Início › Fóruns › Questões sobre Filosofia em geral › Você acha que existe um Deus? › Determinismo ou livre-arbitrio?
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16/03/2003 às 0:33 #73608Miguel (admin)Mestre
Márcio,
Bobagem ter que explicar isso, mas “quem” foi o pronome que usei para designar o autor da questão, no caso “Alex”, certo? Por que o comentário inócuo? Nem precisa responder, ninguém tem interesse nisso.
Sim, homem limitado a discursar. Cite-me um exemplo que refute minha afirmação.
Nada razoável sua definição, pra ser sincero. Valiosa a dica do Afonso, quem me lembrou Heidegger. (Indico:http://www.existencialismo.org.br/jornalexistencial/rita.htm. Artigo interessante da filósofa Rita Josélia da Capela Pinheiro).
Aliás, a matemática não passa de um discurso, deixe-me dizer-lhe. Não confunda, amigo: não quero dizer que ela seja inútil, somente afirmar que não passa de mais uma de nossas invenções, criação admirável, diga-se de passagem. Sou fã de Cantor e cia. O que buscamos (o que eu busco) aqui justamente é algo diferente disso, algo que não seja nossa invenção, o transcendente, o externo ao homem, DEUS. Se tudo o que a ( a minha mente? ou qualquer mente? A que mente referias-te?) mente processa existe, conforme colocaste, a inexistência(o fato) de Deus também existe, fato processável por qualquer mente, o que é um absurdo – utilizando-me um pouco da “tua” lógica…
Finalmente, não quero saber qual a função do credo em Deus, nem sua importância para as pessoas, mas se ele existe… pra isso, primeiramente, preciso saber, e pergunto novamente a todos:
O QUE SIGNIFICA EXISTIR??
18/03/2003 às 20:25 #73609Miguel (admin)Mestreachei interessante, que certa vez li em alguma superinteressante, que tinham criado uma calculadora usando somente um único neoronio de sangue-suga.
Eu acredito que a biologia tem um incrivel potencial inesplorado. Porisso não acredito que máquinas nos substituirão, ainda falta muito para elas chegarem, ao nosso nível.( apesar de seja uma crença pessoal, pois é possível que as máquinas mesmo sendo mais “burras” nos substituam )
Mas seria interessante no futuro as pessoas caregando um cerebro numa mala no lugar de laptop.
E já que implante de materia inorganica traz regeição, com as novas tecnologias de clone e sei lá mais o que, talvez as pessoas possam fazer implantes de neuronios, com sue próprio DNA.Se eu não acreditasse na teoria do “sim e não”, eu diria que acreditava que o mundo seguia padrões tão complexos que nós não conseguimos descobrir, mas que um dia talvez seria possível matematizar.
A cópia não é algo ruim, mesmo que copiemos discursos alheios, não fazemos só como editores de texto: “cut – paste”, vamos além.
Nós não só percebemos o mundo mas também o ligamos a outras idéias tecendo iéias mais complexas, ou seja lá o que for que nosso cerebro faz. (cerebro – Ôh caixinha maravilhosa, viu)EXISTIR? O que significa?, sinceramente, eu não sei, eu tenho minha própria idéia do que seja. (muito abstrata pra explicar).
Mas digamos que eu a definisse como marcio o fez “tudo que a mente proscessa”, se voce for chato mesmo vai ficar me perguntando: “o que é proscessar?”.
E explicações após explicações, iriamos somente dar voltas, pois nenhuma palavra tem significado concreto.
E por fim, baseado na minha crença, tudo tem sentido nenhum e transcende o sentido próprio individual.18/03/2003 às 22:46 #73610Miguel (admin)MestreCorreto, “confidencial”, mas minha pergunta teve uma intenção. Primeiramente, desapaixonar a discussão sobre o tema. As pessoas discutem a existência e a inexistência de Deus sem se dar conta que podem estar falando sobre conceitos diferentes! Exemplificando: se o Marcio pensa (sem declarar) que o que existe “é o que a mente processa”, inobstante a vagueza de sua definição, deduzível é o seu credo em Deus, ja que, obviamente, fácil é a qualquer mente criar uma idéia de Deus; outro poderia pensar que existir é “possuir condições de influenciar o universo”, logo assim declarar que não acredita na existência de Deus, pois não tem nem vislumbra qualquer prova de uma influência de Deus no universo; de modo simplificado, diria que apenas a matéria teria tal condição. E aí o Márcio e o outro ficam discutindo Deus num diálogo de surdos, desatentos ao ponto do qual discordam: o conceito de existência.
