Miguel (admin)

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  • em resposta a: Pena de Morte #74920

    Oi Alex,

    Vc puxou o assunto para a questao da justiça e do direito, mas eu gostaria de acrescentar outro ponto, ou melhor, um pensamento:

    O povo brasileiro está preparado para a civilidade, i.e., o povo brasileiro está preparado para viver segundo a lei?

    A pergunta leva em consideraçao que a lei expressa o geral, e um dos principios básicos é que todos sejam iguais perante ela, contudo, cada um se acha “especial” e diante do menor contratempo apela imediatamente para o “jeitinho”, o “mexer os pauzinhos”, o “parente/amigo” autoridade etc. O geral só vale para os outros, “eu” sou especial, é claro.

    Um sistema de leis só funcionaria bem pressupondo um povo com um minimo de educaçao social. Questão da ética… Parece que pretendem dar um salto da barbárie para a lei sem passar pela educaçao/ética. É possivel???

    A Lei imposta pelo poder/castigo/pena/medo é uma soluçao somente aparente, já que a desobediencia civil inviabiliza qq sistema penal. Outra opçao é imaginar o presidente (justo ele?) como um grande rei do gado, e cercar as praças, orelhoes, metrôs, patrimonio publico, com arame farpado… o exagero ilustra o ponto.

    Nao se investe na educaçao e ficam na ilusao de pedir mais policia/repressao. É um caminho, mas nao chegou ao cerne.

    Os a favor da pena de morte, imagino, seriam os primeiros a pedir socorro ao “jeitinho” caso um parente/conhecido/amigo estivesse ameaçado pela mesma.

    E nao é a violencia da pena que tras justiça, mas colabora muito mais nesse sentido a nao-impunidade, a rapidez e a certeza na aplicaçao da lei conta muito mais que a violencia da pena. Sempre!

    O brasil está preparado para viver segundo a lei?

    []'s

    em resposta a: Pena de Morte #74919

    Olá a todos

    No mundo das lei devemos tomar cuidado com a conceito de justiça.

    O que é justiça? Esta questão é discutida no início da obra “A República” de Platão.

    No brasil tudo que não é proibido é de certa forma permitido.

    A lei quem faz é o legislativo, o executivo cria os meios para cumprí-la, e o judiciário julga e condena.

    A pergunta que fica é a seguinte:

    O direito alcança justica, isto é, o Estado é capaz de alçar justiça para todos ou o Estado ao descrever condutas apenas cria um meio de legalizar as injustiças???

    abs.

    em resposta a: Pena de Morte #74918

    Hehehe, tá correndo Fernandinho Collor, ops, beira-mar, ops… Não menininho, vc deve estar em sua fase adolescente e acha que com berros fortalece suas convicções e te deixa assim mais seguro. Dizer que só pobre, preto e bandidinho será preso e os manda-chuvas não, não resolve nada, isso é típico de novela da globo sim, e vc leva o maior jeito pra ser assíduo telespectador delas. Meu filho, senta aqui no colo do painho, deixe-me dizer uma coisa, precisamos parar de hipocrisia, ou resolvemos os crimes com a morte do criminoso e pronto, ou deixaremos estes criminosos por aí, soltos, estuprando sua mãe, sua irmã ou matando por 1 real, estamos passando da hora de tomarmos atitudes sem hipocrisia. Chega dessa palhoça. Ora, não acho que a pena de morte é a solução para tudo. Mas cadeia para contumazes, reincidentes criminosos que aproveitam-se da fraca ideologia cristã, e cometem barbaridades pq não há reação do que segue temerosamente as normas de convivência, é complicado. Estamos chegando na hora de reagir. Morte para essa corja sem salvação, ou leve um pra casa para vc cuidar.

    em resposta a: Pena de Morte #74917

    Nao tem espelho em casa, sujeito? Vc é que muitas vezes pareceu o maior facistóide por aqui.

    em resposta a: ALCA #77190

    De econômia não entendo muito!

    Mas sobre os americanos já li um poquinho sobre a formação dessa nação!

    É mais facil ganharmos do “Dream team” no basquete do que ganhá-los em matéria de comércio.

