NOÇÃO E DIVISÃO DA LITERATURA – LIÇÃO do CURSO DE LITERATURA NACIONAL

Cônego Fernandes Pinheiro (1825 – 1876) CURSO DE LITERATURA NACIONAL I LIÇÃO II NOÇÃO E DIVISÃO DA LITERATURA Deriva-se a palavra literatura do vocábulo latino, littera, que, como se sabe, significa letra. Na sua mais ampla acepção é a literatura, na frase do Sr. de Lamartine, a expressão memorável do homem transmitida ao homem por … Ler mais

A LENDA DA MANDIOCA

A LENDA DA MANDIOCA No alto da serra de Parecis, no Estado de Mato Grosso, encontram-se várias aldeias habitadas por índios. São chamados parecis, mas a si mesmos eles denominam ariti. Suas tabas ou malocas são cobertas de folhas de palmeiras. À noite, estendem as redes de dormir e acendem em baixo uma pequena fogueira. … Ler mais

lenda de Catira – a índia amaldiçoada – mito dos bororós

catira india do riacho

CATIRA Foi há muitos anos atrás… No tempo em que a mamaurama se cobria de flores e os japins fabricavam seus ninhos feitos de fibras e cipós, finos, nas grimpas da maçaranduba gigantesca… Êle era lindo, o mais lindo de todos os jovens de sua tribo. Era forte e valente. Ninguém com mais destreza manejava … Ler mais

Baía de Chacororé – Mimoso

lagoa encantada

XACORORÉ Mimoso! Se fosse possível identificar a localidade onde, ao tempo do Pai Adão, o Padre Eterno construíra, com as próprias mãos, o Éden terrestre, creio que acertaria quem afirmasse ser o Mimoso, o berço natal do General Rondon, o outrora Paraíso, que a serpente pôs a perder por causa de uma simples maçã. Beleza, … Ler mais

LENDA DO ARRANCA LÍNGUA – folclore brasileiro

LENDA DO ARRANCA LÍNGUA Na região de Aruana, antigo porto fluvial do Araguaia, apareceu no gado uma peste aftosa, no ano de 1929, produzindo uma tremenda "comichão" na língua, que obrigava a rês a cortá-la com os dentes, esvaindo-se lentamente. A febre aftosa talvez atacasse mais esse membro do gado, por efeito de alimentação ou … Ler mais

Rodrigo Cesar de Menezes – ambição pelo ouro e Nossa sra das Brotas

BROTAS Rodrigo Cesar de Meneses, que pela ambição e sede do ouro se constituiu algoz da população de Cuiabá nascente, desenvolvia atroz perseguição aos bandeirantes. Levas de desbravadores do sertão transpõem o rio Cuiabá, outras galgam as serras de Leste. Ali vai uma caravana afastando-se da cidade, temendo a escolta que prometia agarrá-la, onde quer … Ler mais

O OÁSIS D’ALMA (Lendas Matogrossenses)

O OÁSIS D’ALMA Era o dia que sucedeu àquela noite tenebrosa, noite feia e de ingrata memória, em que o olvido ao primeiro e maior dos mandamentos produziu na cidade moça um grande cataclismo moral. Do Baú ao Porto do Mundéu ao Lava-pés, a ação nefasta dos nossos maus hóspedes se estendeu com toda a … Ler mais

Lendas Matogrossenses Cristãs – A imagem de nossa Senhora do Livramento

imagem nossa senhora conto

NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO Isto se dera no venturoso povoado, hoje Vila do Livramento, rodeado de ribeiros e regatos, atacado de águas e matacões penetrantes. Empolgado, ao Sudoeste, pelos cerros ondulosos que derivando da fonte perenal do Bamba, vão encrespando quase toda a região benéfica e produtiva que se expande entre os Cocais e o … Ler mais

O BOM JESUS DE CUIABÁ – Crônicas matogrossenses

O BOM JESUS DE CUIABÁ A 5 de Junho de 1728, regressou a São Paulo numa luzida canoada, Cuiabá abaixo, o governador de São Paulo, D. Rodrigo Cesar de Meneses. Após dezoito meses e dez dias de humilhação e vexames, o povo cuiabano respirou afinal, menos oprimido. Deixara D. Rodrigo o capitão-mor Luís Rodrigues Vilares, … Ler mais

NA FIGUEIRA DO INFERNO – folclore goiano

sombra da figueira

NA FIGUEIRA DO INFERNO Diz-se que era uma figueira grande, que nem essa. — Com certeza o senhor já ouviu contar esse caso, disse o Cabo, meu companheiro de viagem, quando se dispôs a destravar a língua, depois da minha insistência em saber qual a "nervosia" que contam da gameleira, por estes lados. Eu que precisava … Ler mais

