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11/06/2012 às 15:58 #71111Óskar SjöstedtMembro
Olá pessoal! Gostaria de debater com vocês sobre o seguinte texto:1. Diferentes culturas trabalharam a lógica há, pelo menos, mais de um milênio, sendo Aristóteles o mais conhecido filósofo do assunto. A lógica rege o conhecimento e a compreensão humana. As ciências exatas se baseiam na lógica para formulação de suas argumentações conceituais e iniciais. Como se utilizassem a lógica como pilares e vigas para subirem um grande arranha-céus de argumentos científicos, andar em cima de andar. Quanto mais firme a lógica, mais firme a base para o “edifício”, para suas argumentações.2. Os padrões e sistemas complexos do universo e da vida nos iludem com a idéia de falta de controle, de falta de compreensão e insignificância. O universo em si é um conjunto colossalmente gigantesco de ações e reações que se aplicam e reaplicam em si mesmas ao longo de um tempo muito grande. Criam-se padrões em cima de padrões, quase que recursivamente, afastando a realidade de uma compreensão palpável para nós. Isso vale para a humanidade da mesma maneira, mas levando em conta as relações pessoais, englobadas pelo histórico de vivência e consciência da própria humanidade.3. Essa busca por uma compreensão mais concreta e fácil de ser racionalizada, se dá pela lógica. Tudo tem um motivo, tudo tem uma lógica. As ciências buscam desenvolver teorias ou métodos que possibilitem recriar ou direcionar certas situações ou condições, expressadas de alguma forma pelo meio físico.4. Com tantos dados e fatos para se basear e interpretar uma situação, a falta de compreensão se torna, praticamente, uma premissa para o potencial natural da ignorância humana. Essa falta de compreensão, total ou parcial, leva a uma lógica incompleta, baseada em interpretações parciais, hipóteses ou opiniões. Essa lógica incompleta, resultante de hipóteses, pode ser real ou duvidosa.Provada a porção testada, podemos confirmar a veracidade dessa lógica, tornando ela real, por conta de sua constância. Caso contrário, ela se torna duvidosa, pois suas bases argumentativas são instáveis ou dúbias. Essa indefinição da lógica se dá muitas vezes quando a argumentação se baseia em uma interpretação subjetiva. O ponto de referência da interpretação não possui a imparcialidade necessária e se transforma em uma “opinião”, nunca alcançando o estágio de “conhecimento”.5. Essa falta de compreensão generalizada dos padrões de relações que compõem o universo e a humanidade, leva a uma escassez de variedade lógica pessoal. Quanto menos padrões você compreende, menor é a sua habilidade e capacidade de avaliá-los e, principalmente, reconhecê-los! Como consequência, quanto maior o conhecimento e a compreensão de padrões lógicos, mais completa, complexa e versátil se torna a lógica desenvolvida! Isso se dá pelo poder da associação.6. Associar padrões lógicos entre si, serve para criar novas interpretações. Novas idéias, novas perspectivas, novas vertentes e, com o empirismo como base, criar novos padrões lógicos mais complexos, ou extender suas aplicações. O que, consequentemente, torna o conceito, em si, mais complexo. O problema da associação se dá justamente quando sobrepõem-se lógicas, mas que inicialmente são incompletas e banhadas em pessoalidades e interpretações parciais. Essa parcialidade pode, e deve, se acentuar, dependendo diretamente da capacidade de questionamento e avaliação impessoal das situações impostas pela vida de cada um.7. A compreensão total é algo utópico, a busca pela perfeição é uma imperfeição humana. Uma lógica pessoal acaba se tornando uma filosofia de vida. Essa filosofia se resume a como se encara e aborda, como se age e resolve, como se pensa, fala e lida com situações diárias, repetidas ou inesperadas, que passamos ao longo de nossa mensurável vida. O caos inevitável que é a passagem do homem na terra, cheio de padrões recurssivos e aleatórios que podem ou não ocorrer