Manuel Bernardes – Antologia de escritores

mapa roma itália

Fausto Barreto e Carlos de Laet – Antologia Nacional de Escritores

MANUEL BERNARDES (Lisboa, 1644-1710) escreveu numerosas obras: Sermões e Práticas; Luz e Calor; Nova Floresta; Tratados Vários, incluindo o Pão Partido em Pequeninos; e os Últimos Fins do Homem.

Glossário de Vocábulos

  • (434) formidável a hora = terrível, apavorante a hora. V. nn. 149 e 327.
  • (435) …"porque, temendo-a (a morte), não estais aparelhados: a ênclise é obrigatória com o gerúndio independente.
  • (436) — vós quem padece — ou vós que padeceis, ou, ainda, vós quem padeceis, concordando o verbo com o pron. vós, e não com o pron. quem. Abonam esta última construção exemplos de escritores cabais. ("Sou eu quem perco." (Rui, Queda do lmp., I, introd., p. XIII); as duas primeiras são, todavia, as mais generalizadas.
  • (437) padecemos concorda com o pron. nós, latente, de que é aposto o ampliativo todos os filhos de Adão — construção usual entre os bons manejadores da língua. Outro exemplo do mesmo autor: "Porque quer Deus que os homens aprendais dos homens". (N. Flor., I, 162), em que o suj. é vós, desinencial e os homens o aposto, explicativo do sujeito pronominal.
  • (438) sisudeza ou sisudez o suf. lat. itia altera-se em eza, abrevia-se em ez ou dá iça: justitia > justeza e justiça: cupiditia > cobiça e cupidez; as muitas palavras em eza e ez formam-se quase todas à semelhança.
  • (439) Observe aqui o estudante o anacoluto, ou quebra na construção gramatical da sentença, sem que se lhe perca a compreensão do sentido. E veja outros casos, em Os Lusíadas: II, 40, 47, 104; III, 26; V, 54; X, 130. E examine os casos das nn. 485, 560 e 651.
  • (440) segador, do v. segar (do lat. secare, cortar. A segure, subst. poético, è o machado (lat. *secure); a linha secante em Geometria é da mesma raiz de secare; diversa do homônimo secante, do verbo secar, no lat. siceare.
  • (441) a fazer-se — até jazer-se.
  • (442) vem quem lhe dói a fazenda = aquele a quem dói (custa, interessa, pertence) a fazenda.
  • (443) mundo (do lat. mundu — que significa não só ordem no universo e o próprio universo, mas também ordem e asseio nas vestes e adereços, limpeza enfim. Daí o subst. mundo, o globo terráqueo, e o adjetivo desusado mundo, limpo. Mário Barreto escreve no cap. LXIV do seu Através do Dicionário e da Gramática, p. 348: "A palavra latina mundus é, no sentido literal, lavado, polido, asseado, ordenado; daqui ornado, e deste conceito brota o significado de "criado", onde tudo é ordem e beleza. Daqui a palavra portuguesa tanto no seu valor de adjetivo (no canto X, est. 85, Camões disse mundas almas, i. é., puras, limpas) como no de nome". Do adjet. mundo derivam-se imundo, imundície, emundação ("emundação desagravadora", Rui), emundar (purificar, lavar, limpar), mundificar ("Deixou-se contominar. Mundifique-se". — Camilo, A Brasileira de Prazins, introl.), mondar (preparar o terreno, arrancar-lhe as ervas nocivas); e, em sentido lato, limpar, arrancar: "tinha muitas cãs… e não consentia que lhe mondassem alguma". (Garcia de Rezende, ap. João Ribeiro, Seleta Clâss., 4.a ed., p. 72). é interessante comparar, como faz Clédat (Diction. Étimol.) os dois sentidos do lat. mundum com os dois do gr. kósmon, tão idênticos são numa e noutra língua, pois, nesta, cosmético e cosmografia estão presos à fonte grega, como, naquela, imundo e mundano à latina.
