Miguel Duclós

Respostas no Fórum

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  • em resposta a: Paixão por Luís Roberto Barroso #83751

    Creio que esta palavra é mal-empregada hodiernamente. A paixão sempre foi algo pejorativo, algo a ser evitado, contrário à virtude. Na ética de Aristóteles já havia essa definição de virtude como contrária a paixão. Poderíamos fazer uma investigação sobre este termo em diferentes épocas. A virtude é ligada à autonomia racional, e essa à ação. A paixão acontece com a perda da autonomia da razão. Ela não pode mover nada, como diz o slogan da Fiat e o texto do professor. Paixão não move porque é uma palavra da mesma raiz de padecer, de sofrer. A Paixão de Cristo, por exemplo, é ele sendo martirizado na cruz, sofrendo chicotadas, e torturas etc. Paixão é quando o sujeito sofre, padece, a ação de um elemento externo e assim perde sua internalidade racional, passando a agir sem medida. Estou enganado?

    em resposta a: Cinema Inteligente! #83732

    Olá,Estou querendo ver esse filme há muito tempo. Li um livro sobre Matrix que fez referência a esse filme fazendo um paralelo entre os dois.Vou tentar assistir essa semana para dar minha opinião.

    OláQual livro sobre Matrix você leu? Interessante isso.

    em resposta a: Que livro você está lendo agora? #82505

    Olá pessoalCom relação a ebooks, alguém está interessado em fazer grupos de trabalho para digitalizar algumas obras de filosofia? Eu tenho fotografado as páginas e passado OCR. Tenho dois softwares, OmniPage e Abby Fine Reader. Daí passa-se o OCR e corrige-se os erros. Num livro de 350 páginas, torna-se trabalhoso. Também a fotografia é pior que o scanner, e o livro que estou fazendo tem as linhas muito juntas, está difícil. Não sei se desisto deste livro, por enquanto estou deixando de molho.Abraços

    em resposta a: Forum de discussões #83765

    Creio que, em termos de Brasil, o grosso dos debates está sendo feito nas comunidades do orkut, que é um dos portais mais visitados do país.

    em resposta a: "Citação" de Rousseau #82812

    Acho que em muitos casos o homem ateu é o que se opõe ao homem religioso, e não aquele que não tem uma concepção ou crença íntima da dividade. O homem religioso pode ser um ateu declarado, mas vive às voltas com o conceito de “theos”, mesmo que seja para negá-lo. Ele se preocupa profundamente com isto e coloca as coisas da sua vivência em medida e proporção nisto.O ateu neste sentido poder ser aquele que vive o presente, explora as possibilidades da natureza sem tentar identificar a causa universal de tudo, sem buscar uma presença inteligente ordenando os atos. Neste caso, um religioso pode ser ateu. Por exemplo no Éden quando Adão é seduzido pela serpente, Deus não estava presente. Adão vivia às voltas com si. Somente passeando pelo jardim no Crepúsculo, bem depois do pecado, que Deus notou que seu mandamento havia sido desobedecido.Unvolt, você notou bem o conceito de graças como ressentimento religioso. Eu havia interpretado como uma espécie de dádiva. No francês a frase fica "dieu merci, je suis athée", obrigado a Deus. Ou seja, existe uma espécie de contrato que faz com que o homem use o mundo e ali viva sua vida, não sendo necessário recorrer à providência ou ao milagre, nem encarar tudo que acontece consigo como castigo ou como dádiva, o que é uma das más interpretações da tradição que coloca o homem como centro da criação. Naturalmente nesta palavra reside a ironia da frase...

