-EI8266,00.html"Faculdades do ProUni dominam a lista das piores"Que acham?
12/01/2009 às 19:51 #86001jota erreMembroQualidade na Educação significa fazer os alunos atingirem níveis satisfatórios no aprendizado. Os exames do ENEM mostram a evidente e incontestável péssima qualidade do Ensino Público.
Aprendizado de quê? Essa é a questão. Os "anseios" da sociedade, no que tange á educação, mudam conforme a época e a situação política do país. E os conceitos de educação por si só evoluem. A educação pode ser dita de qualidade quanto alcança seus objetivos. Mas não se pode dizer que os objetivos da educação (MEC) em 1970 eram os mesmos de hoje.
Desculpe, mas de onde você tirou isso? “Apanhavam em sala de aula”?
Falo da palmatória, que na verdade foi instituída pelos jesuítas, mas só foi realmente abolida em 1990, com criação do Estatuto da Criança e do Adolescente.
E a Educação de hoje, tanto Pública quanto Privada, tende para o que?
E hoje? Estão preocupados? Hoje a Educação é “crítica”?
Bem, quem acabou com a Filosofia nas escolas públicas foi FHC, bem depois da saída dos militares.
O autoritarismo dos militares se restringiu à política eleitoral e à mídia impressa, radiofônica e televisiva, ou seja, à censura. Nas escolas NÃO HAVIA AUTORITARISMO e sim, disciplina mais rígida que hoje, só isso. Eu nunca vi ninguém ser agredido... Estudei na época dos militares...
http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb10.htm#textohttp://www.brasilescola.com/sociologia/objetivos-educacao.htmhttp://www.brasilescola.com/educacao/filosofia-educacao-basica-cidadania.htm(apenas textos superficiais.)
As disciplinas de EMC e OSPB limitavam-se às leis vigentes... Assim como ocorre hoje, com a diferença de que os conceitos morais administrados por essas disciplinas, agora são difundidos pelos meios de mídia populares; rádio, tv, jornal, etc. Os conceitos são enfiados goela abaixo das pessoas e elas nem se dão conta... Evidentemente, não são todos os mesmos conceitos de antes, mas continuam sendo muitos os conceitos difundidos.
Que conceitos são esses?
Veja, não é atribuição da escola, formar cidadãos “críticos”, e sim cidadãos CULTOS. Não há como a escola formar cidadãos “críticos”, pois em todos os assuntos há controvérsias e partidarismos diversos. Ela não pode, de forma alguma, impor sua opinião sobre temas políticos contemporâneos! Deve apenas administrar um bom ensino apartidário. Com uma cultura de bom nível, que presume-se, deveria ser dada pelas escolas, as pessoas teriam mais chances de, aí sim, serem mais críticas. Não há como ser um bom “crítico”, sem cultura ou com pouca cultura. Esta é a questão.
Defina-me "crítica" e "cultura", para que eu possa treplicar.
Qual direção?
A formação do educando, pelo dicurso pedagógico nas universidades de hoje, deve primar pela formação de indivíduos políticos, mas não de profissionais acríticos.Como explicado no link acima, um dos lemas da ditadura era: “estudante para estudar e trabalhador para trabalhar”. O objetivo do estudante devia ser simplesmente tornar-se um trabalhador, visto que não havia abertura para engajamento ou formação de opinião política.Quando falo em política, não falo necessariamente em engajamento partidário. Não jogar lixo na rua é um ato político, pois expressa uma opinião política, uma preocupação com o todo.
Desculpe, mas eu não entendi. O que exatamente “os meios de comunicação” deveriam fazer com relação à Educação Pública ou Privada?
Falo em educação informal e não-formal.O estudante não é só educado pela escola (educação formal) mas adquire informações fora da escola.Esta educação dirigida pelos meios de comunicação (mídia) educa basicamente para o consumo, ou simplesmente deseduca. Uma educação informal que quase tende, ironicamente, para o não-formal. Na educação básica, principalmente, há estudantes que acreditam mais no que vêem no telejornal do que nos professores, principalmente quando se trata de informações de cunho político.
12/01/2009 às 19:57 #86002jota erreMembroO ProUni também tem sido muito criticado por não satisfazer os requisitos para uma educação fundamentada, e ser mais um "tapa-buraco" paliativo do governo para tentar regular o "vale-tudo" mercadológico que tornou-se o ensino. Lembrei disso quando vi esta notícia do Terra:http://noticias.terra.com.br/educacao/interna/0,,OI3440316-EI8266,00.html"Faculdades do ProUni dominam a lista das piores"Que acham?
Ainda especulo que o Prouni é apenas uma maneira de aproximar cada vez mais o ensino público do privado, para, num futuro talvez próximo, tornar menos violenta a fundição do primeiro no segundo.
15/01/2009 às 20:15 #86003BrasilMembroAqui e nos pontos subsequentes sobre o tema eu discordo. O que quis dizer é que foram justamente os militares que sucatearam o ensino público.
