Miguel (admin)

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  • em resposta a: Será Deus Perfeito? – 2 #76443

    Ref. 24 de Abril de 2002 – 11:19 am: Alex Haydin

    O ficcionado para Moisés não estaria nem para precisar, nem para dar-passo-maior-que-as-pernas. O propósito estaria no denotar que Moisés naquela época teria agido semelhantemente, em performance, ao fazer agudizado de outros noutras épocas: Cristo, Paulo, Galileu, Gandhi (sempre mais ou menos, é claro!).

    O textinho-ficção atenderia ao modo de sistema aberto da História, e claro que os filtros para cientificidades interditariam (ou não!).
    Exemplifica-se: a obra literária de 1993, “Menino persa”, romance histórico de jovem eunuco que relata o conviver com seu amante grande Rei Dario e após a morte deste, serviços ao novo amante Alexandre o Grande, relatos de crueldade da época, a cultura grega despojada e a luxúria a cultura persa.
    Quando pareceria que tudo já fôra escrito referente a personagem, ou evento, ou época, eis que apareceria nova com nova riqueza em detalhes.

    Assim como a citada obra, há uma quantidade “n” de outras editadas. A História opera em sistema aberto (abertíssimo!) tal como demais ciências.
    Evidente que invenctivou-se sobre Moisés (num jeito a-viajar!) com compor de quadro diversificado nas tintas e cores e virtuosidades, como se fosse uma tentativa de fazer arte.
    Mas é assim que norte-americanos e europeus estariam a motivar as salas-de-cinema e estandes-de-livrarias.
    Evidente que a História agradeceria à atividade empreendida pela área cinematográfica e das publicações impressas.

    “Koan: Ao perder a chamada consciência do ego – sujeito empírico – segundo o budismo, responsável pelo obscurecimento de nossa olhada espiritual. – o ser humano se perde no objeto, 'o homem se faz objeto', pelo princípio Zen corrente. 'O homem se converte em bambu', 'O homem se converte em flor'.

    Reparar que no Ocidente há sempre sujeito e objeto, e o sujeito pode bancar a posição de objeto, mas sempre objeto de sujeito, sempre uma relação. O ocidental não “se faz objeto” como no Zen, mas sim admite estar estado de objeto.

    Entende-se como apreciável a hipótese de que as Tábuas das Leis foram adotadas como um primeiro instrumento persuasível, de o sujeito Moisés exercer alguma ascendência urgente, de facilitar o instalar o povo num status de objeto, mesmo que com enfrentar de dissabores inesgotáveis, pois grassava uma rebeldia/ arruaça, meio destruição io coletiva.

    “Koan: Chao perguntou a seu mestre Nan quando ainda era um noviço: Qual é o Caminho? [Quer dizer, a Realidade absoluta?]; o mestre respondeu: “O espírito comum: esse é o Caminho”. Desta célebre fórmula, o mestre Mên deu uma interpretação poética em seu comentário ao “koan”: As flores perfumadas na primavera, a lua prateada no outono, a brisa fresca no verão, a branca neve no inverno. Se o espírito não se perturba ante perguntas banais, cada dia será um instante feliz na vida dos homens.”

    Reparar que no Ocidente não haveria nada de “espírito comum” nem busca de “caminho = realidade absoluta”. Acontece que para o sujeito ocidental a realidade está no contexto, nas circunstâncias, e nas contingências. Em modo de fenômeno, somente as externalidades. O fenômeno somente se desanuvia com o estabelecer da relação ora sujeito ora objeto. E o estar em meditação para a mente ocidental estaria sempre voltada para resolver status nas relações sujeito e objeto.

    Imaginar-se no lugar de Moisés. O único indivíduo que estava com espírito crítico, dentro daquele aglomerado de pessoas e bichos. Provavelmente ele perdera autoridade até com seus mais próximos, familiares e da própria tribo. O único que não abandonava o propósito visado. Mas estava desaparelhado para gerar uma circunstância que chocasse, aturdisse, atemorizasse, de modo a interromper o processo degradatório sem fim, os desperdícios, os crimes, os abusos sexuais.

