Miguel (admin)

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  • em resposta a: Família #71746

    Para resumir fámilia… eu acredito ser uma quadrilha, onde há várias necessidades de tráfico de emoções, sentimentos, dispitas, abandonos e outras… queremos sempre formar-mos a nossa quadrilha, para deixar-mos a outra que nos deu a vida.

    em resposta a: Privatizações #71394

    Que ao menos seja respeitado um princípio básico de convívio social; adaptar-se as novas condições da mesma forma que nos adaptamos aos momentos difíceis pelo qual somos afrontados na vida cotidiana, contudo, não podemos nos esquecer que o princípio básico consiste em tornar suportável a vida para o maior número de pessoas conforme o entendimento destas pessoas do que venha a ser o melhor padrão de vida suportável, mas sabemos que não é desta forma que se opera no brasil.

    um exemplo simples é a privatização das Teles no brasil. Pergunto: Quem é a campeã em reclamações no procon-SP?

    Acertou quem respondeu TELEFÔNICA.

    Qual a receita para motivarmos o surgimento de um herói?

    Acertou quem respondeu A EXISTÊNCIA DE UM VILÃO.

    Tem vilão brincando com o povo brasileiro…. dizemos no brasil: “Um dia a casa cai!”.

    em resposta a: O que é consciencia ? #74594

    A palavra consciência deriva de duas palavras: do verdo latino scire, que significa saber e da preposição cum, que significa com, logo, etimologicamente, consciência significa “saber com”.

    No Oxford English Dicionary , além disso, há não uma, mas seis definições da palavra consciência:

    1. Conhecimento conjunto ou mútou.
    2. Conhecimento ou convicção internos, especialmente de nossa própria ignorância, culpa, deficiências etc.
    3. O ato ou estado de estarmos conscientes ou cientes de alguma coisa.
    4. O estado ou faculdade de estarmos conscientes como condição ou concomitante de todo pensamento, sentimento e vontade.
    5. O estado de estarmos conscientes, considerado isto como a condição normal de uma vida sadia de vigília.

    Mas… nenhuma das definições é inteiramente satisfatória.

    A consciência é o que torna o ser único que vc é, diferente do seu amado e de qualquer outra pessoa, e que reage de uma forma particular a um determinado estimulo.

    Mas esta analise tb deixa muito a desejar….

    podemos imaginar a consciência revestida de 04 aspectos diferentes:

    1. o campo da consciência, às vezes chamado de campo global ou percepção.
    2. os objetos da consciência, tais como os pensamentos e sentimentos, e que nesse campo surgem e desaparecem.
    3. há tb o sujeito da consciência, o experienciador e/ou testemunha( sujeito da consciência, ou self conciente com o qual nos identificamos).
    4. a consciência como fundamento de todo o ser.

    Uma definição de senso comum da consciência equipara-a à experiência consciente., ou seja, experiências conscientes ocorrem com numerosos concomitantes: alguns internos; outros externos. Enquanto datilografo esta página, por exemplo, observo minha mente, enquanto meus dedos tocam as teclas da máquina de escrever. Estou pensando: como é que está se saido esta página? Devo reescrever esta sentença? Estou explicando de menos ou demais? Agora, escuto uma batina à porta do escritório. levanto a voz: “Quem é?” Nenhuma resposta. Tenho que fazer uma opção. Ou grito mais alto ou me levanto para ir abri-la. Os concomitantes externos são fáceis de entender. Eu não me identifico com meus dedos, mesmo quando eles estão ocupados fazendo alguma coisa a que dou valor, como datilografar esta página. Poucos entre nós pensariam em identificar consciência com sensações, impressões sensorias ou ações motoras. Você pode imaginar-se dizendo “Eu sou minha ida até à porta”?Claro que não. O senso comum nos diz que os concomitantes externos de uma experiência consciente não constituem os elementos fundamentais da consciência, contudo, quando passamos ao estofo interno da mente(pensamentos, sentimentos, opções etc) as coisas tornam-se muito menos claras. Numerosas pessoas, por exemplo(seguindo o conceito de Descartes) identificam-se com os seus pensamentos: “PENSO, LOGO EXISTO.” No caso de outras, ser consciente é sinônimo de sentimentos: “SINTO, LOGO EXISTO.” Alguns podem idenficicar-se com a capacidade de escolher, Nietzche, por exemplo iguala ser a vontade.

