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26/12/2001 às 17:23 #75549márcioMembro
Alex, assim como voce, eu sou uma parte do todo.
Qual o sentido da minha vida para o todo ?
Minha vida faz sentido para o todo, apenas pelo fato dela existir.Qual o sentido da minha vida para mim mesmo ?
Minha vida faz sentido para mim, enquanto eu a mantenho.Qual o sentido do todo para mim ?
Sou tao pequeno perante o todo que nao consigo sequer ver um sentido para o todo.Desamparado: Acho que essa palavra nao esta muito boa. A intencao é dizer que no cenario ateista, nao existe nenhuma entidade (Deus) nos ajudando ou julgando. Nao que nao precisassemos …
Abracos,
26/12/2001 às 22:29 #75550Miguel (admin)Mestrede certo…as sua perguntas possuem enorme relevância para a pergunta que debatemos neste fórum…fazemos parte do todo, mas qual o nosso papel ou os muitos níveis em que trabalhamos?
bom a questão é.. o universo é determinado ou não(?)
muitos físicos(homens de ciência, alguns até ateístas) acreditam que o universo é determinado, não só os físicos, muitos místicos tb ….
mas vamos pensar em física quântica(coisas pequenas)…
eu tenho um carro… eu olho para o meu carro e vejo um carro…. mas quando analiso as suas características observo que ele possue duas rodas, um guidão, a sua trasmissão é feita por duas engrenagens e uma corrente, não possue para-choques, apenas para-lamas, tem um farol dianteiro e o vento bate na minha cara quando ando nele….ops espera aí!… meu carro tem características de uma moto! mas quando eu olho para ele eu vejo um carro!… estranho!…
uma partícula na física quântica tem todas as características de uma onda, e outras características que não são de partículas, certo?
bom a vida é determinada, mas quando analiso a minha vida vejo que posso interagir e controlar totalmente a minha vida….
desta forma(fazendo uma analogia), podemos afirmar que eu não controlo nada em minha vida, contudo, eu posso controlar tudo…isto seria tão confuso quanto o paradoxo onda/partícula da física quântica….
se optarmos por um universo determinado, devemos atentar para as perguntas que foram feitas acima pelo márcio, contudo, se o universo não é determinado devemos partir para a definição do que venha a ser a vida….por ex:
o ar tem vida?
a água tem vida?
pq em um universo determinado a vida começa com o início ou criação do universo, pois a vida tem vontade e caminha para algo que deseja.
agora voltando para o meu particular com o márcio
márcio,….. como vc disse nós(ambos)fazemos parte do todo , mas quais as nossas características, somos apartados(um do outro) ou não quando observados por um espectador que possue a capacidade de observar o todo? e ainda que sejamos apartados haveria essêncialmente alguma diferença entre nós, digo, em um nível bem profundo/fino?
….ou seja, temos as características do todo? por ex: o meu cabelo faz parte do meu todo, sendo que através de um fio de cabelo meu é possível obter todo o meu código genético(cor de pele, cor de olhos etc).
“imagem e semelhança”
abs.
27/12/2001 às 14:17 #75551márcioMembroEntendo que seria importante caracterizar o que vem a ser VIDA em 2 cenarios:
1. O Universo é determinado.
2. O Universo nao é determindo.
Mesmo relendo o texto, acho que nao consegui captar a colocacao para a palavra “determinado”. Estariamos dentro do cenario teista, ateista ou tanto faz ?Independente (sera?) dos cenarios, uma dessas caracteristicas da vida seria o livre-arbitrio. Podemos rever o que temos aqui sobre esse tema, mas me pareceu razoavel a quantificacao do livre-arbitrio como parcial. Nem zero, nem total. Bom, em que o livre-arbitrio ajudaria nas respostas ?