    Até porque não possuem escrúpulos, quanto a nós somos igual aqueles moradores mais pobres do nosso país (éticos) que sempre querem pagar as suas contas em dias.

    em resposta a: Pena de Morte #74916

    Aceito qualquer ofensa , menos a de assistir telenovelas, coisa que não sei desde que era criancinha. Sim, talvez pena de morte para facistóides, como vc, Afonsinho, eu fosse favorável. Detesto, facistóides, direitosos do seu tipo. Aposto que deves ter uma vocação de corrupto. Encerro, aqui a minha discussão, pois pessoas como vc, têm muito baixo nível.

    em resposta a: Pena de Morte #74915

    E daí de matar “bandidinhos” , o que vc prefere, encher as cadeias destes? Ou soltá-los depois de 10 anos e olhe lá se não escaparem antes! Ficar afastando soluções possíves com idéias oriundas das telenovelas da globo é que não resolverá nada. Um estuprador serial ou um homicida serial não devem retornar à sociedade. Devem ser exclusos permanentemente. Há penas onde a máxima deveria ser a de morte. O ladrão de galinha não está incluso. Se liga, mané.

    em resposta a: é a verdade objeto da ciência? #73889

    Claro Marcio, o que acho é que o eu depende do meio para viver, mas não posso te mensurar até aonde vai o EU, mas nega-lo é contraditório, eu não acredito no meu EU, quanto ao Budismo, são sensações que o EU tem de não eu, um não eu essencia, mais isso é muito complexo.
    Veja quanto o meio onde vivemos deixa de existir, aí nós vamos deixar de existir, pois precisamos dele, agora podemos nos adaptar a um novo, ou a falta de meio.
    Só acho que todos devem ter fé em alguma coisa, e tentar buscar um verdade segura do conhecimento, eu acho que é importante, sem fé cega, claro que nem tudo tem resposta então vamos pela resposta mais provável.

    Grato pela resposta.

    em resposta a: Pena de Morte #74914

    Santa Ingenuidade! O que fazer com os chefes dos tráfico?Ora, como estes chefões chegaram tão longe? Eu respondo…com a corrupção policial, com o sistema financeiro corrupto, que lava e investe seus lucros, no crime. A pena de morte não eliminará estes, mas só os intermediários e olhe lá. A questão, como sempre passa por contestar todo este sistema corrupto e suas lideranças, mas isso ninguém ousa fazer. Não que eu morra de amores por bandidos ou ache que criminosos, inclusive aqueles de colarinho branco, não mereçam castigo,mas a pena de morte no Brasil, só matará bandidinhos,e principalmente pretos e pobres. Se liga, cara !!

    em resposta a: Pena de Morte #74913

    Concordo que a pena de morte é uma vingança do Estado, mas, na situação que se encontra nosso país não vejo outra solução a não ser adotá-la para certos casos. Afinal, o que fazer com os chefes do tráfico, colocá-los em um presídio de segurança máxima e deixá-los ociosos, enquanto milhares de pessoas honestas morrem de fome]}}

    em resposta a: O Mito da Caverna #73981

    Desejaria que explicassem melhor a alusao que platao dar na Alegoria da Caverna, a realidade de sua época e se possivel tambem da nossa.

    em resposta a: Cristianismo #75144

    Impunes?

    “Portanto, diz o Senhor, o SENHOR dos Exércitos, o Poderoso de Israel: Ah! Tomarei satisfações aos meus adversários e vingar-me-ei dos meus inimigos.”
    Isaías 1:24

    Os homens têm usado e abusado da liberdade de ação que possuem. Ao invés de praticarem a justiça multiplicam as maldades e acumulam iniqüidade sobre iniqüidade para o Grande Dia. Eis que está já bem próximo, às portas, o Dia da vingança de Deus.
    Contas serão pedidas aos que roubam, defraudam, subornam e oprimem. Aos traficantes de armas e de drogas, pequenos e grandes, aos que dão cobertura e sustento ao crime, aos formadores de quadrilhas, aos sequestradores, aos ditadores promotores da opressão, aos patrões que retém o justo salário de seus empregados, aos políticos enganadores e corruptos contas serão pedidas. Também serão pedidas contas aos donos das redes de prostituição, quer pequenos quer grandes, como também contas serão pedidas aos praticantes da prostituição, quer aos que se prostituem quer aos que da prostituição se utilizam a fim de dar largas aos seus apetites sobre os quais Deus tem advertido: “Não o façam”. Mas ao invés de darem ouvidos a Deus, prosseguem em suas abominações dando ouvidos ao diabo que diz: “Não haverá condenação, não há inferno, os homens reencarnam, todas as religiões levam a Deus”. O mesmo diabo que, mentindo, disse a Eva:

