Será Deus Perfeito? – 2

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  • #76531

    Ferris,

    rapidinho …

    ref. satisfação dos desejos , era referente a leitura e contexto do que W.Blake estava se referindo, nada vinculado em relação aos desejos.

    sua crítica não tem muito a ver.

    abs.

    #76532

    Ref. 15/0502 – 3:18 pm, Karein

    K.: “a satisfação dos desejos, sem a intenção de aprisionar o gozo passageiro, estaria como dever primordial do homem” … “sua crítica não tem muito a ver”.

    São tantos flancos abertos neste vaivém, que daqui a pouco está-se dando tiro no próprio pé. Mas cuidadosamente, vai-se em frente.

    Rejeita-se o sentido “dever primordial”. Decorre que a Vida só opera por eficácias. Pode parecer até sacal esta insistência com “eficácia”, mas acontece que que ela está no âmago de tudo. Reparar que Leão estaria como eficácia para a Vida. Mas o evento leão-devorar-gazela não significaria nada para a Vida, pois tal evento teria havido durante o “fazer” de Leão, depois de Leão feito a Vida descartou de suas atenções o bichão, a prole e sua proliferação.

    Imaginar brasileiros a construirem hidroelétrica para gerar 18 MW. Até o instante anterior de entrar em funcionamento, todos os esforços foram pró eficácia “Itaipú”. Eis duas eficácia análogas: “Leão” (Vida) e “Itaipú” (Brasil).

    Até aqui tudo bem?
    Certamente!
    Vamos em frente?
    Sim, sim, toca ficha!

    Então reparar que Itaipú está com uma Energia “oferecida”, super “gostosa”. Os centros urbanos e organizações fabris vão cair-de-beiço, “desejar” pois é claro que “dispor de energia é de muito proveitoso”.
    Mas tudo tem um preço, há de se dispender algo para dispor de favores e benefícios. Então surge a Razão para transformar a Energia em alguma coisa de valor para o proveito humano.

    Recorda-se Blake: “a razão e a energia são contrários”. O automóvel fabricado simboliza energia transformada, mas evidente que todo o empreendimento está na razão humana. O automóvel somente simboliza a razão humana empregada, transformadora da energia.

    Entendeu?
    Sei não!
    Nem um tiquinho de compreensão?
    Sei lá, ué!

    Comenta-se segundo um ponto de vista:
    – o “desejo” sempre está como transformar energia em razão;
    – mas o que aparece é um objeto;
    – quanto mais apreciado o objeto maior indícios de o desejo estar satisfeito;
    – mas o objeto não é o desfecho do desejo;
    – o desfecho está na razão após o desfecho.

    Vamos exemplificar com uma situação que todo mundo entende de-cara: tudo aquilo que rola em sexualidades, junto a um casal homem-mulher aplicado em tratos íntimos, resulta num satisfazer de desejos, mas o balanço conclusivo do quanto-valeu-a-pena, estaria nos papos e sentimentos após, ou seja, nas racionalidades posteriores.

    Eia, agora sim entendi!
    Pudera, haja verbo hein?
    Nem tanto!
    (fthy; 15/05)

    #76533

    Ref. Karein, 14 de Maio de 2002 – 9:47 am:

    K.: “como razão no sentido de conter os impulsos, e não eficiente em casos de psicoses, ou desorganizações do ego,”.

    O inconsciente e o consciente teriam sido engendrados pela Vida portanto só comportariam eficácias. Acontece que desde 40 mil anos atrás teria surgido a Razão com capacidade extra de gerar eficácias com eficiências.
    O inconsciente seria alimentado pelo consciente. Com o acelerar do racional eficaz, o inconsciente passaria a receber avolumados conteúdos.
    A razão estaria voltada para lidar com fenômenos, inicialmente os fenômenos naturais mas rapidamente também os fenômenos gerados pela própria razão.
    Quando a razão racionalizasse fenômeno (resolvesse!) passaria a vigorar eficiência, e tudo ficaria numa boa. Entretanto caso a racionalização não “resolvesse” o fenômeno, ocorreriam escorregadelas para o inconsciente.
    E haveria momentos nos quais o inconsciente fustigaria o consciente com tais fenômenos irresolvidos. Comumente a razão não daria bola para a pressão que o consciente estaria a sofrer por parte do inconsciente.
    Mas a tal de pressão não seria “maldade” do inconsciente, mas sim “bondade”, ou seja, o inconsciente (papel de amigo) estaria a sinalizar presença de sobrecargas prestes a assediar o ego.