    Entende-se que está improvável haver no Oriente algum evento com as mesmas peculiaridades daquele transcorrer na época de 1250 a.C.
    (fthy, 24/04/2002)

    em resposta a: Será Deus Perfeito? – 2 #76442

    A duvida sobre existência ou nao de Deus nao é nova, é tão antiga quanto os primeiros registros das primeiras civilizações. Na verdade, isso significa que Deus (no conceito antoprológico, não religioso ou filosófico) é um componente da própria origem humana. A definição de Deus, mais simplista ( no entanto correta ) é que Deus é o Fenômeno da Fé Em Tentar Explicar Aquilo Que Nao Conhecemos Ou Aquilo Que Nao Podemos Alcançar (como por exemplo: A Eternidade).
    Já no ponto de vista puramente “científico” NAO É CORRETO dizer que Deus Não existe, se a prova não está materializada não significa que ela não esteja lá. Indo mais ainda por essa lógica (preferida pelos ateístas) nem sempre um ser inferior reconhece a existência de um ser superior, por exemplo: a célula que vive dentro de algum orgão nosso, não tem, necessariamente, idéia da nossa existência, apenas da dela e de outras que fazem parte da sua vida. É isso.

    em resposta a: Será Deus Perfeito? – 2 #76441

    Ref. Karein : 24/04/2002 – 12:15 am: “Oriente e inconsciente”.

    De um modo bem coloquial. Enquanto num adotar das diretivas indicadas por Jung (nada de nada de Freud!), o inconsciente (“ele”) assume o papel de “amigão do humano”. E “ele” está amigão porque só se manifesta quando o amigo (consciente + razão + ego) está adormecido. E “ele” enquanto no se manifestar, o faz à vontade, estilo tô-que-tô, livre e sem documentos. E sempre deixa recados para que o consciente, ao reassumir a realidade, se formule linhas de ação para fazer o que deva ser feito.

    Eis acima o porquê de estarem Ocidente e Oriente, a transitarem em planos paralelos. O inconsciente no Ocidente está para o indivíduo, como um ambiente de foro íntimo, não reproduzível, intransferível, interpretável consigo, inexplicável, irregistrável. Há maneiras para acessar ao inconsciente: – individualmente através dos instrumentos disponibilizados pela psicanálise, psicologia; – coletivamente pelas extrações interpretativas dos mitos, folclores, idolatrias, sensos comuns. No Oriente, a interpretação estilo “o que é o inconsciente?” não tem nada a ver com o ocidental.

    No Oriente, a prática religiosa não consegue estar instalada no senso comum, a religiosidade oriental é como uma capa impermeável que isola um estado do outro estado, a espiritualidade da realidade. Exemplifica-se: – com os povos silvícolas do novo continente antes, e depois da ocupação por povos mais poderosos: – a religiosidade indígena estava diretamente ligada à natureza, aos bichos e plantas e remédios e tabus e temores e adversidades; – quando estavam a rezar ou coisa-que-valha ou preparativos-para-guerra, a multidão entrava em transe, em hipnose coletiva, coisas com discernimento zero-à-esquerda; – após, durante a ação, estavam noutra transe alheia total à anterior, pois agora estavam com corpo-fechado-às-armas-inimigas trucidavam e eram trucidados; – no desfecho, ultrajavam, escalpelavam, se banqueteavam com partes dos corpos dos inimigos mortos.
    No Oriente, com a chegada das ocidentalidades, caravelas e forças armadas e produtos e comes&bebes e padrões, a religiosidade esteve a sofrer gradativos obsoletismos, o modo de ser ocidental está a desaparecer com o modo de ser oriental.

    K.: “Mas esse inconsciente tampouco pertence ao domínio da psicologia”.
    Considera-se que o inconsciente está o mesmo para a espécie humana.
    Entretanto, o lidar com inconsciente modo ocidental, colocou-o no seu devido lugar, e pelo pensar ocidental, os orientais não estão a lidar com o inconsciente, os orientais estão a lidar com energizações do corpo-mente, e o custo da unidade de tal energia está indeterminável para racionalizar (ensinar! reproduzir! universalizar!). No Ocidente, tudo que almeja êxito, deve passar pelo filtro da reproduzibilidade e produtividade, enquanto que no Oriente “à antiga” tais exigências sempre estiveram desconhecidas.

    K.: “leitura paradigmática zen: (?) – aplicando choques de desconhecimentos; – reagindo ao choque com estranhezas; – desfazendo choques por discernimentos”.
    Bem que poderia estar “zen” o lidar com três tópicos sequenciados.
    Entretanto está apresentado como um paradigma ocidental para o deter saber. Todos paradigmas ocidentais oferecem sempre primeiramente “eficácia” (sem … nada a ver!). Portanto todo paradigma ocidental deve estar presente no conhecimento oriental, pois a “eficácia” está como instrumentalidade da Vida. Desde a “sopa primordial” tudo avançou por eficácias instaladas, mesmo que por eficácia dinossauros fossem extintos. Porém não foi diretamente do “zen” que tal paradigma se impôs no Ocidente.

