Respostas no Fórum
-
AutorPosts
-
Miguel (admin)Mestre
Olá para todos; ÁS vezes me sinto uma solitária dando murros em ponta de faca, simplesmente por questionar nosso modo de vida e a rotina tão assassina da criatividade e espontaneidade humana, que obriga as pessoas a correrem desesperadamente atrás da sobrevivência e passarem uns por cima dos outros. Sou uma pessoa que procuro aplicar no dia a dia meus ideais, aprecio muito os preceitos cristãos e dou boas vindas a todos que também sentem o mesmo que eu ou que conheçam outros tipos de filosofia do viver. Gostaria de conhecer pessoas e montar um grupo de reflexão, sobre atitudes , e ética aplicada. Podería ser quinzenal, semanal, mensal. Para pensar e repensar em como construir um mundo melhor. Já fui á igrejas a tempos atrás, mas percebi que muitas das pessoas ficam mais presas a dogmas insensatos que na reflexão do propósito e da prática religiosa. Existirão pessoas ainda indignadas com algo? Existirão pessoas ainda sonhadoras e realizadoras? Se sim, e talvez eu esteja no lugar certo, me escrevam. Se esse grupo se tornar realidade, nossa, vou ficar muito feliz. Se vocês conhecem alguém que tenha manifestado desejo semelhante, por favor, peçam pra entrar em contato comigo. Tenho um site, se quiserem saber um pouco mais a meu respeito. Me escrevam! Um abraço
thelmaMiguel (admin)MestreAchei maravilhoso esse site, estava precisando muito de hobbes, locke,e encontrei aqui, muito mais que estes pensadores, olha, serei uma visistante assídua sempre que precisar de algo para filosofia, amo filosofia e sei que existe muito mais a aprender, parabéns vcs foram maravilhosos… S. Garden
Miguel (admin)MestreO valor da teoria marxista é incontestável; mesmo aqueles que se dizem não marxistas tem em seu pensamento a influência de toda as discussões lançadas por Marx ou Engels. Porém, penso que a filosofia e a história bitolaram-se em um pensamento único, limitando os campos de discussões e de novos pensamentos. Por isso, faz-se urgente a leitura de Michel Foucault. Filósofo que não é aceito como tal, e historiador que desperta paixão e ódio entre os profissionais de histórias.
Foucault ficou conhecido como o intelectual dos poderes e daquele que anunciou a morte do homem para o desenvolvimento do conhecimento; além e claro, de produzir toda uma critica ao marxismo, apresentando uma teoria que contesta a interpretação do poder, da dominação, das ideologias e das lutas de classe. Foucault é sem dúvida o principal filósofo, e por que não o historiador, do século XX.Miguel (admin)MestreCaro Colega Anderson, a questão a que eu gostaria de problematizar, e a qual venho tentando pesquisar a algum tempo, é em relação ao próprio conceito de alienação, que podemos entender como separação, algo exterior ao sujeito. Porém, penso que o termo alienação não traduz o processo de dominação; quando dizemos que a alienação absorve toda a nossa subjetividade estamos afirmando que a nossa interpretação ou consciência em relação as coisas são controladas por uma força externa, no caso marxista, pelas relações politicas e de produção.
Analisando todo o nosso processo histórico, perceberemos que a formação do pensamento do homem, me refiro aqui também ao mundo grego-romano, formou-se a partir das rupturas e das descontinuidades discursivas. Desta forma, acredito que a nossa consciência é projetada como algo que de antemão já nos incitasse não ao começo mas ao processo, cabendo ao nosso pensamento simplesmente se alojar em seus interstícios; ou seja, como se toda a formação discursiva não fizesse parte de um mundo subjetivo, mas sim de um mundo externo, objetivado pela nossa vontade de saber. Em outras palavras, o domínio do discurso e a execução do poder estão diretamente relacionadas com o saber. Assim sendo, o pensamento subjetivo não seria toda a formação externa, pois a origem da consciência passaria não mais a existir? Ou ainda, é possível pensar em alienação quando sabemos que a formação discursiva não nos pertence, ou em últimos casos, apenas fazemos parte de sua constituição?
A dominação e o controle do estado ou das instituições existem não porque somos alienados, mas porque os jogos de poder-saber são desiguais – lembrando apenas que, conforme Foucault, o poder não é algo que se conquista, ao contrário, ja está em nosso discurso, basta articula-lo. E a ação estatizada não visa a opressão mas sim o controle, a disciplina e a normalização.