    O ego seria o primeiro afetado, não por culpa do inconsciente que estaria a fazer a sua parte no jogo da psique, mas por culpa exclusiva da razão que estaria descurada com coisas da “cozinha”, a razão estaria demasiadamente absorta com as outras “dependências” mais glamourosas.

    Como é que está?
    Esquisito!
    Quanto?
    Parece circo!
    De malabaristas?
    Não, de palhacinhos!

    Claro que o ego desorganizado representaria calcanhar-de-aquiles para a razão. Acontece que o ego estaria corda&caçamba com o consciente, enquanto que a razão estaria uma parte da consciência que seguidamente ultrapassaria o ego.

    Pô, assim tá demais!
    Exagera-se um pouco?
    Abusivamente exagerado!
    Deixa concluir?
    Humm!

    A razão entraria em processo de desconjuntamento quando o ego cedesse aos arremetimentos provindos do inconsciente. Evidente que a razão teria deixado rolar, dai que perderia a temperatura da situação. E tudo então entraria em rupturas.

    Reparar no seguinte: – a razão gera eficácias e eficiências aos borbotões; – evidente que muitos fenômenos não são resolvidos devido estado doidão da razão; – o inconsciente apara todas; – num tempo assalta o ego; – o ego sai a dar tom&som; – mais culpa da razão!

    K.: ” mais seria possível admitir um Saber patológico … ciente da não correlação com o Querer/Poder … mas detentor de Saber. (?)”.

    Evita-se entrar na seara de ego fora-de-controle. Está-se a lidar sempre em situações onde a razão permanece propensa a eficácias, o ego senhor de si. O que importa nestas mensagens é o efetivar de eficácias. Sem eficácias não há mensagem.

    A razão pode diminuir em capacidade de apresentar eficácias. É quando vai ficando por-fora, antiquada, fora-de-época. Mas com oportunidades em reestudos adequados à idade e ao estado de vivência, consegue voltar para níveis valorizados.
    [Nota: faz-se o que pode-se!]
    (fthy)

    #76534

    Ferris,

    ref. 15.05.02 (5:22pm)

    A transformação de Energia, gera a Razão, os resultantes estariam como simbolizações do produto da Razão, a eficiência se traduz nos objetos, mas não nos objetos em si, e sim naquilo que eles significam, representam, aportam, exprimem desejos construídos socialmente (racionalizados) de forma sublimar ou de desejos reprimidos; acabam sendo fetiches.

    O fetiche como apelo subjetivo: a atenção é desviada das condições sociais as quais os objetos eram feitos para os objetos em si mesmo; mistificação dos produtos. Nesse sentido, a Razão mistifica Energia.

    eficácia .-

    todas as espécies e o Humano seriam eficácias da Vida, a vida abrangeria espacialmente presenças de energia e razão (transformação da anterior); A Vida é pura eficácia.

    O inconsciente seria pura eficácia, enquanto fenômeno, ao tempo que o consciente, governado essencialmente pelo Ego estaria para Razão, é eficácia mas não estaria eficácia; é eficácia enquanto produto de , e não estaria eficácia pois gera eficiencias por conta de racionalizar eficácias.

    um bebezinho, por exemplo, … ao nascer estaria como uma eficácia para a Vida ; não compreendi porque “a mãe mimar ” seria instalar de eficácias [ref. 13.05.02 (6:12pm)].

    abs.

    #76535

    Ref. Karein 16 de Maio de 2002 – 10:14 am:

    K.: ” mãe mimar … eficácia?”.
    Caso a mãe mimasse para atender as suas fantasias consigo, seria eficácia para si. Mas caso a mãe mimasse para recompor equilíbrios em ambientes com seguranças ao filho, seria uma eficácia para com o filho. O mimar seria um re-estabelecer de autoestima, gosto por coisas, desligar de infortúnios. Evidente que a mãe deverá estar atenta para que o filho cresça e se livre dos pesadelos e dispense paulatinamente os mimos. No caso de mãe e filho “se viciarem” com situação de mimo, a eficácia pró-filho desaparece e passa a haver uma eficácia-para-si-mãe, com inevitável armar de laço sobre o filho.