    K.: “diante de fenômeno tudo depende do indivíduo e seus 'atravancos íntimos' … no zen evita-se atravancos, pensando com o abdomem”.
    Descomunal equívoco de K.! No “zen” não lidam com fenômenos considerados naturais ou do conviver, os fenômenos “zen” são internos, autoprovocados, e então associam com o inconsciente.
    Reparar que para o humano ocidental os “atravancos íntimos” dizem respeito aos contextos e circunstâncias em que se encontra e atua. Um motorista de táxi não tem os mesmos “atravancos” que um pilôto de B-52.

    K.: “Disseram: … nós pensamos com o abdômen … ventre representa, a totalidade do ser, ao tempo que a cabeça representa a intelectualidade”.
    Um figurativo para livre-pensar:
    – os primitivos viam na árvore algo como “amante, mãe, deusa”. As raízes estavam como o vente e a copada como a mente. Os bichos nos galhos estavam como a beleza, o estranho, o espírito, as pinturas; flôres e frutos estavam como os feitos, os produzidos, o bem de si. As raízes estavam como as entranhas, fonte das melhores guloseimas para incorporar forças e escudos protetores para as coisas adversas, más. Assim estavam os povos quase totalmente desaparecidos, por isso é que se fala no Ocidente os “primitivos”.
    (fthy; 24/04/2002)

    em resposta a: Será Deus Perfeito? – 2 #76440

    a cerca das duas últimas mensagens de karein e fthy

    ” eu sou quem sou ” um koan…

    os “dez mandamentos” um koan… não tão consciente como a descrição de fthy….não tão planejado…

    “imagem e semelhança”….koan…semelhante mas não idêntico…se idêntico fosse perfeito seria…não que seja imperfeito, apenas deslocado/dividido/dual.

    abs.

    em resposta a: Será Deus Perfeito? – 2 #76439

    Ref. 24 de Abril de 2002 – 12:15 am, Karein: ” Moisés estava neste estado (iluminado) no Monte de Sinaí quando ouviu a Deus anunciar seu nome como 'Eu sou quem sou' “.

    1) Certamente que enquanto numa conversação apurada, sem os costumeiros ruídos, a interpretação de Moisés “iluminado” estaria aceita racionalmente, para conjecturar, com probabilidades.
    Tal versão permitiria deslindar contextos:
    – imaginar um povo que acabara de se livrar da escravidão (status de escravo é inferior aos animais úteis);
    – imaginar indivíduos que se percebem livres de castigos, pancadas e surras, e indignidades absurdas;
    – povo a vagar pelo deserto estava completamente desregrado, literalmente cada um por si;
    – imaginar a promiscuidade, insólitos, ultrajes, desordens, crimes, tudo sob a impunidade absoluta; (dá para imaginar muito se tiver tempo).

    A Bíblia está como o impresso mais avolumado em paradigmas para o Ocidente; evidente que deve ser privilegiada uma meta-leitura, de metafóricos, figurativos. Proceder a leituras estilo oriental, sobre coisas do Ocidente, funciona como meta-leitura.

    2) “Eu sou quem sou”.
    Atenção. Sugere-se nervos de aço para o que segue, que não está facilitado nem para cabeças-quentes, nem para pavios-curtos, nem para chiliquentos.
    Assim está relatado:
    “Eu sou … quem … sou”.
    Assim está interpretado:
    “Meu atuar … está conforme … detenho o atuar”.
    Assim está num analítico:
    “Detenho o atuar” … Saber,
    “Está conforme” … Poder,
    “Meu atuar” … Querer.
    Assim está num paradigmático:
    Saber é Poder é Querer.

    Com tal paradigma, que ficou esclarecido para Moisés enquanto a sós, em retiro para refletir, e propenso a aceitar meta-aconselhamentos, ele pôde discernir um conjunto de raciocínios básicos. Ele refletiu, e pensou (falou consigo!) assim (mais ou menos!), enquanto estava a sós:

    “Primeiro. O que está escrito na pedra é o meu saber, adquirido empiricamente, durante esse tempo todo, no conduzir meu povo a se livrar da escravidão, por este terreno inóspito, em busca de algo ainda nem bem identificado”.

    “Segundo. Este saber vou apresentar como leis, as primeiras leis propostas em modo do-povo-para-o-povo. Certamente que ouvirei muito de bendito-seja e p-q-p, mas não tem outro remédio, o tempo vai me dar razão, pois não se pode continuar um mero aglutinado sem tramontana. Então com estes poucos preceitos, que denomino Dez Mandamentos, vou bancar a autoridade com estado-maior e lugares-tenentes e acabar com conchavos e dissolver bandos de arruaceiros. Vou me apresentar com Poder”.