“… em um universo determinado a vida começa com o início ou criação do universo …”
Entendo aqui que estariamos dentro de um cenario teista, certo ?No cenario ateista teriamos: As vidas sao experiencias do Acaso. Elas comecam quando determinadas condicoes acontecem. Ainda nao sabemos quais sao essas condicoes, mas estamos trabalhando nisso.
Quem é voce ?
Sou uma parte do todo.Acho que essa seria a resposta inicial a pergunta.
Muitas coisas podem extraidas dessa simples resposta.
A partir dessa resposta as demais serao meros detalhes.“… um espectador que possue a capacidade de observar o todo …”
Acho que vai ser dificil encontrar esse espectador no cenario ateista.
Ja no cenario teista, é mais facil.Mas vamos imaginar como espectador, um astronauta na Lua, olhando para Terra. Sera que ele poderia notar algum traço de Alex ou Marcio ? Acho que nao. Acho que ele nem mesmo iria notar que existe vida na Terra.
Ai vem um cometa bem grande e … bang. La se vai a Terra. Os planetas restantes se reorganizam em novas orbitas, novas condicoes aparecem e se tudo der certo, depois de algum tempo temos vida novamente.Imaginei outro exemplo para o “universo”.
As celulas do nosso corpo. Imagine que voce é uma dessas celulas e eu sou outra.
Somos seres vivos mas fazemos parte de uma parte (no caso o corpo) do todo .
Voce poderia ser uma celula da mao e eu uma do pe. Temos algumas caracteristicas muito semelhantes e outras nao e assim vai. Mas definitivamente, somos uma parte do todo.
E cada um de nos (celulas) procura manter a sua vida, mesmo sem saber que com isso, mantemos a vida do corpo.Abracos,
28/12/2001 às 3:37 #75552Miguel (admin)MestreEm um universo determinado a vida e o surgimento do universo são concomintates, pois apesar de não haver vida ainda, ela já é prevista dentro das regras que foram escolhidas para o universo. Desta forma, eu não possuo controle sobre a minha vida(novela das 08), mas posso controlar a minha vida(ilusão de controle que serviria aos propósitos do universo(?)).
ao passo que universo e vida em um universo não determinado possuem uma relação de casualidade, ou seja, a vida surge em razão de determinadas condições que só são possíveis em um universo que apresente certas características, sendo que a vida não era prevista na criação do universo, apenas foram escolhidas, ao acaso, certas regras que hoje conhecemos como leis da física. Daí a importância de se definir o que venha ser vida em um universo não determinado. por ex: se a vida é produto do acaso ela surge de forma unicelular. Mas como explicar a progressão da vida, ou seja, a casualidade habitual do acaso em criar novas formas de vida?
Em um universo que é criado apenas com leis físicas, não vejo possibilidade do ingresso de uma forma vida que progrida através do auto-desenvolvimento. A saber: a vida como conhecemos.
“…. me fiz em mil pedaços pra vc juntar….”
renato russomantenho a pergunta.
abs.
28/12/2001 às 13:26 #75553márcioMembroAcho que ficou 100% claro. É uma perspectiva interessante. Nada impede que o Universo seja Completamente-Determinado (por regras) como voce menciona. Principalmente porque se já conseguimos identificar algumas delas, teoricamente nada impede que as demais sejam identificadas.
Porem como ainda nao fomos capazes de identifica-las, acabei considerando o Universo como Completamente-Nao-Determinado.
Nesse exato momento, estariamos diante de um Universo Parcialmente-Determinado ou Parcialmente-Nao-Determinado. É a historia do copo meio-cheio.Interessante. Preciso preciso pensar um pouco nisso …
Abracos,
28/12/2001 às 14:13 #75554Miguel (admin)Mestre“Em um universo que é criado apenas com leis físicas, não vejo possibilidade do ingresso de uma forma vida que progrida através do auto-desenvolvimento. A saber: a vida como conhecemos.”
salvo a presença de um Deus(forma de inteligência, ainda que bastante simples, mas com capacidade de aprender) que surge depois do universo… para isto, este Deus teria sua origem em outro lugar que não o universo em que ele deseja operar.
será???
aguardo comentários
abs.