    em resposta a: "Citação" de Rousseau #82809

    É verdade, esta frase aparece na Internet atribuída a Cervantes, Sthendal, Sartre e Luís Buñuel.Por outro lado, não acho esta frase ruim. É uma boa frase. Indica que para o ateu não há necessidade de se preocupar com Deus, se se pode. Se Deus não manifesta sua presença, se se pode viver envolto em si, não é preciso ficar cultuando préstimos a Deus, na visão deste ateísta. Neste sentido, o Ateu não é aquele que não acredita em Deus, mas aquele que não vivifica o conceito de Deus a cada instante, ou não atribui tudo a ele, ou vive a repetir citações bíblicas e rezar. Mesmo que muitos ateus morram rezando, durante a vida viveram altivos, sem afirmar nada em relação à divindade. É como Nietzsche que acreditava que a vida se caracteriza pela super-abundância, pelo excesso, e não pela falta. Desta forma seria como uma traição de confiança achar que o verdadeiro-mundo ou a verdadeira-vida existiriam em outro lugar e somente após a morte. Um animal por exemplo não tem religião, no entanto isto não impede que ele viva uma vida plena em todas os seus desdobramentos. O homem tem o ímpeto de fazer um questionamento universal, que talvez o afaste da própria divindade.Neste sentido existe um ateísmo construído. Pode-se acreditar, ou conhecer Deus. Mas este ateu manipula seu sistema cognitivo e usa suas faculdades mentais de forma a viver de acordo com sua autonomia, sem recorrer à interferência externa da divindade, sem esperar por ela...resolve agir, e não espera recompensa ou castigo por isso. Desta forma executa um construto mental-cognitivo onde possa pensar.

    em resposta a: O Desespero pode levar-nos a transcendência? #83123

    Interessante JoséConfessor que tenho um conhecimento extremamente preliminar sobre este autor. Nunca li-o diretamente. Tenho o Pensadores, vi a vida e obra, e capítulos da História da Filosofia. Mas faltou aquele embate para fixar menos superficialmente as ideías. É uma pena, havia um filósofo bem participativo aqui no fórum, o sr. Pilgrim, que parou de conectar.Uma das coisas que se sobressaem na caricatura que dele fazem é a alcunha de precursor. Até que ponto Kierkegaard foi um "precursor" do existencialismo? Eu li o livro Mito de Sísifo de Camus e ele cita nominalmente o autor. O problema do suicídio neste autor é também crucial: uma vez identificada a profunda cisão entre homem e natureza, restaria a investigação para saber se vale a pena viver...daí a famosa frase sobre o suicídio ser o único problema genuinamente filosófico.Talvez possa ajudar mais um pouco a precisar este conceito de angústia kierkegaardiana, ou indicar algum texto para leitura. Em que medida a angústia de Kierkegaard influencia os existencialistas do século XX, como Sartre?Outro ponto interessante que gostaria de saber é a outra alcunha que gostaria de saber um pouco mais é este elevar-se a Deus? Que isso acarreta? É o fim do despepero? Resolve os problemas existenciais? Como pode ser feito? É uma outra alcunha que acompanha o filósofo, o de existencialista cristão. Como ele consegue conciliar as duas perspectivas?abs

    em resposta a: Que livro você está lendo agora? #82491

    Olá Unvol…Não gostei deste livro do Russel. Ele se propõe a fazer um imenso vôo panorâmico pela filosofia mas acaba cometendo omissões e deslizes. Até aí tudo bem, mas ele, como filósofo, não se limita a sintetizar -e a  síntese dele é geralmente mal-feita - mas também a julgar e avaliar a importância e validade do filósofo. Daí que sai jogando pedrada em Platão, Nietzsche Hegel, a torto e a direito, com uns argumentos bem tendenciosos, assim como a sua leitura dos filósofos. Tudo desemboca na maravilha anglo-saxônica e na escola que ele representava.Russel pode ser importante dentro da filosofia analítica, mas ele era mais um matemático que um filósofo, ao meu ver. Ele não consegue situar-se bem na tradição de pensamento continental e em várias correntes filosófica, pois não faz um juízo isento. Claro, quem sou eu para falar... Mas se a intenção foi a de fazer uma obra introdutória para estudantes, creio que existem N trabalhos de História da Filosofia que acertam mais o alvo, como o Bréhier, o G. Reale...Minhas leituras: Terminei Crime e Castigo de Dostoievski e voltei para o Proust, mais lentamente. Li também mais algumas vidas da obra Vidas Paralelas de Plutarco. Além disso descolei num sebo livros por um real da coleção da antiga editora logos, mantida pelo grande filósofo Mário Ferreira dos Santos, duas antologias, uma de pensamento e outras de contos. Por aí vamos...abs

