O que é a felicidade?

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  • #76065
    márcio
    Membro

    Karen, eu colocaria da seguinte forma: “a felicidade é uma sensacao provocada no cérebro, pela mente” (atraves do artificio da ilusao – oracao, meditacao fariam parte desse mesmo artificio)

    Mas como voce mencionou, tambem concordo com a seguinte colocacao: “a felicidade é uma sensacao provocada no cerebro por agentes quimicos”.

    Karen, é apenas uma hipotese de trabalho (estou tentando achar alguma sustentacao), mas estou considerando que a mente possa ser um sensor (assim como olhos, ouvidos, tato, etc). Um sensor de pensamentos. Um orgao ou coisa parecida que tem a capacidade de captar pensamentos emitidos pelo proprio cerebro (ondas eletro-magneticas).

    De qualquer forma, a frase que voce colocou de “( O Sítio da Mente .- Del Nero , Henrique Schutzer )” continua abordando a mente de forma tradicional: um produto do cerebro.

    #76066

    Marcio:
    Não tem de agradecer, fi-lo com o maior prazer!

    “Interessante a colocacao que Descartes teve que separar diametralmente mente de cerebro (dualidade) para que a Igreja daquela epoca, permitisse o estudo do cerebro, uma vez que a consciencia (a essencia divina) nao estava no cerebro e sim na mente.”

    É, de facto, a religião desde cedo se constituiu como um obstáculo ao progresso científico…
    É, Descartes acreditava nessa separação radical mente/corpo considerando a actividade mental como algo distinto da actividade corporal. Actualmente há a tendência para crer que todas as actividades da mente provêm do cérebro daí o tal “penso, logo existo” “dever” ser substituído pelo “existo, logo penso”!! Por outro lado Descartes “esqueceu-se” de que se calhar nós só somos quem somos, não porque somos enquanto pensamos, mas porque conseguimos lembrar-nos das coisas em que pensamos!!!O sentido de nós próprios e da nossa relação com os outros passa pela memória, pela capacidade de armazenar experiências significativas. O que é perder a memória? É perder o sentido de nós mesmos e a ligação com o mundo!!

    #76067

    Marcio:

    Surgiu-me uma questão ao ler a sua resposta à Karen… “a felicidade é uma sensacao provocada no cerebro por agentes quimicos”.
    Nessa óptica a mente não teria uma função assim tão importante em relação à felicidade já que esta poderia ser facilmente induzida através de fármacos…esses fármacos poupar-nos-iam o trabalho da mente…

    #76068

    a todos

    me perturba pensar que a felicidade seja induzida, nós somos o que somos, mas o que somos , enquanto seres humanos ? qual é o significante da felicidade ? seria uma atalho de mão dupla ??

    quem vc é ? para um dependente químico a felicidade pode ser ter de volta um fragmento que antes era instrumento para seu prazer – egresso da noção da realidade , um fármaco pode vir a facilitar o trabalho da mente no seu malabarismo mental de lograr estados de prazer, de felicidade infantil.

    Márcio,

    ainda não compreendi sua proposta de mente, que tem por objetivo , tal como um sensor, captar pensamentos … e o que estaria por trás deles, como seria captado ??? , assim tal como nos sonhos, o latente se enquadrada no nível de processo primário , euquanto o manifesto já sofreria os efeitos de processo secundário ( já interpretado)…. nesse sentido a dualidade de processos – primários e secundários – pode ser vista enquanto dualidade de princípios – do prazer e da realidade – , a felicidade (infantil) estaria mais próxima da primeira enquanto mais distante da segunda.

    abs.

    #76069
    márcio
    Membro

    Isabel, o ponto que eu seria abordar com aquela resposta é que existem pelo menos 2 vias de se produzir “felicidade” no cerebro/piloto automatico (deve haver mais).
    O problema com os farmacos (quimicos) esta na nossa ignoracia em relacao aos efeitos que eles produzem.
    A mente deveria ser o caminho natural, auto-controlavel, mas na ausencia de tal capacidade … vamos as drogas !
    Mas defintivamente, todos temos essa capacidade, é só uma questao de … treino(?)

    #76070

    Marcio, mas como treinar a mente??? Como exercer esse controle uma vez que todos já aqui admitimos que há variáveis parasita, factores externos que condicionam…como extender esse poder ao controle dos factores externos?? Como lidar com essa zona de desconhecido que tece esse espaço interior???Não poderá ser esse poder uma outra forma de ilusão?…
    abs.