Quero convencê-los que nessa discussão o ponto crucial não é Deus em si ou seus atributos, mas o conceito de existência. Estou longe de querer desviar a discussão; quero clarificá-la.
E então, quem se habilita a responder-nos:O QUE SIGNIFICA EXISTIR?
Abraços!
20/03/2003 às 3:41 #73611márcioMembroOla Filho de Deus. Vejo que nao deu certo minha abordagem “condenando” a linguistica.
Estou mais para “a limitacao do discurso do homem” do que para “o homem esta limitado a discursar”. Mas como voce mencionou, esse seria topico secundario neste momento.
Sobre a existencia ou nao de Deus: Ja discuti sobre isso e a conclusao que cheguei é que a ultima coisa que eu gostaria seria de mudar a fé de uma pessoa na sua Divindade.
Sobre EXISTIR é tudo aquilo que a mente processa, gera, cria, imagina, ilude: Estamos mergulhados numa ilusao gerada pela nossa mente.
Sobre o paradoxo “a existencia da inexistencia”: Posso imaginar um lugar tao maldito que nem mesmo Deus existiria em tal lugar. Eu posso. É um direito que eu tenho. Ninguem pode me impedir disso. Ninguem pode entrar na minha mente e mudar isso. E na minha mente, esse lugar seria real. Ele existe. E Deus nao existe la.
Abracos,
20/03/2003 às 22:14 #73612Miguel (admin)MestreMarcio!
Garoto perspicaz! Viu que não seria razoável atacar minha postura, digamos “homem limitado a discursar” discursando… muito bem!
Tu não queres mudar a fé de quem quer que seja… e eu não quero dialogar por nada. Quero concluir pensamentos. Para isso, no momento, preciso do conceito de existência, repito pela n-ésima vez. O teu não vale, se for verdadeiro (não é engraçado?), já que estarias, segundo tua declaração, mergulhado numa ilusão. Como alguém mergulhado em ilusão pode definir algo, ainda mais algo verdadeiro – como o fato de estar mergulhado em ilusão? A consciência do “Estado de Ilusão” é absolutamente incompatível com o próprio estado de ilusão. Compreendeste?
A imaginação tudo pode Marcio, sabemos disso. Só não pode, ou ao menos não deve, nos enganar. Se não te importas com isso, aconselho a ti (se é que isso te representa uma novidade) o atalho químico – drogas. Seria mais divertido pra ti.
Mais uma vez: Deus existe, Deus inexiste???? Primeiro, o que significa existir.
Abraço!
21/03/2003 às 14:05 #73613Miguel (admin)MestreUma vez quando me debruçava sobre as leituras do materialismo histórico li uma frase + ou – assim: Que o homem nunca colova para si problemas ao qual não pudesse resolvê-los! acho que a frase é de Marx (não tenho certeza)!
Pois bem, talvez a resposta que procuras, você mesmo a possua. falta só o “trabalho de parto” mas como nunca me debrucei até agora nos Dialogos de Platão, não tenho uma técnica maieutica muito afinada.
Mas para dizer que não respondi nada: eu poderia dizer que o homem é apenas química do carbono! O que não satisfaria à classe dos eruditos!
Pois bem ontem antes de dormir fiquei pensando na pergunta e o que me veio vasculhando a minha mente que já não é uma tabula rasa,porém, nem tão cheia, cheguei a um pensamento: O homem poderia ser um gigante, ou um ser microscopico dependento do referencial, mas como esses referenciais não existem, nós somos os referenciais, ou seja existir é ser o referencial.
Como eu sei que o pensamento vai ser refutado, vai ser um trabalho de parto par mim também!
Saudações;
21/03/2003 às 20:38 #73614Miguel (admin)MestreCaro Jose,
Interessante essa frase… acho que não é de Marx, mas também não tenho certeza!
Porém, logicamente, sua afirmação não é absoluta… se o problema for viajar a uma velocidade n vezes superior a da luz, por exemplo, este é um problema, haverás de concordar comigo, insolúvel a quem propor… ou fabricar um motor auto sustentável… pensando bem, é uma frase boba, pois é bem fácil imaginar coisas impossíveis de serem realizadas, não?