    “Terceiro. Já que disponho de Saber (leis!) e Poder (planos!) deverei bancar muita vontade, pois muito me incomodarei, haverá bate-bocas e troca-de-tabefes, homens e mulheres vão dizer que eu quero escravizá-los, evidente que tolerarei tudo mas não tolerarei a intolerância, serei intolerante contra a intolerância, vou precisar uns líderes homens e mulheres para reproduzir padrões, caramba!, não sei o quanto vai me custar, mas é preciso Querer”.

    “Quarto. Agora que estou com Saber nas Leis, Poder nos planos, e Querer nas etapas, vou tirar uma soneca e depois vou descer para enfrentar aquele bando que eu amo”.

    Dito e feito! Assim é que teria (Teria? Teria!) iniciado a saga da Civilização Ocidental:
    – indivíduo Moisés,
    – as duas tábuas rabiscadas debaixo do braço,
    – um cajado nas mãos,
    – na mente a diretiva “Saber é Poder é Querer”,
    – um aglomerado de indivíduos mãos-à-obra,
    – e todo o tempo e espaço do mundo.
    (fthy; 24/04/2002)

    em resposta a: Determinismo ou livre-arbitrio? #73584

    karein

    hilda “guarda a impressão” de que tudo é sagrado, daí a sua atenção nos objetos… de um certo modo tudo é parte…tudo é pormenor…depende do referencial…. não era disto que falava, mas sim da visão “simplista” que não corresponde ao fatos da vida…

    ninguém!: autoengano/posições insustentáveis, todos temos impressões das coisas…isto me faz lembrar o crente dentro da igreja a repetir(“vã repetiçao”) textos sagrados…ele tem conhecimento perfeito das escrituras…e diz ser temente e respeitador dos mandamentos, afinal esta postura irá lhe garantir paz depois da morte ou uma respeitada postura dentro do universo cativo…é um asceta…mas o seu coração está cheio dos desejos do mundo…cazuza tem uma frase para isto: “as suas idéias não correspodem aos fatos”…a pergunta que faço é: pq é bonito parecer científico? é o parecer/ser que hamlet esclarece a sua mãe…em um trecho sua mãe lhe pergunta pq parece desanimado/triste…ele responde que parecer não é ser…parecer são exterioridades e o que ele sentia o tocava no mais íntimo: ” atavios e galas de dor”

    mantenho meu voto: as pessoas tem impressões…não somos eletrons, equações ou blocos de construção…o nosso entendimento de algo é sempre mais profundo do que a simples descrição de determinado enunciado…já falara outrora sobre isto…(Popper comenta Fries)…em 1905 um suiço de 26 anos teve uma impressão que posteriormente explicitou no papel em termos de equação…tenho para mim que a equação é simplesmente uma forma de morder coisas concretas…este calabouço deixa inevitavelmente algo de fora(as vezes a parte humana)…não nego as equações, apenas me recuso a torná-las os novos deuses…este é o entendimento da incompletude matemática…que já era evidente no comum sentir muito-muito antes de godel…

    márcio

    galileu diria que “aquilo que não pode ser medido e quantificado não é científico” ou seja, dentro da atual ciência não há espaço para valores, experiências ou ética – repressa que está à ruir.

    Humm. Acho que isso esta mudando. Nos vamos para o mundo virtual. E vamos ter a ciencia do Mundo Virtual. E ela vai estar alinhada com a Ciencia do Mundo Real. É apenas uma questao de tempo.
    Mundo Virtual ~= Mundo dos Sonhos ? … pode ser.

    aproveitando o gancho da karein….acredito que freud desenvolve a tecnologia para analise dos sonhos…ele coloca os óculos da modernidade no antigo..depois dele outros estão a desenvolver esta tecnologia…racionaliza e não equaciona….falo sobre a impossibilidade de equacionar este universo onírico…vc pode estudar profundamente freud e não resolver o problema do paciente, isto acontece pq o analista não “encontra” aquilo que só pode ser encontrado …um ex simples o filme: “gênio indomável” temos uma lição de psicanalise…entrelaçamento paciente-médico…um universo mítico…onde ambos aprendem…sem isso a tecnologia da mente de nada serveria naquele caso(“ouvir e não escutar”)….

    isabel

    dentro de sua metáfora…e acredito ser perigoso nos alongarmos nela ou tentarmos dissecá-la, pois ela como qualquer outra metáfora não é completa…serve apenas para satisfazer a alma das personalidades que necessitam construir um universo onde se possa morder coisas concretas..

    o tabuleiro é a matriz de interações

    temos o jogador

    as peças

    o universo que imaginamos seria um universo onde as peças estão influenciando o jogador inconscientemente nas suas decisões…as peças sabem que estão no tabuleiro jogando…a relação entre um e outro seria a do consciente cheio de coisas do inconsciente…as decisões que tomamos são apenas nossas, no sentido de isoladas(?)…haveria o inconsciente coletivo tb a nos influênciar além do inconsciente individual, das decisões conscientes e das inúmeras experiências particulares de cada indivíduo…a idéia caminharia no sentido de que temos livre arbítrio e ao mesmo tempo não o temos…

    abs.