Ao meu ver, o grande problema do Ensino Público atual não se deve a “sucateamentos”... “Sucateamento” nos leva à ideia de falta de recursos... Não me parece ser este o motivo dos péssimos resultados apontados pelo ENEM. Quais recursos estariam faltando? Ao que me parece praticamente todos estão matriculados, com exceção do Ensino Superior não fica ninguém de fora... O grande problema é a cultural ineficiência do funcionalismo público. Se está faltando algum recurso, então deve ser recurso ético e moral.
Toda a eficiência do Estado vinha da Era Vargas, os militares tornaram o estado gigantesco e ineficiente, além de fonte de corrupção e mamatas.
Concordo contigo que a Era Vargas foi a época de maior desenvolvimento no Ensino, concordo também que os militares tornaram o Estado ineficiente, corrupto... Mas não há nem comparação com a ineficiência atual e muito menos com a corrupção atual! Coisa MUITO rara era um professor faltar à aula... E hoje, é raro?O ensino dado pelos professores era forte. Hoje o aluno do Ensino Médio Público não consegue interpretar e nem redigir um texto curto. Alguns Estados obtiveram nota 3 no ENEM. Essa situação era inimaginável na minha época... Hoje os professores têm medo dos alunos... Isso não era assim! Não era mesmo! Alias, essas estórias de "aluno apanhando em sala de aula" me parece uma grande manobra de fomento da nossa mídia geral libertina. Não sei de onde surgem essas ideias... Faz lembrar os estadunidenses da década de 50 dizendo uns pros outros que os comunistas eram degenerados comedores de criançinhas.
Aliás, é impreciso falar que foram os militares, pois estes eram instrumento da elite civil, a ditadura era verdadeiramente civil, e continua no poder até hoje.
Pois é, só mudaram os fantoches. Agora temos um governo com muito mais fantoches em relação ao tempo dos militares. Temos também uma suposta “liberdade” que, em se tratando de um povo cuja maioria é semi-analfabeto, só está servindo para confundir a cabeça das pessoas. Não podíamos falar mal do governo... Agora podemos... E daí? O Clodovil, o Maluf e o Frank Aguiar foram eleitos assim mesmo... Sem cultura não há crítica que preste.
15/01/2009 às 21:17 #86004BrasilMembroAprendizado de quê? Essa é a questão.
Caro amigo!! Aprendizado BÁSICO! Os alunos do Ensino Médio Público estão recebendo nota média 3 !
Os "anseios" da sociedade, no que tange á educação, mudam conforme a época e a situação política do país. E os conceitos de educação por si só evoluem. A educação pode ser dita de qualidade quanto alcança seus objetivos. Mas não se pode dizer que os objetivos da educação (MEC) em 1970 eram os mesmos de hoje.
Eu só posso concordar com o que você disse. E tendo como ponto de vista exatamente o que você disse, podemos dizer que o Ensino Público da época dos militares era melhor do que o de agora. Pois eu não creio que os atuais “anseios” da sociedade sejam o semi-analfabetismo funcional.Você falou em novas aspirações ou anseios... Eu concordo com isso! Mas o básico SEMPRE será o básico: Matemática, Português, Geografia, Ciências e História. Sem isso há crítica? Que crítica? Uma “crítica” ignorante e raivosa?Uma crítica feita por pessoas que não conseguem interpretar um texto curto?
Falo da palmatória, que na verdade foi instituída pelos jesuítas, mas só foi realmente abolida em 1990
Desculpe-me, caro amigo. Mas NUNCA houve uso de palmatória nas escolas durante o governo militar. Pergunte a qualquer pessoa com mais de 45 anos. O uso de palmatória foi anterior ao final década de 50. Se você acredita que realmente só foi abolido o uso da palmatória no ano de 1990, então pergunte a alguém com mais de 30 anos. Palmatória é coisa da década de 40.
http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb10.htm#textohttp://www.brasilescola.com/sociologia/objetivos-educacao.htmhttp://www.brasilescola.com/educacao/filosofia-educacao-basica-cidadania.htm(apenas textos superficiais.)
São interessantes os textos, mas não respondem à minha pergunta: E a Educação de hoje, tanto Pública quanto Privada, tende para o que? Você havia dito : “O que se esperava da educação, na maior parte do tempo da ditadura, era uma formação que tendia para o técnico, para o trabalho.”E eu pergunto: A educação administrada agora tende para o que? Não seria para a mesma coisa?
Que conceitos são esses?
São os conceitos que fomentam idéias e comportamentos que interessam somente aos que detêm o poder no nosso país e no mundo. Tal como você bem explanou neste trecho da sua mensagem, que reproduzo abaixo:
O estudante não é só educado pela escola (educação formal) mas adquire informações fora da escola. Esta educação dirigida pelos meios de comunicação (mídia) educa basicamente para o consumo, ou simplesmente deseduca. Uma educação informal que quase tende, ironicamente, para o não-formal. Na educação básica, principalmente, há estudantes que acreditam mais no que vêem no telejornal do que nos professores, principalmente quando se trata de informações de cunho político.
Defina-me "crítica" e "cultura", para que eu possa treplicar.
