Qual o sentido da vida?

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  • #72917
    mceus
    Membro

    Se houvesse uma prova de alguma coisa, essa seria tão viciada quanto as tentativas de se provar algo. Penso como uma formiga, num formigueiro, vendo humanos nos estudando, olhando-nos, e nós, formigas, com nossas verdades, com nossos valores, com nossa miopia forçada pela própria doença social, nossa imaginação decorrente de nossos medos e anseios de uma vida mais prazerosa, tentamos explicar o mundo e seu sentido quanto a vida. O que proponho é a dúvida, não a certeza. O que proponho é o desapego das verdades. Não precisamos de provas, precisamos de pessoas que as procurem.
    Abraços a todos, e cada vez mais me surpreendo com este forum de debate. Parabéns a todos.

    #72918
    márcio
    Membro

    Acredito que ninguem tenha falado em provas, ou pelo menos, nao foi essa minha intencao. Estamos apenas filosofando. Quanto a Ciencia, como estamos imersos em uma sociedade baseada em tecnologia, é natural que tenhamos uma certa influencia vinda dela. Nao deveriamos ser impedidos de usar (ou talvez, apoiar-se em) alguns de seus “achados”, mas tambem, nao deveriamos ser impedidos de raciocionar simplesmente porque a Ciencia ainda nao achou algo.
    E nao deveriamos perder uma linha de raciocinio, simplesmente por que exista uma discordia com relacao a, por exemplo, o tamanho do Universo (sei la).

    Na minha opiniao, estariamos usando uma das capacidades mais interessantes do nosso cerebro: Pensar livremente (seria filosofar uma traducao de pensar livremente?).

    Tampouco precisamos das referencias. Precisamos das ideias delas.
    E com o relacionamento (logico) entre elas, ir montando outras. Sem um dono em particular. Sem um vencedor. Se houver uma derivacao, nao existe o menor problema. Seguimos as duas. Uma delas pode acabar em um beco sem saida ? novamente, sem problemas.

    Vamos imaginar, que a ciencia vá somente provar que existe uma separacao fisica entre a mente e o corpo, digamos … apenas no proximo seculo. Que fazer ? Ficarmos sentados assistindo televisao ate la. Ou podemos imaginar agora, por exemplo 3 hipoteses: SIM, NAO e Meio-a-Meio (uma delas pode ate ter uma chance de estar certa). Podemos iniciar 3 discussoes distintas. Nao vejo problema.

    [mceus]
    “1- O que proponho é a dúvida,”
    “2- não a certeza.”
    “3- O que proponho é o desapego das verdades.”
    “4- Não precisamos de provas.”
    “5- Precisamos de pessoas que as procurem.”

    Gostaria de filosofar um pouco sobre alguns esses pontos que voce colocou:

    1- Duvida. O que fazer diante da duvida ? Parar ? Buscar as provas ? Contorna-la com a imaginacao ? Seguir todos os caminhos descortinados pela duvida ? (nosso cerebro permite isso, nao ?) O que fazer ?

    2- Certeza. Deve vir da palavra Certo. Isso esta certo ? Nao tenho certeza. Voce esta em duvida ? O que fazer ? Vamos fazer um acordo: vamos admitir temporariamente, que esta certo e vamos continuar o nosso raciocinio. Se la na frente aparecer um problema, a origem pode ter sido aqui. Voltamos e corrigimos. Seria certeza, um acordo implicito entre 2 pessoas ?

    3- Verdades. Seria a verdade, um acordo implicito entre 2 pessoas ?
    Sera que é por isso que fugimos de assuntos polemicos ? Nao gostamos de fazer acordos. Acordo implica em obrigacao. Para que assumir mais obrigacao ?

    4- Provas. Nao entendo de filosofia ou ciencia, mas diria algo como: Na ciencia, as provas ligam os fatos. Na filosofia, a logica (ou talvez o bom senso) ligam os pensamentos.
    Nao estaria aqui, a Logica sendo confundida com as Provas ?