    “É certo que não morrereis” (Gênesis 3:4)

    Desta sorte, a cada dia que passa mais e mais homens e mulheres, de súbito, se vêem rodeados e atormentados pelas chamas do inferno, quando imediatamente se lhes cessa a respiração e a alma deixa o corpo assim também imediatamente se dão conta de que se encontram lançados e eternamente perdidos nas profundezas do Hades.
    Os gemidos de satisfação pelos prazeres do pecado logo se transformam em gritos de desespero e em berros por socorro. Mas não há quem os ouça.
    Em vida desprezaram o amor da Verdade que lhes deu as oportunidades para serem perdoados e salvos e preferiram a recompensa transitória e efêmera pelos seus atos de desobediência e de injustiça.
    Assim homicidas, feiticeiros, idólatras, incrédulos, sodomitas, prostitutos, ladrões, sequestradores, corruptos, opressores, fraudadores, fornicadores, mentirosos, blasfemos e abomináveis aguardarão em tormentos o Juízo do Grande Dia, quando serão lançados por toda a eternidade no lago que arde com fogo e enxofre preparado para o diabo e seus anjos.
    Pois está escrito:

    “E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.” Apocalipse 20:14

    A segunda morte não será cessação de existência ou ausência de consciência, muito pelo contrário:

    “A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite,…” Apocalipse 14:11

    E isto lhes sucederá porque Deus tomará vingança contra os que rejeitaram a Seu Filho:

    “…quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus.” 2 Tessalonicenses 1:7,8

    Mas Deus ainda conservará, por mais um pouco, a porta aberta, por isso adverte a todos os homens:

    “Até quando, ó néscios, amareis a necedade? E vós, escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós, loucos, aborrecereis o conhecimento? Atentai para a minha repreensão; eis que derramarei copiosamente para vós outros o meu espírito e vos farei saber as minhas palavras. Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a mão, e não houve quem atendesse; antes, rejeitastes todo o meu conselho e não quisestes a minha repreensão; também eu me rirei na vossa desventura, e, em vindo o vosso terror, eu zombarei, em vindo o vosso terror como a tempestade, em vindo a vossa perdição como o redemoinho, quando vos chegar o aperto e a angústia.
    Então, me invocarão, mas eu não responderei; procurar-me-ão, porém não me hão de achar.
    Porquanto aborreceram o conhecimento e não preferiram o temor do SENHOR; não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão.
    Portanto, comerão do fruto do seu procedimento e dos seus próprios conselhos se fartarão.
    Os néscios são mortos por seu desvio, e aos loucos a sua impressão de bem-estar os leva à perdição. Mas o que me der ouvidos habitará seguro, tranqüilo e sem temor do mal.”
    Provérbios 1:22-33

    “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.” João 10:9

    A hora já vai avançada, os conflitos no Oriente Médio já apontam de forma inequívoca para a realidade da aproximação do Grande Dia, pois o que agora ocorre em Israel são cumprimentos de profecias anunciadas por Deus e postas a fim de que fossem cumpridas nos dias que antecederiam a volta do Senhor Jesus Cristo.
    Pela terra se multiplicam os gemidos e as angústias pelo colapso da economia mundial e pelos rumores dos conflitos e das guerras que sobrevirão. As epidemias se multiplicam pela face da terra, bem como a fome e a miséria.
    A Nova Ordem mundial já está posta e aguarda o surgimento da besta que governará a terra por breve tempo até que venha o Senhor:

    “então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda.”
    2 Tessalonicenses 2:8

    Finalmente já se pode ver no horizonte o fulgor resplandecente do brilho da glória e da majestade da vinda do Dono da casa.