    K.: “bebe ao nascer … eficácia para a Vida”.
    Entende-se assim (sempre como quadro imaginativo!): – a Evolução do Universo iniciou com o Big-Bang; – a Evolução “inventou” o Sistema Solar; – a Evolução “inventou” a Vida na Terra; – a Vida apreendeu o mecanismo evolutivo e passou a “versionar”; – “versionar” significa instalar eficácias; – aquela bicharada medonha em épocas de centenas de milhões de anos passados resultaram de eficácias; – Gaivota está dentro de infinitude de eficácias, tal como Humano; – só em insetos/invertebrados há estimativa de 8 milhões de espécies, e para as plantas estimativas de 350 mil; – evidente que cada espécie detem peculiaridades exclusivas.

    Humano está uma eficácia da Vida. Mas Humano apreendeu a metodologia da eficácia e passou a descobrir/ inventar/ versionar. Aparentemente a Vida teria levado-uma-rasteira. Caso o Humano continuasse animal de animal, provavelmente a Vida iria versionar, passar para outra coisa mais versionada.
    Pois a Vida inexiste “eficiência”, tudo é só eficácia, para versionar.
    Acontece que o Humano com a cachola ultra complexa deu um chega-pra-lá (amistoso claro!) na Vida. E então o Humano fez do nascimento de bebê uma eficácia! Eis onde residiria um drible (amigo!) na Vida. E consequentemente criar-bebê deu origem à eficiência.

    Então?
    Puxa!
    'Tá?
    Ufa!
    (fthy; 16/05)

    #76536

    Ferris,

    ref. 15.05.02 (9:02pm)

    em relação ao inconsciente/consciente/razão e rupturas há alguns pontos que não compreendi direito, a questão da sobrecarga, da desarticulação da razão em relacão ao ego, da rupturas e do por quê dessa razão menor.

    abs.

    (… )

    obs.: quero pensar mais sobre.

    #76537

    Ref. 18/05/02 – 9:57 am: Karein “quero pensar mais”.

    Está a acontecer o seguinte:
    – o propósito é “Será Deus perfeito?”;
    – para um chegar-lá adotou-se um desenvolvimento “pela eficácia”
    – adota-se premissa-processo: Evolução a partir do Big-Bang, Vida na Terra, Humano Sapiens Sapiens; eis um quadro de perfeições;
    – com tal referencial básico perfeito poderemos sair em busca da Divindade perfeita;
    – então busca-se o instrumental para a compor perfeições: eficácia;
    – quem indica a eficácia como o instrumental adequado é a Filosofia;
    – Filosofia opera com “causa primeira” e “causa final”;
    – a “causa primeira” é a eficácia;
    – buscar Divindade representa apreender a operacionalidade da eficácia;
    – eficácia está literalmente banida de instituições escolares nacionais;
    – com exceção de meia-dúzia de estabelecimentos não reveláveis.

    Então Alguém preferencia num vaivém de mensagens, enfoques com cientificidades na área da psique humana. Faz-se o que está de máximo ao alcance para evitar exclusão de tópicos mas evidente que a coisa vai emperrando, congestionar de áreas, crescer depósito de tralhas e trastes.
    Tudo devido que Psicanálise/Psicologia excluem a eficácia em suas tratativas. Evidente que entram em choque com a Filosofia. E a Filosofia está anterior às Ciências. A Filosofia estaria mais próxima dos princípios das coisas, como se fosse o último (lá no topo) módulo do foguetão do conhecimento.
    Reparar que “eficácia” não é coisa de engenharia, esportes, direito, medicina, astronomia. É coisa da filosofia.

    Quando Alguém não identifica de princípio uma eficácia em “mãe mimar filho abalado” significa que Alguém não entende bulhufas na potência sempre. Alguém está com a impressão de ter lido mal? Não leu não! Foi lido assim mesmo: “patavinas na potência sempre”. Sabe o que significa “na potência sempre”? Significa que está com a mente “sempre” interdita para instantes de imprecisão, de andar-em-fio-de-navalha-consigo.

    Na filosofia há um dito grego que constava no oráculo de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo”. Nada a ver com psicologia! Nada de sentido “conhecer-se”! Tudo a ver com “critique-te de vez em quando”, “imprecisa-te de tempo em tempo”. Evidente que nunca durante atuar profissional! No Brasil há um número reduzidíssimo de indivíduos que se apercebem do que está a dizer o oráculo grego (em várias instituições reconhecidas como mais-de-mais … ignoram!).

    Sugere-se largar-de-mão “quero pensar mais”, provavelmente vai haver um extraviar-na-floresta, ou de outro modo, vai haver um entrar-em-parafuso!

