Filosofia Grega – Período clássico: Sócrates, Platão e Aristóteles

Noções de História da Filosofia (1918) Manual do Padre Leonel Franca. CAPÍTULO I I SEGUNDO PERÍODO — (450-300 α. C.) 22. CARÁTER GERAL Ε DIVISÃO — Neste período atinge a filosofia grega o apogeu do desenvolvimento. Surgem os seus maiores pensadores, que, vindicando os direitos da razão contra o ceticismo geral, constróem sobre bases mais sólidas … Ler mais

Sócrates, por Émile Bréhier

ordem dórica (segundo Augusto Choisy)

Cap. II [editar] Sócrates, por Émile Bréhier Original em francês Tradução de Miguel Duclós O século que precedeu a morte de Alexandre (423 a.C.) é o grande século da filosofia grega; e sobretudo é também o século de Atenas: com Sócrates e Platão, com Demócrito e Aristóteles, atinge-se um momento de apogeu onde a filosofia, … Ler mais

Sócrates – Biografia e pensamentos

socrates

Sócrates – (470-399 a.C) São consideradas três fontes primárias acerca da biografia de Sócrates: os autores Xenofonte (Ditos e feitos memoráveis de Sócrates e Apologia de Sócrates), Aristófanes (As Nuvens) e Platão, em seus Diálogos. Não deixou nada escrito, e o retrato de sua pessoa diverge consideravelmente nos três autores. Na comédia de Aristóteles, Sócrates aparece sem nenhum glamour de circuspecto filósofo. Já em Platão ele é eleito o pai da doutrina da Academia, tornando-se seu porta-voz e muitas vezes se afastando do Sócrates histórico. Os primeiros diálogos de Platão, ditos aporéticos, são considerados os documentos mais próximos do Sócrates histórico. Era Ateniense, filho de uma parteira chamada Fenarete e de um escultor, chamado Sofronisco. Recebeu uma educação tradicional, estudando a obra de Homero
(A Ilíada e A Odisséia, que contam, como vocês sabem, a história
da guerra de Tróia entre gregos contra os troianos, e o retorno
do herói Ulisses para sua terra natal . São de caráter
épico. Muitos chegaram a duvidar da existência de Homero,
ou disseram que ele seria só um coletor de contos do folclore popular,
e não o legítimo autor.) Desde a juventude interessou-se
pela filosofia, e conhecia o pensamento anterior e contemporâneo
dos filósofos gregos. É lendário seu interesse pela conversa em locais públicos,
fazia muitas andanças conversando nas praças, mercados e ginásios de sua cidade.
Participou do movimento de renovação da cultura e foi um
educador popular, já que não cobrava por suas preleções, como os sofistas. Nunca trabalhou e só pensava no presente. Muitas
vezes, só comia quando seus discípulos o convidavam para
suas mesas. Sócrates é famoso por ter tido um soberbo auto-controle, não se deixando nem mesmo embriagar pelo vinho, como é contado no Banquete de Platão. Foi casado com Xantipa, de quem teve três filhos, mas na velhice não parava em casa. Quando jovem, participou, como soldado, de incursões militares como as de Potidéia, Delos e Anfipólis. Recebeu reconhecimento por alguns feitos de bravura, como quando salvou Xenofonte (ou segundo outras fontes Alcíbiades), tombado, com seu próprio corpo. De ínicio, interessava-se pelos ensinamentos
dos filosófos da natureza, como Anaxágoras, mas depois revoltou-se contra eles, pois
eles haviam sido filósofos físicos, que procuravam respostas
nas causas exteriores e gerais da natureza. Achava que existe algo mais
digno para se estudar, a psyche, ou a mente do homem. Por isso
sondou a alma humana, em questões como a da facilidade e da justiça
dos atenienses. Esses lidavam com tanta facilidade com a vida e a
morte, honra, patriotismo, moralidade. E em que se baseavam? E o que entendem
de si próprios? Chegou assim numa reflexão sobre a alma, considerada superior ao corpo, imortal. Embora alguns autores o tenham associado aos sofistas, a imagem tradicional é a de ter sido seu notório adversário, por achar que a verdade é apenas uma, e condenar o relativismo e parte da retórica.