Miguel (admin)

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  • em resposta a: Filosofia e alienação #71574

    Caro Anderson: Foi legal o seu comentário sobre o Marcuse para refutar Habermas. Marcuse conseguiu mostrar em A IDEOLOGIA DA SOCIEDADE INDUSTRIAL que a máquina já é fabricada dentro de um contexto dominador do capital sobre o trabalho. Assim, a máquina domina o homem. Como poderiam então a ciência e a tecnologia, por si mesmas, libertarem a humanidade ? Habermas, como você considera – e com toda a razão – produziu um pensamento alienante.

    em resposta a: Crise de paradigma #79613

    Caro Anônimo: Obrigado pelas indicações bibliográficas, eu as conheço bem. Lenin é um autor clássico dentro do marxismo e só é clássico por decorrência de sua erudição. Teve um mérito grandioso em saber avaliar magistralmente a conjuntura russa daquele tempo e elaborar um plano de ação, isto é, dar ao proletariado uma arma teória, dar à Filosofia uma arma prática. Porém, caro Anônimo, quando você diz que o maoísmo adaptou o leninismo, você se refuta: o maoísmo escapa ao modelo leninista de primazia pelo operário urbano e aposta suas fichas no campesinato. O que expressa bem esta diferença é a contenda existente entre os comunistas chineses e os leninistas da URSS no período antecedente à Revolução Chinesa. Isto é, digo que o maoísmo foi uma alternativa à camisa de força leninista – e stalinista – imposta pelo “método” vanguardista. É justamente por ser um método que o leninismo exclui do marxismo uma de suas coisas mais importantes, a saber, a dialética. O marxismo, caro Anônimo, não é uma metodologia, é uma ontologia. Como você foi polido comigo a ponto de dar referências bibliográficas, eu o retribuirei: leia Lukács, o volume da coleção Grandes Cientistas Sociais serve; leia também o capítulo do Guido Mantega sobre as Internacionais Comunistas, em seu livro sobre a Economia Brasileira.

    em resposta a: Crise de paradigma #79612

    Sr. Anderson:

    O marxismo-leninismo é uma teoria e uma metodologia, inaugurada por Lenin a partir dos principios marxistas e aplicada primeiro na Rússia e depois ao longo de todo o século vinte, tanto na China, quanto no Vietnã, em Cuba e atualmente pelas Farcs colombianas. Lenin prega o tra”alho revolucionário do partido como uma forma de aguçar as contradições do capitalismo. A vanguarda do partido assim se desvincula da noção da vanguarda acadêmica ou artística, já que Lênin propõe – e cada revolução a seu modo adapta – um trablho vinculado às condições concretas, à realidade da luta de classes. É o desconhecimento dos fundamentos do marxismo-leninismo que promove a grande maré de asneiras sobre a guerra do Vietnã, por exemplo, que foi uma luita vencida pela eficiência (como método de vitória e tomada do poder) do marxismo leninismo – filtrado pelo maoismo e adaptado por Ho Chi Min às condições do Vietnã e à luta anti-imperialista. O marxismo leninismo clássico (leia O Que Fazer, Esquerdismo, doença infantil do comunismo e o livro sobre o imperialismo de Lênin) tinha forte conotação anti-imperialista, já que se serviu das contradições durante a Primeira Guerra para pregar entre o povo russo as palalvras de ordem Paz, Pão e Liberdade. Quem tem pretensão ao pensamento científico não pode considerar um objeto de estudo “horroroso”, principalmente se desconhece os fundamentos dele.

    em resposta a: A pop-filosofia é aniquilada por Jomard Muniz #71626

    Que é esse Jomard MUniz??? QUe papo é esse de filosofia em CD???

    em resposta a: A violencia se forma em casa #71523

    Uma matéria publicada em uma revista de informática de circulação nacional (*) trazia a frase: “Não podemos culpar o fabricante da arma pelo assassinato” para justificar o uso de um determinado software possivelmente com finalidade de pirataria. A frase a mim é de uma infelicidade dupla pelos dois pontos que a abrangem:

    1- Um programa de computador pode ou não ser criado com a finalidade criminosa e quando esta não é clara pode realmente dar ensejo a classificação de “mau uso”.

    2- Uma arma é criada com a finalidade criminosa – não importa o lado da lei que esteja aquele que a usa – está clara e não pode dar ensejo de “mau uso”.