    Reparar no extraído de trecho de revista: “Entrevista de doutora em artes, e professora e crítica Bárbara H. onde relata experiências […] minha ligação com os psicanalistas começou com um grupo de oito que me procurou para estudar Shakespeare no Rio. […] Já havíamos estudado Hamlet, estávamos estudando Rei Lear, quando um dos participantes falou assim: 'Por que temos de ler Freud, se Shakespeare já disse tudo?' […] logo em São Paulo, criaram grupos para estudos shakespeareanos […] eu sempre avisava que minha leitura diferia completamente da psicanalítica …”.

    Uma figuração:
    – primeiro caso, considerar um lidar com automóvel com espírito de desmontar, trocar de peças, inovar aspectos;
    – segundo caso, considerar lidar com automóvel e ocupantes e em movimento na estrada;
    – ciências em geral abordariam o humano pelo primeiro caso, veículo em si;
    – ciências aplicadas à psique estariam a lidar pelo segundo caso;
    – no primeiro caso há perfeições, desmontam perfeitos, não há falta de eficácia;
    – no segundo caso há necessidade de eficácias.
    Agora sim ficou bem mais claro, de entender!
    Ou mais próprio para pensar acurado!
    (fthy; 18/05/2002)

    #76538

    Tudo indica que estou pegando o bonde andando já a bastante tempo, e confesso nao ter lido todas as msgs, mas por algumas que li acho que deu para perceber uma certa confusao na abordagem do tema. Pelo que entendi, a pergunta inicial seria sobre a perfeiçao de Deus. Assim, descantando as consideraçoes das Ciencias (sentido estrito) por incompetencia, farei referencia apenas à Filosofia e Teologia como competentes para abordagem do tema.

    Nao quero perder muito tempo tb com o tratamento aristotélico de analise das causas materiais, formais, eficientes e finais. O motor imovel nao é onde quero chegar.

    Partindo de Kant, Deus nao pode ser conhecido pela razao teorica, pode no maximo ser postulado da razao pratica. Logo, estao descartadas todas as provas teoricas sobre a existencia ou inexistencia de Deus.

    Fichte radicalizou a questao: Deus nao pode ser postulado nem pela razao pratica. Qualquer conceito ou pensamento limita necessariamente. Logo, pensar ou conceitualizar Deus seria limitar o infinito, desabsolutizar o absoluto.

    A teologia negativa concordaria com tudo isso: nao se pode afirmar nada de positivo acerca de Deus! As palavras humanas sao incapazes de abarcar o mistério divino. Assim, nao se pode afirmar “Deus é perfeito”, porque Deus seria “mais que perfeito”. Perfeiçao divina extrapola a ideia de perfeiçao humana. Nesse sentido se poderia apenas afirmar que “Deus é im-perfeito” (nao é limitado ao “perfeito segundo os moldes humanos”). [nao uso do termo (perfeito) por excesso de sentido]

    Sobre a imperfeiçao divina, é claro que nao se poderia afirmar que “Deus é imperfeito”. [ nao uso do termo (imperfeito) por falta de sentido]

    A conclusao obvia parece ser que sobre Deus nao se pode dizer nada. K. Jaspers e o 1º Wittgenstein concordariam.

    Todavia, partindo do 2º Wittgeinstein e outros filosofos da linguagem ordinaria, seguindo uma corrente, a linguagem é mais rica que o que se propos na argumentaçao anterior. Seu significado é dado pelo uso, e se pode fazer afirmaçoes sobre Deus sim, com base na analogia com infinitizaçao de sentido. “Deus é bom”, mas é bom por infinitizaçao, tudo o que penso como bondade, no caso da aplicaçao a Deus é pouco. Logo, é da ordem do simbolico: qd digo “Deus é luz”, isso se faz por analogia e infinitização. Idem para o caso de “Deus é perfeito”.

    Fazendo referencia agora a Kierkegaard: qq afirmaçao sobre Deus que nao seja fruto de uma experiencia é vazia de sentido.

    Conclusao: a afirmaçao “Deus é perfeito” pode ser falsa ou verdadeira, dependendo do sentido que se atribua a frase. E é vazia de sentido se nao for fruto de uma experiencia religiosa.

    []´s.

    #76539

    Ferris,

    ” Mãe mimar filho abalado ” .- discordo do instalar da eficácia do mimar, é ampla a representação do mimar, pode ir além de estabelecer suposta autoestima ou fazer parte do imaginário da mãe; pode ser atuar funcional. Discordo “da carga ” da eficácia no mimar.

