Início › Fóruns › Questões sobre Filosofia em geral › Você acha que existe um Deus? › O que quer dizer Deus para a filosofia ?
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26/01/2002 às 3:51 #71944Miguel (admin)Mestre
Isabel: nao coube o terceiro argumento teleologico entao vou mostra lo aqui: Renee Descartes dizia, “ora eu tenho consciencia de que sou um ser finito, imperfeito e perecivel, porem existe na minha mente o conceito de um Ser infinito, perfeito e eterno e seria impossivel para um ser limitado como eu imaginar um Ser perfeito assim ,maior do que eu mesmo, devido a minhas proprias limitacoes intelectuais a nao ser que este Ser existisse mesmo e implantasse em mim uma consciencia Dele, tal como um artista deixa sua assinatura em sua propria escultura”. Alguem poderia contra argumentar: so pq imagino uma coisa nao quer dizer que esta coisa exista, muito bem, mas antes deve se lembrar que toda ideia que passa na cabeça de um ser humano, é formada pela juncao de ideias que derivam da experiencia do ser humano e que portanto existem e junta elas pra formar algo irreal, exemplo posso imaginar um unicornio, bom, o unicornio nao existe mas foi formado a partir de duas coisas q existem: cavalo e chifre, assim toda ideia que passa na mente humana por mais absurda que seja em ultimo caso, e sempre derivado de algo real que foi distorcido sendo assim, a perfeicao absoluta existe, a verdade absoluta existe e a bondade absoluta existe pois para nos consideramos com qualquer qualidade, deve necessariamente haver um padrao absoluto de comparacao e um Ser que englobasse todas estas qualidades e que as distribuisse entre a sua criacao explicaria o fato de todas as pessoas guardarem dentro de si personalidades ao mesmo tempo parecidas pois vieram do mesmo Ser e diferentes entre si,pois cada pessoa possui um pedaço diferente ou reflexo (ainda que diminuto) deste Ser.
26/01/2002 às 4:38 #71945Miguel (admin)MestreResposta ao Wanderson:
achei estranho vc ter citado Platao como um filosofo que faz apologia ao ateismo, justo ele que foi discipulo de Socrates e acreditava em ideais de justiça, beleza e verdade eternas oriundas de um mundo do alem, sendo que este mundo efemero é apenas uma nuance de um mundo de formas perfeitas, onde moram as almas imortais ora isso é o misticismo mais puro que pode existir
Ele afirmava tambem que esse mundo perfeito em outra dimensao nao captado pelos nossos sentidos prem acessivel ao noso intelecto racional, neste mundo ideal nao existe tempo e espaco é eterno. Ora, isso parece a mesma coisa que falar de Deus e do paraiso só que com outras palavras isto é sem personifica-lo. Um ateu, nao acredita em um mundo nao fisico como Platao propunha mas apenas no universo fisico e observavel que Platao desprezava, pois para os materialistas, o Universo fisico é tudo o que há, o que vai de choque contra a filosofia de Platao para quem o objetivo do homem é libertar o homem deste mundo de aparencias. Isto tudo demonstra que Platao e Socrates jamais foram ateus, muito pelo contrario, um idealista convicto que via ate na Matematica uma evidencia da organizacao pre concebida do universo
Quanto a Wittingstein conheco pouco dele, mas baseado no que vc falou sobre ele, ele nao nega nem aceita, diante de algo que é inexplicavel pela linguagem humana, prefere se abster do debate, isto é bem diferente de dizer q Deus n existe, trata se apenas de dizer que como é algo muito complexo e ininteligivel pela linguagem humana devemos deixar isso de lado, isso pode ser agnosticismo, que é diferente de ateismo. Agora entra minha pergunta: será que isso nao se deve a limitacao da linguagem e do entendimento humano ? e por sermos incapazes de explicar entao refutamos a ideia? pra mim isso é arrogancia do homem que se recusa a cogitar a possibilidade de existir algo que seja superior a ele, pode uma obra explicar o seu autor ? ou pode um cego de nascença entender o que sao cores? analogamente o homem pode se recusar a aceitar Deus so pq é incapaz de explica-lo26/01/2002 às 13:57 #71946mauricioMembro“será que isso nao se deve a limitacao da linguagem e do entendimento humano ? e por sermos incapazes de explicar entao refutamos a ideia? pra mim isso é arrogancia do homem que se recusa a cogitar a possibilidade de existir algo que seja superior a ele, pode uma obra explicar o seu autor ? ou pode um cego de nascença entender o que sao cores? analogamente o homem pode se recusar a aceitar Deus so pq é incapaz de explica-lo ”