Por favor, faça sua tréplica a partir da sua definição de “crítica” e “cultura”. Não creio que minha definição sobre tais temas seja muito diferente da sua.
A formação do educando, pelo dicurso pedagógico nas universidades de hoje, deve primar pela formação de indivíduos políticos, mas não de profissionais acríticos.
Como eu disse, não há crítica que se aproveite de quem não tem ou tem pouca cultura. Para a escola formar “indivíduos políticos” basta ela cumprir seu papel de educar SATISFATORIAMENTE. A “critica”, como eu te disse, vem das OPINIÕES das pessoas, e é imprescindível que estas tenham um bom nível cultural, para que possam ter opiniões, no mínimo, sensatas.
Como explicado no link acima, um dos lemas da ditadura era: “estudante para estudar e trabalhador para trabalhar”. O objetivo do estudante devia ser simplesmente tornar-se um trabalhador, visto que não havia abertura para engajamento ou formação de opinião política.
Eu fico muito confuso com tudo isso... Fazem 22 anos que o militarismo acabou e, qual é o “lema” de hoje no Ensino? QUAL é o objetivo do estudante hoje? Não é voltado para o TRABALHO?Qual é o engajamento que existe hoje? O que existe hoje é um completo desinteresse dos jovens pela política do país.Quem tirou os militares do poder? Não foram os jovens educados pelo referido regime? Quem participou ativamente das Manifestações pelas Diretas Já? Foram os anciãos do país, à época? Ou os estudantes?
O ProUni também tem sido muito criticado por não satisfazer os requisitos para uma educação fundamentada, e ser mais um "tapa-buraco" paliativo do governo para tentar regular o "vale-tudo" mercadológico que tornou-se o ensino.
Isso é lamentável! Como sempre, arranja-se “soluções” enganadoras que SEMPRE estão enchendo os bolsos de alguns “espertos”... Foi assim com a SUDENE, com a SUDAN, com o PROER, BNH, BNDES, etc.
Ainda especulo que o Prouni é apenas uma maneira de aproximar cada vez mais o ensino público do privado, para, num futuro talvez próximo, tornar menos violenta a fundição do primeiro no segundo.
Eu não havia pensado neste aspecto... Faz muito sentido. É a lógica de se desfazer dos problemas em vez de resolve-los, típica de “bons” políticos._______________________Gostaria de comentar algo sobre estes trechos de um dos textos cujos links o amigo jota erre colocou:
No que se refere à Filosofia, é como tragédia que a história tem se repetido. Enquanto uns acreditam que a Filosofia na educação básica não tem a mínima afinidade com os estudantes brasileiros, outros entendem que os próprios estudantes nada fazem por merecê-la. O que se diz é o seguinte: “Os estudantes da educação básica brasileira não muito fracos e não estão preparados para a Filosofia”.
Bem, afirmar que os estudantes da Educação brasileira são muito fracos e despreparados para a Filosofia, não significa afirmar que eles não fazem por merece-la!! Eles merecem! E como merecem!! Simplesmente NÃO FORAM preparados pelos órgãos competentes, ou seja; a Escola.
À parte o absurdo dessa afirmação, aqui é caso de se perguntar: O que é estar preparado para a Filosofia? Certamente é considerado “preparado” para o saber filosófico aquele indivíduo que freqüentou ótimos colégios, pôde receber uma esmerada educação familiar e social na fase pré-escolar da vida. Visão curiosa essa do “despreparo”, porquanto é sabido que o sistema educacional brasileiro, como é próprio também ao capitalismo, sempre manteve uma escola para a elite e outra para as camadas populares da sociedade. O argumento do “despreparo” serve apenas para reforçar esse tipo deplorável de elitismo.
E o que se sugere em contra-partida? Administrar Filosofia a quem não lê com desenvoltura? Ensinar Filosofia a quem não sabe fazer contas? Ensinar Filosofia a quem não sabe apontar o seu país no mapa?Pelo que deu pra entender o autor do texto acredita que a Filosofia deveria ser MAIS UMA das matérias que os alunos “comuns” NÃO estão aprendendo. Se fosse só acrescentar disciplinas e ver com isso melhorado o ensino, então deveríamos colocar também outras matérias aos estudantes do Ensino Médio, como; Nanociências, Ciência da Computação, até mesmo a própria Medicina ou a Psicologia... Não é mesmo? Só que fica a pergunta: Qual seria o resultado disto? Uma vez que é constatado oficialmente o baixíssimo nível dos estudantes em disciplinas básicas para o perfeito entendimento das demais. Filosofar é aprofundar o pensamento. Não digo que uma pessoa que não saiba ler e escrever não consiga produzir pensamentos filosóficos. Consegue! O problema é ela conseguir expressar isso. Outro problema é ela buscar argumentos para sustentar o seu pensamento filosófico. Volto a dizer: Um analfabeto pode filosofar, mas ficam totalmente comprometidas, tanto as suas expressões, quanto as suas conclusões filosóficas. Agora, filosofar não se ensina, o que se ensina é a história da Filosofia e os conceitos filosóficos mais propagados ou relevantes. O que não deixa de ser importante, mas só se compreende esta história e estes conceitos à medida que se tem alguns outros conhecimentos básicos imprescindíveis para o bom entendimento dos aspectos históricos, geográficos, políticos, sociais, humanísticos e holísticos. Que são na verdade, ou devem ser, o arcabouço de qualquer filosofia que se preze.