    A comparação ou seja, a metáfora é no mínimo de uma infelicidade, digamos criminosa pois assume claramente a postura de culpa e desculpa. Uma coisa que parece título de um daqueles filmes italianos de faroeste. “quem matou foi Deus, eu só puxei o gatilho” .

    Lógico que ninguém poderá culpar o fabricante de um garfo ou de pedaço de madeira usados em crime, pois afinal não foram criados com a intenção de matar.

    Mas o mesmo não acontece com o fabricante de uma arma, pois a mesma foi construída com um único e exclusivo propósito: matar.

    Em termos jurídicos existe o chamado “crime doloso” em que diferente do “culposo”, há a clara intenção de matar, existe um planejamento, uma premeditação do crime. É diferente do fabricante de armas? Na fabricação de armas existe o planejamento, a premeditação, não de um crime, mas a maneira mais eficaz de se cometer o crimes perfeitos (isto é, sem nenhum dano ao criminoso). Não há um crime mas a clara intenção de cometer milhares e milhões deles.

    Retornando ao mote inicial, podemos sim culpar um fabricante de armas pelos crimes que eles cometem, da mesma forma que um programador que cria um software para roubar. O interessante é que fabricantes de bebidas e cigarros estão sendo condenados, mas nunca se escutou algo como processar um fabricante de armas por um assassinato. A eterna e absoluta hipocrisia.

    luiZ carloS cichettO, 15/6/2000
    http://www.abarata.hpg.com.br

    (*) Revista Info, editora Abril, junho 2000, página 44, “A Era Napster”.

    em resposta a: Mito de Atlântida #71332

    Se O Onofre Veiga conseguir descobrir as outras fontes originais que fazem referência a Atlândita, eu gostaria de ser informada.ABRAÇOS

    em resposta a: Vida de marx #71504

    Grande e profundo admirador do trabalho da “Consciência Home Page”, gostaria de sugerir um outro link que trata do assunto de maneira até “mais completa”, o grande Espaço Marx

    Cordialmente,
    Lázaro C Chaves
    Cultura Brasileira

    Sem dúvida a internet é uma questão das mais importantes. Mas, seja como for, devemos ter em conta que ela é somente meio. Ao analisarmos ela, é importante nos darmos conta em que esse meio favorece ou não as potencialidades humanas. Certamente. Como bem assinalou Anônimo, o contato, o calor, o ” olho no olho” são fundamentais para uma afetividade saudável, para manter-se humanizado. Até que ponto e em que medida isso vem acontecendo, e que papel tem a internet nisso é uma questão que deve ser pensada.A internet, entretanto, representa uma enorme potencialidade para o crescimento pessoal, por exemplo, isso que estamos fazendo no momento, discutindo, pensando…

    em resposta a: A violencia se forma em casa #71522

    O problema maior da nossa sociedade é a virtual troca de valores morais/espirituais por simples e desgraçados valores materiais.Com esse conceito vemos pais que incentivam os seus filhos as drogas e a violência,não suprindo-os de amor ,carinho e respeito.Com esse círculo vicioso formado, os resultados são como por exemplo,o episódio da última segunda-feira aqui no Rio,onde o delinquente, fruto de uma sociedade desestrutura,hipócrita e violenta ,sequestrar um ônibus e ficar com 5 pessoas como reféns e que culminou na morte de uma inocente.O mais ridículo foi que todos os brasileiros, que assistiram aquelas cenas ficaram somente chocados com a morte da refém , e a atitude dos policiais que quando conseguiram pegar o meliante,bateram,pisaram,deram coronhadas,chutaram,como se o criminoso fosse um pedaço de carne morta,sem valor nenhum???.Realmente se eu estivesse no local com toda aquela tensão,faria o mesmo,Mas não Policiais que são os nossos “agentes da lei” e da ordem.Imaginem as crianças que assistiram aquelas tristes cenas,com certeza muitas colocaram em suas “cabeçinhas” que, matar um ser humano é o mesmo que matar um boi, uma vaca , uma galinha….

    está tudo errado..precisamos fazer algo

    urgente….

    em resposta a: Crise de paradigma #79611

    Caro Onofre Veiga: o leninismo é uma teoria de partido voltada para a aplicação do marxismo de modo metódico. O problema começa aí: o marxismo não tem um método, mas uma ontologia. Ademais, o recurso do partido leninista como “vanguarda” do proletariado é uma volta ingênua ao Iluminismo: o proletariado fica amorfo, esperando pelo partido, pelo guia, pelo educador. Mas, e o educador, quem educa ?
    O esquema rígido de partido leninista, ainda, embarga a dialética, própria da obra marxiana. Nem mesmo o que Marx considerava como certo em seu tempo pode ser usado como modelo, porque o leninismo seria ?
    Enfim, caro Onofre Veiga, o que percebemos é que a crise de paradigmas nas teorias de esquerda é grande: leninismo, trotskismo, maoísmo, social-democracia – há problema em absolutamente tudo.

