Lekso

Respostas no Fórum

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  • em resposta a: O que significa "Deus"? #86208
    Lekso
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    Às vezes levamos horas num debate em que os participantes tratam de coisas diferentes. Concordo com o cara que disse que muitos problemas filosóficos se devem a divergências vocabulares.

    em resposta a: Se for capaz, prove-me que Deus não existe. #84855
    Lekso
    Membro

    Puxa, q paradoxo é esse? Se você já diz q é possével provar a inexistência de algo, você já o admite. Deste modo, algo existe e por isso posso nega-lo. Portanto, a sua sentença esta prejudicada.Gostaria de debater um pouco +.Abraços.

    Pois é, caro ninho. A palavra existe; assim, a idéia existe (embora pareça não estar definida consensualmente). O que podemos provar é se uma idéia é absurda ou não. Embora não possamos dizer que toda idéia consistente encontre parâmetro no "mundo real", parece razoável afirmar que a nenhuma idéia absurda corresponde um ser concreto. Concorda?Abraços...

    Lekso
    Membro

    Ah, já ia me esquecendo de observar: deixando de lado a controvérsia quanto ao marxismo, é interessante considerar que Paulo Freire não formou analfabetos funcionais.

    Lekso
    Membro

    Enfim... Esta é a dialética que, segundo o meu ponto de vista, girou em torno do assunto da “Filosofia pra crianças”.

    Pois, prosseguindo, creio que o pensamento filosófico possa ser estimulado tanto em crianças quanto em adolescentes e adultos, com bons resultados pedagógicos. Cumpre lembrar do fenômeno educacional que foi Paulo Freire, cujo método consagrado, específico para a alfabetização de adultos, tinha como ingrediente especial o estímulo ao pensamento crítico — no caso, de orientação marxista. Creio que esse problema da "orientação doutrinária" seja de menor relevância, desde que haja estímulo à crítica. É claro, o objetivo da escola não é a formação de discípulos ou especialistas em nenhuma corrente filosófica, mas o desenvolvimento de espíritos críticos — muito mais que meros conteudistas. Espero, caro Brasil, que não tenhamos que esperar pelo surgimento de uma corrente filosófica conveniente para todas as partes para que se comece a introduzir o espírito filosófico nos alunos de escolas públicas. Toda educação é política, assim dizia Paulo Freire. É política também a educação infantil que diz que a criança "deve ser aplicada nos estudos", ou que "não deve bater no irmãozinho". O colega Brasil não admitiria que acabo de citar exemplos de "condicionamentos arbitrários"? Pois no ensino fundamental também se ensinam noções — ainda que vagas — de direitos humanos; ensina-se ecologia e também toda sorte de noções de boas-maneiras. Falta, talvez, uma chama; uma paixão pelos "porquês", que a Filosofia é capaz de fornecer. Não me refiro a "uma filosofia", mas ao próprio pensamento filosófico, que transcende a qualquer doutrina, sem se deixar prejudicar por esta, seja qual for. Independentemente do que tenha despertado o espírito crítico, este saberá escolher a partir daí as influências que melhor o satisfizerem.Esperar que o aluno "leia e escreva perfeitamente" até que comece a receber as lições filosóficas me parece perigoso. Bem, eu não diria que leio ou escrevo perfeitamente; até arrisco dizer que tenho essa mesma impressão em relação a todos aqueles que já tenham lido um texto filosófico na vida. Por outro lado, se abrandarmos esse parâmetro inatingível de perfeição, ainda assim eu discordaria da idéia. Lembro-me de alguns ultrapassados professores de piano, que fazem com que os iniciantes se debrucem sobre exercícios durante anos até que comecem a ensinar a primeira música. Esses mesmos professores, hoje quase em extinção, são os que mais sentem falta da palmatória; afinal, na falta de estímulo natural para o aprendizado...Pois, ao meu ver, a Filosofia, tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio, pode ser de grande auxílio para a formação intelectual e crítica, bem como para a formação de conteúdos — já que, com uma base crítica, os alunos tenderão a assimilar com maior facilidade as lições aprendidas; não somente para as avaliações, mas também para todo o seu desenvolvimento posterior. Se for o caso, tanto Nietzsche quanto Kierkegaard serão muitíssimo bemvindos — e é até melhor que venham juntos!