    Acreditamos que ao falarmos sobre consciência devemos tb falar sobre determinismo e livre-arbítrio, pois em um mundo determinista( nesse sentido o físico Hawking) não podemos falar em opção.

    Bertrand Russel criou um linguagem que ficou conhecida como teoria de tipos lógicos e que visava solucionar problemas que surgiam na teoria dos conjuntos. A idéia básica de Russel era que um conjunto composto de membros é de um tipo lógico mais alto do que os próprios membros, porque define o contexto para pensar neles. Analogamente, o nome de uma coisa, que representa o contexto da coisa que ela descreve, é de um tipo lógico mais alto do que a própria coisa, dessa maneira, entre os 03 concomitantes internos da experiência consciente, sobressai a escolha, pois ela é um tipo lógico mais alto que os pensamentos e os sentimentos, afinal tudo(os 03 concomitantes) faz parte do ser.

    Aí perguntamos: não será a capacidade de optar o que nos torna conscientes das experiências que escolhemos, pois ao imaginarmos uma coisa não temos certeza do que ela possa realmente ser até experimentarmos esta coisa,… por vezes imaginamos uma coisa e a experiência nos mostra ser outra.

    Os orientais ensinam que um caminho é para uma jornada e não para um destino. Uma jornada de experiências e de escolhas, pois todos os momentos enfrentamos literalmente miríades de possibilidades alternativas, e escolhemos entre elas, e ao escolher reconhecemos o curso do nosso caminho, sendo que dessa maneira a opção é capaz de definir o nosso self.

    Ciência e senso incomum, recorremos a ela quando fracassa o senso comum, contudo recorrer a psicologia em nada adianta, pois como disse o eminente cognitivista Ulric Neisser: “A psicologia não está pronta para enfrentar a questão da consciência.”

    recomendo alguns autores excentricos

    Ken Wilber – O ESPECTRO DA CONSCIÊNCIA E CONSCIÊNCIA SEM FRONTEIRAS

    Ronald David Laing – EU E OS OUTROS

    em resposta a: O que é consciencia ? #74593

    Onofre Veiga, muito obrigada por sua ajuda! Ela vai ser de grande valia!
    Amanda

    em resposta a: Qual o sentido da vida? #72828

    Se perguntamos sobre o sentido da vida, é porque carecemos de sentido. Ou seja, a questão não é a vida- com ou sem sentido- mas a necessidade humana de encontrar sentido, ou significação.
    Bem, do ponto de vista humano- não posso falar por um repolho!- acho que a vida tem e não tem sentido. Tem sentido na medida em que o fabricamos, em circunstâncias diferentes e variadas. Mas esse sentido é sempre precário, e mutante, tal qual a vida.
    No entanto, em seus maiores momentos, a vida não tem sentido. É absurda, embora ainda esse seja um ponto de vista humano, ou seja, partindo de um referencial ” humanamente não absurdo”. É absurda a morte, o sofrimento e a injustiça- essa última, humaníssima criação.
    Ou seja, a vida (humana), já absurda em sua
    origem, tem-se tornado mais absurda em face de nossa insensatez.
    Absurda ou não, com ou sem sentido, a vida é bela. A vida humana é bela, daquela beleza trágica, da qual não devemos abrir mão.

    em resposta a: Melisso #74591

    Informações do volume Pré Socráticos dos Pensadores.

    Melisso nasceu em Samos, ilha do mar Egeu, e desemepenhou papel importante na política grega derrotando os atenienses em mar numa batalha de 441. Defendeu Parmênides contra os pitagóricos e contra Empédocles. De seu poema sobre o ser ou sobre a natureza conservam-se poucos fragmentos. Melisso foi mestre de Leucipo, segundo alguns. Segundo outros Leucipo teria sido discípulo de Zenão.