    “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.”
    Apocalipse 14:6,7

    Que se arrependam os homens, pois a vingança não tardará.

    “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.”
    Mateus 5:6

    Valenic

    em resposta a: O que é o homem? #71595

    Ana Paula, partindo da idéia de Platão na concepção de homem em seu diálogo Fedon, podemos perceber que o corpo é a prisão da alma, daí a necessidade de se libertar do corpo para alcançar a realização da alma. Para um filósofo a morte não deve ser temida, já que esta proporciona a liberdade da alma. Um verdadeiro filósofo se prepara durante a vida para a morte e a filosofia é o melhor caminho, fonte para se alcançar essa liberdade. Lembrando sempre que a alma pode se reencarnar em vários corpos minerais ou vegetais para que através dos corpos ela vá se purificando em busca de liberdade plena e perfeição.
    Este debate é longo, portanto lhe escrevo somente estas idéias principais. Se você quiser se corresponder mande um e-mail.
    Meu endereço: [email protected]
    Sou estudante de filosofia e estou interessado em corresponder com pessoas que gostem deste tema.}

    em resposta a: ALCA #77189

    Bom Dia!( Não se acostumem muito, hoje estou bem humorado)
    Vamos deixar,hoje, pelo menos um pouco, as questões ideológicas e as ofensas de lado e tentar concluir algo sobre a Alça:
    1. A Alca, não é , de fato, uma integração comercial, uma “ colaboração” entre economias, como (quase) é a União Européia( apesar de tudo paises como a Inglaterra e Noruega, estão fora, ou seja , mesmo a EU, não é assim tão ampla)
    2. Porque, não seria uma integração comercial?
    3. Porque , entre outras coisas os EUA, se reservam o direito de:

    a) Manter 30 bilhões de dólares de subsídios a sua agricultura.
    b) Proteger seus setores , que não são competitivos, através de uma forte legislação anti-dumping.
    c) Criar todo tipo de barreiras sanitárias, sindicais e outras.
    d) Criar legislação para que o dinheiro migre para si, permitindo que seus bancos lavem dinheiro sujo, que é proveniente da periferia.

    Sendo assim , podemos aos menos desconfiar que a Alça será:
    1. Nada parecido com uma integração econômica.
    2. Nada parecido com algo que proporcione relações simétricas.

    Porque?
    Pelos fatos, já mostrados e tendo em vista ainda a brutal diferença de escala entre a economia do gigante do norte e as economias latino-americanas, podemos concluir que a Alca será:

    1. Nada de integração econômica, mas algo mais parecido com coisas já conhecidas na história como a subordinação de colônias aos países imperiais, com estes dominando os setores estratégicos da economia, dominando mercado e mão de obra e ditando a política econômica.
    2. Sendo relações assimétricas, as multinacionais dos EUA, acumularão ativos latino-americanos e determinarão o fluxo no sentido sul-norte.
    3. Por último, ao contrário o que pensam os deslumbrados com o livre mercado, a Alca, não estimulará a competição, mas fomentará os monopólios. Ao estabelecer preferências comerciais dentro do bloco, penalizará a Europa , o Japão e outros eventuais parceiros fora do hemisfério, privilegiando a posição comercial monopolista da potência principal, ou seja os próprios EUA. Em resumo a Alca diminuirá a competitividade no mercado mundial.

    Por hoje é só ,poderíamos agora debater alternativas, que não a Alca, mas é melhor que vcs “ digiram” um pouco mais isso tudo.
    Abraços

    em resposta a: é a verdade objeto da ciência? #73887

    Achei oportuno colar o texto:

    A filosofia contemporânea
    Anthony Kenny
    Universidade de Oxford

    Nesta nota, sem discutir obras individuais, irei limitar-me a indicar as linhas gerais do desenvolvimento filosófico ocorrido em décadas recentes. Por volta de 1960, poderíamos traçar o mapa do mundo da filosofia ocidental, sem um grau muito elevado de simplificação excessiva, por meio de um diagrama:

