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Miguel (admin)Mestre
Se você fosse pobre, você não compraria um DVD nem por R$ 100,00 nem por 50,00. Se você fosse pobre, cada real seu seria gasto em alimentação e remédio, pois um pobre mal pode ter essas coisas básicas, que dirá um DVD (um artigo de luxo e fútil nesse contexto)
Isso não é pobre, é miserável e não é culpa do capitalismo e muito menos da burguesia, mas da própria ignorância humana.
Alguns países capitalistas estão se saindo muito bem (não estou me referindo aos EUA) e muito melhor do que muitos países marxistas e são provas de que o marxismo é, de fato, uma teoria caduca.
Quanto ao Frege, a hipótese do terceiro reino não passa pela Navalha de Ockam: Entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem.
Miguel (admin)MestreSe você fosse pobre, você não compraria um DVD nem por R$ 100,00 nem por 50,00. Se você fosse pobre, cada real seu seria gasto em alimentação e remédio, pois um pobre mal pode ter essas coisas básicas, que dirá um DVD (um artigo de luxo e fútil nesse contexto)
Tentando retornar ao tópico “irracionalismo”, acho interessante discutirmos as visões de Heidegger, Husserl e Frege sobre o que é o pensamento.
Frege, por exemplo, achava que os pensamentos não estão na cabeça, mas como também não estavam num mundo externo, deveriam se encontrar num terceiro lugar, o Terceiro Reino.
Heidegger tinha a mesma convicção de que os pensamentos não estão na cabeça, mas ele não acreditava no conceito de Terceiro Reino como Frege.Miguel (admin)MestreOlá Maria Aparecida
É um traquejo dificil de pegar este de apresentar seminários, especialmente sobre textos densos mas curtos. Eu estou com o texto aqui na edição dos Pensadores mas ainda não o li. Você pode expressar suas idéias e dúvidas remetendo ao texto e eu tento ajudar. O trabalho será em grupo? Acho que um seminário tem de ter esse caráter mais “problematizador” do que explicativo. O professor explica o texto ao fim do seminário, de acordo com as diretrizes do curso, e o aluno expressa sua leitura, passando para a classe os pontos de maior dificuldade.
Miguel (admin)MestreVocê não está criticando o capitalismo, você está criticando o capitalismo desgovernado.
Se eu sou de classe pobre, vou comprar um dvd de R$100,00 no Paraguai e, não, um home theather e, depois, colocar a culpa no governo porque meu dinheiro acabou.
Essa é uma confusão legítima dos marxistas, mas como você disse, trata-se de uma questão fútil, cujo tratamento nesse fórum, igualmente, me enojaria…
08/09/2005 às 21:28 em resposta a: Matrix- Sua referências mitológicas, filosóficas e literárias #80340Miguel (admin)MestreO Convite a Filosofia que comprei já possui a introdução que aborda Matrix. É uma edição mais nova. Dei sorte (se é que isso existe)
Aqui vão outros detalhes que considero interessantes para debate:
Paralelos entre Neo e Sócrates:
“O paralelo entre Neo e Sócrates não se encontra apenas no fato de que ambos são instigados por “espíritos” que os fazem desconfiar das aparências nem apenas pelo encontro com um oráculo e o “Conhece-te a ti mesmo” e nem apenas porque ambos lidam com matrizes. Podemos encontra-lo também ….em uma das mais célebres e famosas passagens de um escrito de um discípulo de Sócrates, o filósofo Platão (Convite a Filosofia- Marilena Chauí).
Neste trecho, Chauí se refere à alegoria da caverna (famoso trecho que consta na Republica de Platão)Paralelos entre Neo e Jesus:
– Na primeira cena em que Neo aparece, alguém bate a porta. Neo atende e entrega a encomenda que o individuo veio buscar. Ao receber o software encomendado, o sujeito diz a Neo: “você é meu salvador, meu Jesus”.
– Existe um traidor entre aqueles que cercam Neo. O diferencial é que ele não traiu Neo diretamente, mas Morfeu. De qualquer forma, o ato da traição lembra Judas.
– O oráculo diz a Neo que ele tem o dom, mas parece que está esperando por algo. Quando Neo pergunta o que seria, o Oráculo responde: “Não sei, talvez sua próxima vida”. E isso realmente acontece, pois o agente Smith mata Neo, que posteriormente ressuscita graças a Trinity (que significa Trindade, numa alusão a Santíssima Trindade). Neo ressuscita mais poderoso e com o dom de salvar o mundo.
