Miguel Duclós

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  • em resposta a: Que livro você está lendo agora? #82473

    OláFaz tempo que não consigo comprar livros novos, porém tenho acompanhado um pouco a distância. Todas essas coleções como "Simpsons e a Filosofia" ao meu ver devem ser evitadas, assim como as que aproximam filosofia da auto ajuda ( como mais Platão, menos prozac) ou da psicologia. Além disso, existem muitas editoras pequenas, como a Scala, editando... é preciso analisar caso a caso, pois o texto é o material da filosofia, e a tradução é um problema crucial, se não for confiável, você tem um pensamento que se perde.Aliás, é isso que afirma o maior tradutor de filosofia do Brasil : Rubens Rodrigues Torres Filho, que edita na editora Iluminuras uma coleção que busca a excelência nas traduções, onde o papel do tradutor é central e vai impresso na capa. A Iluminuras já publicou vários livros na coleção Biblioteca Polén, e não são muito caros.Uma coleção boa e com traduções responsáveis é a clássica Pensadores, quanto mais antigo for o livro dessa coleção, geralmente melhor. (expus isso no link do site que passei acima). Muitas outras casas editoriais de uma tradição de grandes edições de filosofia, alguns exemplos: Companhia das Letras, Martins Fontes, Zahar, Edições 70, Calouste Gulbenkian de Portugal (!!!) e as editoras universitárias, como Edusp, Unesp,  Unb.

    em resposta a: Que livro você está lendo agora? #82471

    lrvf: Eu li uma edição do início dos 1980 do Ideologia Alemã que não tem a obra completa, somente as teses sobre Feuerbach e a primeira parte. Creio que a segunda parte só foi editada recentemente, pela Martins Fontes. A coleção "Obra-prima de cada autor" é da editora Martin Claret, e é totalmente desaconselhável. Dizem que esta editora publica péssimas traduções, quando não são plagiadas, pegando-se uma tradução existente e trabalhando o texto. Coloca-se o nome de um tradutor laranja, não se paga os direitos autorais, e pronto, dá para vender por um bom preço. Por conta do preço, prefira somente os textos de domínio público (com os de machado, da literatura brasileira, ou a tradução do goethe, do agostinho dornellas). As traduções de filosofia vão fazer você remar contra a maré. Aliás há hoje no mercado de edições de filosofia uma grande avalanche de lixo, junto com outras edições muito boas. É preciso ver caso a caso.

    em resposta a: Que livro você está lendo agora? #82468

    Flag, já viste as opções listadas em http://www.consciencia.org/livros.html ?

    em resposta a: Dilema Ético na Montanha #80989

    Finalmente, a visão dualista admite a existência de dois sistemas normativos éticos, cada um aplicável a uma esfera específica da vida humana. O exemplo mais óbvio é a doutrina contida em O Príncipe, de Maquiavel, que deixa claro que o Príncipe, para bem governar, haveria de seguir um código de condutas próprio, bastante distinto da ética cristã que predominava à época. Com base nessa visão, poderíamos, por exemplo, imaginar a existência de uma “ética do alpinismo”, uma “ética dos fortes”, segundo a qual a morte seria o preço a ser pago pelos que falhassem e ser salvo por outrem ou pedir ajuda representaria uma desonra para aquele que deveria ser sepultado pela montanha que o derrotou, etc.(...)Conseqüentemente, não há como justificar a omissão de socorro de outro alpinista, salvo se o salvamento colocasse em sério risco aquele que tentasse o salvamento.