    Existencialismo filosofia analítica

    Marxismo escolástica

    Podemos representar a situação tomando um quadrado e dividindo-o em quatro quadrantes. No canto superior esquerdo colocamos o existencialismo, nessa altura muito em voga na parte ocidental da Europa continental; no canto superior direito, colocamos a tradição analítica, que dominava os países de língua inglesa em ambos os lados do Atlântico. No canto inferior esquerdo, colocamos o marxismo, que era então a filosofia oficial da Europa de leste e da China; no canto inferior direito colocamos a filosofia escolástica, que era ensinada em todo o mundo nos seminários e universidades da Igreja Católica Romana.
    A localização destes quadrantes no quadrado representa as características que aproximavam e separavam estas filosofias entre si. As filosofias da parte superior do diagrama partilhavam entre si uma preocupação pela autonomia intelectual e moral do indivíduo: a filosofia não era um conjunto de doutrinas autoritárias, mas um método de pensar (análise) ou um estilo de vida (existencialismo). As filosofias da parte inferior estavam, ambas, conectadas a instituições cujo propósito primário é não filosófico, e partilhavam a convicção de que as verdades filosóficas mais importantes foram estabelecidas de uma vez por todas, de modo que não podemos senão expô-las, mas nunca colocá-las seriamente em questão. As filosofia do lado direito do diagrama eram semelhantes no seu interesse no exame de minúcias puramente teóricas e nos laços estreitos que mantinham com sistemas de lógica formal. As do lado esquerdo tinham orgulho no seu comprometimento prático com as realidades básicas da experiência, trabalho, poder, amor e morte humanas; nenhuma delas contribuiu significativamente para o desenvolvimento dos aspectos matemáticos da lógica.
    Nos anos 60 estes blocos filosóficos começaram a desagregar-se, a abrir fendas e a mudar. O segundo Concílio do Vaticano, inaugurado em 1962, conduziu a um período de liberalização na Igreja Católica Romana; no decurso disto, a neo-escolástica perdeu grande parte do seu estatuto canónico nas instituições de ensino superior da Igreja, e por volta da década seguinte era provável que os professores de um seminário fossem tão versados no existencialismo como no tomismo. Mas, ao mesmo tempo, o existencialismo clássico estava a perder o seu poder onde tinha antes dominado: a influência de Heidegger entrou em sério declínio, e o próprio Sartre, nas últimas décadas da sua vida, estava mais interessado no marxismo do que nos temas das suas anteriores batalhas contra o essencialismo.
    Ao passo que nos anos 50 e 60 o Canal da Mancha tinha determinado uma barreira quase impenetrável entre a filosofia anglo-americana e a filosofia continental, por volta dos anos 70 começaram a aparecer muitas ligações de cruzamento cultural. A Alemanha, a Itália e (depois da morte de Franco) a Espanha tornaram-se receptivas aos métodos analíticos em filosofia, ao mesmo tempo que ideias filosóficas engendradas em França encontraram grande receptividade na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos da América, apesar de isto acontecer ser mais comum nos departamentos de literatura do que de filosofia.
    Na Alemanha, por exemplo, nos finais dos anos 60, em algumas das principais universidades as influências dominantes eram a filosofia analítica (que tinha hábeis evangelistas entre alguns dos mais sofisticados docentes) e a filosofia marxista (que tinha expoentes orais entre alguns dos mais enérgicos dirigentes estudantis). A escola de pensamento mais próxima do existencialismo alemão que conseguiu sobreviver foi a hermenêutica, que fez da natureza da compreensão o seu tema central de estudo; a natureza da compreensão em geral, especialmente a compreensão das obras literárias, e em particular a compreensão das obras filosóficas das várias tradições.
    A escola hermenêutica na Alemanha operou de um modo conciliador, tomando a actividade inevitavelmente fluente e flexível de interpretação de textos como um modelo geral para a compreensão das diferentes actividades e instituições humanas. Em França, alguns pensadores com um espírito mais combativo aproveitaram a ideia de que o mundo é todo ele um texto e tornaram-na o grito de guerra de uma cruzada iconoclasta.