    em resposta a: Método Analitico x Método Sintético #71422

    Creio que há ainda duas dificuldades. A citação do $117 do Schwierig, diz que o método analítico parte do composto para os princípios, e o sintético faz o contrário. Porém, Descartes afirma que em ambos os métodos as coisas que vem primeiro devem ser conhecidas sem a ajuda das coisas seguintes. Esta é a ordem de demonstrar dos geômetras, comum aos dois métodos de exposições. Diz Descartes que procurou seguir esta ordem o tanto quanto pode em suas meditações, que usam o método da descoberta (analítico).

    A outra dificuldade, é saber se o método sintético em Kant pode ser formalmente chamado de geométrico. Descartes afirma que os geômetras conheciam os dois métodos, mas usavam somente o sintético por julgar o analítico tão superior que deveriam guardá-lo só para si. O método sintético se serve de uma longa cadeia de definições, axiomas e postulados, teoremas e problemas. Ou seja, podemos dizer que os Elementos de Euclides usam o método geométrico-sintético. Seria justo dizer que Kant usa esta mesma forma de exposição na Crítica? A Crítica não está exposta segundo esta maneira formal do método sintético-geométrico (como a Ética de Espinosa), porém, penso que Kant tinha exatamente esta maneira formal quando escreveu a Crítica. Devemos nos lembrar da importância dada por Kant à geometria. Kant procurava, no campo inseguro de batalha que era a metafísica, encontrar um terreno seguro sobre o qual pudesse se edificar algo. Para isso ela deveria seguir o exmplo dos geômetras e da ciência da natureza. A chave da revolução copernicana empreendida por Kant é encontrada na geometria, quando o primeiro indivíduo “(tenha se chamado Tales ou como se queira) acendeu uma luz, pois achou que não tinha que rastrear o que via na figura ou o simples conceito da mesma e como que apreender disto suas propriedades, mas tinha de produzir (por construção) o que segundo conceitos ele mesmo introduziu a pensando e se apresentou a priori e que, para saber de modo seguro algo a priori, não precisava acrescentar nada à coisa a não ser aquilo o que ressaltava necesariamente daquilo que ele mesmo havia posto nela conforme seu conceito“.
    Este momento essencial para o progresso que Kant enxergou encontra paralelos em Leibnitz e com as relações de idéias e questões de fato de Hume.

    Mais adiante, sobre esta relação com os geômetras, Kant afirma que: ” O assunto dessa critica da razão pura especulativa consiste naquela tentativa de transformar o procedimento tradicional da Metafísica e promover através disso uma completa revolução na mesma, seguindo o exemplo dos geômetras e dos investigadores da natureza. É um tratado sobre o método e não um sistema da ciência mesma, não obstante traça todos os seus contornos, tendo em vista tanto os seus limites quanto sua estrutura interna.”

    em resposta a: Método Analitico x Método Sintético #71421

    Prezado Schwierig:
    Realmente sua intervenção trouxe dados valiosos para a discussão, principalmente através da localização dos textos. Só gostaria de fazer uma complementação e uma ressalva.