    OláPrimeiramente, obrigado pela resposta plena de conteúdo segundo a proposta do tópico. Não conhecia esta classificação dos sistemas éticos segundo o Bobbio, e me pareceu bem interessante. O dualismo ético permitiria apenas duas éticas, ou no mínimo duas éticas? i.e , uma variação ética particular para cada grupo envolvido. Esse ponto me parece importante. Com o fim da noção de um Absoluto no campo teórico ético, foram tentadas várias maneiras de fundamentar a ética unicamente com a razão. O esforço de Kant no imperativo categórico aparece nesse sentido. A busca por justiça, grosso modo, está ligada ao temor da ira divina. Depois da desconstrução do conceito de Deus na filosofia, no século XX o relativismo ganha força - lembrem-se da frase do papa quando assumiu seu papado, de que é preciso combater o império do relativismo. As pesquisas antropológicas, por exemplo, mostraram que muitos valores éticos que julgavam-se inatos à natureza humana, eram na verdade contingentes. Com a amplitude de estudos de comportamento, e sua aceitação plurivalente, digamos, na sociedade democrática, os valores éticos não são necessariamente praticados por toda a sociedade, mas antes contingentes a grupos legítimos que o mantém. O Habermas faz um esforço e tanto para fundamentar uma ética intersubjetiva válida, nesse sentido.O ponto peculiar do alpinismo não parece ser a rivalidade, mas, nesse caso, o grau de extrema dificuldade em manter-se vivo, dadas as condições geográficas e climáticas. Certamente, a poucos metros do topo da montanha, consiste em perigo iminente desviar-se da programação e abrir mão de preciosos recursos para sacrificá-los em favor de outro.Mas assim, chegamos à questão do Brasil. O número de 40 alpinistas passando pelo moribundo chama a atenção. Nesse caso, parece que algo poderia ter sido feito, ou ao menos, dada a frequência dos acidentes, algum plano de resgate poderia já estar previamente disponível. O fato deles passarem indiferentes parece sinalizar uma decadência ética, não somente particular do alpinismo, mas geral. Como disse o velho senhor na reportagem,  antigamente os valores eram outros. Numa expedição pioneira de um grupo, cada vida parece mais valorizada. O grupo não abriria mão de usar todos os recursos para tentar salvar o amigo, pelo menos na tentativa, não importanto o sacríficio próprio.Uma decadência ética pode estar presentes em vários fatores, como apontado: a vil busca pela fama, a questão do patrocínio e do prêmio, o currículo, ou qualquer outro caso que o particular, o egoismo, se sobrepõe ao interesse geral.

    em resposta a: Upgrade no fórum #82688

    OláTestei as teclas Ctrl+Home e Ctrl+End no IE no Opera e funcionou, no tema padrão. Acho que isso é um comando do navegador, independente do site. Copiei as imagens para o diretório adequado (no tema Classic) e agora está funcionando.Fique a vontade para reportar esses bugs do fórum..

    em resposta a: Francês #82796

    Você tem razão. Minha afirmação foi um pouco precipitada. A fama literária de Voltaire é complexa, pois enfrentou reações dos mais diferentes tipos ao longo da vida por conta do seu estilo polêmico (pelo menos em grande parte), como você mesmo afirmou.Porém ele era o líder inconteste do movimento Iluminista, e continuou sendo. Ao passo que Rousseau, que era reconhecido como um dos Iluministas, tendo colaborado com a Enciclopédia, rompeu com o Iluminismo e mesmo acabou por defender uma posição contrária à do movimento. Rousseau foi excluído da turma, digamos assim. Mesmo Condillac, que se manteve neutro, não retorna nenhum comentário significativo sobre os manuscritos que lhe foram confiados.A tradução estou levando lentamente. É bom para treinar. Eu já fiz alguns outros textos dessa turma:A famosa carta de Voltaire a Rousseau que marca o início da ruptura e fala das "quatro patas" que teve vontade de andar depois de ter lido o Segundo Discurso:http://www.consciencia.org/wiki/index.php/Voltaire_Lettre_30_08_1755:ptA resposta de Rousseau à carta acima:http://www.consciencia.org/wiki/index.php/Rousseau_Lettre_10_09_1755:ptUma carta de Rousseau aceitando a oferta de proteção de David Hume na Inglaterra:http://www.consciencia.org/wiki/index.php/Rousseau_Lettre_04_12_1765:ptPanfleto que Rousseau distribuiu de mãos em mãos no centro de Paris dois anos antes de morrer, tentando defender sua reputação:http://www.consciencia.org/wiki/index.php/Rousseau_A_Tout_Francois_Aimant_Encore_la_justice_et_la_verite:pt

