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LeksoMembro
Livre-arbítrio é uma ideia, um fruto da nossa capacidade de conceber nossa própria atividade. É por termos essa capacidade (a consciência) que pensamos que temos livre-arbítrio.
LeksoMembroPrezado Sr. LUCIANOBORGES e caríssimo Sr. Oliveira, D..,Primeiramente cumpre esclarecer que não me agrada a ideia de predestinação. Apesar disso, tenho minhas dúvidas quanto à existência do livre-arbítrio, pelos motivos que pretendo expor abaixo.É uma simplificação grosseira supor que uma criança que nasce numa família flamenguista terá de ser fatalmente flamenguista. Se fosse dessa forma — para esse e outros fatores —, a predestinação estaria óbvia. Se pudéssemos afirmar com certeza qual seria a profissão de determinada pessoa ao nascer, etc; enfim, se a vida fosse facilmente previsível e calculável — assim como podemos calcular as posições finais das bolas de bilhar um instante após a tacada —, então não haveria o que se discutir. Mas talvez nos faltem apenas as ferramentas adequadas.O problema é que, embora a psique humana seja muito mais complexa que uma mesa de bilhar, nada há que nos prove que não está aí uma mera relação de quantidade; nada nos prova que se trata de uma diferença de qualidade, como se pretende supor. Por mais bolas que se coloquem numa mesa de bilhar — bolas com diferentes pesos, formas, formatos, texturas, composições — o resultado final da tacada será sempre essencialmente calculável. Não faz diferença se levaria um bilhão de anos para que um supercomputador nos fornecesse o resultado do cálculo: se é calculável, não é imprevisível. Pois, não há nada que nos garanta que exista nos seres humanos mais que o que as leis da física possam explicar (ou que possam um dia vir a explicar). Não há nada que nos garanta que na vida humana há mais que movimento de causa e efeito.Teoriza-se sobre a existência da alma; teoriza-se sobre as diferenças essenciais entre o homem — o animal superior, racional, dotado de consciência — e um cachorro — um "animal irracional"... São essas concessões hoje feitas à raça humana que tornam mais fácil admitir a predestinação nos animais que nos homens. Observe-se que, noutros tempos, a própria alma era privilégio dos "homens livres", classificação que excluía as mulheres e os escravos, considerados desprovidos de vontade própria. Pois, é também interessante observar que a inexistência de consciência em outros animais já é dificilmente sustentável (vide http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u387062.shtml). — Está muito claro que, a despeito do que deseja a grande maioria dos seres humanos, a inteligência não é privilégio nosso. Dessa forma, já tendo admitido forçosamente que os outros animais dispõem de alguma capacidade de raciocínio, ainda se pretende desesperadamente proteger o ser humano com uma distinção honrosa: a "consciência" — e assim se procede, como se houvesse aí uma distinção de qualidade em relação aos demais animais, embora se tenha, mais uma vez, apenas um limite, um parâmetro arbitrariamente convencionado de forma a nos conferir um status de superioridade, colocando uma fronteira imaginária no que de fato é apenas uma escalada gradual. Na essência, a diferença entre a mente do antílope e a do ser humano é a mesma diferença entre as mentes de dois seres humanos distintos: são todos essencialmente iguais, embora tenham diferenças de desenvolvimento. Dizer que só os seres humanos são dotados de consciência é como dizer que só dispõe de inteligência os seres capazes de resolver uma equação de segundo grau, desprezando qualquer inteligência inferior.Pois, retomando o assunto inicial, torno a sustentar que o livre-arbítrio não existe, pois todas as nossas supostas escolhas são consequências de algo que se iniciou anteriormente, numa ininterrupta cadeia de causa e efeito. Entendo que, se não há livre-arbítrio, há predestinação — embora possa ser estudado o uso de outro termo, menos carregado de viés místico. Pois, doravante passo a responder aos seus às suas mais recentes objeções, caro LUCIANOBORGES:
Escolhas de outros nos afetam por isso nossa educação na infancia dependem dessas escolhas, mas não é porque seu pai quer que você estude medicina que voce deixará de fazer engenharia se quiser.
Ocorre que nunca há apenas uma influência — o ser humano é complexo demais para isso. Pode-se dizer, a grosso modo, que, no caso, a influência que fez tender à engenharia foi mais forte. Como não se escolhem as influências, não se escolhe a escolha que dela decorra.