    em resposta a: Determinismo ou livre-arbitrio? #73583

    Alex:
    “seríamos jogadores de um universo possível e ao mesmo tempo peças do jogo de um universo que existe em torno de nós… somos as peças que tb jogam… uma metáfora dentro de outra…”, ou seja, somos jogados quando julgamos jogar..julgamos controlar o que está definido-determinismo…julgamos jogar-livre arbítrio? Julgarmos jogar faz parte do jogo do universo…questionarmos as regras do jogo é, ainda assim, ser jogado…

    abs.

    em resposta a: Determinismo ou livre-arbitrio? #73581

    Alex,

    ref. – isto é a vida, as pessoas não olham para os pormenores ….

    Celônio : há sempre um vento passando pelos cantos.

    Orto : Os cantos …. isso é coisa de Agda. Também te fala dos cantos das paredes ? Da pena que sente quando vê um canto ? Um canto de parede, isso mesmo. Ela me disse : não percebes que ninguém vê esse canto ? que ele está aí e a gente passa por ele como se ele nunca tivesse existido ? Claro que eu começei a rir. E antes de entrar no quarto me pegou pelo braço e disse assim : Orto, se a gente olha tudo, , de um jeito vagaroso, tudo é sagrado.

    Kalau : nem parece que falamos da mesma mulher.

    ( extraído Ficções (Agda) de Hilda Hilst).

    ninguém ! Hilda Hilst dentre outros olham ….

    ref. sonhos

    se tidos como fenômenos, Freud os racionalizou transferindo-os para a vigília ao analisar seus
    pacientes, um bocejo e tanto … ! tudo bem que o manifesto nunca vai ser o correlato do latente mas esse fato tb contribiu para pensar a cientificidade da psicanalise.

    abs.

    em resposta a: Será Deus Perfeito? – 2 #76438

    Ferris,

    Iluminação enquanto fenômeno .-

    Um Koan (ko -público /an – documento).-

    espécie de problema que o mestre zen formula a seus discípulos para que o resolvam . Mais por um lado “documento público” não condiz con o zen, pois o Koan estaria dentro de nós mesmos, pois é retirado do nível inconsciente para o nível do consciente , em tal caso pode-se dizer que o koan foi “compreendido” .

    Os koans , segundo o zen , insinuam a Verdade Suprema, sob a roupagem de uma linguagem desconcertante . No entanto, pergunta implica em intelectualização, mais paradoxalmente, o zen rejeita todo tipo de perguntas ; o mestre zen Baso Do-ichi, dava literalmente pauladas e bofetadas nos seus discípulos quando questionado sobre a verdade do zen ; o entendimento é superficial na medida em que aflora na superfície da consciência, mas quebrando essa superfície estaria mais próximo do inconsciente. Mas esse inconsciente tampouco pertence ao domínio da psicologia .

    uma parcela significativa do fenômeno vai ser racionalizada .-

    o intelecto, a moralidade ou a conceituação fazem parte do processo na medida em que são necessárias para compreender suas próprias limitações.

    leitura paradigmática zen : (?)

    – aplicando choques de desconhecimentos
    – reagindo ao choque com estranhezas
    – desfazendo choques por discernimentos

    ref. diante de fenômeno tudo depende do indivíduo e seus “atravancos íntimos” –

    no zen evita-se atravancos, pensando com o abdomem.

    Um científico norteamericano visitou um povo primitivo e quando falaram para eles que os occidentais pensavam com a cabeça, os homens primitivos pensaram que os norteamericanos estavam malucos . Disseram : ” nós pensamos com o abdomem “.

    O ventre representa , a totalidade del ser , ao tempo que a cabeça representa a intelectualidade.

    “Pensar ” com o abdomem signficaria na realidade fazer descender o diafragma a fim de deixar espaço para que os órgãos toráxicos funcionem adequadamente, para “receber “o Koan.

    inconsciente psicológico versus inconsciente ontológico .-

    o primeiro fazendo uma leitura freudiana , bem suscinta, rasgo neurótico da personalidade, determinado pela necessidade terapêutica de curar um sintoma particular ; o segundo , leitura zen, desaparecimento da polaridade da consciência frente ao inconsciente, percepção imediatista da realidade, talvez nesse sentido a resposta esteja muito mais próxima em termos físicos do que se imagina do mistério da Divindade, de Deus, do Uno.

    Freud advertiu como a repressão interfere com o sentido da realidade de uma pessoa, e como a supressão da repressão leva a uma nova apreciação da realidade.

