Miguel Duclós

Respostas no Fórum

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  • em resposta a: A poesia como meditação… #87031

    Obrigado Suzana!O livro do Cônego Pinheiro traz bastante poesia...gostei dos épicos seiscentistas, diferentes de camões, menos conhecidos...No Índico mar a armada se engolfavaE já somente o céu e mar se via,O favorável vento que sopravaOs grandes lenços brandamente abria.O promontório Camori deixavaAtrás e a grão Ceilão se descobria,Taprobana chamada antigamente,Riquissíma delicia de Oriente.De canela odorífera abundantesOs altos montes são bosques sombrios,Habitados de grandes elefantesPrimeiros em prudência e fortes brios;De rubis e safiras rutilantesRicas são as áreas de seus rios,E tudo rico do mortal que criaCom seus raios, o sol na terra fria.De Ceilão n'Oriente a proa postaO golfo de Bengala atravessaram,E de Narsinga a rica e fértil costa,Para a Setentrional parte deixaram.Nela a grão Meliapor está compostaDe ilustres edifícios que lavraramModernos moradores, e ruinasQue inda se mostram de memória dignas.SÁ MENESES - MALACA CONQUISTADA

    em resposta a: O Livre Arbítrio, segundo Jocax #88696

    No caso, esses argumentos sobre a premetidabilidade das ações segundo o “Plano Celeste” são plenamente previstos pela teologia e pelos filósofos que trataram da questão do livre-arbítrio, não é suficiente para desmerecer a questão. Mesmo no existencialismo de Sartre, o homem está "condenado" a ser livre já inculca essa temática, digamos, mesmo que deus "saiba" as escolhas da consciência de antemão, é da natureza do homem escolher, portanto ele, ao tomar consciência disso, pode propositadamente (sendo manipulado ou não) buscar escolher sempre dentre as alternativas que se lhe apresentam, fenomenicamente, mesmo que esteja preso a uma série de circunstancialidades dentro do espaço e do tempo. Ou seja, a questão da liberdade não é da sua totalidade Abstrata segundo um fundamento último ou metafísico, mas, da própria natureza da percepção, por mais portas que tenham sido fechadas... Supor que o livre arbítrio é uma ilusão não o torna uma ilusão, da mesma maneira que, para o homem condicionado, descobrir isso em lampejos de consciência não apaga a sua espontaneidade, mesmo que seja em algum tempo remoto da sua infância que movia-se com menos arestas, ou no futuro depois que o lampejo, sempre curto para dar conta da totalidade da vida, mesmo que vício obstinado, iluminar o curto-circuito...

    É preciso considerar a própria definição da teologia para responder isso, senão o teólogo nem seria um filósofo também. Ou seja, ela pretende, através, da pura, simples e natural razão, demonstrar, também racionalmente, com argumentos, dialética, enunciados etc – as mesmas verdades reveladas à fé pelas divindades. Então a verdade dogmática que a fé aceita  é um ponto de partida, mas o teólogo tenta demonstrá-la digamos a partir de caminhos não dogmáticos.

    em resposta a: O vestibular brasileiro #85621

    Os testes vocacionais geralmente são feitos pelos estudantes para decidir qual curso prestar, ANTES do vestibular. Será que basta? Academia é uma coisa complexa, não é só para formar profissionais e dar ofício.

    em resposta a: Dica de livro: Bem Vindo ao Deserto do Real #88751

    Em que consiste mais exatamente a novidade que o livro traz, mesmo que seja na apresentação para o grande público e paralelos com a cultura contemporânea?