As escolhas não dependem unicamente do desenvolvimento psicológco porque determinadas situações exigem escolhas que dependem dos atos de outras pessoas que contradizem sua fomação pscicológica.
Pois, nas situações em que as escolhas dependem dos atos de outras pessoas, tem-se novo exemplo da ausência de livre-arbítrio: nesse caso claramente não foi o próprio interessado quem escolheu, mas sim uma consequência das contingências — e, em última análise, consequência do movimento do universo.
As pessoas podem ser induzidas a tomar decisões. Eu nasci num lar evangélico e meu desenvolvimento psicológico me dizia que tinha que ser cristão e fui cristão por vinte anos, mas hoje não sou mais evangelico, portanto minha escolha não dependeu do meu desenvolvimento psicológico, mas de perceber alguns fatos ao meu redor.
Como já vimos, ser induzido a tomar decisões é prova da ausência de livre-arbítrio. Prosseguindo, no que supostamente se fugiu da indução, uma análise mais profunda há de identificar que houve outras influências, que foram mais fortes — influências sem as quais se teria permanecido na mesma posição. Novamente, apenas causa e efeito.
Pessoas que nasceram em lares tradicionais e conservadores podem ficar casadas por trinta anos e depois se separarem. E como fica a dependencia psicológica nesses casos? tenho conhecimento de que alguns até viraram gays depois de velhos e conviverem por muitos anos com suas esposas. Existe também o livre arbitrio e pelo fato de mudarmos o destino constantemente pelas nossas escolhas a predestinação tem vida muito curta e não dura.
Idem às minhas considerações anteriores. Apenas acrescento que só há que se falar em "mudança de destino" quando se conhece o suposto "destino". Pode-se entender que jamais houve mudança de destino; que todos estejamos, afinal, destinados a seguir uma estrada tortuosa, que ninguém é capaz de saber antecipadamente aonde dará — por falta de suficiente conhecimento das leis que nos regem e por falta de capacidade de processamento de dados, dentre outros problemas operacionais.Abraços, Lekso
LeksoMembroCaríssimo Sr. LUCIANOBORGES,Conforme tenho observado, qualquer que seja a perspectiva tomada a partir do "problema da pedra", encontraremos um problema em nível conceitual. Toda sequência de palavras resulta numa verdade, conforme os significados dessas palavras, conforme a ordenação, etc. Dessa forma, o problema por você levantado leva ao problema ignosticista (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ignosticismo). Se você estiver de acordo, estamos de acordo.Grande abraço, Lekso
LeksoMembroSe o homem foi criado para fazer alguma coisa e através da sua consciência busca realizá-la satisfatoriamente, pode-se dizer que, enquanto ele não consegue fazer essa coisa, não faz o que foi criado pra fazer e permanece com a consciência ocupada.
20/06/2009 às 19:46 em resposta a: Deus é a natureza, e o diabo é a nossa ingnorância…o verdadeiro inimigo 666 #86747LeksoMembroGostei! Deus é a natureza!… Então, já que a natureza existe, Deus existe também!…(*Lekso é ignóstico.)
LeksoMembroProvo tudo isto através da Bíblia na qual está contida todas as informações necessárias ao homem para que ele possa viver em paz, sem medo e feliz
Olá, Acácia!...Pois, prove que na Bíblia estão contidas todas as informações necessárias ao homem para que ele possa viver em paz, sem medo e feliz! — Tem jeito?
LeksoMembroA doutrina kardequicista (Livro dos Espiritos - Alan Kardec) nos esclarece que a teoria da evolução não exclui um criado. Diferentemente do dogma do criacionismo aceita evolução,mas a criação dos seres vivos,que passaram pela evolução até chegar no homem, foi idealizada pelo CRIADOR.
Pois, como se vê, então a questão passa para o conceito de "CRIADOR".