17/01/2009 às 4:10 #86005jota erreMembroCaro amigo!! Aprendizado BÁSICO! Os alunos do Ensino Médio Público estão recebendo nota média 3 !
Você falou em novas aspirações ou anseios... Eu concordo com isso! Mas o básico SEMPRE será o básico: Matemática, Português, Geografia, Ciências e História. Sem isso há crítica? Que crítica? Uma “crítica” ignorante e raivosa?Uma crítica feita por pessoas que não conseguem interpretar um texto curto?
O que estamos tratando, caro amigo, é de uma diferença didática e metodológica, não de conteúdo. O método Paulo Freire, por exemplo, voltado para a educação de jovens e adultos, teve sua implantação impedida pela ditadura, e o educador, inadvertidamente, foi preso por 70 dias logo após o golpe de 64.O que faz a diferença na educação, caro, é justamente a metodologia. Se um conteúdo é passado de forma autoritária e indiscutível, jamais o pensamento crítico vai ser estimulado. É necessário o aluno saber que pode discordar, que pode acrescentar, que pode enfim, criticar.Lamentavelmente, admito, hoje o que a maioria dos professores faz é uma mistura malfeita de uma tendência tradicional com uma conteudista (ou crítico-social dos conteúdos), resultando numa bagunça total. Passa-se o conteúdo e salve-se que puder.Contudo, alguns profissionais ainda concordam com o que eu disse acima, ou, pelo menos, eles promulgam essas idéias. O que é algo positivo.
Desculpe-me, caro amigo. Mas NUNCA houve uso de palmatória nas escolas durante o governo militar. Pergunte a qualquer pessoa com mais de 45 anos. O uso de palmatória foi anterior ao final década de 50. Se você acredita que realmente só foi abolido o uso da palmatória no ano de 1990, então pergunte a alguém com mais de 30 anos. Palmatória é coisa da década de 40.
O uso da palmatória criminalizado na década de 80, e abolido com a elaboração do Estatudo da Criança e do Adolescente, em 1990.Conheço uma pessoa de 38 anos que presenciou colegas na escola apanhando de palmatória na década de 70.
E a Educação de hoje, tanto Pública quanto Privada, tende para o que?
Você havia dito : “O que se esperava da educação, na maior parte do tempo da ditadura, era uma formação que tendia para o técnico, para o trabalho.”E eu pergunto: A educação administrada agora tende para o que? Não seria para a mesma coisa?
Eu fico muito confuso com tudo isso... Fazem 22 anos que o militarismo acabou e, qual é o “lema” de hoje no Ensino? QUAL é o objetivo do estudante hoje? Não é voltado para o TRABALHO?
A educação tende, sim para o trabalho. Mas não só isso. Perceba os detalhes da LDB nº 9394/96, abaixo transcrita:“TÍTULO I Da Educação Art. 1º. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. § 1º. Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. § 2º. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. TÍTULO II Dos Princípios e Fins da Educação Nacional Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do p rofissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização da experiência extra-escolar; XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.”Analise.
Por favor, faça sua tréplica a partir da sua definição de “crítica” e “cultura”. Não creio que minha definição sobre tais temas seja muito diferente da sua.
Cultura é um termo que tem vários significados.1. Pode indicar valores relacionados aos à etnia e costumes de um povo, meramente identificando-o.2. Pode significar arte, e os elementos relacionados a ela.3. Pode significar letramento, intelectualidade, como quando simplesmente nos referimos a indivíduos “cultos”.Seu conceito é algum destes ou outro?
Como eu disse, não há crítica que se aproveite de quem não tem ou tem pouca cultura. Para a escola formar “indivíduos políticos” basta ela cumprir seu papel de educar SATISFATORIAMENTE. A “critica”, como eu te disse, vem das OPINIÕES das pessoas, e é imprescindível que estas tenham um bom nível cultural, para que possam ter opiniões, no mínimo, sensatas.
O termo opinião sempre me remete à “doxo” grega...
Bem, afirmar que os estudantes da Educação brasileira são muito fracos e despreparados para a Filosofia, não significa afirmar que eles não fazem por merece-la!! Eles merecem! E como merecem!! Simplesmente NÃO FORAM preparados pelos órgãos competentes, ou seja; a Escola.
Vou repetir a transcrição da LDB:“Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado (…)”Acrescento a educação não-formal feita pela mídia.Já viu o slogan do governo? “Todos pela Educação”? Ironicamente correto...