    Abracos

    #72919
    márcio
    Membro

    Livre-Arbitrio. Permita-me colocar 2 afirmacoes (somente ideias, nao sao nem verdades, nem certezas).

    Uma mais fisica propriamente dita e outra mais, eterea:

    1- O livre-arbitrio termina, onde comeca o instinto.
    2- O livre-arbitrio termina, onde comeca a consciencia.

    De forma pragmatica, eu traduziria isso do seguinte modo: Voce pode por a mao no fogo, mas voce nao poe. Voce pode pisar em uma formiga, mas voce nao pisa.

    Abracos

    #72920
    iha
    Membro

    Marcio, posso tirar de cara 2 aspectos da sua mensagem:
    1) Matrix é um p.uta filmaço (hehe.. assisti 14 vezes);
    2) Filosofia não dá grana.

    Quando eu falei de revolução, pensava no andamento em que as pessoas fossem abrindo os olhos, porém, isto está cada vez mais difícil. Acontece o contrário, como vc falou, a competição. É horrível isso.

    Ps: eu ainda não to entendendo onde os caras querem chegar com essa discussão corpo/mente.

    #72921
    mceus
    Membro

    Interessante a forma em que aborda o tema, mas e se não tivermos um término do livre-arbítrio pelo simples fato dele não existir, e se pisamos numa formiga ou colocamos a mão no fogo é pq há um motivo para isso, e não houve uma escolha, entende? Talvez não consigamos entender os motivos das coisas, então achamos que temos como escolher. Exemplificando grosseiramente, muitos podem dizer “eu caso com quem eu quiser” mas na verdade não é bem assim, não é? Espero ter sido mais claro.
    Abraços.
    Ao Iha, tbm achei Matrix um filme muito interessante, um belo exemplo da caverna de platão, mas 14x é engraçado (rs)

    #72922
    mceus
    Membro

    Talvez, se vcs tbm assim acharem, seria interessante discutirmos se há um livre-arbítrio ou não, pois se houver, o sentido da vida é variável, se não houver, creio que seja concreto, uno. O que vcs acham?

    #72923
    márcio
    Membro

    mceus, gostei, mas para facilitar meu entendimento, me permita reordenar suas palavras:

    [Acho que tenho escolha, mas na verdade nao tenho e nem ao menos consigo perceber isso.]

    Se a palavra “escolha” puder ser substituida pela “livre-arbitrio”, entao, nao temos tanto livre-arbitrio assim, certo ?

    Eu particularmente, entendo que exista um livre-arbitrio parcial, limitado, o que faz com que a palavra livre-arbitrio para mim, nao signifique muita coisa, mas estou com a mente aberta para todas as possibilidades, afinal as pessoas usam muito essa palavra.

    Principalmente, continuo curioso (e sem entender), sobre a logica com a qual voce relaciona “sentido da vida” com “livre-arbitrio”.

    Enquanto isso, buscando naquele bate-boca sobre mente/corpo e nessas 2 ultimas afirmacoes, temos:
    “se há um sentido da vida, não haveria livre-arbítrio”.
    “se houver [livre-arbitrio], o sentido da vida é variável,”
    “se não houver [livre-arbitrio], creio que [o sentido da vida] seja concreto, uno.”

    O que seria um sentido da vida concreto, uno ?

    Abracos

    #72924
    mceus
    Membro

    Ok Marcio, veja, admitindo que o livre-arbitrio é a manifestaçao da consciencia livre para escolher, sem influencia externa de nada, por exemplo, eu posso por a mão no fogo ou não, EU decido, tenho em mim o livre-arbitrio e a liberdade de escolher o que eu quero. Esse seria o livre-arbitrio tao difundido pela religiao cristã, por isso que o homem pode escolher o bem ou o mal, entende? Agora, se não tivermos esse livre-arbitrio? Se tudo tiver um motivo? Embora muitos sejam obscuros? Entao o fim, a posicao teleologica das coisas, é unico, concreto, certo, e o problema é apenas a nossa incompreensão das coisas. E assim o sentido da vida seria desprovido de decisões aleatorias, do acaso, do variavel, e nao teriamos como afeta-lo em nada. Se nao fui claro, pergunte…
    um abracao