    Oráculo de Delfos .-

    acolhemimento de opostos; sem destinatário nada justifica o aceno. (nada mencionado com relação a psicologia/psicanálise)

    pensar mais … e …. parafuso .-

    O caminho dos pintores , reto e curvo , é um e o mesmo. (B59)

    Heráclito nos fala que a pintura realiza plasticamente o que a filosofia recolhe no conceito; a síntese dos opostos: visual na pintura , verbal no discurso.

    OBS.: há contróversias se Heráclito referia-se a pintores ao invés de parafusos (…) sobre uma máquina de atarraxar, que leva o parafuso a fazer um caminho simultaneamente reto e curvo … a matéria tem exigências, o homem quer a linha reta, mas, ao executá-la ela se curva.

    recuso a pensar psicologia/psicanálise como tralhas e trastes por conta de não instalarem eficácias, (persiste-se em eficácias por um lado e por outro por psicanálise- eficácia /âmago da questão) … os processos psíquicos em seus aspectos dinâmicos, topográficos e econômicos são tido como representações metapsicológicas, a psique tanto oculta quanto revela …inconsciente /consciente.

    descartar-se de propostas, argumentos de teor psicanálitico ou psicológico … há formas mais delicadas do que descambar para tralhas e trastes.

    ref. figurações .-

    Segundo Jung, a personalidade é sinônimo de “totalidade do ser humano” .

    Para Jung , a personalidade ” já existe em germe na criança, mas só se desenvolverá aos poucos por meio da vida e no decurso da vida …” ; atingir a personalidade não é tarefa insignificante, mas o melhor desenvolvimento possível da totalidade de um indivíduo determinado (…) ” A personalidade no sentido da realização total de nossos ser, é um ideal inatingível …” (A Educação Estética do Homem, Schiller, 1990).

    abs.

    #76540

    Ref. Karein 18/05/02 – 10:58 pm:
    Para a “mãe mimar” realmente pode haver uma infinitude de “mimos”.
    Vamos ver um quadro: – filho propenso a perder equilíbrio emocional decorrente de uma perda de segurança; – toda mãe sente-se segura para lidar com filho com que mantém relações normais mãe-filho; – estamos a tratar de um caso normal; – o filho entabulará conversas com a mãe muito confidenciais, de segurança absoluta, mãe é mãe né?; – a mãe não poderá tolerar de modo ilimitado, mas estenderá a tolerância até grau único, natural atitude materna; – caso a mãe não consiga desenvolver raciocínios de proveito, sua assistência ficará num apoio logístico, de casa; – afinal a mãe quer assegurar ao filho a certeza de que não lhe faltará apoio materno, naquilo que ela pode atender, coisas de casa; – caso a mãe souber como conduzir raciocínios certamente ela ajudará a fazer o filho ampliar o âmbito e desanuviar questões; – evidente que essa mãe mais preparada também dará todo apoio de casa; – nos dois casos, a mãe conseguirá que o filho converse com o pai de modo amplo; – em geral conversa pai-filho é mais difícil, emperra com mais facilidade, o filho não revela tudo; – a mãe sempre extraí mais e melhor e atualiza o pai, “educa” o pai para conversar com o filho.

    O quadro acima abre um espaço bem amplo para aceitar outras dezenas de situações onde muda o grau disto ou daquilo. Portanto o tal de “mimo” pode significar assim: “ternura”, “ponderação”, “acalentos”, “abrandamentos”, “temperança”, “paliativos”, e assim muitos outros.

    Deve estar claro que a eficácia prevalece sempre. Ou seja, não pode entrar em processo de hábito, ficar como está, não passar para outro patamar de lidar.

    Estamos a considerar um indivíduo nada atípico, nada de estado doentio.
    Está-se sempre a pensar no caso que Karein apresentou, de indivíduo que perdeu o pai, a mãe o criou (e mimou), crescido estudou, viajou, casou e teve sua convivência de casal muito cedo desfeita.

    K.: “discordo da eficácia do mimar”.
    Ninguém estaria em condições de discordar da eficácia. A eficácia funciona ou não funciona. O mimar esteve uma eficácia mas não quer dizer que daria conta do recado, provavelmente outras eficácias deveriam se fazer presentes. Estamos a caraterizar que “mimar” é uma eficácia, somente isso – é uma eficácia o mimar.
    Colocar o relógio no pulso antes de sair pela manhã é uma eficácia do indivíduo, mas outras eficácias deverão ocorrer para assegurar que o indivíduo não desatenda seus compromissos em horários, ué!

