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23/10/2010 às 10:51 #88336ppauloMembro
Com todo o respeito e sem querer ser indelicado, o seu conceito de justiça é completamente descabido, beirando o absurdo.Não pela questão religiosa em si, mas da forma que foi colocado. Vem de lugar nenhum indo para lugar algum.E antes que eu me esqueça, a digníssima colega não colocou o conceito de justiça, mas o que seria justo.Se eu disser aqui o que acho que seja justo, tenho que colocar o que é o conceito de justo ou justiça. O cumprimento dessa tal Lei que você citou não pode ser o conceito de justiça, mas apenas uma conduta dirigida a um justo (sem entrar no mérito, apenas organizando as idéias que você postou).Não se pode confundir condutas com conceitos.Exemplo: Se eu seguir a Lei estarei sendo justo porque a justiça é ... ... (não vale dizer que é seguir a Lei :biggrin_mini2:)
23/10/2010 às 12:56 #88337AcáciaMembroCom todo o respeito e sem querer ser indelicado, o seu conceito de justiça é completamente descabido, beirando o absurdo.Não pela questão religiosa em si, mas da forma que foi colocado. Vem de lugar nenhum indo para lugar algum.E antes que eu me esqueça, a digníssima colega não colocou o conceito de justiça, mas o que seria justo.Se eu disser aqui o que acho que seja justo, tenho que colocar o que é o conceito de justo ou justiça. O cumprimento dessa tal Lei que você citou não pode ser o conceito de justiça, mas apenas uma conduta dirigida a um justo (sem entrar no mérito, apenas organizando as idéias que você postou).Não se pode confundir condutas com conceitos.Exemplo: Se eu seguir a Lei estarei sendo justo porque a justiça é ... ... (não vale dizer que é seguir a Lei :biggrin_mini2:)
Se eu seguir sua análise então fica fácil conceituar a justiça: A justiça é... Cega!A verdadeira Justiça não se pode conceituar então. As ações do justo é que constituirão a Justiça!Abraços!
24/10/2010 às 5:46 #88338BrasilMembroA verdadeira Justiça não se pode conceituar então.
É claro que pode, Acácia! “Verdadeiro”, efetivamente (com efeito) é aquilo que acreditamos, de uma maneira geral, que seja verdadeiro.Justiça é o que acreditamos ser justo! Apenas isso! E para chegar a uma conclusão dita “justa”, devemos nos orientar pelo consenso. E o que é o consenso? É a opinião da maioria.Justiça é um conceito moral que determina a conduta justa. Conceitos morais, invariavelmente são a opinião da maioria das pessoas de uma comunidade ou nação! Veja só como o que estou dizendo é facilmente verificado: No caso que eu coloquei, em que uma criança que foi atacada fica grávida, me parece que a maioria das pessoas que aqui opinaram autorizariam o aborto. Já, quando falamos em aborto indiscriminado, todos são contra.A “justiça” está nas mentes das pessoas. Não tem segredo... Não tem mistério... É apenas um princípio moral e, princípios morais podem até não serem aceitos unanimemente, mas representam indubitavelmente a opinião da maioria.É obvio que para julgar casos e casos há que se inteirar dos detalhes desses casos e, é pra isso que existe a figura do juiz... Mas ele sempre (pelo menos assim se espera) vai respeitar os princípios morais de sua comunidade. É assim que funciona.
24/10/2010 às 13:52 #88339ppauloMembroVejo que o nobre colega Brasil está filiado às teorias discursivas :good_mini:Não concordo plenamente, mas respeito 100%. A discussão filosófica é isso mesmo... idéias e conceitos diferentes para um mundo melhor! (o que não dá é ficar jogando coisas sem sentido e sem pé nem cabeça).
24/10/2010 às 19:37 #88340BrasilMembroVejo que o nobre colega Brasil está filiado às teorias discursivas :good_mini:Não concordo plenamente, mas respeito 100%. A discussão filosófica é isso mesmo... idéias e conceitos diferentes para um mundo melhor! (o que não dá é ficar jogando coisas sem sentido e sem pé nem cabeça).