Não perguntei o que é o homem… de qualquer maneira, tenho certeza de que não acreditas na tua resposta… afinal, com ela estarias autorizando-me indiretamente a disparar uma metralhadora contra tua cabeça… isso se fosses um mero amontoado de matéria, o que, sabemos, não é verdade…
Sim, “pari” a minha resposta (colocarei-a em outra oportunidade, explicando, em razão dela, por que julgo impossível a inexistência de Deus)… perguntei porque gostaria de ouvir outras…
“mas como esses referenciais não existem, nós somos os referenciais, ou seja existir é ser o referencial”.
Não existem referenciais… existir é ser o referencial… existir é não existir?
Aguardem, em breve:
– O que é existir?
– Por que Deus existe?
– No que tal conclusão pode influenciar tua vida?Abraços!
22/03/2003 às 0:32 #73615Miguel (admin)MestreNão gosto de ficar aumentando “querelas” minhas intervenções nesse fórun são na maioria das vezes para tentar responder a pergunta do tópico!
Mas, vamos lá: talvez um problema não tenha sido resolvido até agora, mas não duvido de uma solução. Este da velocidade da luz por exemplo: talvez Halkin (desculpe se grafei errado, mas é aquele da cadeira de rodas)que mexe com isso
esteja perto da solução. Mas posso imaginar estár em qualquer lugar do universo e estarei lá mais rápido que a luz! parece-me que o pensamento tem haver com fotons, sei lá
Minha visão do homem é esta mesmo: química, evolucionista, primata e cultural.
Você não me daria um tiro porque iria preso! só por isso! não por causa da ética ou da moral (não estou dizendo que você não possua valores éticos ou morais).
O existencialismo para mim é mais um modo de vida, “o modo de vida dos filosofos” que para não admitirem serem catolicos, protenstantes, budistas etc… adotam esta teoria.
Mas estou esperando as conclusões quem sabe posso mudar a minha vida novamente!
abraços!
22/03/2003 às 4:19 #73616Miguel (admin)MestreJose!
Ilustradora sua colocação sobre “o que não gostas”, parabéns. Indo ao assunto…
Um dos problemas que coloquei como impossíveis – refutando a afirmação de que o homem não consegue propor a si mesmo probemas impossíveis – tu tentaste refutar com um “talvez”? Que, mesmo assim, seria uma aproximação da solução? Além da pitada de humor nela intrínseca, não vejo nada a mais o que possa acrescentar a mim tal declaração.
Tua visão do homem é pobre e equivocada, desculpe as duras palavras… além de contraditória, ja que uma hora colocas o homem como “referencial”, noutra hora como uma mera conseqüência do acaso, física, química. Devo alertá-lo que minhas concepções não excluem, em qualquer momento, tua visão de homem, a qual classificaria como parcial.
O que é o existencialismo pra ti? Não me lembro de ter perguntado isso. Parece-me que concluíste equivocadamente minha filiação doutrinária. Penso que Sartre foi um tolo.
Aguardem as concepções que irão mudar vossas histórias de vida!
Abraços!
22/03/2003 às 19:16 #73617Miguel (admin)MestreFilho de Deus
Ainda sim, acridito nas soluções dos problemas propostos pelos homens!( mesmo com todas as limitações “kantianas” do nosso entendimento) aliás se fosse fácil resolve-los não seria um problema.
A mera “consequencia do acaso, física, química,” se tornou referencial, porque saiu do parcial (matéiria inanimada) para uma matéria metabólica
o que não nos diferenciaria ainda dos outros animais.Foi aí que certas caracteristicas como: um polegar oposto aos outros dedos, um cérebro mais desenvolvido etc… começaram a fazer a diferença originando um animal hibrido que não pode ser explicado somente pelo químico – biológico mas também cultural. (Se tornando o referencial – consciencia de si mesmo e dos outros)
Posso até ter intuído tua “filiação doutrinária” mas preferi generalizar.
Gosto de Sartre mais da sua aproximação com o Marxismo.
Parece que nessa nossa “querela” muitas coisas vão ser paridas
Uma vez um “forista” talvez o melhor que já passou por aqui me disse: “aprendo com aqueles o qual discordo” É o que mais acontece comigo aqui.
Abraços!
26/03/2003 às 22:25 #73618Miguel (admin)MestreJose,
Acreditas em possíveis futuras soluções, logo admites a possibilidade da proposição de problemas impossíveis – num primeiro momento – que exigirão as soluções a serem conseguidas – num segundo momento. O segundo momento é indeterminado, o que me permite dizer, ao menos agora, que determinado problema é de impossível solução. Entretanto existem problemas fáceis de serem resolvidos! Joana tinha uma bala de menta. Ganhou outra bala de menta da vovó. Quantas balas de menta tem agora Joana? Duas. Problema é aquilo que exige uma solução, independentemente dela ser fácil ou difícil.