    O povo judeu poderia afirmar que Moisés estava em este estado (iluminado) no Monte de Sinaí quando ouviu a Deus anunciar seu nome como ” Eu sou quem sou “.

    ” Porque agora vemos por espelho em enigma , mas então veremos face a face ; agora conheço em parte , mas então conhecerei como também , sou conhecido. ” (I Corintios, XIII, 12)

    abs.

    em resposta a: Determinismo ou livre-arbitrio? #73580

    Karein

    de certo que há um entrelaçamento entre o consciente e o inconsciente…como há tb na comunicação através das palavras faladas, internet, gestos, etc, uma comunicação oculta/inconsciente que está além das palavras ditas-escritas-gesticuladas… poderíamos tomar como exemplo o impressionismo(já que falou-se em arte) que não se preocupa com o plano meramente físico… é, portanto, um caminho que nos mostra não as partes, mas o todo… um instante…. um momento…a significação…sou da opinião que o erro está em encarar a realidade de forma simplista… uma espécie de cópia do todo com partes que compõem outros todos e que podem viver independentes… como dizem os artistas o todo é o todo-impressão… isto é vida, ou seja, as pessoas não olham para algo em seus pormenores, ninguém!…. as pessoas guardam impressões das coisas…

    márcio

    o mundo dos sonhos é interpretado por fenômenos… o mundo dos sonhos não pode ser repetido…o mundo dos sonhos não é ensinado, ele é encontrado e compreendido.

    isabel

    interessante a metáfora do jogo de xadrez…é uma metáfora dentro de outra….

    falou-se sobre calma, paciência, limitação das peças e tabuleiro(objetos, universo e suas regras?), jogadas finitas e infinitas, bem como novos jogos…estaríamos a descrever um universo onde estamos contidos… seríamos jogadores de um universo possível e ao mesmo tempo peças do jogo de um universo que existe em torno de nós… somos as peças que tb jogam… uma metáfora dentro de outra… e se houvesse entrelaçamento entre jogador e peças nos mesmos moldes daquilo que eu e a karein falamos acima, o jogador de forma consciente e as peças inconscientemente… as peças jogam um outro jogo, mas influenciam tb o jogador….no jogo há um objetivo, cada passo visa um objetivo…objeto e sujeito se fundem, mas não se confundem…eckhart

    abs.

    em resposta a: Será Deus Perfeito? – 2 #76437

    Após 23/04/2002, 4:43 pm, Maurício.

    Para trombar com V. ou C., entende-se que M. poderia evitar um chutar na canela-dos-demais (mente!), de F. e talvez de outros quem sabe.

    Reparar nas regrinhas fundamentais adotadas em fóruns intranets, modo pague&participe:
    1ª Em ambiente internet importa é a palavra escrita, só palavra!
    2ª A identidade do mensagista está com o conteúdo textualizado, só conteúdo!
    3ª O interagir depende da suficiência em apuros, só suficiência!

    Reparar que V. ao se permitir identificar como “fundamentalista” desatendeu à regra. Caso M. permanecer como amoitador de V. ficará “identificado”, às vezes fica até estigmatizado. Reparar que regras não estão feitas à toa, coisa só para aporrinhar. Acontece que quando o mensagista cai “identificado”, ele perde mobilidade, credibilidade e mais adiante liberdade.

    Imaginar fórum de indivíduos que possam estar a conviver seja no mesmo setor ou na mesma função ou no mesmo círculo de amizades e familiares. A performance para não se revelarem está um jogo particular. Evidente que entabular via senso comum leva à derrocada rapidamente. Põe a cachola a funcionar para “abater” o personagem V. (no bom sentido, evidente!)
    (fthy; 23/04/2002)

    em resposta a: Será Deus Perfeito? – 2 #76436

    Ref. Karein, Karein, 23 de Abril de 2002 – 11:21 am.

    1) Imagina-se que a esposa estivera a acompanhar a agonia do marido, o sofrimento dela a integra ao complexo juntamente com o médico, três que estão no-mesmo-barco, três complementares (figurar esdrúxulo: “pizza de três fatias”). Para os três não há fenômenos previsíveis, claro que coisas estranhas poderiam ainda acontecer, mas improváveis, normalmente não há fenômeno. Entretanto para o jornalista que assiste, tudo os agires estão favoráveis a fenômenos, ao observador profissional, enquanto permanecer num papel suplementar, de-fora-do-barco.