Em resumo, Neo e Jesus foram traídos, assassinados e ressuscitaram. Também ambos vieram ao mundo predestinados a salva-lo.O que é Matrix?
“Essa palavra é latina. Deriva de mater, que quer dizer mãe. Em latim, matrix é o órgão das fêmeas dos mamíferos onde o embrião e o feto se desenvolvem; é o útero” (Convite a Filosofia- Marilena Chauí)
Quando o corpo de Neo é localizado por Morfeu, Trinity, e demais tripulantes do Nabucodonosor, Neo é retirado de algo com formato que se assemelha a um útero. Logo em seguida ele escorrega por um canal (que pode simbolizar a vagina) e cai. Isso simboliza o seu nascimento. Mofeu então diz a celebre frase: “bem vindo ao mundo real”.
Neo também rompeu o suposto “útero”, como se estivesse quebrando a casca de um ovo. De qualquer forma (sendo ovo ou útero), aquela cena representa o nascimento de Neo.Matrix e Marx:
Em determinado momento, Mofeu afirma: “Matrix é controle” – essa afirmação pode ser interpretada de vários modos, inclusive do ponto de vista marxista, se observamos a afirmação por uma perspectiva social.
Morfeu diz que a Matrix está em tudo: quando você vai ao trabalho, quando você vai a igreja, quando paga seus impostos. Isso pode ser uma alusão aos conceitos de superestrutura, ideologia e alienação.Matrix (filme), O Mundo de Sofia (livro) e O Show de Truman (filme):
Em ambos, a protagonista desconfia da realidade que lhe é apresentada. Em ambos, a protagonista busca uma nova realidade, um outro mundo, uma fuga das trevas para a luz (em alusão ao mito da caverna de Platão)
Porém, a questão mais abordada no filme é a da escolha e da liberdade:
1-Morfeu: “Só tem dois modos de você sair daí. Um é pelo andaime, o outro é ser carregado por eles (os agentes). A escolha é sua”
2-Você quer tomar a pílula azul ou vermelha?
3-Morfeu: “eu só posso mostrar a porta, você é que terá de atravessa-la” (numa alusão típica da filosofia oriental).
4-Oráculo: “em uma mão você terá a vida de Morfeu, e na outra a sua própria vida. Um dos dois morrerá, você escolhe” (Sartriano, talvez)Será que a questão da liberdade se resume a escolhas dentre possibilidades (dilemas, como os vividos por Neo, por exemplo)????
Os nomes das personagens no filme Matrix não foram escolhidos aleatoriamente. Cada nome tem um sentido muito claro relacionado à mitologia grega, mas isso vou deixar para comentar depois.
08/09/2005 às 20:19 em resposta a: Matrix- Sua referências mitológicas, filosóficas e literárias #80339Miguel (admin)MestreAchei a exposição dela magistral. Ela está a rigor fazendo uma aula sobre filosofia, mas usando o recurso de associar a cultura correntes dos jovens, que é algo que o professor do ensino médio faz muito em sala de aula. Eu só tenho a versão anterior do livro. Essa com o a introdução revisada eu li na livraria mesmo, gostaria de ter.
O outro texto em inglês é bem preciso em suas colocações, embora, como o autor advirta no início, seja preciso já ter lido os livros do autor. Existe uma grande influência oculta de Castaneda no cinema. Um dos que admitiram nomeadamente como um dos pilares para a construção de seu universo foi o George Lucas da saga do Star Wars.
08/09/2005 às 20:05 em resposta a: Matrix- Sua referências mitológicas, filosóficas e literárias #80338Miguel (admin)MestreObrigado Miguel.
O Convite a Filosofia já li. Agora vou conferir esse link que você postou.
Futuramene vou fazer meus comentários sobre o filme, postar curiosidades e observações retiradas inclusive do livro de Marilena Chauí.Um abraço
Miguel (admin)MestreNão sei nem porque deveria comentar a sua critica. Eu disse bem claramente que aquilo era um EXEMPLO. Eu escolhi usar o capitalismo como exemplo, se você não se importar. Mas eu poderia ter usado como exemplo o feudalismo, a escravidão, etc. Só achei que o capitalismo é mais característico do nosso século (embora ainda haja escravidão). Em nenhum momento eu disse que nos outros regimes não havia exploração do trabalho. Como foi que você interpretou isso?