    #76071
    márcio
    Membro

    Karen, a proposta é algo nessa linha: o cerebro gera pensamentos (neurologia) que por sua vez emitem ondas. O sensor Mente capta algumas. Como ? Boa pergunta.
    (curiosidades: o pombo correio tem um sensor que capta o campo magnetico da Terra, a beluga tem um sensor …)
    Como se diz: se voce nao sabe o que esta procurando, nao sabe quando encontrou.
    A neurologia nao esta procurando a mente. Ela considera a mente um produto do cerebro. Pode estar certa, mas pode nao estar.

    Nao sei se entendi bem a 2.a parte da sua colocacao, mas acho que o X da questao é o processo de feedback da Mente.
    No caso do sonho, se a mente nao inicia esse processo (feedback) entao somos meros observadores passivos dos “devaneios” do cerebro.

    Latente = processo primario = piloto automatico
    Manifesto = processo secundario = mente

    Felicidade => mais proxima do processo primario que do secundario (concordo).

    Estava mesmo pensando no possivel feedback do piloto automatico para o cerebro (semelhante ao que ocorre com a mente). Um nome para esse feedback do piloto automatico para o cerebro poderia ser “desejo” e um nome para o feedback da mente para o cerebro poderia ser “razao”.

    #76072
    márcio
    Membro

    Um fator externo negativo pode ser minimizado. Um fator externo positivo pode ser maximizado. Tudo atraves de ilusoes provocadas pela mente no cerebro. Num determinado momento, a propria mente nao percebe mais que é uma ilusao.

    Talvez fosse interessante simularmos uma situacao qualquer e trabalharmos em cima dela (nao sei se funciona, foi apenas uma ideia). Alguem teria uma caso-proposta ?

    #76073

    Márcio,

    esse desejo (piloto automático) pode vir pervertir o cérebro… ? nesse sentido o cérebro se tornaria escravo desse desejo … nesse sentido como se enquadraria a felicidade ?

    a mente percebe que tudo não passa de uma ilusão … de que realidade estamos falando … realidade material ou realidade psíquica … ?

    abs.

    #76074
    márcio
    Membro

    Karen,

    1. Esse “desejo”, a principio imagino que seja nosso velho e conhecido desejo, que ate onde eu imagino, “perverte” (ou modifica) o cerebro.
    Mas entendo (ou penso que entendo) seu ponto. Talvez a “felicidade” tambem seja parte desse feedback do “piloto automatico” para o cerebro.
    Nesse sentido, desejo e felicidade, andariam “de maos dadas”. Faz sentido para mim. Acho que esta na hora de atualizar a figura.

    2. Num esforco de mudar a situacao (de infelicidade para felicidade), inicialmente entendo que a mente promove o feedback-ilusao (portanto ela sabe que nao passa de ilusao), que acaba por “enganar” o piloto automatico (via cerebro).
    Imagino que num segundo momento, a propria mente nao consiga (e nao deveria querer) mais identificar a ilusao como uma ilusao.

    3. Acho que estamos falando de ambas as realidades. Inicialmente, o cerebro, o piloto automatico e a mente, todos decodificam a seu modo a realidade material e comparam com uma determinada referencia pre-codificada (realidade psiquica ?), gerando uma determinada sensacao (felicidade ou infelicidade). O ponto em questao, seria a habilidade que a mente teria de modificar essa referencia (induzindo uma ilusao no cerebro atraves de feedback, cujo objetivo é modificar a referencia).

    (é apenas um modelo-proposta)

    #76075

    Márcio ,

    mente /ilusão .- partindo do pressuposto de que tudo – eventos – são produtos da mente para ter a dimensão exata do que é criado pela mente é preciso que transcendamos essas formas para serem digamos diluídas ( suas discriminações/ categorização ) para que possamos de fato ter um reconhecimento da totalidade das coisas, nesse sentido todo empenho em particularizar eventos nos aproxima mais de uma mente fragmentada, não possuindo uma realidade, eu arriscaria dizer , psíquica e apenas uma limitada realidade concreta.

    o que nasce da mente está condicionado por “n” fatores, sólidos são tendências ….. nesse sentido todos os fenômenos nada mais são do que manifestações ilusórias da mente ….

    a felicidade participaria em que nível ( material ou psíquico) da realidade ??

    abs.

