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QUALIDADE E QUANTIDADE — Categorias da dialética materialista que refletem aspetos importantes dos objetos e dos processos. A qualidade é um determinante essencial do objeto, determinante de seus traços e caracteres inerentes, em virtude do qual é o que é e não outra coisa e o que o distingue de outros objetos.

O conhecimento científico deve começar por determinar qualitativamente os fenômenos estudados, destacar as peculiaridades que lhes são inerentes, que os distinguem dos outros fenômenos. Enquanto não se tiver determinado a qualidade dos objetos, não é possível estabelecer as leis do seu desenvolvimento. Se se desconhece a determinação qualitativa das coisas e dos fenômenos, se desemboca na afirmação idealista sub-jetivlsta segundo a qual toda a diversidade do mundo não é mais do que fruto das sensações.

Além da qualidade, cada coisa possui também um aspeto quantitativo que se caracteriza por índices quantitativos, dentro dos quais a sua qualidade tem existência. O materialismo dialético considera, assim, o problema da transição de um estado qualitativo a outro em conexão estreita com o das modificações quantitativas dos objetos e processos. A qualidade do objeto não existe fora de sua determinação quantitativa. Os aspetos qualitativos e quantitativos do objeto constituem uma unidade.

Assim como não se deve separar o aspeto qualitativo do quantitativo, tampouco deve-se considerar as mudanças quantitativas separadamente das mudanças qualitativas como o fazem os metafísicos para os quais o desenvolvimento é uma simples evolução quantitativa.

QUESTÃO FUNDAMENTAL DA FILOSOFIA — Ou questão suprema da filosofia, é a relação entro o pensamento e o ser, a consciência e a natureza. Vide pág.

QUESTÃO NACIONAL — Os povos se uniram em nações à medida que amadureciam gradativamente as relações capitalistas e era superada a dispersão econômica. O estabelecimento do capitalismo em vários países do mundo conduziu à formação de Estados nacionais, que, sendo um acontecimento progressista na história da humanidade, possuía todavia o seu reverso: aumentou a tendência à subordinação de uma nação por outra. Agravou-se seriamente o problema nacional.

Inicialmente o problema nacional se circunscrevia às fronteiras de um mesmo Estado, especialmente daqueles que, por força das condições históricas, se formaram como Estados multinacionais. Em tais Estados (por exemplo, na Rússia czarista, na Austria-Hungría, etc.) havia nações dominantes e dominadas, opressoras e oprimidas. Entretanto, com a entrada do capitalismo na época imperialista, ampliaram-so os marcos do problema nacional, convertendo-se num problema internacional e, pode-se dizer, mundial. Começa a luta entre os Estados imperialistas pelo privilégio do explorar e escravizar os povos das colônias e semicolô-nías. Nas condições do imperialismo, o problema nacional transformou-se em problema nacional-colonial. Seu principal conteúdo passou a ser a luta de libertação dos povos das colônias e dos países dependentes, sua aspiração de libertar-se do jugo estrangeiro e conquistar a independência estatal.

Isso não significa, naturalmente, que na época atual haja desaparecido o problema das minorias nacionais nos Estados capitalistas desenvolvidos, que estes tenham acabado com o jugo nacional, mesmo no limite de suas próprias fronteiras. A burguesia reacionária é completamente incapaz de resolver a questão nacional, como o evidencia, de modo eloquente, a gravidade do problema negro nos Estados Unidos.

Desde o início, o marxismo apresentou-se como adversário irreconciliável do jugo nacional em qualquer de suas formas, tendo lutado conseqüentemente pela igualdade nacional de direitos, pela completa liberdade e autodeterminação das nações. A fórmula elaborada por Marx e Engels: "Não pode ser livre um povo que oprimo outros povos" — era denominada por Lenin "o princípio básico do internacionalismo.". E o internacionalismo proletário é parte integrante e inseparável do marxismo.

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