e/ou recorrer, afetam diretamente na maneira da mente absorver o que o ambiente tem a oferecer. Seja uma imagem de filme numa sala de cinema; um amplificador reproduzindo o som de uma guitarra em um show; uma conversa entre amigos; uma proposta de emprego; um filho para cuidar; uma experiência física, como o sexo ou a prática de algum esporte. Os sentidos nos dão noção do que o ambiente tem a nos oferecer, mas absorvemos somente o que conseguimos interpretar daquela situação, ou condição, na qual a vida nos coloca.8. Portanto temos duas diferenciações complementares e intrínsecas: A maneira de compreender o mundo e o mundo que é exposto, dando margem àquela própria compreensão existir. A filosofia pessoal vai se formando, com base na interpretação do que é lógico pros sentidos e do que é lógico dentro dessa própria filosofia pessoal. Todos temos esse princípio, a diferentes níveis, como diretriz instintiva.9. Partindo do ponto de que cada vida possui uma própria lógica, uma própria filosofia, podemos imaginar um conjunto enorme de interpretações e possíveis padrões e maneiras de se enxergar o mundo. Portanto, certo e errado se torna uma questão de lógica somada com ponto de vista, ou seja subjetiva e, muitas vezes, estupidamente volátil. Mas isso não está em discussão..10. A questão maior é ponderar, refletir sobre o valor da lógica usada.Por existirem muitas situações de vida, prováveis ou não, e, consequentemente, diferentes interpretações possíveis, é que é preciso fazer uma auto-análise buscando refletir sobre o próprio contexto, o próprio ambiente em que se está inserido, para identificar e avaliar a própria lógica usada. Buscar uma compreensão mais profunda na formulação do conceito ou, no âmbito de relações pessoais, evitar se colocar, ou colocar outros, em contextos desfavoráveis.11. A verdadeira lógica é irrefutável, testada, provada e eternamente recorrente nas condições em que ela avalia. As ciências aplicam isso de forma empírica. Já no âmbito social, isso se manifesta na forma de sentimentos, na idéia de percepção individual do meio físico através dos sentidos.12. Essa lógica real parte de uma interpretação subjetiva, mas ganha força justamente quando deixa de ser subjetiva. Ela independe da visão parcial que cada indivíduo interpreta do mundo. Uma fórmula matemática expressando o comportamento de um fenômeno físico, sempre vai ter seu resultado dependente das condições em que você avalia. Ou uma mãe que ame seu filho, sempre sofrerá ao vê-lo sofrer.13. As muitas interpretações, gerando muitas lógicas, nos traz uma variedade e complexidade que exige uma capacidade de questionamento e avaliação. Afinal, o caráter em si também não está em discussão, mas a capacidade de se assimilar lógicas. Lógicas que aparentemente parecem certas, mas não levam em consideração premissas iniciais que, no final das contas, geram ilusões, escravizadoras de mentes. Uma avaliação inicial, despida de pessoalidades, focada em fatos, para, então, questionar aquela lógica em relação à lógica individual, entre outras lógicas conhecidas, e formular um conceito.14. Com isso, podemos, dentro do vasto mundo da lógica, avaliar qual tipo de padrão de pensamento se encaixa melhor na situação analisada. Independentemente do envolvimento parcial ou imparcial na formulação do conceito, a lógica resultante dessa avaliação vai direcionar a interpretação feita e a maneira de compreender. O certo e errado ainda não entra em mérito. Esses conceitos só passam a valer quando a lógica individual, a filosofia idiocrássica, se sobrepõe ao conjunto das lógicas individuais de todos os possíveis envolvidos, passivos ou ativos, diretos ou indiretos, participantes ou expectadores da situação envolvida, do escopo do contexto, e quem os engloba.15. Ou seja, não é uma questão de certo ou errado, mas de mais ou menos lógico.Mas a completa falta de lógica, subjetivamente, nos traz a sensação de “errado”!
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