    #76076

    Márcio:

    O seu modelo inicial já foi enriquecido com bastante informação. Senti necessidade de fazer, para mim, um ponto da situação para não me perder.
    Vou colocar aqui essas conclusões e algumas perguntas que continuam martelando na minha cabeça. Peço, desde já, desculpa se estiver a distorcer o seu modelo e peço-lhe ajuda nesse sentido!

    feed-back do piloto aut. para o cérebro=desejo
    feed-back da mente para o cérebro=razão
    (a nível do feed-back do pil.automático para o cérebro, poderíamos estar ao nível da felicidade…)

    1-A mente pode “enganar” o pil. automático na medida em que pode emitir um fed-back X para o cérebro.
    2-O cérebro toma este X como realidade e produz pensamentos “viciados” que são trabalhados ao nível do pil.automático.
    3-O piloto automático estará assim a ser “enganado” pelo cérebro???

    Vamos supor a seguinte situação (espero que ela não seja demasiado absurda e distorça todo o seu esforço de tornar clara a discussão…):

    a)Em relação a uma dada situação Y, o cérebro emite os seguintes pensamentos:
    Y1-as relações humanas são superficiais
    Y2-a verdade é relativa
    Y3-a mentira é uma constante
    Y4-a aparência prevalece

    b) São captados pela mente, porque mais fortes, por exemplo, Y1 e Y3.

    c) A mente emite o seguinte feed-back YY para o cérebro:as relações humanas não são possíveis porque assentam na mentira.

    d) este feed-back irá condicionar a forma como o cérebro trabalha de forma que sentir-me-ei implicitamente infeliz cada vez que conhecer pessoas por quem me interesse.

    Suponhamos um outro feed-back(YY2): as relações humanas podem ser verdadeiras.Neste caso a mente estaria criando uma ilusão que o cérebro tomaria como realidade, o que faria com que na situação de conhecer pessoas por quem me interessasse, sentir-me-ia implicitamente feliz.

    Ou seja, a mente poderá, com treino, ajustar as ilusões que são recebidas pelo cérebro como realidades e assim condicionar todo o seu funcionamento…É isso???

    Aí vão as dúvidas…

    1)Atendendo às situações referidas, qual seria o feed-back da mente para o piloto automático??
    2)Posso colocar a zero a minha percepção ajustando o feed-back da mente para o cérebro?

    E a grande dúvida…

    3)Se a mente é a parte do cérebro que podemos “ver”, então ela é cérebro porque parte dele. Assim, o feed-back da mente para o cérebro não seria mais do que um feed-back do cérebro sobre si mesmo??

    desculpe, marcio, espero não ter feito confusões a mais…

    abs.

    #76077

    Márcio:

    O seu modelo inicial já foi enriquecido com bastante informação. Senti necessidade de fazer, para mim, um ponto da situação para não me perder.
    Vou colocar aqui essas conclusões e algumas perguntas que continuam martelando na minha cabeça. Peço, desde já, desculpa se estiver a distorcer o seu modelo e peço-lhe ajuda nesse sentido!

    feed-back do piloto aut. para o cérebro=desejo
    feed-back da mente para o cérebro=razão
    (a nível do feed-back do pil.automático para o cérebro, poderíamos estar ao nível da felicidade…)

    1-A mente pode “enganar” o pil. automático na medida em que pode emitir um fed-back X para o cérebro.
    2-O cérebro toma este X como realidade e produz pensamentos “viciados” que são trabalhados ao nível do pil.automático.
    3-O piloto automático estará assim a ser “enganado” pelo cérebro???

    Vamos supor a seguinte situação (espero que ela não seja demasiado absurda e distorça todo o seu esforço de tornar clara a discussão…):

    a)Em relação a uma dada situação Y, o cérebro emite os seguintes pensamentos:
    Y1-as relações humanas são superficiais
    Y2-a verdade é relativa
    Y3-a mentira é uma constante
    Y4-a aparência prevalece

    b) São captados pela mente, porque mais fortes, por exemplo, Y1 e Y3.

    c) A mente emite o seguinte feed-back YY para o cérebro:as relações humanas não são possíveis porque assentam na mentira.

    d) este feed-back irá condicionar a forma como o cérebro trabalha de forma que sentir-me-ei implicitamente infeliz cada vez que conhecer pessoas por quem me interesse.