Leia o que vc escreveu! Será que não sabendo explicar as coisas precisamos então criar um Deus? Um criador? Ora, de onde veio seu criador? Senão da ignorancia em conhecer as coisas! Do seu limitado raciocino. O pior é que vc responderia: Ora o criador é eterno, ele sempre existiu… E pq não o universo então? Ah, pq ele é perfeito, os planetas tem sua orbita perfeita, a vida, nossa a vida, que perfeicao!! Perfeito no seu conceito né…
Deus para filosofia significa fuga pelo caminho mais fácil, dificuldade de raciocinar e observar o mundo como ele é. Medo da morte e de não existir mais consciencia apos isso.26/01/2002 às 19:02 #71947Miguel (admin)MestreAlan:
Quando me refiro a “desmontar” estes argumentos pretendo, justamente, que eles sejam discutidos …não se trata de fazer juízos a priori considerando que eles devem ser provados…nada disso.Filosofar é precisamente ser capaz de reflectir e não se reflecte a partir do nada. Reflectir sobre esses argumentos é tão somente analisar a sua consistência, apresentar pontos de discussão…não se trata de provar nada aqui!
Mais tarde volto com alguns aspectos que gostava de discutir contigo (por tu?…) sobre os argumentos!26/01/2002 às 19:35 #71948Miguel (admin)MestreAlain:
Em relação ao argumento teleológico, por exemplo, eu acho que há alguns aspectos em que refelectir. Penso que uma objecção que podemos colocar prende-se com a própria evolução: a existência de um Artífice Divino não é a única explicação para o facto de animais e plantas estarem tão bem adaptados às suas funções…C. Darwin dá-nos outras opções. É claro que o evolucionismo não refuta a existência de Deus mas enfraquece-a sem dúvida.Por outro lado o argumento teleológico não consgue sustentar o monoteísmo nem apoia a perspectiva de que aquele ou aqueles que criaram o mundo são todo-poderosos! O universo tem inúmeros defeitos de concepção…E ainda, podemos objectar, o carácter omnisciente e bom do Artífice Divino parece ser pouco articulável com a crueldade humana, o sofrimento, a doença. Um deus omnisciente, saberia que o mal existe; sendo todo-poderoso poderia impedi-lo de existir; sendo sumamente bom não quereria que o mal existisse…mas o mal continua a existir. Penso que a única coisa que este argumento nos pode fornecer é a de que o mundo terá sido concebido por algo ou alguém…12/02/2002 às 6:25 #71949Miguel (admin)MestreSra. Isabel, gostaria apenas de colaborar no sentido de prestar um esclarecimento. A Sra. afirma em suas colocações que Darwin nos dá outras opções. A verdade é que não dá e nunca deu. Pelo menos não no campo da ciência. Se existe algum consenso a respeito da teoria materialista evolucionista na comunidade científica internacional, tal consenso é sobre um fundamento absolutamente especulativo, e pior, pseudocientífico. Existe uma verdadeira legião de cientistas, pelo mundo afora, que já submeteram a teoria da evolução ao rigor científico a fim de prová-la, e ela não pôde jamais ser aprovada. Não há nenhuma evidência nos registros de fósseis de uma criatura se transformando em outra. Nenhum elo de transição ou criatura intermediária jamais foi encontrado. Muitos fósseis até hoje já foram achados, inteiros e fragmentados, porém nada como um órgão, membro ou tecido em transição. Foram encontradas patas de animais, asas, couraças, etc…, porém tudo já formado e completo. Se a evolução contínua da natureza fosse um processo real, deveria haver uma ampla quantidade e variedade de evidências fósseis neste sentido, mostrando a contínua transição dos organismos envolvidos no processo, acontece que simplesmente não há. Em razão da falta de evidências de evolução gradual nos registros dos fósseis, mais e mais evolucionistas estão adotando uma nova teoria da evolução, chamada de macroevolução. Essa teoria ensina que animais e plantas mudaram subitamente de uma espécie para outra sem passarem por nenhum processo gradual de transição.