Modo de produção asiático é uma coisa, feudalismo, plantation, e capitalismo são outras coisas.
Existe a exploração do trabalho pelo pela escravidão. Mas a rigor, isso não pode nem ser chamado “exploração do trabalho”. Daria assim margem para achar que a exploração na escravidão começa e termina no trabalho. Mas isso é mentira, pois a escravidão vai muito além disso. O escravo quando termina o trabalho, não bate o ponto e vai para casa. O escravo não tem férias. A escravidão é a total submissão do indivíduo sem qualquer liberdade.
Já no feudalismo, o servo trabalha de forma “livre” de acordo com sua capacidade de trabalho. Ele não tem um cara chicoteando ele pelas costas como o escravo tinha e também não tem um supervisor cobrando que ele seja mais eficiente, como acontece com o operário. Ele não tem que bater metas de produção. Porém, a maior parte do que o servo produz é voltado para o senhor feudal (este vive no luxo e não trabalha) e a menor parte dessa produção é para a própria subsistência do servo e sua família.
O capitalismo é diferente. O operário precisa comprar coisas para subsistir. Mas o salário muitas vezes não dá. Isso por causa da mais valia (uma forma de exploração muito mais complexa e invisível aos olhos dos explorados)
Na escravidão e no feudalismo a exploração é nítida, já no capitalismo, a exploração é ocultada, porque a própria atividade vital capitalista torna o homem mecânico, irracional, competitivo. O homem vende por um contrato livre sua força de trabalho, assim aliena-se de sua produção, não reconhece os produtos como resultado do trabalho de outras pessoas e aliena-se das pessoas, pois não se vê como classe social, mas apenas como individuo isolado. É movido pela necessidade e desejo de consumir. Mas ele se vendeu por um preço muito menor do que vale cada produto que ele produziu. O produto torna-se divino (fetichismo) e o homem torna-se coisa.(reificação).Está muito mal explicado, mas quem quiser saber mais, leia sobre trabalho e mais valia. Recomendo um bom livro introdutório: Filosofando (é fácil de achar)
Mileto, seria melhor voltar ao tema central “o irracionalismo” e deixar a questão da exploração do trabalho para os fóruns afins (sobre Marx, por exemplo)
Neste fórum aqui, vai cair bem uma discussão sobre Freud, Yung, Skinner, Hume, niilismo, ideologia, filosofia oriental e todas aquelas idéias que eu já postei em outros fóruns onde eu questionava se os seres humanos pensam, se podemos chamar de raciocínio o nosso “pensamento”, se todo pensamento é dogmático, etc.
08/09/2005 às 19:50 em resposta a: Matrix- Sua referências mitológicas, filosóficas e literárias #80337Miguel (admin)MestreOlá Renan
Para o paralelo – Matrix – Filosofia recomendo a introdução da última edição do Convite a Filosofia da professora Marilena Chaui.
Para um paralelo Matrix – Carlos Castaneda, tem a seguinte página, que traça paralelos ponto a ponto do filme:
http://64.233.161.104/search?q=cache:_nYPMtbYKXsJ:zionmainframe.net/main/matrix/archive/castaneda.html+matrix+castaneda+flyers&hl=en&lr=&client=opera&strip=1(estou mandando o cache do google porque não consegui entrar na página regular há instantes)
Miguel (admin)MestreNo capitalismo existe necessariamente a exploração do trabalhador.
Como se nos outros tipos de Estado o indivíduo não tivesse que trabalhar ou, pior ainda, se sacrificar…
08/09/2005 às 14:26 em resposta a: Net , MSN e estrangeirismo- Ser ou "naum" ser gramaticalmente corre… #80242Miguel (admin)MestreNahuina, eu simplismente coloquei a questão para ser discutida. Não afirmei nada, fiz apenas perguntas. Deixo para as pessoas do fórum discutirem e reponderem.
Eu gostaria de ver a opinião de pessoas de várias áreas (comunicação, letras, antropologia, etc) e também gostaria de ver a opinião de alguma pessoa na área do direito.
A questão dessa legislação que regulamentaria ou proibiria o estrangeirismo nas ruas, bares, edifícios, etc já foi muito debatida. Se me lembro bem, já houve um projeto de lei debatido na camara. Não sei no que deu. Por isso gostaria de ver comentários de pessoas do ramo de direito (para uma opinião mais tecnica sobre leis).Na França e outros países, existe um controle do uso de estrangeirismo (isso também é um interessante debate para o pessoal de letras e de antropologia)
Eu não estou emitindo minha opinião, apenas pergunto, e gostaria de ver a opinião de várias pessoas.