28/12/2001 às 14:25 #75555Miguel (admin)Mestreas regras são a vontede de alguma coisa
por ex:
uma tela em branco…o artista trabalha sobre ela, ele já sabe o que deseja pintar sobre a tela… ele inicia os seus trabalhos e um tempo depois termina a tela, mas não é apenas uma tela, é sim uma obra de arte.
existem regras que podem ser depuradas das técnicas que o artista usou para pintar a tela, contudo, ainda que vc estude estas técnicas vc jamais será um picasso, um michelangelo ou qualquer outro grande artista.
é possível se fazer um clone do alex ou do márcio, mas acredito que seja impossível reproduzir uma cópia fiel, ou seja, o mesmo ânimo, a mesma preguiça, a mesma luxúria, a mesma ganância, a mesma vaidade e outras características pessoais.
até então especulamos sobre o universo determinado, mas não sobre o artista que pintou o universo com as suas regras determinadas.
abs.
29/12/2001 às 17:23 #75556márcioMembroEstou tentando acompanhar a sua logica que esta se “movendo” bem rapidamente.
Ainda estou “parado” no Determinismo do Universo.O Universo Completamente-Determinado seria aquele em que TUDO estaria determinado (previamente ou em tempo real). Nao existiria espaço para o Acaso. Isso ou aquilo aconteceu comigo porque já estava determinado. Acho que muita gente pensa assim. Ajuda a superar perdas. Se esta tudo previamente determinado (no big-bang ou antes), significa que nao é necessario a presença de Deus em tempo real nesse nosso Universo. Deus estaria presente se fosse necessario um ajuste dessas variaveis em tempo real.
Em outras palavras, pergunto: O artista que pintou o Universo já sumiu ou ainda esta aqui, terminando sua obra ?
Embora eu tambem tenha problema com as perdas, tenho dificuldades em raciocinar com esse cenario.
O Universo Parcialmente-Determinado seria aquele que embora regido por uma serie de leis(*), as coisas ainda acontecem por Acaso. Por exemplo: Para o surgimento da vida, seriam necessarias que 500 condicoes fossem atendidas simultaneamente. Coincidentemente, a algum tempo atras, essas 500 condicoes foram atendidas em algum (ou alguns) pontos da Terra.
(*) Tanto faz (para mim) se essas leis foram criadas por Deus ou algo mais (porque esta muito longe). Tanto faz se ainda nao descobrimos todas elas (o que torna o jogo mais interessante). O interessante é que (parece que) aquelas que já descobrimos nao variam de acordo com a vontade de alguma criatura.
Abracos,
29/12/2001 às 17:28 #75557márcioMembroNum cenario ateista, com um Universo parcialmente-determinado, o sentido da vida seria … mante-la.
Abracos,
29/12/2001 às 17:32 #75558márcioMembro[alex disse] “Mas como explicar a progressão da vida, ou seja, a casualidade habitual do acaso em criar novas formas de vida?”
Darwin & cia nao seria razoavel ?
Abracos,
30/12/2001 às 21:13 #75559Miguel (admin)Mestredarwin…sei lá…, mas o que é a vida então?
penso que não, darwin explica muito, mas falta alguma coisa…. nesta evolução eu vejo inteligência, vontade de novas formas de vida…. sendo que só os “melhores projetos” sobrevivem e evoluem…daí um deus que veio de sei lá onde…a natureza definitivamente aprende. ou não?
abs…. estou com pressa.