    em resposta a: Francês #82794

    OláO texto é o Sentiment des citoyens (1764) e eu estou abordando ele na oficina de traduções do site.1764 é o mesmo ano que Voltaire publicou o célebre Dicionário Filosófico. Pouco tempo antes Rousseau havia publicado o Emílio e o Contrato Social. Emílio, principalmente por causa do capítulo Profissão de Fé do Vigário Saboiano havia sido condenado pela Igreja Católica e pelo corpo de teólogos de Sorbonne. Os livros foram queimados em praça pública e a casa de Rousseau chegou a ser apedrejada. Voltaire, que já havia rompido a amizade com Rousseau pelo menos desde a publicação do Segundo Discurso e a carta-resposta ao poema sobre o terremoto de Lisboa, fez circular anonimamente este panfleto, no qual, tomando a perspectiva dos cidadãos de Paris, atacava cruelmente Rousseau, acusando-o de várias coisas e tornando pública sua negligência como pai - já que Rousseau tinha abandonado à roda do orfanato seus filhos com Thèrese. Esse panfleto foi muito impactante para Rousseau, que viu sua honra pública destruída e viu-se obrigado na ocasião a deixar Paris. Depois do Emílio e do Contrato, todos os escritos posteriores de Rousseau são de certa forma autobiográficos e uma espécie de justificativa para sua pessoa, como as Confissões, Rousseau, Juiz de Jean-Jacques e os Devaneios do Caminhante Solitário. Ao passo que Voltaire, que era bem mais velho que Rousseau, no mesmo período gozou de uma fama e prestígio literários sem precedentes.

    em resposta a: Sol e o Mito da Caverna #81619

    Obrigado aos colegas que ajudaram a responder à dúvida. Gostaria de lembrar dois pontos1) O primeiro é a ligação de Platão com o Egito, Platão viajou todo o mediterrâneo e chegou ao Egito. Essa influência é atestada em vários diálogos, como o Crítias e o Timeu, ou a expressão "Pelo Cão" usada pelos interlocutores de Sócrates. Ora, no Egito o Sol era um dos principais deuses, não? Poderia ser abordado isso.2) a segunda é a etimologia da palavra deslumbrado, ou seja, "ferido pela luz". Os olhos acostumados às trevas e ao lodo da ignorância teriam dificuldades em captar o que a luz do Sol revela. O filósofo que chega à superfície da realidade é cegado pela intensidade da luz que abunda. Aí entra  importância da dialética, da ascese por degraus. Ele primeiro acostuma seus olhos a enxergas as formas adjacentes iluminadas pelo Sol para somente depois desse treino fitar o sol diretamente? Seria o Sol a Idéia de Bem?  A luz é sempre associada ao conhecimento. Descartes por exemplo usa bastante da expressão "luz natural", ou a razão, a única capaz de iluminar os caminhos obscuros que o homem se encontra na passagem do conhecimento mítico ou da ignorância para o conhecimento. Daí aliás que vem o nome do movimento Iluminismo, ou esclarecimento.

    em resposta a: Teoria do Conhecimento #81428

    É uma questão muito interessante felix. Como disciplina filosófica, a teoria do conhecimento, ou epistemologia, só foi formalizada em correntes definidas mais contemporaneamente, porém sua problemática vem de muito longe.Em Platão está explícita a questão: é possível conhecer? O Filósofo acredita que sim, e apresentou esta convicção à tradição que dele derivou, de forma dominante, na filosofia, pelo menos até o século XIX. A outra resposta à questão: Não, não é possível conhecer, representa uma tradição talvez um pouco menos prestigiada. O ceticismo por exemplo, apesar de sua enorme influência e alcance filosófico, era considerado uma espécie de derrotas pelos filósofos que buscaram trabalhar o problema da verdade.Para Platão é possível conhecer. Os primeiros diálogos são os chamados aporéticos. Ou seja, um beco sem saída onde é levantada uma questão. São desbancados os conceitos que respondem essa questão. Mas não se apresenta uma solução ou resposta e o diálogo se encerra. Os diálogos de maturidade do filósofo mudam essa engenharia. É a famosa Teoria das Formas de Platão que vai possibilitar o acesso do filósofo que se dedicar à investigação e ser agraciado pelos deuses o alcance inconteste da verdade.

    em resposta a: URGENTE #81350

    Antes de postar, poderia ter lido o tópico fixo “Como Postar” e encontrado a seguinte mensagem, logo de cara: "Bem, peço desculpa, mas lendo certos "pedidos de ajuda" é difícil ficar indiferente. Penso que é preciso perceber que isto é um fórum de Filosofia, nomeadamente um tópico sobre "Pedidos de ajuda" e não um tópico intitulado "Faça por mim os trabalhos e me envie rápido!". Isto não é um pedido de ajuda, é um ABUSO e falta de bom senso e honestidade intelectual!"O nome do tópico deve se referir ao seu tema, e não ao prazo de entrega. Também não fazemos a prova inteira dos alunos.att.