Minha linha de raciocínio para definir “justiça” é muito simples.“Justiça” é um substantivo abstrato. “Abstrato” é aquilo que não é concreto; baseia-se em conceitos gerais.Ora, a substância do que dizemos ou julgamos sem concretude só pode ser uma ideia. E as ideias estão nas mentes das pessoas.O que é justo pra um não necessariamente será para outro e, essa diversidade nas ideias se dá, na maioria das vezes, de região para região.Então, “justiça” define-se por conceitos gerais que variam principalmente de região para região e de época para época, de acordo com a cultura e os costumes locais e contemporâneos. Ex.: Quando os portugueses chegaram nestas terras eles se espantaram com o conceito de justiça dos homens que aqui viviam. Imagine você que as inúmeras tribos de antropófagos que se digladiavam violentamente, entendiam que o melhor local para permanecer depois de ser morto pelo inimigo, seria dentro de sua barriga.Ser devorado pelo inimigo era antes de tudo um motivo de orgulho para o guerreiro e, entendido por todos eles como a atitude mais justa que o vencedor poderia tomar. Morrer e ser abandonado no chão era uma vergonha, além de ser injusto.Existem regiões do planeta em que algumas pessoas conservam até hoje o seguinte costume: Depois de morto, servir de alimento às aves de rapina é uma grande honra... As famílias se encarregam de levar o corpo até um local onde os abutres, águias e falcões fazem a festa.São conceitos abstratos de honra, orgulho e justiça. Com qual autoridade algum de nós poderia questionar estes conceitos, senão com a ingênua manifestação de nossos próprios conceitos abstratos e costumes?O que teríamos de concreto para afirmar que essa ou aquela conduta é justa ou injusta, honrosa ou desonrosa, motivo de orgulho ou de vergonha, senão os nossos próprios conceitos morais e costumes?
25/10/2010 às 11:02 #88341ppauloMembroTenho comigo um conceito um pouco diverso de justiça. Para mim a justiça é princípio e conceito absoluto em si mesma, um dever ser onde o ser humano deveria se espelhar ao dirigir suas ações.Assim, condutas justas ou injustas pressupõem indubitavelmente mais de um ator, ou seja, o justo ou injusto é referido diretamente em relação a uma conduta humana dotada de vontade (filio-me diretamente a um conceito aristotélico de justiça).Abraços cordiais,
25/10/2010 às 16:20 #88342AcáciaMembroTenho comigo um conceito um pouco diverso de justiça. Para mim a justiça é princípio e conceito absoluto em si mesma, um dever ser onde o ser humano deveria se espelhar ao dirigir suas ações.Assim, condutas justas ou injustas pressupõem indubitavelmente mais de um ator, ou seja, o justo ou injusto é referido diretamente em relação a uma conduta humana dotada de vontade (filio-me diretamente a um conceito aristotélico de justiça).Abraços cordiais,
E esse "dever ser" surgiria de onde com base em que parâmetros para o justo e o injusto? Surgiria do "consenso da maioria"? Estaria apta esta "maioria" em exercer a Justiça? Às vezes a minoria se embriaga e a maioria é que sofre com a ressaca!Por isso, continuo filiada a totalização dos sentimentos, pensamentos, palavras, raciocínio, lógica, atos enfim, tudo o que compõe o "ser abstrato" no homem ao definir a Justiça: É cumprir a Lei por afeição e dever ao que é justo e correto, e o direito de não cumpri-la quando a mesma tornar-se oposta ao que é justo e correto. O parâmetro para o "justo e correto" seria a Lei. E não conheço outra Lei que satisfaça a todos os seres humanos senão a Lei maior: "Ama a Deus sobre todas as coisas e, ao próximo como a ti mesmo"!Abraços...P.S.: Estou mais para discursante ou discurseira? ...risos! O que seria do Paraíso sem Deus? E o que seria do Paraíso sem nós?