A ser notado aqui é que o problema dos fósseis para o Darwinismo está ficando cada vez pior. Aliás, o Darwinismo já há muito tempo foi afunilado para um apertado beco sem saída. As opções para a explicação da origem do universo continuam sendo apenas duas: primeira: o universo foi criado por Deus, ou, segunda: a teoria (nunca comprovada) evolucionista. Não existe uma terceira opção tal como: a evolução não se contrapõe à existência de Deus. Esta terceira opção seria um evidente desconhecimento das duas opções anteriores.
Cordiais saudações,
Dr. Valenic12/02/2002 às 11:29 #71950vinnyMembroGostaria de saber de onde o senhor tirou estes dados grosseiros. Parece-me que faz muita confusão com o fato da seleção natural frente ao medo de perder a crença no algo divino. Seleção natural é fato. Isso faz transformações que decorrem não de alguns anos e sim de milhões de anos. 90% de todo ser vivo que já viveu neste planeta desapareceu. Mas assim mesmo esperarei a fonte, conheço bem a teoria evolucionista de Darwin, em suma ele apenas verificou a seleção natural da mesma maneira que hj, pex, notamos nas bactérias quando resistem á um antibiótico. Agora se a outra teoria é um deus criador de tudo, me dê algum indício disso ter ocorrido.
Se quiser ou se vc se interessar, recomendo um livro chamado O relojoeiro cego. Vc deve saber de quem é.
Dr. Vinny12/02/2002 às 17:14 #71951Miguel (admin)MestreCaro Valenic:
Darwin mostrou como é que a partir do processo de sobrevivência do mais apto,os animais e as plantas que estão melhor adaptados ao seu meio, sobrevivem e transmitem os seus genes aos seus descendentes. Este processo explica, segundo Darwin, como podem ter ocorrido as maravilhosas adaptações ao meio que encontramos no reino animal e vegetal, sem a ter de introduzir a noção de Deus.Esta explicação é largamente aceite. Quer queiramos, gostemos ou não, esta teoria não refuta a existência de deus (há até cristãos que partilham dela achando-a bem mais razoável)mas enfraquece sem dúvida o argumento do desígnio já que explica os mesmo factos sem apresentar Deus como causa. A existência desta teoria acerca da adaptação biológica impossibilita que o argumento do desígnio (tão enfatizado por muitos) constitua uma prova (conclusiva) da existência de deus.É disto que falava acima…não referi nenhuma 3ª hipótese, mas apenas duas:Deus e a Teoria Evolucionista.13/02/2002 às 2:18 #71952Miguel (admin)MestreSra. Isabel e prezado Dr. Vinny, cordiais saudações.