    em resposta a: Razão #83119

    “Para muitos filósofos, porém, a razão não é apenas a capacidade moral e intelectual dos seres humanos, mas também uma propriedade ou qualidade primordial das próprias coisas, existindo na própria realidade. Para esses filósofos, nossa razão pode conhecer a realidade (Natureza, sociedade, História) porque ela é racional em si mesma.Fala-se, portanto, em razão objetiva (a realidade é racional em si mesma) e em razão subjetiva (a razão é uma capacidade intelectual e moral dos seres humanos). A razão objetiva é a afirmação de que o objeto do conhecimento ou a realidade é racional; a razão subjetiva é a afirmação de que o sujeito do conhecimento e da ação é racional. Para muitos filósofos, a Filosofia é o momento do encontro, do acordo e da harmonia entre as duas razões ou racionalidades."Ela está discutindo neste capítulo o conceito de razão, que é primordial e seminal dentro de textura teórica filosófica. Fazendo, digamos assim, um apanhado geral das abordagens acerca da razão, ela distingue essas duas noções.Para mim parece claro. Na razão objetiva, considera-se que a própria natureza e o mundo obedecem a uma lógica, a uma racionalidade. A razão humana faria parte desta racionalidade extrínseca e tentaria se coadunar e adequar junto a ela.A razão subjetiva não identifica uma racionalidade na natureza, mas antes, que o sujeito do conhecimento, ou seja, aquele que se propõe conhecer usando sua estrutura cognitica, suas faculdades mentais, que é racional. O homem é racional e usa a razão para discernir um mundo e uma natureza que muitas vezes não são racionais, pelo menos não essencialmente.A essência do animal homem é a de ser racional. Esta é a definição clássica aristotélica. A palavra razão vem do latim ratio que traduz o grego logos. Esta palavra está ligada a uma série de coisas, como a proporção, a medida, a representação, a palavra. A razão indica que existe uma ordem proporcional entre diversos elementos de um ambiente. A disposição dos elementos forma o sistema. Ora, sendo o homem um ser finito, só poderia conhecer partes fragmentadas da realidade, usando-se para isso da ferramenta da razão. A razão subjetiva pressupõe a classificação e a unidade elemental, endossa-se uma gama de elementos por vez no ato de conhecer. Sendo a natureza o todo, ela não precisaria ser racional, pois poderia intervir com elementos externos dissonantes a essa tentativa de ordem.Se a razão for objetiva, considera-se que o homem percebe uma ordem do mundo com a razão mas esta ordem existe no próprio mundo, tendo sido engendrada por uma inteligência ou sendo inerente ao funcionamento da máquina do mundo.

    em resposta a: Razão #83118

    Olá Bernardo.Qual livro da professora Marilena?

    em resposta a: é a verdade objeto da ciência? #73908

    Olá Um livro que é uma excelente introdução sobre esse assunto, direcionado ao público de alunos de filosofia é o do professor Larry Laudan. Ciência e Relativismo - algumas controvérsias-chave em filosofia da ciência. O livro é uma espécie de transcrição de um simpósio filosófico, em forma de diálogo, onde cada um dos interlocutores defende uma posição dentro da epistemologia contemporânea. O embate se dá, assim, entre o realista, o positivista, o pragmatista e o relativista. A briga é muito rica e tensa em vários momentos. Eles tratam cada um das correntes que representam de forma muito fecunda, sem perder a polidez. Tive a oportunidade de estudar esse livro na graduação com o professor Caetano Plastino, que aliás tem um artigo nos cadernos de teoria da ciência da UNICAMP com o mesmo título que inspirou esse tópico "É a verdade objeto da ciência"? Sei que o Laudan tem outros livros, que ainda não li. De qualquer forma, este é um tema bastante rico.