    O método de exposição sintético foi necessário na redação da Crítica da Razão Pura, justamente por expor de uma forma mais científica a Crítica. Esta, uma ciência orgânica, em que o todo depende de cada uma de suas partes, e em que cada membro existe em funções de todos os demais, foi mais bem apresentada conforme a estrutura da crítica, em seus capítulos e partes, definições e exposição progressiva. Mas o próprio Kant reconhece, já no prefácio da segunda edição, que seu livro foi mal compreendido. Não porque estivesse ele errado, pois Kant muito pensou antes de publicar sua obra magna, mas sim por causa deste método de exposição. A segunda edição, revisada pelo autor, já traz diferenças no método de exposição, feitas para facilitar a compreensão, e suprimindo algumas coisas para o livro não se tornar demasiado volumoso. Diz Kant: “Já na exposição resta muito ainda a fazer, e neste sentido tentei melhorias para remediar em parte o mal entendido da Estética, sobretudo o contido no conceito de tempo, em parte a obscuridade na dedução dos conceitos do entendimento em parte a suposta falta de uma evidência suficiente nas provas dos princípios do entendimento puro, a em parte finalmente a falsa interpretação dos paralogismos antepostos à psicologia racional. As minhas modificações no modo de explicação estendem-se até aqui (a saber, somente até o fim do primeiro capítulo da dialética transcendental) e não mais adiante, pois me faltou tempo e porque, com referência ao restante, não me deparei com nenhum mal entendido”
    Este trecho ilustra bem a preocupação de Kant em tornar a crítica mais intelígivel, usando para isso uma mudança no método de exposição. Tal mudança viria a se concretizar no seu livro posterior, os “Prolegômenos”, que discutíamos. Este livro é considerado uma simplificação da Crítica. Devemos lembrar a grande dificuldade dos intelectuais da época diante ao monumento kantiano, e daquele seu amigo que lhe devolveu o livro pela metade julgando que ficaria louco se chegasse ao fim. Isto me lembra também a história de David Hume, que escreveu o Tratado Sobre a natureza Humana já contendo todos os principais elementos de seu pensamento. Porém, devido à má compreensã de seu tratado, fez publicar anonimamente um “resumo do trado da natureza humana” e a “Invenstigação acerca do entendimento humano”, que pega uma dar partes do tratado e a explica de um modo mais compreensível.

    Quanto ao final de sua mensagem, creio que o senhor se equivocou. Devido às passagens de Kant brilhantemente expostas, traduzidas e interpretadas pelo senhor, só temos a nos alegrar com a aproximação com Descartes, pois tanto em Descartes quanto em Kant, o método analítico é propício à descoberta e o sintético à exposição, e não o contrário. Isso já expus suficientemente, além do dicionário Descartes, se encontra tal teor nas própias respostas às Segundas Objeções.

    em resposta a: Crise de paradigma #79610

    Caro Anderson: Esta área não é minha especialidade, mas creio que o termo marxismo-leninismo usado pela guerrilha zapatista do méxico e pelas FARC da Colômbia não é restrito ao contexto da revolução russa de 1917.
    Antes de ser chefe de estado, Lenin tem uma grande obra, e essa corrente do marxismo considera que este não é um todo acabado, mas foi aplicada não somente na Rússia como em outros países comunistas, e é orientada para a doutrina do partido comunista e para a tomada do poder por parte dos revolucionários. Se tal luta ainda cabe no mundo hoje, não sei, é o que está sendo discutido.

    em resposta a: A violencia se forma em casa #71521

    Caro Samuel: Sem dúvida você tocou num ponto essencial à formação dos indivíduos, e conseqüentemente de seus comportamentos: a família. Porém acho que a questão não se restringe a isso. É até chato para um ateu admitir isso, mas para o bem ou para o mal, muitos jovens escampam da violência da criminadade, das drogas e do tráfico graças à assistência das igrejas, que muitas vezes não exploram o povo apenas, mas fazem um trabalho social sério.
    A questão familiar é importantíssima, tanto em baderneiros da classe média, que pelo excesso de liberdade e confiança na impunidade que sua classe social garante, se acham no direito, por exemplo, de tacar fogo em um mendigo. Ou o caso de em famílias mais pobres, em que a mãe, não tendo onde deixar o filho, deixa-o na rua, ou separada víuva, casa-se com outro, e o padrasto espanca o menino que acaba se tornando marginal.

    Porém, será que o Estado também não abandona o cidadão à própria sorte? Será que se houvesse ensino de qualidade para todos, com assistência médica e merenda escolar não se formaria um ambiente mais propício para a formação de cidadãos? Será que o sistema carcerário brasileiro é feito para recuperar os marginais, ou para piorá-los?

    em resposta a: Crise de paradigma #79609

    Caro Onofre Veiga: você está de parabéns por lembrar de uma denominação horrorosa como o “marxismo-leninismo”. Penso que o “marxismo-leninismo” é um anacronismo ao ser aplicado aos dias atuais: significa sobrepor o universo da Rússia do início do século XX aos dias de hoje, o que enseja uma leitura e uma ação errada da realidade. Ademais, o “marxismo-leninismo” não é uma expressão cujos termos estão com o mesmo peso; é, na verdade, uma redução do marxismo ao leninismo, a uma estrutrura de partido militarista, que se justificava – se é que se justificava – pela realidade russa, não pela nossa.

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