E o que se sugere em contra-partida? Administrar Filosofia a quem não lê com desenvoltura? Ensinar Filosofia a quem não sabe fazer contas? Ensinar Filosofia a quem não sabe apontar o seu país no mapa?Pelo que deu pra entender o autor do texto acredita que a Filosofia deveria ser MAIS UMA das matérias que os alunos “comuns” NÃO estão aprendendo. Se fosse só acrescentar disciplinas e ver com isso melhorado o ensino, então deveríamos colocar também outras matérias aos estudantes do Ensino Médio, como; Nanociências, Ciência da Computação, até mesmo a própria Medicina ou a Psicologia... Não é mesmo? Só que fica a pergunta: Qual seria o resultado disto? Uma vez que é constatado oficialmente o baixíssimo nível dos estudantes em disciplinas básicas para o perfeito entendimento das demais.
(…) Agora, filosofar não se ensina, o que se ensina é a história da Filosofia e os conceitos filosóficos mais propagados ou relevantes. (…).
Kant discordaria (kkk).Agora, sem graças, proponho que a educação filosófica não se atenha apenas ao conteúdo. Na verdade, o conteúdo é até secundário no caso da filosofia, pelo menos a nível de ensino básico. O grande papel da filosofia neste nível de ensino é justamente o ensino da prática de filosofar. E o que é filosofar? É simplesmente criticar. Ou, em termos mais bonitinhos, “pensar de forma crítica, profunda e comprometida com a verdade”.É certo que alguns professores de filosofia ainda pensam que são professores de história tradicionais, mostrando apenas fatos, ou, “como os filósofos pensaram e/ou pensam”. No entanto, defendo uma Filosofia no Ensino Médio que seja Filosofia também na práxis pedagógica. Trata-se de aprender a pensar observando como pensam os que pensam, copiando-lhes a atitude.Como vê, não se trata apenas na inclusão de “mais uma disciplina”. Mas de outras perspectivas para a educação. Na verdade, o certo que todas as disciplinas devem estar voltadas para o desenvolvimento da crítica, mas a Filosofia, por excelência, é aquela que estuda o próprio ato de pensar.A própria LDB, inclusive, está permeada de “requerimentos” que tangem à Filosofia, mas de forma interdisciplinar (apenas multidisciplinar, antes da última alteração na lei), como domínio de alguns conceitos éticos e científicos, por exemplo.
Coisa MUITO rara era um professor faltar à aula... E hoje, é raro?
O tema é a ineficiência do funcionalismo público em geral, mas analisemos, dentro do possível, apenas o caso do professor, mas já de início, sem considerar todos os pormenores de infra-estrutura, remuneração e desvalorização social-moral pelo que passam os professores no Brasil.O texto da LDB diz que a educação é dever do estado e da família. Acrescento sempre que, na verdade, numa ética verdadeira, ela é dever de toda a sociedade.Todos somos educadores. O educando não aprende apenas na escola, mas aprende em sua vida. No entanto, quem está preocupado em educar? “Pra isso”, dizem, “existe os professores”. As esferas da sociedade comprometidas com o lucro de suas atividades (inclusive as escolas particulares), principalmente não conseguem, de forma alguma, trabalhar em favor da educação. Torna-se até ilógico, em alguns casos. “Por que manter um aluno inadimplente em minha escola? Somos uma empresa, o lucro é o mais importante”, dizem os donos de escolas. “Façam dos professores estrelas”, bradam, “Professores, façam um show na sala de aula! E encham de informação inócua este povo ignorante! Pouco importa que no futuro se tornem médicos e advogados imbecis! Temos o nosso lucro!”. E este discurso até se repete nas faculdades, formando, efetivamente, vários profissionais competentes e imbecis. Neste palco, a educação privada se sobressai como a que mais consegue repassar informação aos alunos.Mas a questão é que, quando se faz uma crítica à educação pública, o que primeiro se critica são os professores e o estado. Os primeiros por não estarem “fazendo o seu trabalho”, o segundo por “não administrar e investir mais na educação”. Não se fala de uma realidade bruta: a família e o próprio aluno não estão fazendo a sua parte. Por pior que seja o professor, por pior que seja a escola, uma pessoa comprometida com sua educação vai fazer o possível para se tornar “educada”. Nem que leve a vida toda.E o fato da família e do próprio aluno não se comprometerem não respeita apenas à escola, muito menos apenas aos professores. É certo que o professor pode estimular o aluno a estudar. Mas, como eu já disse, a sociedade de consumo trabalha no sentido contrário. Ela deseduca. Isso, fora algumas ideologias, que fazem as pessoas acreditarem que, como os emergentes, não precisam estudar, basta investirem no trabalho, na loteria ou nos Big Brothers da vida para se tornarem ricos e poderosos, propagando a idéia do conformismo. E a idéia de que basta dinheiro para se viver bem.O fato é que, hoje, as pessoas simplesmente não têm interesse em estudar (não que isso seja um fator isolado - não sejamos ignorantes...)Com tudo isso, digo, neste país não precisamos de profissionais competentes mais do que precisamos de pessoas críticas. E urgentemente. Muitos educadores já perceberam isso, e pela voz desses educadores, reafirmo, a educação não deve tender apenas para o trabalho.Abs.