Com relação à teoria de Darwin, discuti-la hoje em dia seria como tentar aperfeiçoar o mecanismo de um lampião debaixo de luz elétrica, ou seja, por demais pusilânime. Não mais tendo como justificá-la, pelo menos não cientificamente (isto em razão dos grotescos fracassos de datação pelo método do Carbono 14, ou como já me referi, à absoluta inexistência de material arqueológico que a sustente), os cientistas materialistas evolucionistas hoje procuram datar a idade do cosmos. Valendo-se da lei de Hubble combinada com o efeito Doppler, afirmam, como se fosse verdade, que suas medições indicam uma idade para o cosmos que se situaria entre 7 a 20 bilhões de anos. Porém nada disto tem qualquer fundamento factual verídico, antes apenas outro dado experimental, desta vez mais elaborado. Estas repetidas tentativas mostram, tão somente, uma ilegítima manipulação de informações para ‘convencer’ os cientificamente iletrados.O fato destas aberrações fantástico-cientificistas serem aceitas pelo público (por parte dele) não as valida como verdade. Quando submetidas a um questionamento científico, franco e desprovido de emocionalismos, tais afirmações simplesmente não resistem. Por exemplo: O campo magnético da terra, cujo declínio exponencial leva a uma meia-vida de 1400 a 2000 anos. Se o tempo decorrido de existência da terra ultrapassasse os 10000 anos, retroativamente, ninguém poderia ter permanecido de pé sobre a terra, pois o campo magnético terrestre há mais de 10000 anos seria intoleravelmente poderoso. Diante de uma argumentação tão irrefutável quanto esta, os interessados em defender o evolucionismo só teriam mesmo uma escolha: a fantasia. E assim foi. Na tentativa de argumentar contra o irrefutável, estes indivíduos extrapolaram para uma nova teoria: a teoria do campo magnético cíclico (aumenta e diminui). Que fique bem claro aqui que o problema não diz respeito ao legítimo levantamento de questões, como as levantadas pela senhora ou pelo prezado Dr.Vinny, mas sim a impropriedade da manipulação de informações por parte dos que, sem ter como justificar o injustificável, extrapolam para a fantasia. Não me refiro à Sra. nem ao Sr. Vinny. Sim, senhora Isabel, permanecem apenas as duas escolhas: Deus ou o Evolucionismo.
Valenic13/02/2002 às 11:04 #71953vinnyMembro“Se o tempo decorrido de existência da terra ultrapassasse os 10000 anos, retroativamente, ninguém poderia ter permanecido de pé sobre a terra, pois o campo magnético terrestre há mais de 10000 anos seria intoleravelmente poderoso.”
De onde vem isso? Sou formado em física, apesar de há muito tempo, mas isso me soa estranho deveras. Se a terra era insustentável há 10000 como explica dinossauros e outros repteis existirem por 200 milhões de anos?? Como vc explica o desaparecimento de tantas espécies, 90% de tudo que foi achado como fósseis? Ora, fantasioso é pensar que isso surgiu de uma hora para outra. Volto a dizer, não conheço o senhor, portanto me envie a literatura que o influenciou. Já que Einstein, Hawking estão completamente errados, me diga quem está certo. Com nomes e publicações. Se enrolar.
13/02/2002 às 11:54 #71954márcioMembroOla Valenic, permita-me colocar esta frase: “A verdade em ciência pode ser definida como a hipótese de trabalho melhor adequada para abrir caminho para uma próxima que seja melhor”.
Nao estamos falando em verdades absolutas, mas sim em hipoteses de trabalho que devem ser validadas (como validar pode ser outro assunto).
Apenas a titulo de alinhamento, entendo que sua ultima frase signifique: … permanecem apenas 2 hipoteses para a Origem do Universo: A hipotese Deus ou a hipotese Evolucionista.
Eu particularmente imagino outras hipoteses, mas entendo que este topico seria sobre “O que quer dizer Deus para a filosofia”. Essa abordagem indicaria que para a filosofia Deus quer dizer a Origem do Universo ?
Declinio do Campo Magnetico da Terra … Acho que seria mais interessante Oscilacoes no Campo Magnetico da Terra … associado com Darwin, com o processo de datacao C14, com a idade do Universo, com Deus, … faltou a teoria quantica.
13/02/2002 às 12:15 #71955carlosMembroUm texto para entender o que significa evolução.
