[Miguel Duclós]

Muito interessante a postagem abragabri. Isso é um “resumo” que você mesmo fez ou pegou de outro lugar? Lembro de ter visto este livro a venda, com a tradução do Olavo de Carvalho, que é um polemista.O quanto desses estratagemas é usado inconscientemente? O Quanto será que eles podem ajudar a "vencer" um debate? O interessante é que o debate pode ficar mais importante se estiver atrelado a algo que realmente decida alguma coisa. Temos porém outra "figura", que é a da pessoa que procura vencer o debate por satisfação própria, mesmo que isso não tenha consequencias. O bom uso da linguagem é uma ferramenta poderosa, mas hoje também penso que a palavra está prostituída. Certas sutilezas foram substituídas por outras brutalidade, e a palavra, de tão constante, perdeu força e alcance.A dialética é fixada na filosofia platônica como uma arte do diálogo que leva a alma à contemplar a Idéia, coisa de suma importância. Porém, o jogo da dialética era um jogado por toda a sociedade ateniense, e havia uma série de regras que todos respeitavam, para serem levados à sério. Por exemplo, se na cadeia de argumentos um ponto leva ao outro, é "forçoso" que o interlocutor não volte atrás em posições antes defendidas, pois se cai em contradição, anula a cadeia e é preciso refazer tudo. Sócrates usava muito este estratagema depois de pegar a posição do interlocutor numa contradição acusada a partir de analogias e outras coisas que pareciam confusar.Existe portanto uma "arte da conversação" que nós não chegamos a experimentar, mas que se perdeu. Essa arte foi desenvolvida na modernidade pelas cortes européias, existem estudos interessantes sobre isso, um jogo "nobre" que os participantes empenhavam seu tempo.

[Miguel Duclós]

O Estado em si não é um mal. O fato de haverem abusos não quer dizer que não seja algo bom. Afinal, estas soluções não foram pensadas do dia para a noite, o Estado e seus serviços tem razões fortes para existir, tanto em termos teóricos quanto práticos.Se ocorrem deturpações e apropriações do uso de forma tão constante que parece crônica é outra questão. Poderia citar outros modelos que parecem mais efetivos, mas isso seria cair num lugar comum que pode não corresponder à realidade, haja visto o que tem ocorrido ultimamente na Europa.O Estado hoje pesa a produção, o fato de pagarmos 38% do PIB é realmente um grande absurdo, ainda mais que o grosso da grana é mamado pelas tetas da corrupção em vários e vários níveis. Mas a independência do "mercado" também se mostrou mais complicada do que nunca: A crise financeira tem mostrado isso, quando vemos os grandes países capitalistas usarem do poder e recursos do estado para salvar as instituições privadas e os rombos que os tubarões da especulação tem causado à economia real, à vida das pessoas...

[Miguel Duclós]

Lekso, essa é uma questão interessante, porque o concurso público ainda é muito valorizado, em termos de carreira, de salário e tudo mais. O “mercado” tem se caracterizado pela instabilidade e informalidade, mas mesmo pessoas que são contra o Brasil, neoliberais anti-estado etc sempre se esforçam por passar num bom concurso e assim ganhar status e dinheiro. Incluindo diplomatas!A Era Vargas formatou o estado brasileiro e leis trabalhistas, que estão há mais de meio-século desconstruindo. A ditadura militar, porém,  inflacionou o estado com o gigantismo fazendo o modelo ser o da quase inoperância. Toda essa coisa de nepotismo etc é uma apropriação do público pelo privado, então temos um estado gigante e muitas vezes inoperantes, e os cidadãos obrigados a pagar impostos para algo que não funciona e duplamente para os serviços efetivos (como no caso da educação e saúde, e recentemente, na segurança)...

[Miguel Duclós]

A observação sobre a impessoalidade da ação moderadora é boa, afinal, se não temos oponentes em termos teóricos ficamos sem parâmetros, é preciso admitir a interlocução para pôr a prova o que nós próprios pensamos e defendemos. Não é raro mudar de opinião em um assunto quando nos vemos colocados num debate. Essa é, aliás, uma das coisas interessantes que acontecem no convívio acadêmico. Somos levados a colocar nossas idéias dentro de um molde de civilidade de comportamento, e nos vemos confrontados com outras pessoas que estudam o mesmo tema ou temas diferentes, cabeças pensantes que nos tiram de nossos lugares-comuns e certezas de auto-afirmação. Não obstante isso, perseguições, controles e descontroles ainda parecem acontecer com bastante frequência.

[Miguel Duclós]

Sobre ao eu “ter visto”, eu estava com um juízo bom dos tópicos em andamento, no início eles pareciam legais, você tem trazido citações e conhecimentos teóricos de História da Filosofia, foi isso que vi inicialmente, o que aconteceu depois eu já estava meio ausente, infelizmente.

[Miguel Duclós]

Outra coisa, sua mensagem diz respeito ao outro tópico, e não ao que propus aqui. Você já fez um ataque à estrutura, colocando várias mensagens repetidas em lugares “nada a ver”, como uma sede por ser visto. Pergunto eu, para quê isso? E para que mensagem e em pisca-alerta vermelho? Tudo bem que ainda é carnaval, mas não precisa exagerar nos recursos de formatação.