Buraco do Inferno (Forte Coimbra – Corumbá)

A GRUTA DO INFERNO Quem sai do Forte de Coimbra, pelo portão de cima, rumo à barra, percorrendo o pantanal em direção Norte, durante trinta minutos, atinge a ura ponto extremo da corda de urna garganta ou de urna grande curva do rio Paraguai. O Morrinho fica do lado direito, e à esquerda, um outro … Ler mais

A DESVENTURA DO CEL. FAWCET

tiroteios e flechadas

A DESVENTURA DO CEL. FAWCET A sonhada serra dos Martírios atraiu para o ignorado, em junho de 1925, o sempre lembrado Cel. Fawcet que, juntamente com o filho Jack e o companheiro Railegh Rimmel, saiu disposto e certo de localizá-la em rumo inédito, em direção diferente dos seguidos até então. Chegando a Cuiabá, onde se … Ler mais

A LENDA DA ALAVANCA DE OURO – pequeno conto sobre riqueza

índio

A LENDA DA ALAVANCA DE OURO Caíam a pino os raios do sol iluminando o fundo da enorme excavação, em que se esforçavam míseros pretos africanos, cobertos de suor, arfando de cansaço e pressão, e obrigados ao hercúleo serviço pela intensa febre de ouro. Nada mais eram do que simples instrumentos e os seus possante … Ler mais

A VINGANÇA DAS PIRANHAS – O Brasil Trágico

diabo e piranhas

A VINGANÇA DAS PIRANHAS Nos rios Paraguai, S. Lorenço, Cuiabá e afluentes, há tanta piranha, que até parece que esses peixes foram criados para estabelecerem a desordem e a voracidade nessas águas. Multiplicam-se esses peixes duma maneira fantástica, ao ponto de se acreditar que eles são os donos dos rios, emprestando aos outros simples qualidade … Ler mais

A PESCA DE “POITA” – conto curto de pescadores

poitá monstro marinho

A PESCA DE "POITA" Correntoso e encachoeirado, banhando matas e lambendo escarpas, engrossado sempre com milhares de contribuintes, que contravertem as suas margens desde as nascentes na Serra Azul, o velho Ibitirati, ao chegar à Capela de Nossa Senhora da Conceição, a montante do porto da cidade, turbilhonando em rápidos e corredeiras, varando em canais … Ler mais

O JOÃO-DE-BARRO (passarinho)

O JOÃO-DE-BARRO Do joão-de-barro contam-se muitas lendas. E é interessante a gente ver o bichinho apanhar pelo-tinhas de barro e levá-las no bico para construir sua morada. Eu já vi. Fiquei horas seguindo suas viagens de ida e volta naquele trabalho paciente e romântico de jovem enamorado. O PASSARINHO E O TEMPO Contam que o … Ler mais

POR QUÊ É TRISTE O JABURU – mito indígena de animais encantados do Mato Grosso

POR QUÊ É TRISTE O JABURU Nessa hora dúbia que ainda é dia e ainda não é noite, uma imensa tristeza se apodera dessa ave esquisita. E o jaburu, num dormitar profundo, nem sequer agita o longo pescoço, parecendo então um empalhado espécime de museu. Nas grandes noites de cheia, move as asas poderosas e … Ler mais

Catimbau – conto com onça pintada

catimbau

"CATIMBAU" Havia nas proximidades da fazenda "Guatambu", magnífica propriedade rural do velho Joaquim da Rocha, uma onça pintada que fazia grande estrago em seu gado e no de sua vizinhança. Em cada lua nova, ela se banqueteava com os melhores potros, as mais bonitas novilhas, os mais gordos cevados que se aventuravam a um passeio … Ler mais

Tico-Tico – conto folclórico sobre crueldade e vingança

TICO-TICO Chovesse ou fizesse sol, a pé ou cavalgando a sua egui-nha mansarrona, êle cruzava a restinga em direção à vila, conduzindo o leite. Encontrando alguém na estrada, tocava de leve o chapéu com a mão cerrada e deixava partir um cumprimento respeitoso. Por isso todos o queriam e não faziam uma festa na redondeza … Ler mais

A LENDA DO PEIXINHO CARI (carimatá ou papa-terra)

A LENDA DO CARI

A LENDA DO CARI A soalheira era intensa; as árvores com as folhas murchas e amarelecidas, pendiam tristes seus galhos para a terra; o chão era ressequido e ardente. Pela estrada longa e poeirenta, coberta de sulcos, caminhava uma mulher: era linda, uma auréola de mistérios e de inspiração, cercava sua cabeça tinha olhos doces, … Ler mais