    #72925
    vinny
    Membro

    Olha que interessante isso, que perigo…

    “Existe um outro tipo de tentação, mais perigosa ainda. Essa é a doença da curiosidade (…) É ela que nos leva a tentar descobrir os segredos da natureza, aqueles segredos que estão além da nossa compreensão, que não nos podem trazer nada e que os homens não devem desejar aprender (…) Nessa imensa selva, cheia de armadilhas e perigos, em tenho me afastado, e me mantido longe desses espinhos. No meio de todas essas coisas que flutuam incessantemente à minha volta no dia a dia, nada jamais me surpreende, e eu nunca sou tomado por um desejo genuíno de estudá-las (…) Eu não sonho mais com as estrelas.”
    Aurélio Agostinho (Santo Agostinho), Bispo de Hipona, cuja morte, em 430 d.C. marca o início da idade das trevas na Europa. (cit. em Sagan, C. “The Dragons of Eden”, p247.)

    #72926
    márcio
    Membro

    mceus, desculpe a minha forma de raciocinio, mas traduzi o que pude de suas palavras para as sequintes equacoes:

    EQ1 = A falta de Livre-Arbitrio (implica que) tudo tem motivo [pre-determinado] e a finalidade é unica.

    EQ2 = (Com) o Livre-Arbitrio o Sentido da Vida (Contem) Decisoes Aleatorias e como estas (Afetam) o Sentido da Vida entao o fato de te-las implica que (??).

    EQ3 = (Sem) o Livre-Arbitrio o Sentido da Vida (Nao Contem) Decisoes Aleatorias e como estas (Afetam) o Sentido da Vida entao o fato de nao te-las implica que tudo tem motivo [pre-determinado] e a finalidade é unica.

    Comentarios:

    1- Concordo com a EQ1, e entendo que a finalidade seja MANTER A VIDA.
    2- Como pode ver, nao consegui completar a EQ2.
    3- Nao sei se contrui corretamente a EQ3. Se sim, acho que nao consigo compreende-la, mas me parece bastante com a EQ1 (que nao possui a variavel Sentido da Vida).

    Teria como tirar esse no ?

    Abracos,

    #72927
    mceus
    Membro

    EQ2: …(Afetam) o Sentido da Vida entao o fato de te-las implica…Em vários e indeterminados sentidos da vida. Bom, eu não saberia como isso poderia acontecer, e que sentidos poderiamos ter da vida. Mas o que eu sei?
    Gosto da forma com que coloca as coisas, parece uma aula de lógica…
    Um abraço

    #72928

    Olá Márcio

    – Equilíbrio seria o ponto em que todos os seres teriam direito a vida e a morte sem a interferência de outro ser que não faça parte do seu eco-sistema (principalmente o ser humano, que gosta de se meter em tudo).
    – Realmente não nos tornamos um câncer para o universo, apenas acreditamos ser os únicos seres “inteligentes” nele. Será que somos mesmo? Podemos ser até os primeiros, mas será que seremos os únicos?
    – O que é um câncer senão uma célula que cresce desgovernadamente. Se não conseguirmos parar de crescer, iremos matar esta natureza (que por sinal já está bem destruída) e tudo teria que começar novamente neste planeta que um dia acabará naturalmente.
    – Agora mudando de ótica, o sentido da vida humana é o da conquista. O ser humano quer ter o poder sobre tudo e não se conforma em um dia deixar de existir, por mais que tente manter a vida ele sabe que se não conquistar outros mundos perecerá junto com este planeta.