Gostaria que estas considerações possibilitassem novos debates, pois será somente desta forma que estaremos exercendo a nossa liberade.Miguel (admin)MestreCaro Vanderlei: sua mensagem foi extremamente pertinente na medida em que introduziu, neste debate, a relação entre alienação e política. Talvez, o que está nos Manuscritos Econômicos-Filosóficos e na Ideologia Alemã continue existindo: uma imanência das relações sociais de produção que engendram uma política alienante e alienada – da produção do objeto como coisa e absorvendo a subjetividade do sujeito, o alienando, à realidade política exterior aos indivíduos, que torna real a existência de um Estado coercitivo e alienado dos interesses de enorme parcela das pessoas. A política, assim, nos parece alienada, acima de nós, com discursos-coisas fetichizados.
Miguel (admin)MestreCaros colegas Anderson e Flávio, acredito, assim como vocês, que o pensamento de Habermas é extremamente alienante, e que sua confiança na ciência não passa de uma crença iluminista-racionalista, como se o pregresso desta pudesse indicar uma alternativa para a busca do conhecimento e da desalienação. Esse pensamento não passa de uma busca entre o verdadeiro e o falso, como se esse paradoxo pudesse ser definido pela razão.
Apesar de não estar muito certo disso, e deixo a questão para possíveis debates, acredito que o pensamento marxista quanto a teoria da alienação precisa ser revista, pois, ao pensarmos em um processo de alienação via luta de classes e relações sociais, sistema de produção, ideologias políticas e formas de consumo, não estaríamos partindo de um pensamento secundário? Como explicar as relações de poder e saber que estão diretamente implicadas na formação destes discursos? Como abandonar o príncipio de que estamos intrinsecamente ligados a essa formação econômica e política, onde os discursos são também filtrados pelo nosso pensamento e aprovados pelo nosso poder? Não estou com isso desconsiderando a possibilidade desigual de saber e a existência da dominação do mais forte, apenas não permito-me pensar em todas as questões marxistas sem antes analisar a formação deste jogo de poder, não um poder do tipo cartesiano, mas de uma relação de baixo para cima e, sobretudo, em como esse jogo irá refletir nas formações discursivas, tanto em nosso pensamento quanto ao pensamento institucionalizado. Utilizo para esta critica marxista, o pensamento de Michel Foucault, que soube encotrar uma forma primeira de explicar a formação do sujeito na modernidade.Miguel (admin)MestreDepende do que consideremos “inteligência”.
Caso
seja o que Turing afirmou (a resposta a uma
questão não ser discernível, ou seja, nõo se
saber se foi um humano ou uma máquina
que
respondeu) então alguns programas
“inteligentes”
já são “inteligentes”. Caso julguemos ser a
capacidade de se adaptar, então os animais
são
inteligentes. Caso se requeira a consciência
de
si, bem aí parece impossível supor que uma
máquina (que é um sistema de cálculos)
possa ser
“inteligente”. De fato, a consciência de si
parece ser uma exclusividade humana, e
Descartes
era homem, não é mesmo?Miguel (admin)MestreCaro Onofre Veiga: é justamente a separação entre epistemologia e ontologia (parte da ciência com parte da filosofia) que é maléfica, o exemplo que você deu do genoma é sintomático. A filosofia contemporânea não pode se reduzir ao cientificismo, não pode se restringir a uma lógica ou a uma epistemologia. Pois, isto, é uma autonomização da ciência, uma concepção positivista que nos marca desde o século XIX. Pensadores como Rousseau, Marx, Gramsci, Marcuse e outros conseguiram mostrar que a linearilidade do avanço científico, por si só, não resolve os problemas da humanidade. Mais especificamente, Marcuse conseguiu demonstrar que as próprias máquinas já são fabricadas, na sua inerência, rebaixando o homem diante delas: não só o que a ciência produz pode ser prejudicial ao homem, mas também a sua própria forma de ser e de operar.
Falta, Onofre Veiga, dimensão social à Ciência e, nisto, também o Russel se mostra limitado. A ciência não pode, de modo totalitário caminhar com suas próprias pernas e, quiçá, a solução esteja em separar a ciência do capital, não da Filosofia.Miguel (admin)MestrePrezado Anderson: Concordo com seu ponto de vista, mas penso que este é somente um dos ângulos da questão. É certo que a ciência, como você disse, se desvincula cada vez mais do saber puro e simples para o saber aplicado, para a produção de novas tecnologias. Assim, muitas pesquisas científicas que não tem um valor econôminco são desprivilegiadas para aquelas com aplicação prática mais definida. E o pior aspecto desta história é constatar que a academia está perdendo um espaço gigantesco neste aspecto em relação às instituições de pesquisa com interesse econîomico. A maior parte das descobertas hoje vem de instituições privadas. Uma boa ilustração disso é o projeto Celera Genoma, em que esse grupo privado conseguiu resultados muito mais rapidamente do que o grupo liderado pela academia, e se deu ao direito de patentear gens, isto patentear uma descoberta, e não uma invenção. A ciência é extremamente amoral neste ponto, conseguiu um poder absoluto, extraordinário, mas pode estar facilmente a serviço de fins nada nobres, ou descontrolada de preocupações sociais ou da vigilância do governo.