LeksoMembroOra, tudo é filosofável!… (E todo discurso é tendencioso…)
LeksoMembroPorque um antílope corre ao perceber um predador? porque ele sabe que essa ação pode mudar seu aparente destino de ser presa nessa unica investida
Boa tarde, Sr. LUCIANOBORGES.O simples fato de o antílipe correr ao perceber um predador é prova a favor da predestinação e contra o livre-arbítrio:1 - O antílope tem medo de morrer. Todos os antílopes têm medo de morrer. Todos os leões matam antílopes. Logo, todos os antílopes correm dos leões. Dessarte, não há livre-arbítrio, e sim predestinação.2 - O antílope nasce antílope. Ser leão é melhor que ser antílope. O fato de o antílope ser antíope — e não leão — prova que não existe livre-arbítrio, e sim predestinação.
Vi também que o dia da morte de uma pessoa não pode estar escrito. A morte de uma pessoa depende exclusivamente de seu modo de vida , de doenças,de acidentes e até assassinos!
Pois o fato de a morte da pessoa depender exclusivamente de seu modo de vida já prova que não existe livre-arbítrio, e sim predestinação:1 - Uma pessoa não escolhe se vai nascer homem ou mulher.2 - Também não escolhe a mãe e o pai.3 - Não escolhe, portanto, a educação que terá e os traumas que sofrerá.4 - E, mesmo sem ter escolhido seu sexo, seus pais, sua educação e seus complexos, esses e outros fatores igualmente independentes de sua vontade determinam integralmente seu desenvolvimento psicológico.5 - Daí em diante, todas as supostas escolhas, por serem dependentes do desenvolvimento psicológico, são consequências de coisas absolutamente alheias à suposta vontade.6 - Assim sendo, ninguém escolhe seu modo de vida.7 - Como a morte depende do modo de vida, a morte é, portanto, consequência absoluta das circunstâncias de nascimento.8 - Como as circunstâncias de nascimento não são escolhidas pela pessoa, não existe livre-arbítrio, e sim predestinação.(*Lekso é sofrível conhecedor da doutrina espírita.)
LeksoMembro- Pode um ser onipotente ( portanto pode fazer o que quizer) criar uma pedra tão grande que não possa levantar? que enrascada! se Ele criar a pedra e não levantar então Ele não é onipotente, e se Ele levantar então não é onipotente porque não pode criar a pedra que não possa levantar ( por absurdo que tal pedra nos possa parecer lembrem-se que para "onipotencia" não há limites). Bela questão para voces pensar! Abraço a todos!
Caro Sr. LUCIANOBORGES,Deixe-me tentar responder ao questionamento da pedra (os demais me perdoem pelo desvirtuamento do tópico):Considerando que o que é é o que é, e não é mais nem menos que o que é, é preciso admitir que Deus necessariamente não é mais poderoso que ele mesmo. Deus precisaria ser mais poderoso que ele mesmo para criar algo mais poderoso que ele (no caso, a pedra). Se Deus fosse mais poderoso que Deus, haveria algo mais poderoso que Deus, prejudicando o conceito de unicidade. Prejudicaria inclusive o conceito de onipotência: pois se houvesse algo mais poderoso que Deus (ainda que fosse ele mesmo), o poder de Deus seria relativo, comparável — e não absoluto (vide significado de "onipotência"). Conclui-se portanto que o alcance do termo "onipotência" é limitado às leis da metafísica — que, de certa forma, podem ser consideradas como as leis supremas de Deus, e, ainda, como parte dele, reafirmando o próprio conceito de "onipotência". Logo, ou Deus não é capaz de criar essa pedra, ou não a cria porque não quer desobedecer à própria lei. Ainda assim, por tanto, dessarte, pode ser que Deus exista.(*Lekso é ignóstico.)
LeksoMembroBem, então dá na mesma também: — num e noutro caso a resposta pode ser satisfatória, apesar de estar incompleta.
LeksoMembroDá na mesma.
Como assim? Justifique-se.
É que num e noutro caso a resposta é incompleta e insatisfatória.
LeksoMembroDá na mesma.
LeksoMembro1 – Existe vida que não se viva?2 - Existe vida além da que vivemos?3 - Vivemos uma mesma vida?4 - O que há em comum entre a(s) vida(s) que vivemos e a(s) que não vivemos?5 - O que é vida?6 - Que vida vivemos?A diferença entre a essência da vida e a vida que vivemos é que esta é mais complexa e particular.
LeksoMembroPortanto, não se pode “sair por aí” dizendo “sou isso” ou “sou aquilo”, sem antes saber o significado do que se diz.
(A menos que se questione a autoridade do dicionarista.)
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