    A doxografia registra uma entrada em Aristóteles, livro Física, IV 6. 213 b 12 (DK 30 A 8) , Aristóteles conta que Melisso defendeu que o todo é imóvel, pois se se mexesse, haveria vazio, e o vazio é um não-ser. Também em Da geração e corrupção, I, 8. 325 a 2., acrescenta-se que não pode haver pluralidade, ausência de unidade e vazio. Se o ser é divisível em toda parte, não há unidade, de maneira que também não há pluralidade, mas vazio é o todo. Mas, se o todo é divisível, numa parte e indivisível noutra, esta estrutura parece ter alguma coisa de artificial; pois até que ponto e por que razão uma parte do todo se comporta assim e está cheia, enquanto a outra está dividida? Assim, o movimento é impossível, e o todo é um, imóvel e ilimitado, pois se houvesse limite não poderia limitar senão contra o vazio. Aristóteles fala que essa doutrina é típica dos filósofos que querem resolver tudo pela razão.

    Os fragmentos, escassos, tentam demonstrar justamente esta idéia central. vejamos alguns:

    “Sempre era o que era e sempre será. Pois, se tivesse, vindo a ser, necessariamente nada seria (existiria), antes de vir a ser. Por conseguinte, se nada fosse, de modo algum algo viria a ser do nada.

    “Nada que tem princípio e termo é eterno ou infinito”

    “Se não fosse um, teria um limite contra outro”.

    “Se, pois, o ser é, deve ser uno; e sendo uno, não deve possuir corpo. Mas, se tiver espessura, teria partes e já não seria uno”.

    “Se o ser divide, move-se; e movendo-se, não poderia ser”.

    Mais informações nestes dois links
    Área Educativa , Enciclopédia Simpózio, sendo que o da Simpózio é o melhor

    Livros para sua pesquisa: História da Filosofia Antiga, de Giovanni Reale.
    Volume Pré Socrático da coleção Os Pensadores.
    Vida e doutrina dos Filósofos Ilustres, de Diógenes Laércio.

    em resposta a: Crer sem ver #74561

    Não basta abrir a janela
    Para ver os campos e o rio
    Não é bastante não ser cego
    Para ver as árvores e as flores.
    É preciso também não ter filosofia nenhuma.
    Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
    Há só cada um de nós como uma cave.
    Há só uma janela fechada,e todo mundo lá fora;
    E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse.
    Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
    Fernado Pessoa

    em resposta a: Melisso #74590

    Fabrícia,

    Vou tentar te passar um pouco do que imagino que sei, caso não esteja correto, com certeza os administradores do site vão se manifestar.
    Melisso foi discípulo de Zenão de Eléia, que por sua vez havia sido discípulo de Parmênides. A Escola Megárica, a que pertenceu esses três pensadores, tinha como essência de sua filosofia a imutabilidade do Ser. Esse tipo de pensamento não encontrava justificativa na própria realidade, onde tudo flui e se transforma. Sugiro a leitura de um dos fragmentos de Parmênides, “O Camninho da Verdade”, sendo que esse texto, provavelmente, você encontrará em qualquer livro que aborde os pré-socráticos. Não sei se consegui te ajudar, mas tenho a certeza que a erudição dos professores de filosofia que administram este site será suficiente para atender as suas necessidades.

    em resposta a: Crer sem ver #74560

    O tema do acreditar no invisível é tratado pela filosofia de uma forma muito mais profunda do que a exposta pelo Paulo Coelho. O principal defeito de Coelho, ao meu ver, é que ele não tem um pensamento original. Ele apenas coleta coisas de diferentes fontes. O que é dele mesmo costuma ser ruim. E no meio dessa coleta, há claro, uma simplificação e perda de significado e de qualidade.

    em resposta a: Crer sem ver #74559

    Aqui vemos mais do que mera subjetividade arrebatadora. Aqui vemos como a Bíblia convence tantas ovelhas e como Paulo Coelho vende tantos livros. Basta que você misture uma boa dose de termos abstratos para tocar o coração das pessoas.

    “O ar que você respira leva o Meu nome.”

    “Somos todos irmãos de um mesmo pai bom e justo.”

    “Há verdades que estão acima dos olhos dos homens.”

    “A vida se torna eterna e incondicional para aqueles que crêem.”