    A cruzada foi levada a cabo em nome do estruturalismo. Como método, o estruturalismo convida-nos a pressupor, com respeito a uma dada estrutura, que a inter-relação entre os seus elementos é mais importante do que qualquer relação entre um elemento individual e qualquer item exterior à estrutura. O estruturalismo, enquanto teoria de um dado campo de estudo, é a tese de que o método estruturalista é a chave para a compreensão desse campo. Assim, com respeito à linguagem, é a tese de que se queremos compreender o significado, temos de estudar as inter-relações entre os elementos significantes do interior da linguagem, em vez de olhar para uma relação entre qualquer significante e o que isso significa.
    O pós-estruturalismo levou as teses estruturalistas a posições extremas e na verdade auto-refutantes. Para compreendermos um texto temos de excluir rigorosamente todos os elementos extra-textuais. Isto significa não apenas o abandono da procura de qualquer realidade exterior representada pelo texto, mas também deixar de encarar o texto como a expressão do pensamento de um autor extra-textual. É o leitor que desempenha a parte de leão na produção do significado; mas dado que cada leitor interpreta qualquer texto de maneira diferente, nunca emerge qualquer significado definitivo, e assim cada texto destrói a sua própria pretensão de significar seja o que for.
    Houve várias formas ou facções no pós-estruturalismo francês. Cada escola brilhou brevemente com um brilho magnético, atraindo uma multidão volúvel de devotos antes de se extinguir quando uma versão rival começa a brilhar mais sedutoramente. Todos estes grupos reivindicaram descender de expoentes distintos da teoria linguística como Saussure e Jakobson, e nesse sentido os seus membros podem classificar-se como filósofos linguísticos. Mas encontram-se no pólo oposto relativamente ao estilo de filosofia que desde cedo se encarou como filosofia linguística por excelência, a tradição analítica anglo-americana.
    Também a filosofia analítica mudou imensamente desde o simples diagrama dos anos 60. As mudanças mais óbvias foram um declínio na sua auto-confiança e uma mudança no seu centro gravitacional. Em 1960 Oxford era o centro inquestionável do movimento analítico, e os filósofos vinham dos Estados Unidos para se sentarem aos pés dos filósofos de Oxford. Os partidários da filosofia analítica orgulhavam-se de serem os herdeiros de dois filósofos de indubitável génio: Russell e Wittgenstein. Achavam que a sua tarefa era explorar este feliz legado e partilhá-lo com o resto do mundo filosófico. Nas décadas que se seguiram aos anos 60 a liderança do movimento analítico mudou-se definitivamente para o outro lado do Atlântico, apesar de nenhuma universidade americana ter, só por si, herdado o papel dominante de que Oxford gozou. A tradição de Russell e Wittgenstein já não obrigam ao respeito geral; mas entretanto não emergiu outro génio como sucessor de uma estima idêntica e incontestada. Ninguém foi bem sucedido em redefinir a natureza da filosofia, como Russell e Wittgenstein fizeram, ao colocarem o estudo da linguagem no centro da filosofia, e convencendo os seus partidários de que a tarefa da filosofia era o estudo da linguagem que usamos para exprimir os nossos pensamentos, e tornar esses pensamentos claros resolvendo as confusões da linguagem que usamos para os exprimir.
    Consequentemente, a filosofia anglo-americana não apresenta já nem tão-pouco a aparência de uma escola unificada. A tradição continua a ser linguística, no sentido em que não faltam filósofos que oferecem teorias da linguagem. Mas as teorias da linguagem correntemente mais em voga estão muito longe da filosofia da linguagem apresentada por filósofos como Frege e Wittgenstein, e por essa razão são amargamente criticados por quem luta para preservar as ideias dos fundadores da tradição analítica.
    Tanto Frege como Wittgenstein faziam uma distinção profunda entre filosofia e psicologia. Para Frege, a lógica, que estava no coração da filosofia, era uma ciência a priori muito diferente de uma ciência empírica como a psicologia; para Wittgenstein, a filosofia diferia da psicologia porque não era de maneira alguma um tipo de ciência, fosse ela empírica ou a priori. Os filósofos de Oxford dos anos 50 seguiram Wittgenstein neste aspecto; e os seus colegas psicólogos, muito mais interessados nessa altura no comportamento dos animais do que na linguagem humana, tinham todo o gosto em concordar que um hiato profundo separava as duas disciplinas.