Mas a separação com a filosofia envolve outros aspectos, além deste da possibilidade da filosofia prestar uma reflexão crítica acerca dos usos e métodos da ciência. O próprio Bertrand Russel -grande cientista e filósofo, por exemplo, colocava a filosofia como intermediária entre a religião e a ciência, pois especulava acerca de assuntos em que não podia se haver certezas mas não se usava de nenhuma autoridade ou dogma para isso, mas da razão. O caminho da filosofia contemporânea, de uma forma geral, tem se afastado das questões metafísicas e ontológicas (com exceção do existencialismo) para uma aproximação com a filosofia da ciência, a epistemologia, a lógica…
Miguel (admin)MestreCaro Flávio: sua pergunta exige um grande esforço e muito fôlego. Aqui, o que eu sugiro apenas é que você leia o primeiro dos MANUSCRITOS ECONÔMICOS E FILOSÓFICOS do Marx – há um comentário sobre ele aqui mesmo neste site, escrito por seu webdesigner-, além de A IDEOLOGIA ALEMÃ, também do Marx. Nestes textos, Marx mostra um tipo de pensamento que ao mesmo tempo que é imanente, é dialético: a Filosofia burguesa é alienante por emanar de uma determinada realidade social e, concomitantemente, a realidade burguesa conta com a Filosofia como instrumento de dominação ideológica para manter a reprodução de capital. Destarte, para findar coma a alienação na ciência e na Filosofia, é preciso findar com a alienação na própria realidade: daí a importância de uma Filosofia da praxis, da “Filosofia como arma teórica do proletariado, do proletariado como arma prática da Filosofia.”
Miguel (admin)MestreCaro piauiense: Suas questões são complicadíssimas e o que direi aqui serão apenas alguns apontamentos sem nenhuma pretensão de resposta, seja ela final ou não. Como se vê na primeira mensagem deste fórum, o que estamos discutindo é uma crise de paradigmas na esquerda, da qual o PT está contemplado. Este partido, que tenta se aproximar da social-democracia européia (o que já é um erro por trabalhar com um modelo que é diferente da realidade brasileira) vem continuamente trocando o paradigma da luta de classes pelo da “cidadania”, da ação comunicativa, da “participação”, do consenso. Neste sentido, o PT foi absorvido pela ordem, está dentro dela e a tornando ainda mais eficaz ideologicamente na mediada que a torna mais plural; em outras palavras, há uma unidimensionalidade da qual o PT faz parte, unidimensionalidade que se apresenta como diversificada, mas que é unilateral.
Você fez uma pergunta muito difícil – “Qual seria a alternativa ao PT?” -, eu a faria de outro modo: qual a alternativa para os trabalhadores? Ligar a emancipação do trabalho – e humana – apenas à política é uma não-emancipação: é pelo trabalho que os trabalhadores podem se emancipar, fazendo da política uma expressão da inversão na correlação de forças entre capital e trabalho, cujo objetivo, para os trabalhadores, seria findar com o capital e, conseqüentemente, com a alienação do trabalho. Para usar o vocabulário da tradição marxista: se faz mister uma mudança na infraestrutura da sociedade para que ela mude qualitativamente e não apenas quantitativamente – a mudança quantitativa é oferecida justamente pela política em si mesma, pela dança dos partidos. Subjacente à política estão as relações sociais de produção: são estas que precisam se uma mudança, qualitativa.
Como você está vendo, caro piauiense, o problema é bem maior que a ação correta ou incorreta de um ou de outro partido: o problema transcende os limites superestruturais – partidário, ideológico, educacional, comunicativo – e exige uma solução que não é só política, mas imanente. Da própria ação social dos trabalhadores é que pode engendrar-se uma nova sociedade e não da simples eleição do Lula para presidente, que estaria lá apenas para administrar o capitalismo.Miguel (admin)MestreSenhores, adorei saber que tem gente discutindo
acerca destas questões. Sinto-me profundamente
confuso. Sou membro do Partido dos Trabalhadores,
militante do movimento pela democratização dos
meios de comunicação, que tem nas rádios comunitárias o seu braço mais visível.