    Phineas

    #72929

    A vida possui não um Sentido; mas dois. É Sentido quando batalhamos por um desejo, quando procuramos respostas para questões que nos movem em uma escalada vital; é a jornada. Terminada a jornada, percebemos o sentido final: juntar-se com a Terra, onde realizamos feitos(benéficos) inteiramente voltados ao meio natural, esperando uma reciprocidade. Devemos tomar cuidado com o livre-arbítrio, não podendo esse invadir a integridade(física ou ideal) de outro ser, humano ou não-humano. Uma pergunta surge: temos o livre-arbítrio uma vez que devemos respeitar a regra de um coletivo? A resposta é sim, temos o livre-arbítrio. Podemos ter qualquer atitude, realizar qualquer feito, benéfico ou não para a coletividade, pois sempre teremos uma conseqüência. Sendo assim, é vantagem observar uma regra, até mesmo para nos protegermos, ao invés de agredir o coletivo com alguma ação de livre-arbítrio.

    Um grande abraço a todos.

    #72930
    márcio
    Membro

    Ola [iha]. Realmente, Matrix é muito bom e foi uma boa idea fazer um paralelo atraves dele.

    VR = Realidade Virtual

    1- VR Hoje – As pessoas (reais) sao representadas em um “meio ambiente” (virtual) por um “avatar” (virtual). Um “avatar” é um modelo geometrico 3D. Pode ser um modelo texturizado, de forma a representar fielmente a sua aparencia real, ou pode ser qualquer coisa (uma bola por exemplo). Voce interage de forma bi-direcional nesse meio, atraves de microfones, altofalantes, teclado, video, sensores de movimento (luvas, etc).
    Alguns ambientes interessantes de VR na internet sao http://www.cybertown.com e http://www.activeworlds.com. Durante o dia voce encontra em torno de 500 pessoas, “perambulando” por lá.

    2- VR Amanha (em prototipagem hoje) – Idem, porem as pessoas interagem uni-direcionalmente com o meio ambiente atraves de sensores colocados na cabeca (semelhante aos terminais dos eletroencefalogramas). Uni-direcional, porque conseguimos apenas enviar sinais para a CPU. Para o retorno (som e video principalmente), continuam sendo usados alto-falantes e monitores de video.

    3- VR Matrix – Idem, porem a interacao é bi-direcional (alem do fato das pessoas estarem com o resto do corpo, desconectado do cerebro).

    Qual o ponto em comum entre o filme e a realidade, realçado pela historinha da “palpebra” do cerebro ?

    R. Assim como a nossa realidade atual, o Matrix tambem nao deixou as pessoas, entrarem em contato com a Consciencia(*).

    (*) Consciencia Central, Global, Total, qualquer que seja o nome, no caso do filme, ela é um programa chamado Matrix.

    Pergunto: POR QUE ?

    Em ambos os casos eu diria que é uma funcao de MANTER a Vida.

    É interessante notar, que no caso do filme, já que todos os cerebros estao conectados ao Matrix, nao teria sido dificil ao roteirista, “misturar” todos os pensamentos. Por que ele nao fez isso ? Sera que iriamos entender ? Sera que o roteirista iria entender ? Mesmo se entendessemos, sera que iriamos gostar ?

    Abracos

    #72931
    márcio
    Membro

    [mceus] hehe, acredite ou nao, eu tinha chegado as mesmas 2 conclusoes que voce (a 2.a seria o mesmo questionamento sobre quais sentidos seriam esses, tambem sem resposta). Somente nao escrevi, pois afinal estava apenas tentando seguir as suas pistas.

    E ai ? Alguma “conclusao” sobre o Livre-Arbitrio ?
    Eu continuo achando que ele é parcial e portanto nao ajuda muito. Vamos (vou) pensar no que o Daniel falou (ou melhor, hehe, seguir as pistas que ele esta deixando) …

    Obs: Estamos (todos) abrindo varios parentesis. Nao que seja necessario fecha-los, mas seria interessante, uma vez que a discussao é apenas o meio para se chegar a uma ideia e nao o fim propriamente dito.

    Abracos,

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