    Suponhamos um outro feed-back(YY2): as relações humanas podem ser verdadeiras.Neste caso a mente estaria criando uma ilusão que o cérebro tomaria como realidade, o que faria com que na situação de conhecer pessoas por quem me interessasse, sentir-me-ia implicitamente feliz.

    Ou seja, a mente poderá, com treino, ajustar as ilusões que são recebidas pelo cérebro como realidades e assim condicionar todo o seu funcionamento…É isso???

    Aí vão as dúvidas…

    1)Atendendo às situações referidas, qual seria o feed-back da mente para o piloto automático??
    2)Posso colocar a zero a minha percepção ajustando o feed-back da mente para o cérebro?

    E a grande dúvida…

    3)Se a mente é a parte do cérebro que podemos “ver”, então ela é cérebro porque parte dele. Assim, o feed-back da mente para o cérebro não seria mais do que um feed-back do cérebro sobre si mesmo??

    desculpe, marcio, espero não ter feito confusões a mais…

    abs.

    #76078

    Márcio:

    O seu modelo inicial já foi enriquecido com bastante informação. Senti necessidade de fazer, para mim, um ponto da situação para não me perder.
    Vou colocar aqui essas conclusões e algumas perguntas que continuam martelando na minha cabeça. Peço, desde já, desculpa se estiver a distorcer o seu modelo e peço-lhe ajuda nesse sentido!

    feed-back do piloto aut. para o cérebro=desejo
    feed-back da mente para o cérebro=razão
    (a nível do feed-back do pil.automático para o cérebro, poderíamos estar ao nível da felicidade…)

    1-A mente pode “enganar” o pil. automático na medida em que pode emitir um fed-back X para o cérebro.
    2-O cérebro toma este X como realidade e produz pensamentos “viciados” que são trabalhados ao nível do pil.automático.
    3-O piloto automático estará assim a ser “enganado” pelo cérebro???

    Vamos supor a seguinte situação (espero que ela não seja demasiado absurda e distorça todo o seu esforço de tornar clara a discussão…):

    a)Em relação a uma dada situação Y, o cérebro emite os seguintes pensamentos:
    Y1-as relações humanas são superficiais
    Y2-a verdade é relativa
    Y3-a mentira é uma constante
    Y4-a aparência prevalece

    b) São captados pela mente, porque mais fortes, por exemplo, Y1 e Y3.

    c) A mente emite o seguinte feed-back YY para o cérebro:as relações humanas não são possíveis porque assentam na mentira.

    d) este feed-back irá condicionar a forma como o cérebro trabalha de forma que sentir-me-ei implicitamente infeliz cada vez que conhecer pessoas por quem me interesse.

    Suponhamos um outro feed-back(YY2): as relações humanas podem ser verdadeiras.Neste caso a mente estaria criando uma ilusão que o cérebro tomaria como realidade, o que faria com que na situação de conhecer pessoas por quem me interessasse, sentir-me-ia implicitamente feliz.

    Ou seja, a mente poderá, com treino, ajustar as ilusões que são recebidas pelo cérebro como realidades e assim condicionar todo o seu funcionamento…É isso???

    Aí vão as dúvidas…

    1)Atendendo às situações referidas, qual seria o feed-back da mente para o piloto automático??
    2)Posso colocar a zero a minha percepção ajustando o feed-back da mente para o cérebro?

    E a grande dúvida…

    3)Se a mente é a parte do cérebro que podemos “ver”, então ela é cérebro porque parte dele. Assim, o feed-back da mente para o cérebro não seria mais do que um feed-back do cérebro sobre si mesmo??

    desculpe, marcio, espero não ter feito confusões a mais…

    abs.

    #76079
    márcio
    Membro

    Karen, acredito que um modelo mente/cerebro seja muita areia para todos os nossos caminhoezinhos, mas tambem acredito que um modelo (seja ele qual for) ajuda a depurar ideias. Se ele nao nos fornecer respostas, nao serve. Se precisar, mudamos ou aprimoramos o modelo. Desde que haja soma.

    “a felicidade participaria em que nível ( material ou psíquico) da realidade ??”

    Eu entendo que a felicidade esta relacionada com mente/cerebro, portanto percepcao psiquica.
    Entretanto tambem entendo que voce sugere a introducao da componente nao-psiquica na “equacao”, mas eu nao consigo ver onde.

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