    Mais uma vez … fazer leitura de identificar eficácia está uma leitura … a leitura da eficiência está outra leitura … não confundir leituras é algo essencial, 'tá?

    #76541

    Ref. 18 de Maio de 2002 – 7:09 pm; Walace
    Há mensagens de-perder-de-vista para trás. A questão está aceita “Será Deus Perfeito?”, mas está-se a contornar, a dar voltas (nada de enrolar!) com avanços, numa sistemática por redundar crescente. Avanços no quê? Avanços em palavras, de modo a sair da linguagem espontânea e comum, e adotar alguma extra linguagem, está-se a preferenciar busca de metalinguagem que comporte ícones e paradigmas.
    Pensadores citados no destaque – Kant, Kierkegaard, K. Jaspers, Wittgenstein -, e muitos outros, fizeram suas partes, resolveram a questão para o ponto-devista priorizado, autoridades reconhecidas que servem de base para novos raciocínios. Não teria sentido ignorá-los e muito menos estacionar nas posições deles.
    Na época atual há novo ferramental de raciocinar: Sistema Aberto&Fechado, BigBang&Evolução, Dados&Informação, Paradigmas, Entropia, Escalas Qualificativas, Cone da História, Vistas Quânticas.
    Para empregar tais ferramentas – surgidas ao longo do século XX -, há necessidade de entendimentos básicos a começar com “eficácia”. Tal vocábulo consta na Filosofia como “causa primeira”, mas no cotidiano está ignorado como pensar (na prática funciona a-mil!).
    Entende-se urgente adotar paradigma Eficácia&Eficiência (E&E), pois sem tal ferramenta, atual fórum e sua questão “difícil”, seria rapidamente esgotado, cada mensagista puxaria para um lado (infinitude de lados!), e mesmo assim estaria equivocado pois cairia num dos enfoques dados pelos pensadores na História.

    Reproduz-se uma lista que já deveria estar a algum tempo em anos, como ícone para o estudante brasileiro em geral (para parcela ínfima já está):
    0 segundos ………….. singularidade infinita
    3 minutos ………….. partículas: hélio, hidrogênio
    5 bilhões de anos ……. 50 bilhões de galáxias
    10 bilhões de anos …… sistema solar
    12 bilhões de anos …… sopa primordial na superfície terrestre
    4 bilhões anos atrás …. DNA e fotossíntese
    700 milhões atrás ……. criaturas multicelulares nos oceanos
    550 ………………… primeiro molusco de concha
    400 ………………… vida emerge dos oceanos
    235 ………………… dinossauros
    216 ………………… mamíferos
    210 ………………… separação dos continentes
    90 …………………. plantas floríferas
    4,4 ………………… primeiro hominídeo
    2,8 ………………… Homo Habilis
    1 milhão ……………. Homo Erectus
    300 mil …………….. Homo Sapiens
    40 …………………. Sapiens Sapiens
    12 …………………. Cultura Neolítica
    3,5 ………………… Cultura Clássica.

    Sugere-se adotar como ícone, já, sem demora. Caso contrário todo o raciocínio falhará, estará incompleto, em qualquer área de estudo que comporte cientificidades.
    No decorrer do vaivém neste fórum foi inevitável entrar na seara da psique onde surge automaticamente o embate dos processos freudiano versus junguiano. Entende-se que processo freudiano interdita a relação acima para ícone. Já com o junguiano tudo fica natural, possível de conciliar; o inconsciente coletivo junguiano atua como ligação de encaixe com o ícone.

    Deu para perceber? Num lidar diante de concepções freudianas a coisa anda a passo-de-lesma. A prática adotada de “filosofar” através do ícone E&E se torna obrigatória para que vistas freudianas saiam de hermetismo, encapsulamento.
    E não dá para bancar apressado, daí que neste fórum Karein e Ferris estão a tocar-o-barco como conseguem, a encontrar uma trilha na floresta fechada.
    Evidente que está-se a evitar caminhos com bases nos pensadores, pois nenhum chegou num cerne da questão, todos se “perderam no mato”.