    em resposta a: O que é a Filosofia Oriental #88739

    Achei suas observações bastante pertinentes e contextualizadas, coloco alguns adendos:Existe uma discussão grande sobre o quanto esse "nascimento da filosofia" colocado no desenvolvimento do "logos grego" é um recorte eurocêntrico ou não, para fazer uma origem ocidental do ocidente, digamos. O próprio Nietzsche coloca esse quesito, mas, como um helenista que destoava dos meios acadêmicos oficiais, diz que na verdade não importa se os gregos são ou não autócnes, mas que pegaram a lança do ponto em que algum outro povo havia deixado e souberam a lançar ainda mais longe. Esse debate entre oriente X ocidente sempre renasce e permeia, desde as cruzadas, reconquista, neo-colonialismo, imperialismo etc. Hoje ainda está em voga, a um nível baixo, nas questões do islamismo, especialmente, que deixou de ser "parte do mundo", aceito, mesmo desconhecido, para carregar um estigma inadmissível (para muitos, você não pode nem mencionar um aspecto qualquer, que já vem a reflexão-condenação para a coisa como um todo, a época moderna, o terrorismo, extremismo etc). Muitos acadêmicos, entretanto, também trabalharam nesse ponto, se não na filosofia, em outras ciências humanas. Edward Said no clássico sobre o Orientalismo (como invenção do ocidente), por ex. é bastante abordado... entretanto...nossas maiores fontes continuam sendo indiretas. O brasil sempre se referencia às potências, em larga escala, mas as "potências" (européias e eua) conhecem e lidam com o mundo todo, num nível mais profundo. Algumas coisas aos poucos mudam esse quadro, com a especialização que temos no estudo das línguas e o aumento das relações globais, imigrações etc. No entanto, ainda é mais fácil, como no vídeo que você postou, ver alguém falando do oriente, e não o "tradicionalismo oriental" falando por si.No logos grego, se coloca uma distinção já com o místico e também com o mito, a filosofia é racional porque procura, apenas pela razão, procurar as verdades e interpretar o mundo. Dentro da natureza racional do homem, sem o saber corporal, dentro das suas ferramentas cognitivas, sem recorrer à revelação do espírito (a não ser para explicá-las pela razão), mas investigando, usando a dialética, e formulando teorias. A ligação entre os gregos e o oriente é bastante comentada, e também com o Egito... o próprio Mito de Atlântida é claro nesse sentido, pois Sólon teria viajado, assim como Platão, décadas depois, para o Egito, e lá aprendido saberes com a casta sacerdotal. Tales também viajou para o Egito, trazendo a geometria, palavra grega, mas que se origina na divisão de terras durante a cheia do Nilo (gaia_metria). Uma das expressões dos diálogos platônicos é: "Pelo cão, Sócrates"... o cão é um deus egípcio...Depois abordam o helenismo na expansão de Alexandre Magno, igualmente, o intercurso nunca acabou, sempre se manteve, tanto no mediterrâneo com N da África quanto com o oriente, apesar da expansão do Islã criar um bloqueio que as cruzadas não venceram. O relato das viagens de Marco Polo mostra esse poderio e riqueza dos reinos asiáticos, o que deixou a europa medieval, empobrecida e abalada pela peste, ensandecida. Vale lembrar que a manuntenção dos escritos de Aristóteles até a renascença européia, deu-se muito através de copistas e filósofos árabes, como o Averróes.Para defender a faculdade de filosofia, podemos dizer que essa abordagem não é pouca. Na Academia muito se estuda no assunto, de forma que não temos, talvez nada melhor para entrar nesses mundos. O problema dessas complexidades é que dão margem ao auto didatismo de pessoas em buscas espirituais, e aí a mistificação que cabem muitas vezes conflui com a ilusão ou com o engano. Na filosofia temos um cânone de autores a serem estudados, muitas vezes deixando de lado os autores "orientais". Todo saber precisa de recorte, e no caso da filosofia, a coisa é tão antiga e rica que não dá para dizer que empobreceu. De qualquer forma, os autores "ocidentais" são também lidos e estudados na Ásia, igualmente. Confúcio foi proibido na revolução maoísta (de inspiração marxista, alemão), mas agora está sendo retomado, no entanto, de forma ainda estilizada, nacionalista, e com esse viés de "sempre teve tudo antes", o que leva ao anacronismo, em alguns casos.Nas tradições esotéricas, a maçonaria alega um saber desde o egito, apesar de ter forte influência na europa, os rosacruzes são ocidentais, mas teriam sido iniciados por sábios árabes, Blavatsky da antroposofia é russa, mas foi influenciada por hindus. Camões já aborda a Ásia, o rio Ghângis e tudo mais no contexto da expansão marítima portuguesa, para cantar os feitos lusos.Na filosofia, Schopenhauer é o autor que  trouxe uma re-valorização do oriente, Kant e Platão são suas principais fontes tanto como os vedas.Na linguística, já no século XIX, Franz Bopp deu início à linguística, mais tarde formalizado por Saussure, ao provar a existência, pelo método histórico-comparativo, do idioma indo-europeu, estudando as semelhanças entre latim, alemão e sânscrito (cujos escritos preservados há muito tempo foram importantes).As potências européias escavaram, contra os próprios ocupantes modernos da terra, no oriente médio, trazendo informações sobre as civilizações da mesopotâmia, que até então estavam desconhecidas, a escrita cuneiforme foi decifrada, como também a pedra de rosetta.Na Cultura popular, essas redescobertas do Oriente também vêm desde muito antes da internet, sendo fortes, por exemplo, na ContraCultura dos anos 1960, que trouxe um sem número de valores e tradições para o povo, desde os hare-krishna, prática de yoga, macrobiótica, seicho no-iê, i-ching etc... Abs

    “Então o cristianismo, NEGA – assim como a Filosofia Idealista – o aqui e agora, e sempre projeta no futuro a realização da felicidade, o que é um engodo e uma mentira, segundo Nietzsche. “Sobre esse ponto, em particular, que é bastante interessante,  você já viu o livro do Feuerbach "A Essência do Cristianismo" que trata do mesmo tema, mas de um ponto de vista mais político, talvez?