17/01/2009 às 15:37 #86006BrasilMembroO que estamos tratando, caro amigo, é de uma diferença didática e metodológica, não de conteúdo. O método Paulo Freire, por exemplo, voltado para a educação de jovens e adultos, teve sua implantação impedida pela ditadura, e o educador, inadvertidamente, foi preso por 70 dias logo após o golpe de 64.
Sem qualquer demérito ao ilustre, honrado e bem intencionado Paulo Freire, mas é com o seu método de ensino que o funcionalismo público educacional está se esbaldando. Ganha dinheiro sem qualquer compromisso com os resultados de seu trabalho! Os professores que vão às aulas apenas o fazem para cumprir a sua obrigação de comparecer. Eu não acredito nos resultados dessa diferença didática e metodológica. E não é sem motivo, pois, volto a afirmar: A nota média dos estudantes do Ensino Médio Público é 3 !! E parece que isto não têm importância pra você, pois até agora, de sua parte, este aspecto não foi considerado. Não questiono o método... Ele pode até ser bom, mas quando se está mesmo a fim de ensinar. Pois ensinar dá trabalho... E é preciso ter vontade de trabalhar...Os estudantes, por sua vez, são jovens, e os jovens têm naturalmente uma mente dispersa, desmotivada para as tarefas do estudo. São raros os jovens que dizem: “adoro estudar”. Mas nem por isso eles devem ser deixados para trás, como está acontecendo com o nosso deficiente e sindicalizado Ensino Público. Neste sentido, entendo que a rigidez no Ensino à época dos militares era benéfica.
O uso da palmatória criminalizado na década de 80, e abolido com a elaboração do Estatudo da Criança e do Adolescente, em 1990.
Então, a palmatória foi usada durante algum tempo, MESMO CONTRA A LEI? Mesmo sendo crime? Que estranha esta afirmação!
Conheço uma pessoa de 38 anos que presenciou colegas na escola apanhando de palmatória na década de 70.
Presenciou colegas apanhando de palmatória? Então foi mais de uma vez!! Mas, que coisa mais estranha!! Eu estudei durante TODO o período do regime militar e NUNCA vi nem ouvi falar de alunos de minha época, tanto em minha escola como nas outras, que tivessem apanhado e tampouco sido ameaçados com palmatória ou qualquer outro tipo de agressão física!! Alias, eu já passo dos 46 e NUNCA vi uma palmatória ao vivo e a cores na minha frente... Só em fotos antigas... E olha que não foi por falta de motivo! Eu sempre fui um “aluno problema”, sofri advertências que poderiam ter me levado à expulsão do sistema público de ensino, e mesmo assim, nunca ouvi falar em palmatória. Te aconselho a não acreditar piamente nesta pessoa de 38 anos que “viu” colegas apanhando de palmatória na sala de aula, na década de 70 e, perguntar a outras pessoas.
Cultura é um termo que tem vários significados.1. Pode indicar valores relacionados aos à etnia e costumes de um povo, meramente identificando-o.2. Pode significar arte, e os elementos relacionados a ela.3. Pode significar letramento, intelectualidade, como quando simplesmente nos referimos a indivíduos “cultos”.Seu conceito é algum destes ou outro?
Bem, eu não pedi para você definir “cultura”. Eu pedi para você fazer a sua tréplica A PARTIR de sua definição de “cultura”, pois a minha não poderia ser tão diferente da sua... Mas de qualquer forma as suas definições, como eu previ, estão alinhadas com as minhas. E como estamos falando aqui de ESCOLA, então você pode tomar a sua terceira acepção da palavra “cultura”, ela é a acepção correta para este caso. ;D
O tema é a ineficiência do funcionalismo público em geral, mas analisemos, dentro do possível, apenas o caso do professor, mas já de início, sem considerar todos os pormenores de infra-estrutura, remuneração e desvalorização social-moral pelo que passam os professores no Brasil.
Veja, há todo um conceito mascarado, maquiado, fomentado, sei lá, sobre os professores da Rede Pública. Obviamente todos aqui concordarão que um professor deve ser muito bem remunerado. Assim como um bombeiro deve ser muito bem remunerado, não é mesmo? Acho que quanto a isso não há dúvidas... No entanto, o salário de um bombeiro é aproximado ao de um professor, com algumas diferenças: O bombeiro cumpre uma jornada de trabalho muito mais longa, e o professor, por ter uma jornada reduzida à metade da jornada de um bombeiro, pode acumular duas jornadas sem maiores esforços que o bombeiro, o que dobra os seus rendimentos. Um bombeiro, além de se submeter à rigidez militar e aos desgastantes exercício físicos diários, ainda arrisca a sua vida para salvar as nossas. No entanto não se vê ninguém falando que bombeiro ganha mal. Um professor da Rede Pública goza de estabilidade permanente de emprego, goza de uma tolerância no número de faltas sem justificativa, sem desconto nos seus vencimentos, goza de auxílio à alimentação e outros tantos benefícios do funcionalismo público conseguidos através de greves e pressões políticas e eleitorais. Já o professor da Rede Privada é um empregado comum: Pode ser demitido a qualquer momento, e o valor do seu salário depende da escola que o emprega, respeitando-se evidentemente o piso salarial da categoria. O salário de um professor da Rede Pública, equivale ao salário de um professor das boas escolas da Rede Privada. Os diversos benefícios do funcionalismo público, acabam implicando para o primeiro, sem dúvidas, um rendimento maior que o rendimento do segundo.