25/10/2010 às 17:06 #88343ppauloMembroDeixando de lado Habermas, Perelman (entre diversos outros) não sem antes prestar minhas homenagens aos partidários das teorias discursivas, entendo que a justiça vai muito além de um consenso da maioria ou da idéia de um auditório universal.Para mim, a justiça se por um lado é aquilo que se constrói pela cultura (vejam aí o conceito moral) por outro lado, tal construção nada mais é do que revelação (não num sentido religioso), desvelamos aquilo que sempre foi mas não nos era claro.Isto tratando de casos aparentemente singulares, para descobrirmos que nada mais são do que particularidades de um todo.Em uma única palavra, justiça é equidade.A demora está em encontrar qual o parâmetro equinânime.
25/10/2010 às 21:08 #88344AcáciaMembroDeixando de lado Habermas, Perelman (entre diversos outros) não sem antes prestar minhas homenagens aos partidários das teorias discursivas, entendo que a justiça vai muito além de um consenso da maioria ou da idéia de um auditório universal.Para mim, a justiça se por um lado é aquilo que se constrói pela cultura (vejam aí o conceito moral) por outro lado, tal construção nada mais é do que revelação (não num sentido religioso), desvelamos aquilo que sempre foi mas não nos era claro.Isto tratando de casos aparentemente singulares, para descobrirmos que nada mais são do que particularidades de um todo.Em uma única palavra, justiça é equidade.A demora está em encontrar qual o parâmetro equinânime.
Por isso é que Deus é Soberano!Por em prática "esse parâmetro equinânime" é que é difícil para cada um de nós, humanos...Por isso a importância de se conhecer a Lei e sentirmos o amor de Deus por cada um de nós em Seu Universo... E, sem tirar o grande mérito da cultura, sermos ensinados a raciocinar, compreender e amar o esforço de poucos em benefício de muitos...Mas, "quase ninguém tem tempo" para apreciar o que verdadeiramente é belo, natural e importante...snif, snif!!! Ou ainda, estamos sendo "lesados" quanto "ao ensino". Taí o resultado: Ou eu faço parte da "Coorporação" ou sou riscada do mapa! Eca! Como vou fazer parte dessa "Coorporação" se me foi injustamente me negado o direito? E se o direito fosse me dado agora, eu iria compactuar com tamanha injustiça que é essa "Coorporação"? Pode ser que a Escrita de Deus esteja certa em linhas tortas... cabe aos humanos "alinhar" estas linhas em busca de Deus!
25/10/2010 às 21:17 #88345AcáciaMembroOu melhor, em busca de Deus não, em busca do seu amor. Talvez o começo esteja justamente na vontade de ter e exercer a Justiça! (Justiça conforme o que entendo por Justiça)… Ai, ai, ai… O que fazer para convencer os ateus? É fácil! Boa parte do que aprendi sobre o amor de Deus foi através deles mesmos. Pena que eles não se dêem conta disso… :cray_mini2:
26/10/2010 às 0:20 #88346BrasilMembroPara mim, a justiça se por um lado é aquilo que se constrói pela cultura (vejam aí o conceito moral) por outro lado, tal construção nada mais é do que revelação (não num sentido religioso), desvelamos aquilo que sempre foi mas não nos era claro.
Não entendi. Como assim: “desvelamos aquilo que sempre foi”?
26/10/2010 às 0:42 #88347BrasilMembroPode ser que a Escrita de Deus esteja certa em linhas tortas... cabe aos humanos "alinhar" estas linhas em busca de Deus!
Isso quer dizer o que? Que devemos “desentortar” os escritos? O que seria mais apropriado chamar de: “distorcer o que está escrito nos livros ditos sagrados, para desta forma chegarmos ao que desejamos”.Neste caso ainda é preciso escolher qual livro irá ser distorcido.Na verdade há uma corrente que acredita que deveríamos distorcer todos os livros sagrados para assim podermos chegar ao que desejamos.
26/10/2010 às 3:23 #88348AcáciaMembroPode ser que a Escrita de Deus esteja certa em linhas tortas... cabe aos humanos "alinhar" estas linhas em busca de Deus!