    2) A criança levou um choque diante da imensidão: “Me ajuda a olhar, pai”. O pai detêm o saber daquele contexto que o filho não compreende, o pai vai esclarecer ao filho através de explicativos circunstanciais, o pai não vai definir o contexto, ele vai levar o filho a brincar nas ondas, a sentir a força do repuxo, a mergulhar jacaré, a avançar na profundidade, o gosto da água, a escavar na areia para pegar mariscos, as tatuíras, as gaivotas, os caramujos, fazer castelinho e “n” outras. Uma parcela significativa do fenômeno vai ser racionalizada. Outras ainda o serão adiante.

    3) Os olhos do adulto operam pelo contexto, devido ao Saber adquirido. Recordar que Saber é Poder. O pai dispõe de Poder do conhecimento. O pai ao levar o filho exerceu o Querer. Saber é Poder é Querer. Evidente que o pai se sente seguro de obter êxito na iniciativa de levar o filho a conhecer o mar.

    4) Sobre o pintor, nada de má sorte, pelo contrário, uma tremenda sorte presenciar um evento daquele quilate! Quantos fenômenos não lhe surgirão para identificar, atuar analiticamente e gerar obras de arte! Um “sortudo” o pintor!

    5) Sugere-se eliminar do raciocínio a idéia de “autêntico”. Deixar tal sobrecarga para os fundamentalistas, literalmente uns azarados. Pois o momento da morte estava autêntico somente para o doente, a dor da separação definitiva autêntica somente com a esposa, a frustração autêntica de não curar com o profissional de medicina, a cena de fato autêntico para o jornalista, e a riqueza de autenticidades para o pintor. Inexiste reprodução de autênticos iguais. Num exemplo meio exagerado: no ato sexual, amantes a se, coexistem duas autenticidades, isso que tal intimidade está ao máximo possível para o humano.

    6) Certamente que o inusitado daquele contexto vai acarretar comoções, médico pela solidariedade, jornalista pelo texto que produzirá, pintor pelo retratar com expressões.

    7) Nada de qualquer partido é arbitrário! Diante de fenômenos tudo depende do indivíduo e seus “atravancos íntimos”. Arbitrário somente quando há presença de racionalidades de senso comum.

    8) Nada de realidades encontram-se nas nossas idéias. Diante de um fenômeno vale as impressões, os inéditos, as surpresas, a coisa nunca vista nem esperada nem imaginada. Idéias ficam de fora enquanto indivíduo apanhado por fenômeno.

    9) Revista semanal IstoÉ, 24/04, entrevista com literata Lygia Telles que fala sobre Simone de Beauvoir: “Ela aceitou a velhice, jamais faria plástica por vaidade, ela transformava a própria velhice em textos, criava com sua velhice, é um modo de colocar indesejados/ inevitáveis em salutares, criativos”.
    Mais de Telles: “Eu procuro transformar as coisas erradas segundo meu modo de ver, em outras que chegam até a parecer engraçadas”.

    10) Essa é quente! Não desconsiderar! A inocência sempre se faz sentir quando diante de fenômeno. Nunca antes nem depois. Reparar que a inocência aflora com o surpreendente, o fantástico, o exuberante. A inocência está sempre num instante. A felicidade é o mesmo que a inocência, coisa de fluir em instantezinhos. Antes do fenômeno não há inocência tal como não há felicidade. Reparar que durante o aprendizado, o indivíduo está aprendendo, não está a aprender tudo ao mesmo tempo, ninguém o consegue, por isso é que há o período letivo em oito + três + seis anos, e pelo resto da vida mais saber para o Saber. As escritoras Beauvoir e Telles viveram inocências tanto quanto noutros tempos.

    11) A leitura analítica e paradigmática está para alguém que decide-se estar diante de um fenômeno, alguém que identifica ou invenctiva ou opta lidar com um evento fenômeno. Evidente que no caso de alguém estar interno ao fenômeno, ou deve vivê-lo ao máximo enquanto de-bem, ou então cair fora se estiver de-mal, nada de leituras neste caso durante, somente após.
    Exemplifica-se com o ato sexual que se trata de algo como “está a estar num está para estar”. Nada impede porém que depois de, seja feito balanço do, consigo ou conjuntos.
    (fthy/23/04/2002)

    em resposta a: Determinismo ou livre-arbitrio? #73579

    Onofre, poderíamos marcar uma partidinha…
    Realmente, virtualmente infinito, porém determinadamente seu fim é o xeque-mate (empate tbm há). Há muitas jogadas, todas nos levam a montar um novo tabuleiro, começar um novo jogo determinado pelo seu fim, limitado com sua virtual infinitude de jogadas.
    Cada jogada determina a próxima do oponente, reduzindo sua possibilidade de escolha e assim vai.
    Abs

    (Mensagem editada por mceus em Abril 23, 2002)

    em resposta a: Determinismo ou livre-arbitrio? #73578

    Os lances possíveis do xadrez são estimados em 10 elevado a 120, ou seja, virtualmente infinitos.