    Lindo, não é. Sabe de onde eu tirei? Inventei agora mesmo enquanto estou escrevendo essa mensagem. Não levei nem dois minutos.
    O abstrato toca o homem onde ele é mais sensível, por isso arrebata. Por isso a religião (que trata justamente do que não vemos) parece tão correta perante olhos hipnotizados pelo arrebatamento.

    MHanemann

    em resposta a: O que é consciencia ? #74592

    A consciência é a intuição mais ou menos clara que o espírito tem de seus atos. No entanto, apesar de ser um problema fundamental da filosofia, a definição ainda é controversa. Conforme nota Hamilton a consciência não pode ser definida: nós podemos estar totalmente cientes do que ela é, mas não podemos transmitir para os outros uma definição sem confusão daquilo que sabemos claramente. A razão é simples: a consciência está na raiz de todo o conhecimento.
    Ou conforme outra citação do Lalande “O que nós somos cada vez menos quando caímos num sono sem sonhos, o que somos cada vez mais quando um ruído nos desperta aos poucos”. A isso se chama consciência.

    A consciência faz a transposição da percepção em estado bruto para a atenção daquilo que chamamos “eu”.

    em resposta a: Os sofistas #78357

    Ao usar o termo é lógico você está:
    a) Fazendo uma afirmação apodítica, peremptória, que julga ser verdadeira, visto que a lógica é, na filosofia a ciência dos juízos verdadeiros ou falsos. A pergunta é uma pegadinha. Se uma pessoa acha que os sofistas tem um valor positivo, provavelmente elas aprovam as idéias dos sofistas. Se aprovam as idéias dos sofistas, o próprio conceito de valor está em cheque.

    b) Desqualificando a proposta de debate. Se considerarmos que durante a enorme tradição da filosofia a sofística foi criticada, renegada, exposta só como contra-ponto às filosofia triunfantes da Academia e do Liceu, aponto de sofisma ter se tornado um termo pejorativo sinônimo de falácia, talvez esta seja uma questão que deve ser no mínimo debatida. Principalmente no âmbito dos pensadores do século, que foram que, finalmente, resgataram o valor dos sofistas.

    A filosofia até pouco tempo (coisa de cento e poucos anos) procurava a verdade. Esse é o mote desde a filosofia clássica até, por exemplo, o racionalismo cartesiano. A filosofia trata do problema do conhecimento, e par muitos, a natureza do conhecimento é a verdade. A verdade tornou-se conceito relativo e ultrapassado depois do fim dos absolutos, do fim da sua base de sustentação metafísica.

    Sobre os seus dois argumentos:

    a) Não entendi porque eles foram os primeiros críticos da pólis. Se entermos a polis como o modelo de democracia ateniense, eles não foram críticos, mas sim peças chave do sistema, apesar dos principais sofistas não serem atenienses. Eles participavam da Polis na medida em que instruíam os discípulos a usar as suas técnicas retóricas nos debates relativos à vida política, aonde era precisa convencer as tribunas.

    b) A ironia socrática é uma expressão usada em um aspecto do método socrático. A ironia socrática é constatada quando Sócrates pega em contradição os convivas que julgam saber muito bem alguma coisa. Sócrates passa-se por desapercebido fazendo o interlocutor responder até que joga contra ele uma falha em suas definições.

    Isso atiçava a vaidade dos outros. Sócrates aparece como não vaidoso. Os sofistas, pelo contrário, aparecem furiosos diante deste método e da perspectiva de perderem um debate.

    em resposta a: A frase perfeita, não? #74422

    O Grande Inquisitor(de dostoievski, da obra prima Os Irmãos karamazov)

    O Grande Espírito, O Espírito do Terrível e Maligno….