Isso quer dizer o que? Que devemos “desentortar” os escritos? O que seria mais apropriado chamar de: “distorcer o que está escrito nos livros ditos sagrados, para desta forma chegarmos ao que desejamos”.Neste caso ainda é preciso escolher qual livro irá ser distorcido.Na verdade há uma corrente que acredita que deveríamos distorcer todos os livros sagrados para assim podermos chegar ao que desejamos.
O que eu quis dizer é justamente o inverso: Que o homem páre de desejar tanto e passe a refletir melhor sobre quem ele é, onde ele está e de que forma ele pode ser grato Àquele que o criou e o que ele pode fazer para proporcionar um meio mais justo e feliz para cada um! Nada mais eu quis dizer em "alinhar" estas linhas em busca do Amor de Deus!Abraços... Au revoir...
26/10/2010 às 9:54 #88349ppauloMembroPrezado Brasil,Tens toda razão, ficou horrível o post. Teria ficado melhor assim:Se por um prisma a justiça é uma construção histórico-cultural, por outro, podemos entender que esta construção é nada mais do que o descobrimento de algo que à primeira vista estava enterrado. O que descobrimos ou vamos descobrindo são caminhos para atingir a equidade, ao longo do tempo tentamos definir o parâmetro do que seria equinânime.Por isso, a moral de determinada época com certeza exerce influência, mas apenas num sentido de nos deixar mais próximos ou mais distantes da equidade. Resta aí explicado porque para mim a justiça tem um conceito absoluto em si.
05/11/2010 às 3:16 #88350BrasilMembroSe por um prisma a justiça é uma construção histórico-cultural, por outro, podemos entender que esta construção é nada mais do que o descobrimento de algo que à primeira vista estava enterrado. O que descobrimos ou vamos descobrindo são caminhos para atingir a equidade, ao longo do tempo tentamos definir o parâmetro do que seria equinânime.
Há uma tênue linha que demarca a diferença entre descobrir e construir caminhos para atingir a equidade.Em última análise a justiça são conceitos. E ela se faz efetiva através das leis e do cumprimento delas e, estas devem ser construídas e não descobertas.O descobrimento de um parâmetro entendido como equânime só se traduz efetivamente em justiça a partir do momento em que é socialmente reconhecido. Aí está a construção de um conceito. A descoberta de um conceito pode perfeitamente decorrer de experiência ou reflexão individual; descoberta contemplada por um único sujeito. Desta forma, os critérios usados para conceber esta descoberta podem ser muito pessoais, e com isto, aquilo que individualmente se considera justo, pode ficar muito longe da equidade. Já a construção histórica, cultural e regional de conceitos ditos equânimes, o que poderíamos chamar de justiça, passa necessariamente pelo crivo do conhecimento horizontal e vertical da maioria das pessoas, o que serve para estabelecer o que são excessos, aclarar as omissões, apontar as exceções e alcançar as mais remotas situações.Não é um “auditório universal” quem estabelece o que é justo e sim a extensão e a profundidade do conhecimento ao longo do tempo. É a tal “sabedoria popular”, termo exaustivamente usado inclusive juridicamente. Entre “descobrir” e “construir” parâmetros equânimes, penso que “construir” é o termo mais apropriado.
Resta aí explicado porque para mim a justiça tem um conceito absoluto em si.
Outro aspecto que em minha opinião afasta a ideia de ”descobrir a equidade” é o fato de que a história nada mais é que uma sucessão de eventos contingentes.Desta forma, não poderia a justiça ter um conceito absoluto em si, uma vez que é a contingência dos fatos e o respectivo conhecimento horizontal e vertical destes fatos quem determina o que é justo e injusto.A menos que se acredite que a contingência dos fatos seja pura predestinação... Mas desta forma não dá pra desvincular este seu conceito de justiça, da visão religiosa ou mística, como o amigo fez questão de frisar quando disse: “(não num sentido religioso)”.
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