    Em contraste com isto, os filósofos americanos, a partir do momento em que empunharam a tocha da tradição analítica, têm tido tendência para ver a filosofia como uma disciplina científica com técnicas especiais rigorosas próprias, e não como uma demanda informal pela compreensão, demanda fundada na reflexão sobre as actividades não académicas das pessoas comuns. A filosofia da mente, em especial, é hoje muitas vezes vista como algo cuja tarefa é a construção de um modelo da mente que o estudante de inteligência artificial possa ter como objectivo criar. Depositam-se grandes esperanças numa nova disciplina chamada «ciências cognitivas», que irá combinar as capacidades conceptuais do filósofo, a capacidade para construir modelos do especialista em inteligência artificial e as descobertas empíricas do psicólogo experimental. Estas esperanças espalharam-se através do Atlântico, chegando à Grã-Bretanha e à própria universidade de Oxford.
    Este desenvolvimento, apesar de ter sido promovido por filósofos formados na tradição analítica, reverte na verdade a viragem linguística que dava a essa tradição o seu carácter definitório. Da primeira denúncia de Frege do psicologismo na lógica, passando pelos escritos do Wittgenstein mais jovem e mais maduro, até à filosofia da linguagem corrente de Oxford e à sua recepção nos Estados Unidos, todos aceitavam que a maneira de compreender o pensamento era reflectir sobre a linguagem. Era uma convicção comum que os pensamentos só podem identificar-se e individuar-se através da sua expressão na linguagem, e que uma estrutura do pensamento acessível independentemente da estrutura da linguagem era coisa que não existia. As aspirações dos cientistas cognitivos vão claramente contra este princípio fundamental da filosofia da análise linguística. A esperança da nova disciplina é explicar a linguagem relacionando-a com estruturas mentais que já podem em princípio, e que no futuro poderão na prática, ser investigadas independentemente de qualquer expressão linguística.
    Ao mesmo tempo que ocorria esta mudança dramática de direcção na filosofia anglo-americana da linguagem, houve um desenvolvimento também surpreendente no seio da filosofia moral e política analítica. No auge do movimento analítico era popular pensar que havia uma distinção marcada entre a ética e a moral. A moral consistia em questões de primeira ordem sobre como nos devemos comportar, questões como a de saber se mentir era em algumas circunstâncias permissível, ou se o objectivo de acabar com uma guerra justificava que se bombardeassem cidades. Este tipo de questões e as suas respostas pertenciam à disciplina moral de primeira ordem. Não era claro quem tinha a tarefa de responder a estas questões, mas qualquer filósofo de Oxford dos anos 50 lhe teria dito que certamente não era tarefa do filósofo. O filósofo fazia algo bastante diferente, a que chamava «ética»; e isso era um estudo de segunda ordem dos conceitos que usamos ao formular e responder a questões de primeira ordem, e a relação entre o filósofo e o moralista não era mais próxima do que a relação entre o mecânico e quem conduz o carro.
    Tudo isto mudou também entre os anos 50 e os anos 80. Nos países de língua inglesa encara-se agora como perfeitamente apropriado que os filósofos usem as suas próprias aptidões profissionais para fazer propostas específicas para a reforma de questões públicas, ou denúncias específicas de políticas e administrações. Os filósofos passaram a demonstrar um grande interesse em questões de primeira ordem sobre os direitos das mulheres ou sobre os males da guerra nuclear de um modo que costumava encarar-se como algo que caía mais no âmbito do político ou do clérigo do que no do filósofo profissional.