Algumas de minhas indagações são as seguintes:
Onde falhou o socialismo real soviético? Não produzindo “gadgets”de apelo consumista? Deveria tê-los produzido? Qual o apelo capitalista que o torna irresistível aos olhos dos explorados? Os explorados querem genuinamente um mundo sem classes onde não poderiam mais ser explorados Ou
sonham em se tornar exploradores? Qual a alternativa ao PT? Os micropartidos? Se a opção do PT de radicalização da democracia burguesa não é a correta qual seria? A luta armada? Adoraria ver algumas dessas perguntas respondidas.Miguel (admin)MestreACHO QUE A DISCUSSAO SOBRE A VIOLENCIA E A FALTA DE LIMITES DAS NOVAS GERACOES DEVE PASSAR PRIMEIRO POR UMA REFLEXAO DOS PROPRIOS ADULTOS EM RELACAO AO QUE ESPERAM DE SEUS FILHOS. QUEM HOJE E ADULTO NUMA FAIXA ACIMA DOS 40 ANOS DEVE SE LEMBRAR QUE ESSA GERACAO E PARTE DE UMA TRANSICAO IMPORTANTE DE VALORES. ESSA GERACAO FOI A QUE ROMPEU DE FORMA MAIS RADICAL OS MODELOS TRADICIONAIS DE EDUCACAO SE REBELANDO CONTRA UM ESTABLISHMENT QUE APRISIONAVA A CRIATIVIDADE E AS EMOCOES E SO PREPARAVA OS FILHOS PARA SEREM PESSOAS SEM MUITAS POSSIBILIDADES DE USAREM A LIBERDADE, APENAS REPETINDO MODELOS JA PRONTOS.
COM TODOS OS ERROS QUE ESSA GERACAO POSSA TER COMETIDO, PELO MENOS TENTOU BUSCAR UMA SAIDA.
SO QUE AINDA NAO FOI CAPAZ DE ACHAR UM MODELO NOVO ADEQUADO DE EDUCACAO E ENCONTRA-SE MEIO PERDIDA. AGORA, ESTAMOS VIVENDO O REFLUXO DESTE MOVIMENTO. CRIANCAS CRIADAS SEM LIMITES CLAROS (SABIAMOS O QUE NAO QUERIAMOS PARA NOSSOS FILHOS MAS NAO SABIAMOS O QUE QUERIAMOS) TORNARAM-SE ADOLESCENTES E ADULTOS INSEGUROS, QUE METABOLIZAM SUA INSEGURANCA EM AGRESSIVIDADE E FALTA DE PERSPECTIVAS RAZOAVEIS DE FUTURO.Miguel (admin)MestreSr. Anderson: Eu não conheço o livro do Mészáros, mas prometo que eu o procurarei. Deve ser interessante porque, como você disse, ele busca na própria realidade a base para a produção de ideologias e alienações pela própria ciência. É realmente horrível ver que grandes instituições acadêmicas de todo o mundo produzem ideologia e não ciência. Temos de findar com a alienação na ciência e na filosofia. Como conseguiremos ?
Miguel (admin)MestreCaro Flávio: Legal que você não se deixou levar pela ideologia habermasiana. E temos de pensar juntos o que está subjacente à produção desta e de outras ideologias: quem trabalha esta questão de modo muito interessante é István Mészáros em O PODER DA IDEOLOGIA. Este pensador vai, por ser um marxista – mas não vulgar -, até às relações sociais de produção e estuda nelas o que lhe é característico. Os fenêmenos da alienação do trabalho e do fetichismo, assim, são muito bem explorados: o trabalho alienante e alienado engendra uma realidade tal que, por sua vez, potencializa a reprodução de ideologias legitimadoras da ordem capitalista em função do limite instrumental e metodológico das mesmas ideologias, cuja característica em comum é o “gradualismo”, o “pouco a pouco”, o “pragmatismo”.
A força dessas ideologias ganha muita efiácia por evocar a autoridade da ciência para si e são muitas as ideologias, segundo Mészáros, por serem muitos os capitais: o capitalismo é um, mas há uma diferença quantitativa e de ramo de atividade entre os capitalistas. Assim, a pluralidade de ideologias tem na pluralidade de capitais a sua subjacência.
Assim, fica aqui um pensamento sobre a reprodução alienante e alienada que a ciência e a Filosofia fazem de uma sociedade alienante e alienada. Como se vê, Mészáros propõe a imanência das relações sociais de produção para explicar as teorias “científicas” alienadas e alienantes. -
AutorPosts