Não excluí em qualquer momento a teoria evolucionista, muito menos o viés cultural do ser humano, sua principal dimensão, aliás. Quero deixar claro é que em se tratando de religião (no sentido puramente gramatical da palavra) o aspecto biológico fica em segundo plano. Denuncio aqui minha propensão a defender o livre arbítrio, notem. Talvez, Jose, estejas mais convencido de que o determinismo seja a verdade…
Que nossa querela renda frutos!
Abraços!
27/03/2003 às 13:06 #73619Miguel (admin)MestreTalvez se ficarmos enunciando problemas de fácil solução ou de díficil (impossíveis como colocas)não chegaremos muito longe!
Talvez partindo dos métodos para resolvê-los podemos avançar até um consenso!
Talvez, por isso, a indução seja muito criticada e por outro lado a dedução seja aceita, pois parte de póstulados, axiomas etc..
Na parte de determinismo ou livre arbítrio fico com os dois! pois como já foi dito “não posso sair por aí voando”. Porém mesmo excluindo algumas, dentro das possibilidades que eu tenho, existem infinitas!
desculpe se viajei de mais nos meus próprios pensamentos!
Saudações!
29/03/2003 às 21:07 #73620Miguel (admin)MestreCAROS SRS.
ESTA QUERELA INICIADA PELO QUE SE DENOMINA “FILHO DE DEUS” (NÃO SOMOS TODOS?) NÃO ESTÁ AVANCANDO MUITO, POIS OS DEBATEDORES PARTEM DE PRESSUPOSTOS DIFERENTES, VCS ESTÃO DISCUTINDO SOBRE CONSEQUÊNCIAS E NÃO SOBRE AS CAUSAS, O QUE ESTÁ EM JOGO NÃO É APENAS A QUESTÃO DETERMINISMO X LIVRE-ARBÍTRIO, MAS SIM A PRÓPRIA CONCEPÇÃO DE UNIVERSO E DE “SER”, OU SEJA, “AQUILO QUE EXISTE”, OU “QUOD QUID ERAT ESSE”.
Quanto à existência inequívoca de Deus, cabe aqui a pergunta: QUAL É A CONCEPÇÃO QUE SE TEM DE DEUS?
Um Deus transcendente, criador e governante de tudo o que EXISTE?
Ou um Deus imanente, o único que é causa de si e de tudo o que existe?
Volto a sugerir que SPINOZA tem um papel relevante neste tema.
Podemos começar com :
” Por causa de si entendo aquilo cuja essência envolve a existência: ou por outras palavras, aquilo cuja natureza não pode ser concebida como inexistente.” (SPINOZA, ÉTHICA,I, def. 1 )
O ser que é causa de si (ou “causa sui”) nada mais é do que o ser absolutamente infinito, ou a substância incriada que consta de infinitos atributos, cada um dos quais exprime uma essência eterna e infinita( Et.,I, DEF. 6), ou seja DEUS.}29/03/2003 às 23:06 #73621Miguel (admin)MestreJosé,
Justamente! O que proponho é um método claro para esclarecer (não encerrar, seria muita pretensão, na verdade uma tolice) as discussões sobre a existência de Deus e a devida prevalência que eventualmente devemos conferir ao livre-arbítrio ou ao determinismo – percebe que aceito os dois critérios, mas ressalto a necessidade de se entender que sempre há a preponderância dum ou outro em nossa vida.
Elio,
Sim, somos todos filhos de Deus, logo posso usar a alcunha, certo?
Quero exatamente explicitar essa inconsistência da maioria das discussões sobre este tema: a diferença de pressupostos. Num ponto conseguiste me convencer, deve ser concomitante à discussão sobre a natureza de Deus (imanência X transcendência) o debate sobre conceito de existência.Estou com muita ressaca, continuo depois.
Abraços!
31/03/2003 às 17:34 #73622Miguel (admin)MestreElio,
Também gosto da teoria de Espinoza, “monista, panteísta”, já que não me considero um ser a parte do universo, já que faço parte do mesmo.
Mas prefiro ficar por aqui, não vou fazer como Sócrates e Descartes, pois a virada Kantiana não me deixa prosseguir e chegar até Deus; mas se vcs quiserem tentar…
Aguardo novas mensagens
Abraços;
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