E vamos parar por aqui, se quiserem abrir um novo tópico, tudo bem, mas discutir a validação de uma teoria que se verifica numa simples bactéria, dizendo que tudo está errado, desde fósseis até medições da idade do universo é quase que falar que a única verdade está no genesis. Ok. Desculpem-me o texto postado.A palavra “evolução” na verdade significa duas coisas completamente distintas e separadas (e é uma tática favorita dos criacionistas a tentativa de obscurecer a distinção entre as duas). Por um lado, “evolução” significa simplesmente que organismos se modificam com o passar do tempo, que alguns organismos desapareceram do planeta e são substituídos por outros organismos que não existiam antes. Neste sentido, “evolução” não é uma teoria científica ou hipótese, é um fato observável, da mesma maneira que o ciclo de vida de um sapo é um fato observável. O registro fóssil é muito claro em indicar organismos que já existiram e que não existem mais (dinossauros, trilobitas, pterodátilos, mastodontes) e organismos que existem agora e que não existiam na eras geológicas anteriores (humanos, chipanzés, cervos, serpentes).
Por outro lado, “evolução” também é a palavra usada para indicar a teoria científica de como este processo de organismos substituindo organismos ocorreu. Neste sentido, “evolução” não é um fato observável, é um modelo científico (leia mais abaixo a definição de um “modelo”) que procura explicar o fato da evolução (mudanças nas espécies através do tempo).
Na maioria da vezes, quando um cientista fala de “evolução”, ele está falando sobre o modelo atualmente aceito do processo através do qual organismos tem se modificado através do tempo, não sobre a existência atual ou inexistência de tal mudança por si própria. Os criacionistas, por outro lado, gostam de interpretar variadas críticas científicas de alguns aspectos do modelo evolucionário como um ataque a existência da própria evolução. É importante reconhecer que este argumento é falso, uma vez que as duas esferas são completamente separadas e distintas.
O modelo científico da evolução atualmente aceito foi primeiramente planejado no livro Sobre A Origem das Espécies Através da Seleção Natural de Charles Darwin. A teoria darwiniana da evolução pode ser resumida em alguns postulados simples:
(1) Os membros de qualquer população biológica em particular irão diferir entre si em pequenas particularidades e terão características ligeiramente diferentes de estrutura e comportamento. Este é o princípio da “variação”.
(2) Estas variações podem ser passadas de uma geração para outra, e a prole daqueles que possuem um tipo particular de variação também tenderá a ter aquela mesma variação. Este é o princípio da “hereditariedade”.
(3) Algumas destas variações darão ao seu possuidor uma vantagem na vida (ou escapar de alguma desvantagem ), permitindo que o organismo obtenha mais alimentos, fuja de predadores mais eficientemente, etc. Dessa forma, aqueles organismos que possuem uma variação útil tenderão a sobreviver por mais tempo e gerar mais descendentes que os outros membros daquela população. Estes descendentes, através do princípio da hereditariedade, também tenderão a possuir estas variações vantajosas, e isto terá o efeito de aumentar, sobre um número de gerações, a proporção de organismos na população que possui esta variação. Este é o princípio da “seleção natural”.
Estes princípios são combinados para formar a essência do modelo evolucionário. A visão darwiniana tradicional sustenta que pequenas mudanças na estrutura e no comportamento, efetuadas pela seleção natural das variações, produz, após um longo período de tempo, organismos que diferem tão grandemente de seus ancestrais que eles não são mais o mesmo organismo, e devem ser classificados como uma espécie separada. Este processo de especiação, repetido a mais de 3,5 bilhões de anos atravessou o tempo desde que a primeira forma de vida apareceu na Terra, explica a produção gradual de toda a diversidade da vida.
