Biblioteca Academia Paulista de Letras – volume 7.
História da Literatura Brasileira TOMO I. vol 3.
LIVRO PRIMEIRO Época de Transformação (século XIX) 2º período (Fase Patriótica)
Artur Mota (Arthur Motta) (1879 – 1936)
CAPÍTULO VI
AS REGÊNCIAS (continuação)
FRANCISCO ÁLVARES MACHADO E VASCONCELOS
Nasceu na cidade de S. Paulo, a 21 de dezembro de 1791 e faleceu no Rio de Janeiro, a 4 de julho de 1846. Era filho do cirurgião Joaquim Teobaldo Machado de Vasconcelos e D. Maria Álvares da Silva Bueno.
BIBLIOGRAFIA
Encontram-se no "Almanaque de S. Paulo": "A um libertino", soneto, vol. de 1878, pág. 114; "Saudades da Pátria", soneto, 1879, pág. 77; "Ode", 1879, pág. 192.
FONTES: Homem de Melo — "Esboços biográficos", 2.’ parte. pág. 27. S. Blake —- "Dic. bibliog. brasileiro", 2." vol., pág. 387.
J. J. Machado de Oliveira — "Anuário político e histórico do Império do Brasil", Paris, 1846, pág. 491; "Revista do Inst. Histórico", tomo 11.°, pág. 176.
NOTÍCIA BIOGRÁFICA
Do poeta pouco se conhece, poique ficaram inéditas as suas produções, em poder do Conselheiro Olegário Herculano de Aquino e Castro.
O merecimento de Álvares Machado deve ser apreciado como orador altivo e eloqüente, segundo atestam os anais do parlamento.
(3) Vide Biografia na "Rev. do Inst. Hist.", tomo 27, pág. 33; S. Blake — Dic. bibliog. brasileiro; Guilherme Studart — Dic. biobibliog. cearense; Paulino Nogueira — Dados biográficos dos presidentes do Ceará; Revista do Instituto do Ceará, 1.° semestre de 1908.
O tribuno rivalizava com Antonio Carlos e Martim Francisco, segundo afirmação de Homem de Melo. "Sua palavra animada e colorida, disse ele, empenhada sempre em prol da dignidade nacional, da honra e do patriotismo, desprendia-se com força e revivia as glórias da pátria."
Foi deputado em várias legislaturas, a partir de 1834, exceto na de 1842-44, e sempre manifestou idéias liberais, sustentadas com eloqüência e ilustração.
"Tornou-se logo um dos parlamentares mais distintos do país. Sua eloqüência era espontânea e fluente; seu dizer correto e animado, não poucas vezes amenizado por uma ironia fina e penetrante. Seu estilo oratório tinha esse aticismo e causticidade, que descansam o auditório, sem nunca desmentir a elevação do pensamento e a dignidade da exxDressão." <4>
De elocução ardente, sabia dominar o auditório, porque nele incutia o entusiasmo que lhe transbordava da alma apaixonada.
Era tido como argumentador hábil c destemido, amparando as suas opiniões de uma erudição sólida e profusa. A sua palavra candente tinha o brilho da proficiência e da convicção.
Distinguiu-se na assembléia legislativa como um dos campeões da maioridade, movendo a oposição de 1838, até alcançar a vitória de 1840. Soube firmar os princípios do regime parlamentar e exaltar o sistema representativo.
Terminada a campanha da maioridade, devotou-se à pacificação do Rio Grande do Sul, como presidente nomeado em 1840.
A sua proclamação aos rio-grandenses é nobre e convincente. Exerceu influência no espírito dos revolucionários e atraiu a confiança de Bento Gonçalves, que lhe ofereceu condições de paz inaceitáveis: pagamento da dívida contraída pelo governo republicano, alforria dos escravos que haviam servido à causa da república, isenção de recrutamento e conservação de patentes dos oficiais revolucionários.
O presidente recusou energicamente, em carta dirigida a Bento Gonçalves, as condições propostas.
Recomeçaram as hostilidades, com êxito para o exército legal.
Não pôde, porém, Álvares Machado levar a termo a sua ação enérgica, porque foi surpreendido com a demissão.
Em discurso na Câmara dos Deputados (sessão de 5-4-1845) expôs a sua atitude digna e prestou contas dos seus atos à nação.
(4) Homem de Melo — "Esboços biográficos", 2.a parte, pág. 32.
Álvares Machado seguiu a carreira do pai, que foi o seu mestre e iniciador na profissão. Formou-se em medicina. Exerceu o cargo de ajudante de cirurgia na legião dos voluntários de S. Paulo, cargo de que se demitiu em 1809, com a idade de 18 anos, a fim de completar a sua educação e trabalhar em Itu. Ali se fez um cirurgião notável.
Em 1814 foi promovido a cirurgião-mor de um regimento do exército.
Dissolvida a constituinte, em 1823, recaíram suspeitas sobre vários paulistas, como membros de um partido denominado Tamoio, que conspirava contra a monarquia no Brasil. Álvares Machado, Diogo Feijó e outros foram chamados à corte e submetidos ao processo da devassa. Reconhecida a improcedência da imputação, voltou ele à terra natal, onde foi eleito membro do conselho geral da província.
Quando, em 1829, ocorreu a vitória do partido liberal contra o ministério, cujas tendências mereciam a reprovação dos brasileiros patriotas e propugnadores da liberdade e dos princípios constitucionais, Álvares Machado propôs ao conselho geral da província que se fizesse uma representação de aplauso ao imperador. Ele redigiu o documento político, em que se notabilizou a frase:
"O despotismo não levantará jamais seu trono senão sobre as ossadas do derradeiro paulista."
Por aviso de 19 de fevereiro de 1830, o ministro do império — Marquês de Caravelas — respondeu que "S. M. mandava participar ao secretário Diogo Antônio Feijó, para o fazer constar ao mesmo conselho, que S. M. o Imperador se dignou de ouvir com agrado a expressão de tão patrióticos sentimentos".
Foi, então, eleito deputado à Assembléia Geral e representou a sua província em três legislaturas.
Era oficial da ordem do Cruzeiro e distinguiu-se, na sua carreira política, como orador dos mais estimados, por sua palavra incisiva e sua argumentação convincente.
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