    A filosofia analítica já não é, pois, se é que alguma vez foi, uma unidade homogénea. A própria concepção de filosofia tornou-se mais vaga e mais aberta nas suas margens. Isto acarreta outra consequência, que é sobretudo relevante para o presente trabalho: a filosofia no mundo de língua inglesa mudou a sua atitude relativamente à sua própria história. Nas eras das cruzadas auto-confiantes, tal como a que marcou o auge da filosofia da linguagem corrente, a história da filosofia tinha tendência a ser negligenciada. Uma era revolucionária não perde tempo a dissecar as minúcias que preocuparam o antigo regime; proclama a verdade acabada de descobrir que era na melhor das hipóteses ignorantemente venerada pelos seus predecessores. As fracturas e a fragmentação do monólito analítico conduziram a um interesse renovado na história da filosofia. Um exemplo particularmente impressionante é o renascimento recente dos estudos medievais: a filosofia medieval, que antes tinha sido uma serva ou uma ama da teologia, unicamente ensinada em seminários, é agora ensinada com proficiência em universidades seculares como um elemento significativo do legado filosófico. Surpreendentemente, até o argumento ontológico a favor da existência de Deus, encarado nos anos 50 a arma mais desacreditada do arsenal filosófico, foi renovado com modernos e sofisticados dispositivos acessórios, voltando a ser usado no campo de batalha contemporâneo da teologia filosófica.
    Podemos regressar, pela última vez, ao nosso diagrama inicial para seguir brevemente o curso recente da filosofia marxista. Nos anos 50, o marxismo, como a escolástica, devia o seu lugar nas instituições académicas a organizações cujos objectivos primários não eram filosóficos; e, como a escolástica, estava à mercê de mudanças não académicas nessas organizações. Mas para o marxismo, ao contrário da escolástica, os anos 60 foram uma década de expansão, e muitos filósofos ocidentais adoptaram abordagens marxistas, apesar de os seus interesses terem tendência para se concentrar nas obras do jovem Marx e não em Das Kapital. Ao mesmo tempo, a desilusão com a natureza corrupta e despótica dos regimes marxistas tornou os estudantes de filosofia dos países do bloco de leste cínicos quanto ao valor da filosofia oficial que subjazia a esses países. Nos anos 70, paradoxalmente, no leste o marxismo era universalmente ensinado e quase universalmente ninguém acreditava nele, ao passo que no ocidente o marxismo era ensinado, ainda que a uma minoria, mas a uma audiência de crentes apaixonados. Hoje em dia, claro, em resultado da dissolução do Império Soviético e da libertação dos satélites soviéticos, o apoio institucional da filosofia marxista na Europa de leste esboroou-se quase completamente. A sobrevivência da filosofia marxista depende necessariamente dos esforços dos seus devotos nas universidades ocidentais.
    As grandes ideias filosóficas podem permear todos os aspectos do pensamento e das actividades humanas; mas levam muito tempo a fazê-lo, e é necessário ainda mais tempo para que a sua influência possa ser avaliada como saudável ou deletéria. As filosofias da segunda metade do século XX estão demasiado próximas para que possamos fazer um juízo definitivo sobre elas, ainda que se consiga perceber que algumas delas são efémeras.
    Qualquer leitor que tenha perseverado na leitura deste livro terá sido surpreendido pelo facto de que mesmo os maiores filósofos do passado propuseram doutrinas que podemos ver — graças à compreensão retrospectiva dos outros grandes filósofos que estão entre eles e nós — que estão profundamente erradas. Isto não deve ser encarado como algo que reflecte o génio dos nossos grandes predecessores, mas como uma indicação da extrema dificuldade da disciplina. A ambição da filosofia é alcançar um tipo de verdade que transcende o que é meramente local e temporal; mas nem mesmo o maior dos filósofos chegou perto de alcançar esse objectivo de um modo abrangente. Há uma tentação constante para minimizar a dificuldade da filosofia redefinindo a disciplina de maneira a que o seu objectivo pareça mais tangível. Mas nós, filósofos, temos de resistir a esta tentação; devemos combinar o orgulho sem-vergonha na elevação do nosso objectivo com a modéstia indisfarçada quanto à pobreza dos resultados.
    Este pensamento foi muito bem expresso pelo filósofo americano Thomas Nagel, na sua brilhante sinopse da filosofia, The View From Nowhere:
    Mesmo os que acham que a filosofia é uma coisa real e importante sabem que estão num estádio particular e inicial, esperemos, do seu desenvolvimento, limitados pelas suas próprias primitivas capacidades intelectuais, e baseando-se nas ideias parcelares de um punhado de grandes figuras do passado. Tal como pensamos que os seus resultados estão fundamentalmente errados, temos também de presumir que mesmo os melhores esforços do nosso próprio tempo acabarão por parecer cegos.

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