    “Acho que Nietzsche – se é que eu entendi alguma coisa desse autor – nos ensina a não sermos devotos de ninguém e de nada”Justamente, nem do próprio Nietzsche. Apesar disso, e por isso, que argumentei no início. Nietzsche não surge do nada e nem desemboca em nada. Mesmo fugindo da sisudez, é um filósofo bastante sério. A sério tomou toda a filosofia que estudou. Tudo que estudou é parte de sua formação, até a Bíblia. Não é só questão de influência direta nas teorias, como o citado Schopenhauer, mas também outros... Heráclito, por exemplo. O homem era erudito, cita um sem número de coisas para dialogar, como eu disse, mesmo criticando. Então o que justifica, tomando a citação sua que destaquei, eleger Nietzsche como um herói filosófico, o único, e usá-lo como um gateway para julgar tudo o que seja "ocidental" ou o que valha? Isso é aceitar um tutelamento e também enxergar a filosofia com vendas, não no seu valor próprio, em si, mas segundo opiniões de antemão que causam o descarte. Embora não seja errôneo identificar-se mais com um pensamento ou corrente, não é preciso jogar uma miríade de coisas fora com base em algum problema fundamental, que, de repente, pode também ter sido abordado de diversas formas, tendo a visão aberta  para encontros possíveis.Da mesma forma, por que se você elege Nietzsche o "the one" da filosofia, mesmo elaborando a sua de forma independente, que Nietzsche também fez, junto com sua formação, por que pensar que outros filósofos contemporâneos que fizeram leituras igualmente graves de Nietzsche, tomando integral ou parcialmente suas ideias e escritos, sejam menos merecedores de atenção que o próprio? Não seria interessante ver também, de forma séria, o que têm se tido sobre ele nos últimos cem anos (além da própria leitura direta), e os desdobramentos disso, em vários nomes e vertentes?

    Acho que põe talvez nisso, apesar de entender o cerne do argumento. Digamos que Nietzsche está num gomo contrário ao dominante na história da filosofia clássica. Mas vejamos por que o talvez:Nietzsche, mesmo para criticar, leva a sério a filosofia e os filósofos anteriores. Deles não se desfez, deles teve influência na tradição trafega, ainda que para contrapôr-se em um momento ou outro. Ora, se quisermos levar Nietzsche a sério, não devemos fazer como ele, e tomar também a sério outros pensadores?Consideremos ainda que a influência de Nietzsche na filosofia posterior é magna, especialmente a partir da recepção francesa de sua obra, que influenciou muitos pensadores do século XX e contemporâneos, desde Foucault e Derrida até Heidegger e outros. Se esses filósofos são influenciados por Nietzsche, nosso eleito herói, e reconhecidamente tem um pensamento vasto o bastante para ser lido e estudados como cânone, não devemos também tomá-los como objeto de estuda, por mais que pretendamos ser originais e únicos em nossa devoção?

    em resposta a: Livre-Arbítrio X Predestinação #82117

    obs sobre os emoticons: tinha poucos antes, aí pus mais, mas acho que ficaram muitos, até demora para carregar… precisa trabalhar de novo nisso para achar um meio termo…

    A coleção da Universidade Federal do Pará, traduzida pelo Carlos Alberto Nunes, creio que é completa, embora esse diálogo tenha a autenticidade discutida. Mais uma vez, recomendo buscas na estante virtual, por exemplo:http://www.estantevirtual.com.br/Filosophia-Cultural/Platao-Dialogos-Fedro-Cartas-o-Primeiro-A-49181438

    em resposta a: Sobra a queda do serviço #85043

    tive de fazer uma gambiarra “workaround” para funcionar..

    em resposta a: Sobra a queda do serviço #85042

    Só funciona no”quick reply”

    em resposta a: Sobra a queda do serviço #85041

    O problema é mais complicado, parece ser um bug do software na versão 2.0…estou tentando conseguir suporte na gringa. Olha se não tiver fácil, estou pensando em radicalizar e mudar o software para um mais profissional…

    em resposta a: Sobra a queda do serviço #85040

    Com as mudanças de servidor e para sub domínio, o fórum ficou um tempão com um erro de configuração impedindo novas mensagens… Estou trabalhando nisso e testando, espero que tenha resolvido.

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