    em resposta a: URGENTE #81357

    Se você tivesse lido o tópico fixo no início de pedidos de ajuda, teria encontrado logo de cara: "Bem, peço desculpa, mas lendo certos "pedidos de ajuda" é difícil ficar indiferente. Penso que é preciso perceber que isto é um fórum de Filosofia, nomeadamente um tópico sobre "Pedidos de ajuda" e não um tópico intitulado "Faça por mim os trabalhos e me envie rápido!". Isto não é um pedido de ajuda, é um ABUSO e falta de bom senso e honestidade intelectual!" E assim teria evitado essa mensagem, ou modificado-a e conseguido uma resposta. Um prazo dilatado é sempre muito bem vindo para a resposta das questões e o nome do tópico criado deve ser referente ao seu tema, e não ao seu prazo de resposta.

    em resposta a: Show de Truman #81565

    MarcelleO filme Show de Truman sempre é lembrado junto com o Matrix como produções norte-americanas recentes que abordam uma problemática clássica, já abordada na filosofia e formalizada por Platão em sua obra, onde é sempre lembrado a Alegoria da Caverna. Aliás, embora use-se os dois termos, prefiro Alegoria da Caverna a Mito da Caverna. Platão se utiliza de mitos, como o Mito de Er no final da República ou o Mito sobre Prometeu contado por Protágoras. Um mito é uma narrativa indeterminada no tempo que tem uma simbologia própria, oferecendo explicações de origem para alguns fenômenos. Uma alegoria é igualmente uma narrativa que busca ilustrar um ponto de vista segundo artíficios linguístico. Ora, fica claro para quem lê o livro que Sócrates usa esse recurso para ilustrar a Teoria das Idéias. Tanto que a primeira ordem que dá no livro VII da República é o de "imaginem", ou seja, não há uma pretensão mitológica de verdade na narrativa.Para fazer uma possível comparação e analogias entre os elementos do filme e a passagem de Platão é mister primeiro que você entenda a Alegoria. Primeiro, lê-la, já é que curta, depois procurar algum material de apoio. Aqui mesmo no fórum já a abordamos diversas vezes.Uma fala na entrevista do personagem Crhisloff, o "programador" responsável por criar o mundo falso que Truman vive pode ser uma chave para evidenciar uma relação explícita, em termos de inspiração. Responde ele algo como "o homem tende a aceitar a realidade que lhe é dada". Truman desconfia que algo está errado, e já teve evidências para isso, mas continua, enquanto reúne provas e forças que lhe possibilitem uma ação, a viver o mundo das aparências. Truman tem que se livrar das amarras sociais, da convenção, para buscar a verdade acerca da condição da sua existência. Mas o contexto é bem diferente do de Platão, uma vez que o roteirista opta por colocar a encenação toda como explicitamente planejada em programa de TV, onde todos os outros homens estariam cientes do que está acontecendo, menos o protagonista. O que revela uma tendência ao messianismo que é contrária à problemática grega. Tanto que o "programador" no final tenta convencer Truman a ficar no Mundinho como se fosse uma espécie de Deus falando a seu filho, com a voz vinda das nuvens. Em Platão todos os homens são escravos, menos o filósofo que consegue romper as amarras e ascender até a visualização da Idéia. Não há nenhum Deus monoteíco como o Jeová nem tampouco uma ação como a entendida pela divina providência. O filósofo depois de conseguir a ascese dialética tem a obrigação política de voltar à caverna e alertar os demais companheiros. Ora, no Truman todos parecem muito esclarecidos, considerando que são humanos. Aí surge a pergunta: os outros personagens de Truman seriam mesmo humanos? Ou uma "alegoria" para alguma outra coisa? O fato é que parece despontar uma predominância de uma sociedade do espetáculo onde o mundo se vê presa da armadillha da representação,. através da propagação da imagem. É interessante notar a importância que se dá a Televisão. Isso pode ser problematizado: ocuparia hoje ainda a Televisão um lugar tão central na vida das pessoas e dos costumes?

    em resposta a: teoria do desenvolvimento de piaget #81849

    No site temos um trabalho acadêmico sobre Piaget:http://www.consciencia.org/contemporanea/causaljune.shtmle um conhecido e frequentado repertório de links sobre psicologia está emhttp://www.ufrgs.br/faced/slomp/psico.htm

    em resposta a: Critica de Aristotele a Hume #82175

    Vanessa, Aristóteles não pode criticar Hume porque viveu cerca de 2000 anos antes do filósofo escôces. Só se ele tivesse uma maquininha de viajar no tempo…

    em resposta a: para que serve a filosofia segundo aristoteles? #82174

    Caro Bode:Já leu o textinho em http://www.consciencia.org/arist.shtml ?

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