  • (444) seio = golfo; do lat. sinu, curvatura, reentrância.
  • (445) derivação hipotética.
  • (446) alambre, outra forma de âmbar (do ár. anbar com o artigo al).
  • (447) Suíçaros, Suíceros ou Suízaros, do ital. Svizzero; hoje,Suíço.
  • (448) teias finíssimas e candidíssimas — teia (do lat. tela) é o tecido leve, tênue e precioso que se fabrica nessa cidade francesa. Assim como se diz candura e Candinha por haplologia, em vez de candidura e Candidinka, Camilo escreveu candíssimo por candidíssimo. Outros exemplos de intervenção haplológica, ou simplificadora, já no latim, já no vernáculo: estipêndio (stipi + pendium), homicídio (hornini + cidium), semestre (semi + mestre, de mensis); venéfico (veneni -f ficu, de facio), contendor (contendedor), formicida (for-mici + cida), idolatria (idolo + latria), semínimia (semi + mínima), ecletismo (ecletic-ismo), analista (analis-ista), volatizar (volatil-izar), monómio (mono -(-nômio), envaidar (envaidad-ar), destanizar (destanin-izar), idoso (idad-oso), bondoso (bondad-oso); e populares: prestigitador, probalidade, paralepípedo, dez’tões (dez tostões) etc. A haplologia elimina a sílaba igual: tragi(co)-cômico, se (.mi) mínima, formi(ci) cida, ou aproximada: (ido (lo) latria, homi(ni)cídio, conten(de)dor).
  • (449) Neste trecho: almíscar e algália são substâncias odoríferas animais: almeia, âguila e calambuco, árvores producentes de madeira cheirosa; a grã, os lós e as primaveras, tecidos finos; manguitos, os punhos; toríbios, avelórios ou contas. Dar figa = esconjurar.
  • (450) confeccionados ou confeiçoados — preparados cem drogas, manipulados.
  • (451) Neste trecho: justilho. é espartilho, que se faz com barbatanas; escaparate, redoma ou pequeno armário de vidro.
  • (452) venablo, por venâbulo, do lat. venabulu —: espécie de lança curta, azagaia ou chuço.
  • (453) eram por seriam: é comum na língua essa substitição do condicional pelo imperfeito do indicativo.
  • (454) Iracónico (desus.) = pérfido, velhaco, mentiroso, traiçoeiro. Do gr. Thráx, thrakós, Trácio, pelo lat. thracus, com o sufixo.
  • (455) irrepleghel (do v. replêre e prej. tn = que se não pode encher, insaciável; termo desusado.
  • (456) nômina (do pl. neutro lat. nomina, de nomen): oração contra certos males, posta em envoltório de pano, que se pendura ao colo.
  • (457) que lia teologia = que ensinava Teologia. Ler a cadeira nas Universidades era ser-lhe professor; lente é o que lê, o que ensina: …"o professor que, há sete anos, essa cadeira na Escola"… (Rui, Queda do Imp., I, p. 269).

Vocabulário de Termos da História do Brasil

Marechal deodoro da fonseca

Material Didático de História do Brasil

Professor Brasil Bandecchi, 1970.

 

ABOLICIONISTA — Partidário da extinção da escravatura.

ACLAMAÇÃO — Ato pelo qual a Nação reconhecia o novo soberano. Pode também significar escolha sem escrutínio, isto é, sem votação.

ACULTURAÇÃO — Conjunto dos fenômenos resultantes do contato direto e contínuo, de grupos de indivíduos de culturas diferentes.

Glossário de Termos de Arquitetura

GLOSSÁRIO E DICIONÁRIO COM O LÉXICO DOS PRINCIPAIS TERMOS DE ARQUITETURA

Abaco…….. Parte superior do capitel, que assenta sobre a corbelha.

Abóbada…… Construção que cobre uni espaço, acima do qual se mantém por si só,