Em anos recentes, duas teorias novas têm sido amplamente aceitas que complementam a teoria da evolução darwiniana tradicional. A primeira destas é o “equilíbrio pontuado”, uma teoria estabelecida por Stephen Gould e Niles Eldredge no início da década de 1970. A teoria darwiniana original considera que o aumento de mudanças que produz uma espécie nova ocorre por toda a população das espécies “parentais”, e que a população completa gradualmente é substituída por uma nova espécie, um cenário conhecido tecnicamente como “especiação simpatrica” (simpatrico significa “o mesmo lugar”). Em 1972, Gould e Eldredge propuseram que a maioria das especiações tomaram lugar não na população inteira da espécie parental, mas dentro de um grupo pequeno, isolado geograficamente dela. Após esta transição isolada para uma nova espécie tomar lugar, a nova espécie se move para fora da área de sua origem para substituir as espécies mais antigas por todo seu hábitat. Este cenário é conhecido como “especiação alopatrica”, que significa “lugar diferente”.
Gould e Eldredge apontaram que um modo alopatrico de especiação, no qual a transição evolucionária de uma espécie para outra tem lugar somente em uma área geográfica isolada e por um período relativamente curto de tempo, necessariamente limitaria o número dos fósseis intermediários que poderiam ser encontrados pelos paleontologistas, uma vez que estas populações intermediárias seriam extremamente limitadas tanto no espaço como no tempo e não seriam encontradas a menos que fossem preservadas como fósseis (por si própria uma ocorrência rara) e também a menos que um caçador de fósseis descobrisse por acaso a área específica onde uma transição tivesse ocorrido (Gould e Eldredge conseguiram descrever uma destas áreas — uma pequena pedreira isolada em Nova York que ilustrou a transição de uma espécie de trilobita Phacopsto para outra, os níveis mais baixos continham as espécies originais de trilobitas, os níveis superiores continham as espécies novas e no meio havia uma série de transições indo de uma a outra).
A outra teoria da evolução é chamada “deriva genética”, “neutralismo” ou “evolução não adaptativa”. Na visão darwiniana, todas as características de um organismo são o resultado da seleção natural, que continuamente se livra das variações inadequadas e seleciona as adequadas para serem conservadas na próxima geração. Entretanto, ao menos em alguns momentos, a presença de uma característica genética particular pode ser somente o resultado de uma mudança. Em uma população pequena na qual uma porção dos membros são possuidores de uma característica e uma porção é possuidora de outra, é possível por um conjunto de circunstâncias acidentais tais como uma doença ou um desastre natural aniquilar todos os possuidores de uma destas características, restando somente uma característica. Assim, esta característica seria conservada não através da seleção natural, mas unicamente devido à circunstâncias fortuitas. Isto é freqüentemente referido como “sobrevivência do mais afortunado”.
Também parece haver um grande número de características que são iguais em sua “aptidão”, nenhuma tem qualquer vantagem de seleção sobre as outras. Desta maneira, estas características são referidas como “neutras” — ou são selecionadas a favor ou selecionadas contra, e a proporção de uma característica para outra numa população pode mudar casualmente através de métodos estatísticos puramente.
Nem a teoria do equilíbrio pontuado nem a teoria neutralista substitui a teoria darwiniana da seleção natural gradualista, tampouco consideram que a teoria darwiniana esteja “errada”. Melhor, ambos os processos são complementares ao ponto de vista darwiniano, enquanto que, ao mesmo tempo completamente separado dele. Assim, não pode realmente ser dito que exista uma única “teoria da evolução” — existem na verdade diversas. Apesar de atualmente haver muito debate científico nos centros de estudo em torno da freqüência relativa e importância de cada destes modos de especiação, nenhum destes debates se preocupam com a existência ou a inexistência atual da mudança evolucionária (apesar dos criacionistas gostarem muito de usarem citações selecionadas de teóricos evolucionários criticando este ou aquele aspecto da teoria do mecanismo evolucionário, numa tentativa de lançar dúvida ao modelo inteiro).