    “Queres caminhar para os homens de mãos vazias, oferecendo-lhes uma liberdade que, na sua corrupção inata, não poderão sequer compreender, e da qual terão medo, pois nunca houve nada mais intolerável que a liberdade para o homem e para as sociedades humanas. Mas, vês, essas pedras, no deserto árido e ardente? Transforma-as em pães, e , igual a um rebanho, a humanidade, reconhecida e obediente, se precipitará aos teus pés, tremendo ao mesmo tempo no pavor de que retiras a tua mão e não lhes dê mais pão.”
    ……
    “Mas tu recusaste privar o homem da sua liberdade e repeliste a proposta do Grande Espírito, porque – que vale uma liberdade que se compra com pão?”
    ……
    “Respondeste que nem só de pão vive o homem.”
    …..
    “Porém, não sabes que será precisamente em nome desse pão terrestre que se erguerá contra tí…”
    ……
    “Sabes que passarão os séculos, e que a humanidade proclamará pela boca dos seus sábios que não existe crime, nem pecado, portanto, e que apenas há famintos?”
    …..
    “Eis o que será escrito no estandarte que hão de erguer contra ti, e que abate o Teu templo – UMA NOVA TORRE DE BABEL….”
    …….
    “…Tu poderias, entretanto, ter poupado aos homens essa torre…”
    …..
    “… eles acabarão voltando para junto de nós(…)e, quando nos encontrarem, hão de implorar: Dai-nos de comer, porque aqueles que nos prometeram o fogo do céu não no-lo deram! E, então, nós completaremos a torre, porque aquele que os alimentar é que há de acabar, e só nós os alimentaremos, dizendo que o fazemos em Teu nome – mas isso será uma mentira. Oh!, nunca, nunca conseguirão o alimento sem o nosso auxilio. Nenhuma ciência lhes dará o pão enquanto se conservarem livres; porém, eles próprios virão depor sua liberdade aos nossos pés, dizendo: Melhor será que nos torneis escravos, contanto que nos deis de comer.
    …..
    “Compreenderão, afinal, que a liberdade é inconciliável com o pão da terra, porque jamais saberão partilhar entre si. Acabarão também convencidos que jamais serão capazes de ser livres, porque são fracos do céu; mas repito-o: poderá o pão do céu ser comparado ao pão terrestre(…) E se milhares e dezenas de milhares Te acompanham, em nome do pão celeste, que será dos milhões e dezenas de milhares de milhões de seres incapazes de preferir o pão celeste ao pão da terra? So te serão caros(…) os fortes e grandes… e os outros tão numerosos quanto as areias do mar, os fracos que, apesar de tudo, Te amam, não servirão senão de instrumento aos grandes e aos fortes? Não, os fracos também nos são caros. São entes rebeldes e corrompidos(…) Há de nos admitir e considerar como deuses, porque consentimos em assumir essa liberdade da qual eles tem medo, em reinar sobre eles – tão grande é o horror que lhes causará a liberdade. Mas nós – nós diremos que Te obedecemos, e que reinamos em Teu nome. Mais uma vez os enganaremos, porque nós já consentiremos, então que Te aproximes deles… E nessa impostura é que, consistirá o nosso sofrimento, porque seremos obrigados a mentir.”
    …..
    “…..diante de quem hei de me prosternar? Não existe, para o homem, assim que ele se sente livre, preocupação mais constante, mais aflitiva, que a de descobrir alguém a quem adorar. Contudo, ele so quer se prosternar diante do que é incontestável – de tal modo incontestável que todos os homens consintam em se prosternar em massa diante do seu deus.”
    …..
    “Mas repeliste o único meio que Te ofereciam para congregar a humanidade num culto indiscutível, levantando o estandarte do pão terrestre; e repeliste-o em nome da liberdade do pão celeste. Vê, pois o que fizeste ainda, sempre em nome da liberdade.”
    …..
    “Mas só se apodera da liberdade dos homens aquele que lhes tranqüiliza a consciência. Dispondo dos pães. Tu possuirias um instrumento infalível: dar-lhe-ias o pão, e os homens Te adorariam, porque nada é mais indiscutível que o pão. E alguém, que não Tu, se apodera da consciência humana, então eles abandonarão até mesmo o Teu pão, para seguir aquele que lhes seduziu a consciência. A esse respeito tinhas razão. Porque a essência íntima do homem não é apenas viver, mas viver para qualquer coisa. Sem uma noção firme do motivo para que vive, o homem não há de querer viver, e preferirá destruir-se, embora cercado de pães.”
    …..
    “Em vez de te apoderares da liberdade dos homens, o que fizeste foi encarecer ainda mais essa liberdade aos seus olhos. Esqueceste que a tranqüilidade e até mesmo a morte são preferíveis para o homem, à liberdade de discernir o bem e o mal?”
    …..
    “Tinhas sede de um amor livre, querias que o homem te seguisse livremente, seduzido por Ti. Em vez de se apoiar a antiga lei rigorosa, o homem deveria, doravante, com o coração livre, escolher o que era o bem e o mal, tendo apenas a Tua imagem para se guiar.”
    ….
    “Quando o Espírito terrível e poderoso Te levou até o alto do templo e Te disse: Se queres saber se és o filho de Deus, precipita-te daqui para baixo, porque está escrito que os anjos O hão de segurar e carregar e Ele não cairá por terra nem se despedaçará… Saberás, então, se és filho de Deus e provarás a Tua fé no Teu pai. E Tu, depois de ouvi-lo, repeliste a sua proposta.”
    ……
    “Oh! compreendeste muito bem que, se houvesse dado um passo apenas, se tivesse feito um único movimento para saltar lá embaixo, terias imediatamente tentado o Senhor, perdido a Tua fé n'Ele, e para a alegria do Espírito do Mal que estava tentando-te. Tu Te terias esmagado nessa terra que vinhas salvar.. Mas repito-o, haverá muitos iguais a Ti?”
    …….
    “Contudo, deverias saber também, que, renunciando ao milagre, o homem imediatamente renunciaria a Deus, porque não é propriamente a Deus que o homem procura, mas ao milagre. E como o homem é incapaz de dispensar o milagre, novos milagres inventará – milagres seus, aceitará a feitiçaria e os charlatães, por mais revoltado, por mais hierático, por mais ateu que seja. Não desceste da cruz, quando gritaram por escárnio e insulto: Desce da cruz e acreditaremos em Ti! Não desceste, porque, mais uma vez, não quiseste escravizar o homem graças a um milagre, porque aspiravas a um amor livre, e não aos transportes servis do escravo aterrorizado diante de uma potência que o esmaga. Mas estavas novamente a fazer um juízo por demais elevado dos homens, porque eles, na verdade, não passam de escravos, embora por natureza, sejam também revoltados.”