    O xadrez obedece àquele ideal matemático de que tanto falam os filósofos, a relação de idéias independente do mundo objetivo. É um universo fechado, com regras próprias, que pode se manter inalterado mesmo que não haja nenhum correspondente no mundo. É o que ilustra bem o poema de Pessoa (Ricardo Reis), que colo abaixo:

    Ouvi contar que outrora, quando a Pérsia
    Tinha não sei qual guerra,
    Quando a invasão ardia na Cidade
    E as mulheres gritavam,
    Dois jogadores de xadrez jogavam
    O seu jogo contínuo.

    À sombra de ampla árvore fitavam
    O tabuleiro antigo,
    E, ao lado de cada um, esperando os seus
    Momentos mais folgados,
    Quando havia movido a pedra, e agora
    Esperava o adversário.
    Um púcaro com vinho refrescava
    Sobriamente a sua sede.

    Ardiam casas, saqueadas eram
    As arcas e as paredes,
    Violadas, as mulheres eram postas
    Contra os muros caídos,
    Traspassadas de lanças, as crianças
    Eram sangue nas ruas…
    Mas onde estavam, perto da cidade,
    E longe do seu ruído,
    Os jogadores de xadrez jogavam
    O jogo de xadrez.

    Inda que nas mensagens do ermo vento
    Lhes viessem os gritos,
    E, ao refletir, soubessem desde a alma
    Que por certo as mulheres
    E as tenras filhas violadas eram
    Nessa distância próxima,
    Inda que, no momento que o pensavam,
    Uma sombra ligeira
    Lhes passasse na fronte alheada e vaga,
    Breve seus olhos calmos
    Volviam sua atenta confiança
    Ao tabuleiro velho.

    Quando o rei de marfim está em perigo,
    Que importa a carne e o osso
    Das irmãs e das mães e das crianças?
    Quando a torre não cobre
    A retirada da rainha branca,
    O saque pouco importa.
    E quando a mão confiada leva o xeque
    Ao rei do adversário,
    Pouco pesa na alma que lá longe
    Estejam morrendo filhos.

    Mesmo que, de repente, sobre o muro
    Surja a sanhuda face
    Dum guerreiro invasor, e breve deva
    Em sangue ali cair
    O jogador solene de xadrez,
    O momento antes desse
    (É ainda dado ao cálculo dum lance
    Pra a efeito horas depois)
    É ainda entregue ao jogo predileto
    Dos grandes indif'rentes.

    Caiam cidades, sofram povos, cesse
    A liberdade e a vida.
    Os haveres tranqüilos e avitos
    Ardem e que se arranquem,
    Mas quando a guerra os jogos interrompa,
    Esteja o rei sem xeque,
    E o de marfim peão mais avançado
    Pronto a comprar a torre.

    Meus irmãos em amarmos Epicuro
    E o entendermos mais
    De acordo com nós-próprios que com ele,
    Aprendamos na história
    Dos calmos jogadores de xadrez
    Como passar a vida.

    Tudo o que é sério pouco nos importe,
    O grave pouco pese,
    O natural impulso dos instintos
    Que ceda ao inútil gozo
    (Sob a sombra tranqüila do arvoredo)
    De jogar um bom jogo.

    O que levamos desta vida inútil
    Tanto vale se é
    A glória, a fama, o amor, a ciência, a vida,
    Como se fosse apenas
    A memória de um jogo bem jogado
    E uma partida ganha
    A um jogador melhor.

    A glória pesa como um fardo rico,
    A fama como a febre,
    O amor cansa, porque é a sério e busca,
    A ciência nunca encontra,
    E a vida passa e dói porque o conhece…
    O jogo do xadrez
    Prende a alma toda, mas, perdido, pouco
    Pesa, pois não é nada.

    Ah! sob as sombras que sem qu'rer nos amam,
    Com um púcaro de vinho
    Ao lado, e atentos só à inútil faina
    Do jogo do xadrez
    Mesmo que o jogo seja apenas sonho
    E não haja parceiro,
    Imitemos os persas desta história,
    E, enquanto lá fora,
    Ou perto ou longe, a guerra e a pátria e a vida
    Chamam por nós, deixemos
    Que em vão nos chamem, cada um de nós
    Sob as sombras amigas
    Sonhando, ele os parceiros, e o xadrez
    A sua indiferença.

    em resposta a: Determinismo ou livre-arbitrio? #73577

    Onofre:
    Apesar de “virtualmente infinitas” as possibilidades de jogadas e combinações de jogadas são limitadas…basta a consideração das limitações impostas pelas regras do jogo…
    abs.

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