31/12/2001 às 4:11 #75560Miguel (admin)Mestreo que chamo de casualidade habitual do acaso são essas 500 condições se repetirem no processo da vida várias vezes…500 condições são necessárias para surgir a vida unicelular(acredito que foi isso que vc falou?), quantas condições mais seriam necessárias para cada salto na evolução(?) e o que motivou esta evolução(?) Pq não permanecer unicelular(?)…(entramos efetivamente, novamente, no cerne deste fórum, ou seja, qual o sentido da vida?)
agora, tb gostaria de acrescentar que estou tentando acompanhar a sua lógica, e que as especulações feitas são experiências no sentido de entendê-lo melhor e imaginar um universo possível para ambos podermos prosseguir na busca da resposta para este fórum…neste contexto gostaria de saber o que significa efetivamente para vc o acaso… ou seja, o acaso em relação a quem? a nós ou ao universo?( o acaso tem como referencia a gotícula no oceano ou o oceano todo?)
desde já manifesto a minha opinião de que seria mais correto(de minha parte) afirmar que o acaso é algo que sentimos mas não necessarimante é casual(?), pois é produto do julgamento humano.
as perdas nada tem a ver(ao menos da minha parte) com as perguntas/especulações que propostas.(isto seria uma tentativa de justificar o pragmático teísmo/ateísmo, acabaríamos apenas criando mais confusão em nossas mentes, penso que somos capazes de reconhecermos e analisarmos os nossos sentimentos de modo a trabalhar a emoção apenas positivamente e não como uma confortável muleta).
bom se me permite, gostaria de voltar um pouco em nosso papo, vc diz que fazemos parte do todo, mas o que é/significa o todo para vc?
quanto ao artista… penso que ele ainda pinta(uma tela que já foi pintada) a tela, sendo que respeita as regras gramaticais, como todo bom escritor/artista, e por vezes escapa as regras propositalmente de modo que cause um certo impacto na platéia… para aguçar a percepção de alguns e acordar outros….mas veja… ela já sabe o que escreveu/pintou(já está determinado), sendo que nós fazemos parte do livro….bom acabei de inventar isso….(a coisa complica com as variáveis espaço/tempo) foi vc que comentou o “místico” príncipio da física(?) ….
abs…
31/12/2001 às 4:18 #75561Miguel (admin)Mestresó mais um parêntese…. a evolução de darwin é muito boa, no que me refere ela explica um universo inteligente que aprende através do processo de seleção natural… eu tenho a noção que a natureza é viva, inteligente e consciente.
abs.
31/12/2001 às 16:14 #75562márcioMembro1. Evolucao: Darwin & cia estaria OK ?
“500 condições são necessárias para surgir a vida unicelular (acredito que foi isso que vc falou?)”
Certo. Apenas um exemplo para facilitar a visualizacao.“quantas condições mais seriam necessárias para cada salto na evolução ?”
Digamos … mais 10. O termo “salto” é interessante. Acho que nao existe um consenso se a evolucao é linearmente continua ou se se da em saltos.“e o que motivou esta evolução ?”
Essas 10 condicoes.“Pq não permanecer unicelular ?”
Acho que aqueles que sao submetidos apenas as 9 (ou menos) condicoes, permanecem unicelulares (sempre como exemplo ilustrativo).2. Acaso: Aleatoriedade (dentro das regras). Mas nao teria nenhum “artista” influenciando a seu belo prazer o grau de aleatoriedade.
3. Regras: Essas que acreditamos que já descobrimos e as outras que ainda nao descobrimos. Mas nao teria nenhum “artista” alterando essas regras a seu belo prazer.
4. Perdas: Seria uma possivel justificativa para a entrada em cena do “artista”, mas … correto, deixa para lá.
5. Todo: Tudo, tudo, tudo, … tudo o que voce possa imaginar …
6. Artista: Ainda por ai = cenario teista mesmo. OK. Sem problemas.
7. Qual o sentido da vida no cenario teista com o “artista” por ai ?
(apenas uma ideia) Acho que nesse cenario, existe uma certa distribuicao de responsabilidade na manutencao da vida.
Abracos,
02/01/2002 às 18:42 #75563Miguel (admin)Mestresó 10….
abs.
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