Início › Fóruns › Questões sobre Filosofia em geral › O existir e o não existir
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15/11/2011 às 2:14 #71086Fernando BGMembro
Da afirmação e da negação: Para alcançar conhecimentos verdadeiros, legítimos e infalíveis deve-se partir de uma afirmação de uma positividade, enfim, do existir. O circulo vicioso da negação e da impossibilidade: o cético tem a certeza infalível e verdadeira de que não há nenhuma certeza infalível e nem verdadeira, logo afirma, por contradição, que há pelo menos uma certeza infalível e verdadeira, a saber, que não há nenhuma certeza infalível e verdadeira. Observamos que a negação é relativa, pois afirma uma recusa ou uma ausência e, apenas isso. Não há a pura negação, isto é, uma negação absoluta, visto que aquele que nega, afirma alguma coisa, já que negar nada mais é do que a recusa de alguma coisa dada por existente. O cético afirma que tem certeza, pelo menos a certeza de que não tem certeza. A negação é sempre posterior à afirmação, por exemplo, quando digo que algo não existe, apenas estou negando a existência (recusa ou ausência) de algo dado como existente, visto que não há a negação absoluta e nem a impossibilidade absoluta. Tanto a negação como a impossibilidade são relativas, absolutamente relativas. O valor do nosso conhecimento não pode ser negado e também não podemos ficar numa constante dúvida sobre a validez de nossos conhecimentos, pois quando se pergunta se a razão humana tem valor apenas estamos colocando a nossa frente um falso problema, visto que não se pode resolver esse problema sem usar-se da própria razão. Portanto, o cético nega algo fundado na validez de argumentos racionais que ele mesmo nega o valor. O negativismo, seja de que espécie for, nega-se a si mesmo. A dúvida apenas afirma a aptidão da mente a conhecer, pois duvidar é saber que não se sabe. A negação, tomada em si mesma, é nada, absolutamente nada, isto é, não faz sentido por si só, mas por outro que é afirmado. Por exemplo: se digo não sem referencia a algo digo nada, já quando digo não isto ou não aquilo, nego isto ou aquilo. Portanto, a negação tomada em si mesma nada é. Por outro lado, quando a negação é tomada por outro ela torna-se relativa, pois é a negação de alguma coisa. A certeza é a exclusão do temor de errar: a afirmação precede necessariamente a negação, pois é absoluta, positivamente dada. Todos os possíveis existem, pois são afirmações, isto é, não existe nenhum possível que não exista e o impossível absoluto não existe certamente. O impossível absoluto é a negação absoluta e, esta, não pode ser afirmada como uma impossibilidade absoluta, pois na medida em que fosse afirmada já seria algo que existe (uma possibilidade) e não mais a impossibilidade absoluta, ou seja, o nada absoluto. Portanto, tanto a negação como a impossibilidade são relativas, ao contrario da afirmação e da possibilidade que são simplesmente absolutos. O nada é uma impossibilidade e uma negação relativa ao existir, portanto, a tudo que existe e não pode ser tomado como um nada absoluto, isto é, desligado do existir. De fato, não há negação absoluta e nem impossibilidade absoluta, mas apenas a recusa e a impossibilidade de atribuir algo a algoLogo, só há conhecimento, só há pensar no existir e não no nada (no não existir), já que o ato de pensar pensa um pensamento e, todo o pensamento é pensamento de alguma coisa (que existe) e não do nada (que não existe).Alguma coisa existe e o nada absoluto não existe. Há um ponto inicial de todo o ato de pensar, a saber: "alguma coisa existe". Essa premissa é absolutamente válida e incontestavelmente verdadeira, é uma certeza que ultrapassa ao nosso conhecimento, independe de nós, pois poderia não existir o ser humano e não haver um ser inteligente que captasse pensamentos, mas há um pensamento real, seguro, certo e verdadeiro, a saber: “alguma coisa existe”. Pode não haver o ser humano e o universo, pois tudo é contingente e, assim, poderia não existir, contudo alguma coisa existe, pois do contrário, teríamos o vazio absoluto, ou seja, a ausência total e absoluta de qualquer coisa, o nada absoluto que, como já vimos, não existe. Vamos analisar esta proposição: Alguma coisa existe, na pior das hipóteses a dúvida à respeito da existência de alguma existe, pois do contrário, teríamos a não existência absoluta, ou seja, a ausência total e absoluta de qualquer coisa, inclusive da dúvida. Portanto, quando afirmamos que alguma coisa existe excluímos totalmente, por contradição, a possibilidade de nenhuma coisa existir, isto é, do nada absoluto. Logo, a única solução é alguma coisa existe e o nada absoluto não existe. Vamos partir da seguinte demonstração: afirmar o nada absoluto. Ora, afirmar o nada absoluto é afirmar algo (algo que existe) e não o nada (que não existe). Portanto, o existir é a verdade, absolutamente necessária, tudo pode e tudo é, em outras palavras, só há o existir. O nada absoluto nada pode e nada é, pois não existe logo o nada absoluto é impossível, isto é, o não existir absoluto é impossível. O existir é absoluto e o não existir é relativo ao existir, por exemplo, quando digo que algo não existe, apenas estou negando o existir (ausência) de algo anteriormente dado como existente. Logo, a afirmação é absoluta e a negação é relativa, pois toda a negação, nada mais faz do que afirmar aquilo que esta sendo negado. Por exemplo: não existe a verdade absoluta. Quando digo isso já postulo uma verdade absoluta, a saber: que não existe a verdade absoluta. Sendo assim: só existe o existir e não existe o não existir, pois se este fosse já seria existir.
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