    Lekso
    Membro

    Acabei de conhecer o fórum e fiquei extremamente interessado nesta discussão, tão calorosamente debatida. Desejo fazer algumas observações.Primeiramente, quanto ao vencimento dos professores: numa pesquisa rápida ao Google encontrei quatro notícias relacionadas; três delas afirmam que os professores da rede pública recebem em média mais que os professores da rede privada, enquanto uma afirma que o vencimento é "quase igual":http://www.gremio.poli.usp.br/forum/viewtopic.php?f=158&t=453http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=53815http://blog.sinprovales.org.br/2008/01/25/salario-de-professor-da-escola-publica-e-salario-do-professor-da-escola-privada/http://aprendiz.uol.com.br/content/cepretrope.mmpMinha experiência como estudante me sugeriu haver um grande abismo entre a qualidade do ensino público e a do ensino privado. Durante minha vida de estudante de escola particular (no interior de Minas Gerais), sempre ouvi dizer que a qualidade da escola pública era ruim, mas fiquei assustado com o quanto. Dizem que eu saí de uma das melhores escolas particulares de minha cidade e fui para a melhor escola pública de lá.Tive impressão de que os professores não eram tão "bons" quanto os de minha antiga escola, mas não era apenas isso: todo o clima era diferente. O professor que me pareceu ser "o melhor" de lá — com o qual, coincidentemente (?), eu já havia tido aulas na escola particular por motivo de substituição temporária — não era bem recebido pelos meus colegas, que o achavam exigente demais. Pois, também em outra escola pública em que estudei mais tarde, encontrei todo um clima semelhante, impregnado de desleixo e apatia, que me parecia se refletir na maioria dos professores e alunos.Mas na escola particular eu não tinha colegas que trabalhavam para complementar a renda familiar, nem nunca soube de gente que usava ou vendia drogas no terreno baldio que ficava ao lado. Já havia tido uma — e talvez outra — colega que suspendera os estudos por conta de uma gravidez precoce, mas não tantas que levavam seus filhos para a escola, que não tinham com quem deixá-los. Coincidentemente, foi no meu período de estudante de escola pública que vi pela primeira vez uma mulher de olho roxo. Ouvi dizer que apanhava do irmão.Minha experiência como estudante — e também como observador — me sugere enfaticamente que o conteúdo ministrado pela escola pública é muito menos rico, minucioso e exigente que o da escola privada. Mas daí me pergunto: por quê? — Será que se os mesmos professores de minha escola particular fossem todos lecionar naquela escola pública teríamos a mesma aprovação no vestibular que os estudantes da tal escola particular? — E quanto aos estudantes, com suas diferentes perspectivas pessoais, estruturas afetivas e familiares, necessidades de emprego imediato, carentes de certos recursos tecnológicos já desde a infância? — Pois, tenho lá minhas dúvidas.Para mim é claro que o ensino, sobretudo o fundamental, deve se moldar às necessidades e à realidade do aluno. Pois, a escola pública deve lidar com diferenças gritantes, muitas vezes tendo um aluno cuja mãe é alcoólatra; outro cujo pai é desaparecido e a mãe trabalha em dois ou mais empregos ao mesmo tempo; outro que tenha que tomar conta dos irmãos mais novos; outro que sofra ou tenha sofrido abusos sexuais; outro que tenha que vender guloseimas noutra parte da cidade; outro que necessite e não disponha de apoio fonoaudiológico; assim, formando uma classe heterogênea, sempre mais numerosa que o ideal, em que as exigências do ensino inevitavelmente têm de ser limitadas por baixo. A realidade social é outra.Já retomando parte da discussão mais recentemente abordada por este tópico, entendo que a filosofia pode (e deve) ser abordada na escola pública. Para tal, não penso ser necessário que haja uma disciplina específica. Discordando veementemente com o colega "Brasil", entendo que uma criança pode ser ensinada a filosofar. Isso se faz, evidentemente, por meio de estímulo. Na sala de aula, numa aula de Português, História ou Matemática, é perfeitamente possível que se crie um espaço para discutir e criticar — até mesmo usando uma estória em quadrinhos, por que não? —, enfim, incitando ao confrontamento, à descoberta, ao gosto pelo conhecimento — a essência da Filosofia, o que há nela de mais proveitoso. Assim, inclusive (e não somente), a própria matéria curricular vem a ser apreendida melhor. Tal pensamento vem a encontro da teoria do Construtivismo na Educação, que, embora já não esteja tanto em voga, tem tido grandes resultados em escolas que o adotam com mais pureza, sobretudo para alunos que não recepcionem tão bem o ensino "tradicional". Não acredito estar exagerando ao dizer que a Filosofia hoje mais faz falta à escola pública que à privada.

    em resposta a: Se for capaz, prove-me que Deus não existe. #84853
    Lekso
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    ;Dbom... eu só acho que é impossivel provar que algo não exista! ^^há muito espaço ainda não explorado nessa eternidade...

    Creio que é possível provar a inexistência de algo-A; por exemplo, se provarmos a existência de um algo-B essencialmente incompatível com o algo-A. Assim, é necessário primeiramente determinar com exatidão o que é o algo-A. Se Deus possui a característica de ininterruptamente livrar o homem de qualquer forma de sofrimento, qualquer exemplo de sofrimento humano poderá provar a inexistência de Deus. Se Deus possui a característica de ter desígnios além da compreensão humana, provaremos que Deus não existe exibindo algum ser humano que compreenda completamente os desígnios de Deus. Assim, se houver um consenso de que Deus é algo incompreensível para nós, será uma boa ideia investir no SETI (http://pt.wikipedia.org/wiki/SETI) e outorgarmos este tópico aos alienígenas...

    em resposta a: Jesus era Budista #79400
    Lekso
    Membro

    Pois, então, ficou pacificado que a doutrina cristã teve inspiração budista?

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