[Miguel Duclós]

Oliveira, o fórum tem que admitir diferentes viés políticos, não há motivo nenhum para censurar com base em orientação ideológica. Inclusive antigamente tinha um que me desagradava, um conservador da pior estirpe, o tal Ferris TTY e ele mandava mensagens aos borbulhões, porém sempre tem espaço. O que não queremos é fanatismos de qualquer espécie.As mensagens não devem ser deletadas com base em orientação política, porém no caso ele alegou que deletou com base em ofensas à família.Só que também um fórum é só um fórum, não é um micro-estado com tiranos, democracias, "censura", direitos etc. Isso tudo é velho e está cada vez menos relevante. A discussão na internet é complicada porque é muito fácil descambar. Haja visto que isso ocorre hoje muito naturalmente, especialmente no orkut, mesmo com as medidas de auto regulamentação que tem se proposto... Se o fórum é sério, também não é algo crucial para levar tudo na ponta-de-faca. Tentem descontrair, e manter o respeito e zelo espaço. Ao Brasil pediria que, se for o caso, não delete mensagens por causa  do viés político, mas também brigas, xingamentos e ofensas são um expediente tão conhecido quanto desprezado. Como disse antes, isso tudo não leva nada! Quanto ao meu artigo sobre Marx, foi feito na faculdade de filosofia da USP. Uma das coisas que se aprende lá é abordar autores por sua importância, para estudar algo não precisa defendê-lo nem tomar com viés apaixonado. Eu sempre procurei ver as coisas dentro da História da Filosofia, no sentido de estudo, e poucas coisas minhas postadas foram para defender posições próprias, especialmente no site (e não no fórum). Felizmente a internet é infinita, às vezes se você não consegue ser ouvido num lugar, acha outros lugares mais afinados facilmente, ou pode mesmo criar seu espaço...tem de tudo.E outra coisa: não é desonroso "não dar a última palavra". Com mensagens e tópicos longos, o número de assuntos abordados é grande, quando se responde uma coisa, outras ficam naturalmente sem resposta, mas quando a coisa começa a não progredir, eu pessoalmente acho melhor não levar adiante.Eu tenho participado pouco, porque as discussões rapidamente tomam um rumo polvórico, e não consigo acompanhar. Minha digestão é mais lenta, só que já vi que terei que ficar mais atento por aqui, já que a "auto-regulação" tem falhado, como é via de regra, aliás, na internet brasileira.Abs

[Miguel Duclós]

Deletei as mensagens repetidas que nada tinham a ver com o tópico. Esse tipo de coisa é considerado como ataque à estrutura do fórum. Entendo o calor da hora, mas isso não deve ser feito de forma alguma. É melhor manter essas questões no sub-fórum “Sobre o website”, e manter o histórico do debate, para podermos acompanhar a discussão. Senão fica complicado.

[Miguel Duclós]

E outra coisa Oliveira, não tem essa de “esfera superior”, sou o administrador do site e procurei ponderar devido a um pedido que me pareceu educado. Não estava lendo todo o debate de vocês, mas você me usar e citar para justificar sua posição e continuar a briga é deselegante. O Brasil é usuário antigo do fórum, o que mais participa e conhece os fóruns, e um cara educado e não tenho problemas com ele, por isso ele é moderador, já que o moderador antigo (unVolt) parou de acessar. Os moderadores tem autonomia nas suas decisões, inclusive ele já baniu antes usuários que infringiam as regras de comportamento. No seu caso, pareceu que você sabe debater argumentando sem partir para o “ad homine”, por isso reverti a situação, já que reclamaste por email. Eu disse ao Brasil que o fórum já tem poucos membros ativos, por isso deveriamos tentar manter os que entram e usar o ban só em último caso. Então o ban dele fica como advertência por enquanto. Mas pode voltar. Só isso.Abs

[Miguel Duclós]

Sugiro ao Brasil que como moderador se não quiser responder mais, responda e feche o tópico. E não continuemos em outros, como disse, vira loop. Vivamos e deixemos viver. Não quero tomar atitudes drásticas por algo que não parece tão grave, bora esfriar os ânimos e ir para frente.Abs

[Miguel Duclós]

Olha, tanto um como outro. O espaço é de discussão civilizada. Esse negócio de agressão pessoal com apelidos e ofensas não está no nosso escopo. Depois dessa rusga, é melhor parar a bateção, senão entra num loop sem fim e ninguém ganha. Quando fica assim estraga o clima do nosso pequeno fórum. Apesar de pequeno, tem espaço para todos, não é preciso bater de frente em cada tópico. Por isso que o Brasil quis bloquear as postagens.Os tópicos começam com um tema e se desvirtuam totalmente. Os outros usuários que podem colaborar ficam à margem do carrossel de briga que não leva a nada.É melhor continuar participando e encerrar a briga pessoal, manter o foco no debate, ok? Por favor.Obrigado.

[Miguel Duclós]

Quando se cria um tópico novo nesse fórum, ele cria com permissões específicas diferentes das gerais do fórum. Foi preciso alterar as permissões para padrão. Por favor tente de novo.Abs

[Miguel Duclós]

http://www.consciencia.org/forum/index.php/board,1245.0.htmlJá está feito desde a tarde. Bom proveito!Abs

[Miguel Duclós]

Podemos criar uma, não tem problema nenhum. O problema é o baixo movimento que está tendo nessa seção.

[Miguel Duclós]

Esta associação é feita sim Lamartine, inclusive porque contemporaneiamente os sofistas deixaram de ser “vilões” da história da filosofia e seu pensamento e relativismo foram revalorizados. Ponto-chave por isso por certo é o sucesso e alcance de Nietzsche, que se colocou contra uma tradição triunfante, platônico-aristotélica.Nessa questão da Teoria da verdade dos sofistas e a associação com Nietzsche pode ser interessante especialmente ler a participação do sofista Cálicles no diálogo Górgias de Platão. Antes de ser rebatido por Sócrates, ele expõe sua conceituação do que seria o bem como a vontade do forte etc. Lembro-me que assisti uma palestra de um importante professor português, estudioso de Platão, e ele apontava este trecho.

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