Também é importante notar aqui que a evolução como um modelo científico é completamente omissa em relação a origem definitiva da vida sobre a terra; apesar do modelo evolucionário afirmar que toda a vida descende de alguma fonte comum (que pode ter sido um organismo original simples, ou diversos organismos diferentes que apareceram mais ou menos ao mesmo tempo), o modelo por si próprio não tem nada a dizer sobre o processo através do qual este organismo original ou organismos apareceram na Terra — a teoria do mecanismo evolucionário está somente preocupada com a questão de como a vida pode ser transformada em formas novas de vida. Não existe nenhuma teoria evolucionária preocupada com o desenvolvimento original da vida a partir de substâncias químicas não vivas, uma vez que este tópico sai fora da estrutura do modelo evolucionário. A questão das origens pertence a uma disciplina biológica inteiramente separada conhecida como “abiogênese”, que é da incumbência antes de bioquímicos do que biólogos evolucionistas. Do mesmo modo, o modelo evolucionário não tem nada a haver com a astronomia ou cosmologia e é completamente omissa sobre a formação original do universo (big bang, estado regular, fechado ou aberto do universo, etc).
E, como com qualquer outro modelo científico (gravidade, relatividade, física quântica, química molecular), o modelo evolucionário não apresenta nenhum programa moral, ideológico, econômico ou político. A teoria da evolução não postula qualquer maneira de como os humanos “deveriam” agir, ou qualquer afirmação sobre como a sociedade “deveria” ser organizada, não mais que a teoria da relatividade ou a teoria eletrodinâmica quântica. Do mesmo modo, a teoria evolucionária não afirma que a história (tanto humana como biológica) é inevitavelmente “progressiva”, movendo-se inexoravelmente do “bom” para o “melhor”, tampouco a história move-se do “menos complexo” para o “mais complexo”. O processo da evolução é totalmente ad hoc e sem direção.
14/02/2002 às 6:17 #71956Miguel (admin)MestreO que quer dizer Deus para a filosofia?
De fato, bem melhor do que discutir teorias evolucionistas e ter de, inevitavelmente, adentrar na esfera da fantasia e da argumentação emocional, melhor seria redirecionar uma mais acurada atenção sobre o tópico em questão: O que quer dizer Deus para a filosofia.
Mãe de notáveis idéias, fértil campo para a criatividade e uma propulsora do exercício do intelecto, a filosofia tem também servido de máscara para argumentações anti-Deus. Freqüentemente supervalorizada como se fosse a epítome do exercício intelectual, a filosofia não um sinônimo para sabedoria. Esta última sendo mesmo o alvo maior da filosofia, e não o contrário. Saber significa conhecer, assimilar, compreender e reter um fato, não especular a respeito dele. Diferentemente da filosofia, a sabedoria não dá lugar à especulação e muito menos à fantasia. A assimilação e a conscientização plena de todo o saber pressupõe, inevitavelmente, a contato com a perfeição. A filosofia é mutável, a perfeição jamais, caso contrário como seria perfeição? Assim como não se pode desassociar o núcleo de uma célula de sua organização natural, sob pena de inviabilizá-la, assim também reduzir o homem ao plano exclusivamente material, não passa de uma agressão à sua natureza intrínseca. A dissociação do espírito humano de seu corpo resulta em morte do ser. Eis porque os cadáveres são cadáveres e não mais seres com vida. Inexoravelmente é, portanto, necessário se reportar à origem da vida. Logo, de onde provém sua origem? Que se levantem os materialistas e os ateus mascarados de filósofos e respondam: Quem dentre vós pode fazer alguma criatura surgir? Se não possuem este poder, certamente reconhecem que alguém o possui, caso contrário como estariam aí? Isto implica na aceitação, por parte do homem; da sua inferioridade em relação ao que tem o poder sobre a vida e sobre a morte. E esta aceitação não parece agradar a todos. E por que não? Porque significa obrigatoriamente sujeição ao que é superior. E esta sujeição