D. DUARTE (1391-1438), segundo rei da dinastia de Avis, filho de D. João I. Seu reinado, pouco feliz, durou apenas os cinco últimos anos de sua idade. Inclinou-se às letras, e surge na Literatura lusitana como escritor judicioso, em cuja produção se mostram relevantes os pensamentos filosóficos e os ensinamentos morais. Suas obras principais, que mais do que o seu governo lhe fixaram o nome, são o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de bem Cavalgar Toda a Sela, que se imprimiram pela primeira vez em 1842, pelo manuscrito da Biblioteca de Paris, e foram postos em um só volume. Mendes dos Remédios opina que a linguagem de D. Duarte "sofre, por vezes, confronto lisonjeiro com a do nosso primeiro cronista, F. Lopes".