O texto da LDB diz que a educação é dever do estado e da família.
É... E nos ônibus (que mais parecem carroças) está escrito que o transporte é um direito do cidadão e um dever do Estado...Palavras, palavras, palavras...
(...) proponho que a educação filosófica não se atenha apenas ao conteúdo. Na verdade, o conteúdo é até secundário no caso da filosofia, pelo menos a nível de ensino básico. O grande papel da filosofia neste nível de ensino é justamente o ensino da prática de filosofar. E o que é filosofar? É simplesmente criticar. Ou, em termos mais bonitinhos, “pensar de forma crítica, profunda e comprometida com a verdade”.
O que seria “a verdade”? Eu respondo: Se o seu professor for um esquerdista convicto, sua verdade terá fundamentos marxistas, se o seu professor for capitalista, aí terá fundamentos talvez keynesianos, se o professor for católico fervoroso, a sua verdade terá elementos religiosos, e se for ateu inveterado, aí a sua verdade será ateísta.
É certo que alguns professores de filosofia ainda pensam que são professores de história tradicionais, mostrando apenas fatos, ou, “como os filósofos pensaram e/ou pensam”. No entanto, defendo uma Filosofia no Ensino Médio que seja Filosofia também na práxis pedagógica. Trata-se de aprender a pensar observando como pensam os que pensam, copiando-lhes a atitude.
A quem deveríamos copiar? Maquiavel ou S. Tomás de Aquino? Nietzsche ou Kierkegaard? Adam Smith ou Marx? Marilena Chauí ou Olavo de Carvalho?Entendeu agora porque filosofar não se ensina?Isto também lhe remete à “doxo” grega? Abraços
17/01/2009 às 15:57 #86007Oliveira, D.MembroPrezados,Tenho minimamente acompanhado as discussões desse tópico e entendo que esse constitui um importante espaço para discussão no sentido de identificarmos alguns aspectos dissonantes entre as ações do Estado ou das “empresas” em relação às determinações constitucionais, bem como da LDB, no que tange a educação e/ou ensino formal, conforme determinações destacadas pelo nobre “jota erre”.Compartilho de algumas de suas colocações com relação à inserção da Filosofia como disciplina a ser ensinada em âmbito escolar, mesmo considerando as condições históricas de construção de um ensino formal no Brasil, na perspectiva do despertar da criticidade nos sujeitos sociais e históricos.Nesse sentido, evidentemente não podemos pensar a educação institucional brasileira dissociada dos aspectos político-econômicos, os quais foram moldando o direcionamento classista para produção e reprodução material seguindo o ideário de uma classe dominante, a burguesia, que no Brasil, ao contrário da Europa e Estados Unidos, não constituiu ou constitui uma classe revolucionária. Por aqui, as metamorfoses no modo de produção, inclusive as diversas mutações do modo de produção capitalista, sempre transitaram entre moderno e o arcaico, determinando, com isso, os rumos sociais.Nesse contexto, acessos e restrições aos produtos do trabalho coletivo e das dimensões superestruturais, como é o caso da educação, que são erguidas a partir da realidade concreta, foram sendo delineados à medida que os antagonismos de classe foram cada vez mais se aprofundando. O que me chamou a atenção no texto do nobre amigo, muito bem articulado e rico em conteúdo por sinal, é o seguinte:
Mas a questão é que, quando se faz uma crítica à educação pública, o que primeiro se critica são os professores e o estado. Os primeiros por não estarem “fazendo o seu trabalho”, o segundo por “não administrar e investir mais na educação”. Não se fala de uma realidade bruta: a família e o próprio aluno não estão fazendo a sua parte. Por pior que seja o professor, por pior que seja a escola, uma pessoa comprometida com sua educação vai fazer o possível para se tornar “educada”. Nem que leve a vida toda.E o fato da família e do próprio aluno não se comprometerem não respeita apenas à escola, muito menos apenas aos professores. É certo que o professor pode estimular o aluno a estudar. Mas, como eu já disse, a sociedade de consumo trabalha no sentido contrário.