    em resposta a: Senso Moral #71148

    Eis que W. textualiza “os três pilares da humanidade seriam Família, Religião, Escola”.

    Vamos tentar mostrar que W. está a gerar confusão. Vamos considerar que Vida é “o deus” na Terra, pelo seus aspectos absolutos de onipresença e onipotência; há duas diretivas na Vida: 1) Reproduzir; 2) Sobreviver.

    O fator maior está na Liberdade pois sem esta não se cumpre “reproduzir” e “sobreviver”. Eis uma hierarquia descendente: Vida … Reproduzir&Sobreviver … Liberdade … A partir desta estrutura surgem as espécies de vida.

    Estendendo a hierarquia: V … R&S … L … Ser Humano.
    Portanto estaríamos com o ser humano abaixo da liberdade e reproduzir e sobreviver e vida.

    A partir do Ser Humano vamos continuar em movimento descendente como numa escada.
    Todos os humanos nascem e crescem de modo semelhante; a diversidade é caracterizada pelo sítio de vivência onde influem o meio-ambiente, o aglutinado de convivência, as especificidades de usos e costumes e crenças.
    Constatamos que a igualdade está impossível, nem é cogitada para colocar na “escada” que estamos descendo.

    Diante da constatação de que cada indivíduo cresce conforme seu padrão de vida, vamos considerar a Capacidade Adquirida como o próximo degrau. A escada fica assim: Vida … R&S … L … SH … Capacidade Adquirida.
    Agora sim está admitido perceber as diferenças entre os indivíduos, pela capacidade de cada um.

    Mas como é adquirida a capacidade? Através da família, da escola, da religião, da ciência, da sociedade, da cultura.
    Eis aí como tentamos deixar evidente que o texto de W. estaria desalinhado.
    W. não estaria nada a “ver claramente”!

    FTHY 26/04/2001

    em resposta a: Os sofistas #78356

    Ë lógico que os sofistas tem um papel positivo na história da filosofia, são os primeiros críticos da “polis” e, talvez, fossem mais irônicos que Sócrates.

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