Só peço para que justifiquem suas opiniões com argumentos. O que quero ler e debater são as justificativas. Se fosse para entrar aqui e dizer apenas “sim ou não”, ou “concordo/discordo” seria um fórum sem sentido.08/09/2005 às 4:27 em resposta a: Net , MSN e estrangeirismo- Ser ou "naum" ser gramaticalmente corre… #80240Miguel (admin)MestreMuito legal!
Acho esse debate útil para filósofos, comunicólogos, professores de letras, jornalistas, publicitários etc.As áreas de interesse podem ser: filosofia da linguagem, teoria da comunicação, gramática, literatura, linguística, estilismo, arte, antropologia, etc.
A questão também pode ser levada ao interesse do direito: deve haver uma legislação no Brasil para regulamentar ou proibir o estrangeirismo na internet, nas ruas, em nomes de edifícios, estabelecimentos comerciais, etc?
Outra questão: A nossa língua é derivada da fala ou da escrita? Seria uma espécie de controle a chamada “norma culta”, visto que a maioria das pessoas não têm acesso a educação mais aprofundada? A norma culta é a melhor representante da forma de se comunicar, ou ela é um ideal inventado para discriminar as pessoas que não têm acesso a norma culta?
É verificável que a cultura de elite é imposta como valor justo e belo, enquanto a cultura “marginal” é mal-vista?08/09/2005 às 3:27 em resposta a: Net , MSN e estrangeirismo- Ser ou "naum" ser gramaticalmente corre… #80239Miguel (admin)MestreClaro, Renan, é uma discussão interessante.
Há uns meses li uma matéria no jornal “Folha” que falava um pouco do impacto dessa nova cultura de linguagem no ambiente escolar. Dois grandes blocos se dividem, ao que parece. Os que condenam esse tipo de uso do português e os que apenas fazem a ressalva de separá-los do ambiente mais formal, mas não condenando. Os do primeiro grupo defendem que a criança / jovem ainda não domina completamente o uso gramatical da normal culta para poder fazer uma abstração separando os dois tipos de uso. O segundo grupo não vê isso como um mal a ser censurado, mas orienta o aluno a não escrever dessa maneira nas redações, por exemplo.
Particularmente interessante era um dado da reportagem que falava de uma sessão especial na Tv a Cabo, acho que da rede Net, com filmes legendados segundo o internetês.
Perifericamente temos a questão: A internet está virando um “conversódromo”?
Meu irmão, que é calouro do curso de letras, fez um “post” sobre o internetês em seu “blog”. O Url, para quem quiser, é
http://blog.cybershark.net/daniduc/33008/09/2005 às 2:37 em resposta a: Net , MSN e estrangeirismo- Ser ou "naum" ser gramaticalmente corre… #80238Miguel (admin)MestreMiguel, concordo com o que você disse. Mas neste tópico específico (sobre a linguagem da internet), fiz uso desse tipo de linguagem com justa causa.
Meu objetivo foi ilustrar e exemplificar de forma criativa a questão levantada sobre o tema.
Deste modo, utilizei o próprio objeto de crítica e debate (o internetês) para ilustrar este fórum e convidar os participantes.
Trata-se de um tipo de liberdade poética. Se eu tivesse que fazer um anúncio sobre um fórum que debate o tipo de linguagem na internet, constaria nesta peça, uma redação com termos e linguagem própria da internet. Não que seja o correto gramaticalmente, mas estilisticamente e artísticamente se adequa ao contexto.Obrigado
Miguel (admin)MestreSim, mas eu não falei em termos de bom e mal, falei nos seus próprios termos “vaso bom e vaso ruim”.
Nesse caso, ruim não significa mal.Até mesmo quando eu digo justiça (conceito relativo) estou me referindo ao ideal de justiça social pregado nas teorias de esquerda.
Não significa também que seja bom ou mal. Não falo nesses termos.
Por exemplo: No capitalismo existe necessariamente a exploração do trabalhador. Isso é a própria natureza do capitalismo. Como julgar então se isso é bom ou mal se a própria natureza do sistema faz da exploração do trabalho uma moral a ser seguida (ou obedecida pelo explorado)?
É complicado fazer julgamentos éticos.
(obs: a questão de haver a exploração do trabalho é uma ótica marxista. Outras teorias podem discordar disso)
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