Essa fala me causa certa preocupação a medida que se responsabiliza os indivíduos, os sujeitos, por um processo que é infinitamente mais complexo. Nesse caso, cabe indagar: por que as famílias não cumprem seu papel? Por que os alunos não respeitam os professores ou as instituições? Por que se mostram desinteressados?É evidente que não temos espaço ou mesmo a presunção de esgotar tão ampla temática, mas vale salientar que diante da ausência do Estado, ou com a minimização das políticas públicas, as diversas dimensões da vida social, passam a sofrer fortes influências das regras mercadológias, o que determinam a dimensão político-ideológica e cultural dos sujeitos.Aqui não dotamos nossa fala de qualquer determinismo, pelo contrário, é no fluxo da histórica que homens reais em condições reais construirão novas possibilidades. Mas nesse momento histórico, quando o trabalho é cada vez mais coletivo e a apropriação das riquezas ainda mais privada cabe destacar alguns aspectos da lógica destrutiva do capital.Detendo-nos a questão das famílias, vamos refletir em relação ao segmento majoritário da sociedade que convivem em um cotidiano atribulado, com acessos restritos, permeado de violência, miséria, desemprego, vivendo em condições sub-humanas, realidade essa oriunda da ausência estatal, de um Estado historicamente favorecedor aos grandes capitalistas, ao mercado internacional, trazendo de forma fragmentada, insuficiente e política-eleitoreira, programas de distribuição de renda, que não atingem nem mesmo aos mínimos sociais, não obstante, contribuem para o controle social. Não trata-se de um discurso planfetário, mas, quais as perspectivas que se descortinam no amanhã próximo dessas famílias, dessas crianças e adolescentes?Quando você fala de realidade bruta, como foi apresentada, trata-se de um fenômeno, ou, em uma relação de causalidade, os efeitos da minimização estatal e prevalência das regras de mercado nas mais diversas dimensões da vida em sociedade no modo de produção capitalista.Em outro momento, quando coloca que a sociedade trabalha no sentido contrário, o que é a sociedade se não um conjunto de indivíduos que estabelecem e contraem relações sociais, e ainda, criam e recriam normas de conduta para convivência em harmonia (se é que podemos considerar assim), ou que garantam, no mínimo, a sociabilidade humana. Nessa conjuntura, o Estado constitui uma colossal superestrutura que determina os rumos sociais, erguido a partir de uma realidade concreta, como as instituições de maneira geral. Dessa forma, é a sociedade que caminha em sentido contrário ou as instituições responsáveis pelos rumos sociais não estabelecem meios para atingir as necessidades de seguimentos majoritários da população?Diante dessa realidade, no que concerne a educação, ela cumpre um papel social nas funções econômicas e transmissão ideológica.Cabe reforçar que, com o neoliberalismo, a educação passa a ser deslocada para o campo da iniciativa lucrativa, o que impulsiona a proliferação das mazelas sociais, pois, passa a ser tratada como mercadoria.A educação como mercadoria não desperta a criticidade no indivíduo, não o apreende como um “ser inteiro” em sua totalidade, mas sim, de forma fragmentada, pois indivíduos que não contestam estão mais sujeitosao adestramento mercantil de uma sociedade de consumo.Portanto, a crítica primeira deve ser direcionada sim ao Estado e seus representantes, pois, não foram estabelecido os seguinte princípios constitucionais, inclusive em cláusula pétria naConstituição Federal
CAPÍTULO IIDOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta ConstituiçãoIV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim
CAPÍTULO IIIDA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTOSeção IDA EDUCAÇÃO
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; (Como pensar em igualdade de condições se as bases reais de produção e reprodução humana guardam tamanhas disparidades entre as classes sociais!?)IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Quantas mães/ pais não podem trabalhar pois, não existem creches suficientes para atender toda a demanda, assim, a responsabilidade é de quem?)VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (É universal? Vamos pensar no norte e nordeste brasileiro).Por fim, é evidente que o Estado atendendo aos ideários do capitalismo não deseja formar cidadãos críticos, apenas cidadãos de circunstâncias.att
17/01/2009 às 17:59 #86008BrasilMembro(...)o que é a sociedade se não um conjunto de indivíduos que estabelecem e contraem relações sociais, e ainda, criam e recriam normas de conduta para convivência em harmonia (se é que podemos considerar assim), ou que garantam, no mínimo, a sociabilidade humana. Nessa conjuntura, o Estado constitui uma colossal superestrutura que determina os rumos sociais, erguido a partir de uma realidade concreta, como as instituições de maneira geral. Dessa forma, é a sociedade que caminha em sentido contrário ou as instituições responsáveis pelos rumos sociais não estabelecem meios para atingir as necessidades de seguimentos majoritários da população?
Gostei dessa sua observação e gostaria de acrescentar algo: No filme Zeitgeist Addendum há a seguinte afirmação; “Se houver um problema na sociedade e a sua solução não implicar lucro a alguém, nada será feito.” Eu penso que isto é muito profundo e ultrapassa as antigas e as atuais teorias sociais. Tanto as voltadas para o Capitalismo quanto as voltadas para o Comunismo.
Art. 6o - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta ConstituiçãoIV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim
hahahaha, os brasileiros fazem parecer piada até a constituição de suas leis. Eu pensei que esta fosse a Constituição da Dinamarca... :D
(...)é evidente que o Estado atendendo aos ideários do capitalismo não deseja formar cidadãos críticos, apenas cidadãos de circunstâncias.
Bem, eu fico tentado a perguntar se os cidadãos num regime comunista também não estariam sendo formados apenas como cidadãos circunstanciais... O Comunismo regula o dinheiro da população, mas não abole o dinheiro. Como sempre, estaremos presos a uma lógica das circunstâncias! E elas não são diferentes em sua essência. As duas são baseadas e dependentes de sistemas monetários.
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