    em resposta a: Por Neitzsche era ateu? #80846

    Creio que muitos motivos. O movimento de Nietzsche em direção a um pensamento próprio é gradual, vai se acentuando na mesma medida que vai sendo menos compreendido, e tornando-se mais solitário. Filho de um pastor luterano que morreu com apenas 36 anos, o jovem Nietzsche entra no círculo de   Bayreuth dominado pela figura poderosa de um grande homem, o músico Wagner. Ele se liga à Grécia clássica, ao paganismo, admira a “energia” dos antigos e propõe uma nova exegese interpretativa que se opõe aos estudos “oficiais” do grande renascimento de estudos clássicos que florescia então na Alemanha. Com a guina da de Wagner para o cristianismo, Nietzsche se decepciona com o mestre e seus amigos. Foi preciso um grande esforço ele afirmar-se a si mesmo como intelectual desvinculado de Wagner, personalidade dominadora, de quem era considerado uma espécie de discípulo, e isso se deu em parte pela negação do cristianismo. Ao mesmo tempo, começa a sofrer longos e graves acessos de doença, que o deixam debilitado, impedindo seu convívio social, e na realidade, quase o matam. Essas crises podem ter ajudado a fazê-lo perder o que restava da fé. Um doente não tem direito à dúvida, precisa se agarrar com força ao fio de sua vida e lutar contra a morte a cada instante. Nietzsche disse sim à vida e seu livro de convalescença, Aurora, mostra bem isso.Nietzsche, não obstante isso, admirava Lutero e rejeitava a Igreja católica, em parte por sua formação. No livro Além do bem e do Mal diz que a grande obra da língua alemã até o momento tinha sido a tradução da Bíblia por Lutero. Já em o Anticristo, destrói a Bíblia, afirmando que para se ler os padres, niilistas, deveria-se vestir luvas de películas. Porém comentadores identificam reminiscências evangélicas em seu estilo e em seus escritos. O próprio Zaratustra, profeta do super-homem e uma espécie de legislador, como Moisés, mostra isso. Embora tenha vivido boa parte da vida adulta na Itália, Nietzsche detestou Roma, como atesta Halevy, com toda a hipocrisia da cidade, por exemplo, os filhos bastados dos padres que formavam uma elite não-esclarecida.Enfim, ele admite ao cristianismo boa parte de suas experiências espirituais, mas empreende uma crítica ferrenha, bastante inédita - sob um ponto de vista, identificando suas consequências funestas, que enegrecem a vida e a razão da terra, e denunciando a hipocrisia religiosa. Da mesma maneira, aprendeu muito com Platão e foi seu admirador durante a juventude, mas terminou por fortalecer uma vertente filosófica contrária à tradição triunfante platônica.

    em resposta a: "Citação" de Rousseau #82806

    Interessante, mas isso ao meu ver não tira a dúvida em cima da frase. Talvez o professor que elaborou a prova tenha usado a Internet como fonte de consulta. Quem sabe. Só acredito se houver uma fonte fidedigna, porque sinceramente, não tem nada a ver com Rousseau isso. Rousseau era um filósofo ligado ao coração. E teria que ver como era uma instituição bancária no século XVIII também.

    em resposta a: Upgrade no fórum #82690

    Eu habilitei essa função para testar. Através delas os outros membros podem classificar a participação dos usuários com votos positivos e negativos. -1 Significa que você tem um voto negativo de saldo. Mas desabilitei os karmas, acho que por agora não é necessário para o clima do fórum.

    em resposta a: Que livro você está lendo agora? #82474

    Flag, não conheço este livro do Nagel, mas ele é um filósofo famoso, professor da Universidade de Nova York, e costuma ser bem recomendado.

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