Popular no século XIII, onde o vemos em três fontes, pelo menos; no Exempla ou Sermones Vulgares, de Jacques de Vitry, falecido em 1240, edição londrina de 1890, dirigida pelo prof. T. F. Crane, n.° 26 das publications da Folk Lore Society, no Fables, de Marie de France, e em Etienne de Bourbon, Anecdotes historiques, légendes et apologues tirés’ du recueil inédil d’Etienne de Bourbon, publicado por Leroy de la Marche. Puymaigre resume: — Très nombreus ses sont dans les vieux recueils les histoires de femmes contrariantes. Etienne de Bourbon res conte l’historiette qui a fourni à Marie de France une fable et à un trouvère le Pré tondu, et et celle dont La Fontaine a fait la Femme qui se noie, Ces deux contes se retrouvent encore dans bien d’autres endroits dans Democritus ridem: (p. 121), dans un très curieux livre espagnol El cor bacho de l’archiprêtre de Talavera (folio XXIII, verso) …Timoneda a répété la Femme qui se noie dans El Sobremesa y alivio de Caminantes conte premier. Teófilo Braga (nota ao 106, A mu lher teimosa, versão do Porto) cita Edelestand do Méril na Histoire de la Fable esopique, segundo Poésies inédites du Moyen Age, p. 154, nota-5, um manuscrito do século XV, na Biblioteca de Bruxelas, onde há a fabula De homine et uxore litigiosa, com o final característico: — Illa, au tem, quia jam linguam amiserat et loqui non potuit, signo quo valuit, pertinaciam ostendit, forcipi formam et officium digitis ostentans. Tivera a língua cortada, o que não ocorre nas versões de Portugal e Brasil, exceto numa que João Ribeiro sintetizou, 258. Em Jacques de Vitry o marido joga a mulher nágua, mergu lhando-a, enquanto ela, toda vez que emerge, ergue os dedos, imitando o gazear da tesoura. Alfredo Apell, Contos Populares Russos, traduziu A mulher teimosa, XXIII, indicando va riantes norueguesas, de Asbjornsen, polaca de Afanasiev (Velikoe Zertsalo) e sérvias. João Ribeiro ensina: — Esta origem anterior à conquista árabe, torna problemática a hipótese de uma fonte asiática. Em nota: — A história é conhecida de russos, alemães, turcos e vários povos. Tanto J. Bédier como R. Kohler e G. Amalfi, dão extensa bibliografia do assunto.