implica na aceitação da ética e da moral divinas, e aqui está o ponto que desagrada a muitos. Contrariados pela própria consciência, procuram obscurecê-la, o que muitas vezes conseguem. Porém negar a verdade é tarefa árdua e mesmo impossível. Ainda assim insistem: Dê-nos prova de Sua existência, dizem. E assim, contra si mesmos reafirmam seu estado de rebelião. O que, porém significa Deus para a filosofia? Significa o seu objetivo, o seu alvo e o seu último anseio. Caso contrário, se a filosofia não buscar o verdadeiro saber, antes estará servindo como máscara para a sua negação, ou seja, servindo à irracionalidade e à escuridão.14/02/2002 às 7:41 #71957Miguel (admin)MestreApologia Cristã seria, Valenic? Parece estar retoricamente preparado em favor de sua crença…
Você diz: “(…)reduzir o homem ao plano exclusivamente material, não passa de uma agressão à sua natureza intrínseca.”…respeito sua colocação, mas não concordo. O homem não se reduz e tão pouco é reduzido. Tem apenas o hábito de construir respostas com alicerces duvidosos. Digo duvidosos pois estes silogismos teístas que constrói partem de premissas totalmente convenientes:
“”Que se levantem os materialistas e os ateus mascarados de filósofos e respondam: Quem dentre vós pode fazer alguma criatura surgir? Se não possuem este poder, certamente reconhecem que alguém o possui, caso contrário como estariam aí? Isto implica na aceitação, por parte do homem; da sua inferioridade em relação ao que tem o poder sobre a vida e sobre a morte.””Nunca me julguei filósofo e portanto, sem mascaramento eu quero responder à pergunta:A mente humana pode E FAZ muita coisa surgir! 'Se não possuem este poder', eu não reconheço ou afirmo que alguém o possui! – 'Como estariam aí?' – estamos aqui pois nos sentimos presentes! Se quisermos respostas além, fazemos da vida um campo de estudos e assim, talvez um dia, saberemos como viemos parar aqui.
Inferioridade do homem; é tão inferior assim em relação ao que não conhecemos? Não sabemos, e eu, particularmente, não aceito teorias convenientes. Essas teorias muito prejudiciais que aterrorizam a pesquisa sobre a questão da vida.“Porque significa obrigatoriamente sujeição ao que é superior.”
…Porque significa obrigatoriamente sujeição ao desconhecido. A diferença entre nós, que julga “ateus mascarados de filósofos”, e estes, como você, “reis da 'apologética'”, é que chamamos de hipótese(ou desconhecimento)o que chamam de Deus. Também preferimos a palavra “questionar”, a transbordar a mente com Fé.“Porém negar a verdade é tarefa árdua e mesmo impossível.” – Quem detém a verdade? Sua Fé?…
“O que, porém significa Deus para a filosofia? Significa o seu objetivo, o seu alvo e o seu último anseio.” – Você tenta transformar VERDADE em Deus. O último anseio da filosofia é a verdade. Logo sua apologia vê Deus como verdade(retórica fácil, não?). Como não sou influenciado pela Fé e não invento respostas, Deus para mim é apenas…fruto da imaginação humana diante da busca, sem respostas, da verdade.
“se a filosofia não buscar o verdadeiro saber, antes estará servindo como máscara para a sua negação, ou seja, servindo à irracionalidade e à escuridão.” – Prefiro continuar no escuro, procurando uma chama luminosa, a fechar os olhos e imaginar um céu tão claro em uma manhã de domingo.
Para terminar, quero expressar meu respeito por suas colocações, pois sei que são seus ideais, assim como minhas colocações são meus ideais.
Grande Abraço.
14/02/2002 às 15:15 #71958vinnyMembroBom, diante do exposto e da falta de argumentos compatíveis com a ciência, e mais, nem sequer um autor de apoio, discutiremos agora o que significa deus para a filosofia. Significa a falta de argumentação, significa o “sair correndo” significa o medo de não se ter um deus. Esse temor reverencial perpetuado pela ignorância e o pior, a vontade de ignorância. Ah, não fui nada emocional. O resto o Daniel já falou bem.
Realmente dinossauros ainda existem, ops, 10000 anos…não dá…uma ilusão apenas. -
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