    W.: ” E é vazia de sentido se não for fruto de uma experiência religiosa.”
    Uma experiência religiosa houve com o visionário inglês William Blake (1757-1827) que dentre muitas disse: “A Energia está o oposto da Razão” e “A Natureza está o oposto da Arte”.
    Para instalar tal metalinguagem num entendível de cotidiano, haja vaivém! E ambos os dizeres estão a calhar para haver compreensão em comum, para ir adiante, evidente que para onde ninguém o sabe.
    (fthy; 209/05/2002)

    #76542

    Karein: 18 de Maio de 2002 – 10:58 pm:

    K.: “Delfos … sem destinatário nada justifica o aceno”.
    Está dito pelo Oráculo de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo”. Os gregos na quase totalidade, não o entendiam. O primeiro e único (na História!) da época, de compreender e veicular, foi Sócrates. Mas este pensador grego descobriu por si, empiricamente, na vida do dia a dia. E não logrou êxito no transmitir para seus compatriotas, pelo contrário, ensejou seu julgamento, condenação e morte.

    Sócrates e Cristo têm muito a ver entre si, considerando diferenças de épocas, e difeririam em modos de dizer suas mensagens. Cristo foi o segundo indivíduo humano, nas bandas do lado de cá das civilizações (ocidentais!), que vivenciou efetivamente (mensageou!) o “conhece-te a ti mesmo”. Daquela época até chegar à atual, muito de muitos passaram pela experiência pessoal de compreender. Lá entre séculos XVI a XVII, a mensagem de Cristo já assimilada (esgotada em eficácias), houve os avanços modo de levar tudo de roldão (patrolar!), ensejados pelas cientificidades.

    A sistematização freudiana, chutou-o-pau-da-barraca da filosofia. Um interpretativo poderia anunciar “Freud dá cabo do filosofar”.
    O “azar” do freudismo foi a linha de pensar adotada por Jung. Só para constar, durante quase uma década Jung esteve à beira da loucura, devido o empreender freudiano de destruí-lo, bem no estilo “todos contra um até o fim”.

    Jung afirma que diante de tal perseguição, exasperada e sistemática, foi pelo seu obstinado resistir que veio à tona o conhecimento sobre “inconsciente coletivo”. Foi como se ele ofertasse sua cabeça-no-cepo-pro-inimigo (ainda bem que venceu!).

    Com a obra de Jung, a Filosofia se livrou dos laços-garrotes fredianos, na área das cientificidades da psique humana. E foi o junguiano que impediu que a área da psique se tornasse uma ovelha-negra, de extraviar relativo quanto demais ciências. E no rastro da Filosofia, as historicidades adquiriram presença significativa.

    Agora vamos encaixar a Psicologia Junguiana (PJ), junto ao oráculo delfoniano:
    – PJ estaria para dar atendimentos ao humano que perderia fios-de-meadas (manutenção!);
    – PJ também estaria para instalar o humano numa escala de envolvimentos (prevenção!);
    – ambas atividades de PJ, manter e prever, estariam contidas no oráculo.

    Entretanto, atenção para o que segue:
    – indivíduo que se envolve com filosofia, e o filosofar está presente nas etapas das áreas científicas, este indivíduo estaria em “operação” com estilo do oráculo, daí que não necessitaria da “prevenção” e “manutenção”;
    – para “operar” – tal como o fizeram personagens históricos Alexandre, Napoleão, Gandhi, Hitler, Vargas, Kennedy, Ceo's das corporações -, todos adotaram o oráculo, em modo de ícone para estratégias (de não revelar!).
    (fthy; 20/05/02)

    #76543

    Ferris,

    ref. eficácias .-

    toda e quaisquer mudanças no plano do imediato seriam eficácias, estados subseqüentes racionalizados – eficiências.

    Haveria uma Eficácia-Energia “circundante” e imanente a Vida, tudo decorrente seria no plano imediato, um instalar de eficácias, ou estar eficácia ; o primeiro, discernimentos críticos imediatos, aparentemente espontâneos que propiciariam continuidade de eficácias (distintas) e/ou geração de eficiências; o segundo incompatível com eficiências.

    Interpreto instalar eficácias como um atuar que transcenderia seu registro cursivo enquanto operacionalidade; a “parte do todo” fica como fundo ao tempo que a “todo” excede a soma das partes.

    abs.

    (…)

    #76544

    (…)

    esse fundo da “parte do todo ” está como eficácia, ao tempo que o todo que excede , está como fenômeno, caso não exceda, estará como provável eficiência.

    abs.