A caveira – histórias sobrenaturais de cemitério

caveira, contos de terror

…agarra uma e, quando se dispõe a partir, rouquerúia voz, que parece vir de vestuto mausoléu, diz: “Larga, essa é minha! A CAVEIRA Onze horas da noite. Não há luar e a velha cidade de Bartolomeu Bueno é na época iluminada a lampeões de querosene, colocados sobre postes de madeira lavrada, distantes quarenta, cinquenta metros … Ler mais

PROCISSÃO DAS ALMAS – conto de assombração

PROCISSÃO DAS ALMAS Passou-se na Velha Capital. Fazia muito calor. Naquele tempo, como ainda hoje, era costume entre as gentes do lugar, nas noites de verão muito forte, ficarem as pessoas à porta das casas, em grandes rodas de palestras, ou darem umas voltas pela cidade até muito tarde, esperando o calor diminuir e assim … Ler mais

Mula sem cabeça, lenda folclórica

mula sem cabeça

MULA SEM CABEÇA Siá Rosa era uma prendada senhora: às sextas-feiras entregava os filhos a uma comadre parteira e desaparecia sem que ninguém suspeitasse. É que Siá Rosa virava mula-sem-cabeça, não podendo fugir do agouro de sua triste condição. Uma Quaresma, porém, veio surpreender a nossa heroína assentada à meia–qiiarta, isto é, com dores de … Ler mais

Bruxas e Lobisomens, personagens e lendas folclóricos

bruxa, personagem folclorico

A BRUXA Ao contrário do lobisomem, de que é irmã gêmea, a Bruxa tem uma aparência definida: apresenta a forma de uma enorme e horrenda figura, uma coruja, sugadora do sangue das crianças novas. Entretanto podemos verificar que nem todas as zonas sertanejas dão à Bruxa a forma acima: para certas localidades o monstro teria … Ler mais

Lobisomem existe? Conto de Terror do Folclore Brasileiro

lenda lobisomen foto

O LOBISOMEM No meu bom tempo de criança, naquela vilazinha sertaneja, minha terra natal, ouvia lindas histórias. A maioria está hoje esquecida. Uma porém, por haver tido existência real naquela época, impressionou-me tanto que me recordo dos seus menores detalhes. Seu protagonista foi um desses tipos de rua que toda gente conhece e estima por … Ler mais

PÉ-DE-GARRAFA – personagem folclórico do Vão do Paraná

pé de garrafa folclore

PÉ-DE-GARRAFA O Vão do Paraná, aquele grande vale de sessenta léguas, formado pelas ramificações que correm para o Norte do Estado, do espinhaço da Serra Geral, é o "habitat" do Pé-de-Garrafa. Coberto de extensas florestas, verdadeiras muralhas verdes que abrigam os cursos dos rios, o Vão do Paranã é uma região misteriosa, em que o … Ler mais

Uma historinha do saci-pererê no folclore de Goiás

saci-pererê folclore goiano

O SACI Por aquele tempo o Saci andava desesperado. Tinham–lhe surrupiado a cabaça de mandinga. O moleque, extremamente irritado, vagueava pelos fundões de Goiás. Pai Zé, saindo um dia à cata dumas raízes de mandioca castelã que sinhá-dona lhe pedira, topou com êle nos grotões da roça. m O preto, abandonando a enxada e de queixo … Ler mais

O DRAMA DO ARROMBADO – Conto de fantasma

xaveco, cantada baile

O DRAMA DO ARROMBADO A tarde fora muito quente e ali por volta de cinco horas começou a escurecer. Alexandrina, que já preparava para ir à casa do tio ver passar a procissão, não pôde esconder o seu desgosto ao ver o tempo incerto, ameaçando chuva. Veio até a varanda, já calçada e de saia … Ler mais

A VOLTA DA TROPA – Historinha do Tempo da Cadeirinha (Mato Grosso)

A VOLTA DA TROPA Na solidão nostálgica da Serra, afastado dos povoados, erguia-se o engenho do Glória, com seu casarão de vastas salas e varandas silenciosas, sua capelinha, suas enormes senzalas, apinhadas de escravos, sua moenda, casa de purgar, fornalhas, paiol e mais dependências. Era um dos primeiros estabelecimentos daquele tempo, quando a "ser-ra-acima" florescia … Ler mais

UM TIRO À MEIA-NOITE – Folclore Goiano

UM TIRO À MEIA-NOITE — Fui desfeiteado, Mané Luís, pelo Zé Baiano, aquele negro sem-vergonha, unicamente porque quer que eu retire a mansinha, a vaca pintada, lá da beira do riacho do Ca-poeirão, onde está pondo em nada o seu arrozal. Não faz cerca que preste. Se êle tem um punhado de terras eu sou o … Ler mais