    (…)

    #76545

    Ref. Karein, 20 de Maio de 2002 – 3:38 pm: “… toda e quaisquer mudanças no plano imediato seriam eficácias …”

    Vamos combinar o seguinte:
    – a eficácia é sempre um instalar;
    – vamos relacionar vários “instalar”: relógio no pulso, trocar das flores no vaso, o banho da manhã ao levantar, escovar os dentes;
    – o “instalar” traduz eficácia caso provocar um recuperar de capacidade no indivíduo ou no ambiente;
    – o automóvel no posto de gasolina, o abastecer é uma eficácia pois instala capacidade no veículo para rodar;
    – está bem conhecida a frase “a primeira impressão é que fica”, pois bem, o perfume no corpo, o batom nos lábios, o corte do cabelo, o decote do vestido, a cor do esmalte nas unhas;
    – já dá para reparar que tudo que o feminino faz para se apresentar num ambiente ou para receber surpreendendo o seu pimpolho … tudo é eficácia;
    – novamente, eficácia engendra novas capacidades, recupera ambiente, estado de espírito, autoestima.

    Ontem, Domingo, no canal Fox passou o filme “Tudo sobre minha mãe” de Pedro Almodóvar, imperdível, já visto aqui em reprise talvez pela quarta vez, filme de não cansar, de sempre surpreender em cenas. Um filme com eficácias, em todo transcorrer.
    [nota: sugere-se ir na locadora mais próxima, assistir duas vezes, e depois trazer aspectos para vaivém legal]

    Reparar que toda mudança pode funcionar ou não, ou funcionar um pouco ou não, ou funcionar muito. Mas o que significaria “mudança funcionar”? Significaria que ambiente, ou pessoa, assimilaria com proveiro aquela mudança e atuaria eficientemente; porém somente estará percebido que a mudança representa “eficácia” caso se seguir uma “eficiência”.

    Alguém não estaria a entender?
    Não acredita-se!

    As flores no vaso, caso exalarem perfume muito forte vai virar cheiro de incomodar; caso o relógio no pulso marcar com imprecisão haverá um prejudicar; caso o decote do traje provocar um espanto-susto no masculino será oportuno trocar de traje, menos exuberante.

    Insiste-se, Karein poderia ir na sua locadora, apanhar a fita, assistir e dar atenção ao seguinte:
    – mãe Manuela para com filho Esteban;
    – Manuela com freira Rosa (Penélope Cruz);
    – Manuela com atriz Huma;
    – também junto alegres Agrado e Lola.
    São muitas as situações pró eficácias onde se sucedem interessantes eficiências. Então Karein … vai-que-é-tua. Emprega duas leituras: de eficácias e de eficiências; eficiência está sempre o que se mantém após a eficácia.

    K.: “haveria eficácia-energia 'circundante' e imanente a Vida,…”.
    Foi mais ou menos assim que o poeta W. Blake estaria a se interpretar com dizer “A Energia é o oposto da Razão”. A razão é a eficiência após um transformar da energia. Mas é claro que para haver a passagem de estado-energia para estado-razão … houve ação eficaz … da própria razão! A nova razão, depois da eficaz transformação da energia, dificilmente sofrerá esquecimentos, dissipamentos, a razão acrescerá em eficiências, eis então a ação eficaz devido ter instalado eficácia (assegurado eficiência!).

    A Vida é “pura eficácia” numa potência sempre. Esta expressão “na potência sempre” já foi adotada numa mensagem anterior, ele serve para acentuar com certo exagero, o perdurar de uma situação.

    K.: ” ao tempo que a 'todo' excede a soma das partes.”
    Certamente! Há eficácias instaladas que oportunizam surpresa ao instalador. Digamos que os pais instalam no quarto da criança, um equipamento computador com internet, e a criança passa a se dedicar também ao estudo do idioma de inglês ou outro. A eficácia inicialmente proposta foi ultrapassada pela iniciativa inesperada de eficácia da criança.

    Há um livro que aborda algumas facetas da eficácia na Evolução da Vida: “O acaso e a necessidade” de Jacques Monod.

    Reparar que toda mãe ao se decidir “dar mimos” ao filho – que estaria a enfrentar um caldo extra suas forças -, estaria automatizando um colaborar de modo a facilitar que o filho consiga sair do baixo astral, e recupere uma autosegurança; certamente está impensável agir materno com intento de travar a autonomia do filho (seria muita esquisitice!).
    Ou seja, a eficácia da mãe – dar uma assistência extra e incomum ao filho -, deverá estar acompanhada de outras eficácias, sejam do próprio filho como de outros familiares, amigos.
    (fthy; 20/05/02)

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