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ajce1962Membro
Olá!Fernando PessoaBom é que não esqueçaisBom é que não esqueçais Que o que dá ao amor rara qualidade É a sua timidez envergonhada. Entregai-vos ao travo doce das delicias Que filhas são dos seus tormentos Porém, não busqueis poder no amor Que só quem da sua lei se sente escravo Pode considerar-se realmente livre.Namasté
ajce1962MembroOlá!Concordo com as ultimas mensagens.O oprofeta quer passar um atestado de estupidez a todo mundo, porque não quer ser ele só!Namasté
ajce1962MembroOlá!Nada me surpreende essa resposta tacanha vinda da absoluta ignorância absorvida pela materialidade e pela ilusão.Um pouco de química seria suficiente para acabar com a ilusão e ver esse fogo que sustenta a vida.Se acaso os olhos comandassem em vez de serem comandados como cordeiros! Talvez se fizesse luz.Namasté
ajce1962MembroOnde o peso da energia se esconde enquanto ela não condensa em matéria ?
Energia tem peso? ???
Nem o peso se esconde nem a energia condensa a matéria, isto são reflexões com base na ilusão do criado pelo homem racional.Pesado e leve não tem sentido para a energia, ela é intensidade. E a energia não vai condensar a matéria, como se a matéria fosse algo separado.O que se chama de matéria é energia mais densa.Namasté
ajce1962MembroOlá!Ilusório!Só existe o que existe. No aqui e agora.Namasté
ajce1962MembroOlá!Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)O mistério das coisas, onde está ele? Onde está ele que não aparece Pelo menos a mostrar-nos que é mistério? Que sabe o rio disso e que sabe a árvore? E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso? Sempre que olho para as coisas e penso no que os homens pensam delas, Rio como um regato que soa fresco numa pedra. Porque o único sentido oculto das coisas É elas não terem sentido oculto nenhum. É mais estranho do que todas as estranhezas E do que os sonhos de todos os poetas E os pensamentos de todos os filósofos, Que as coisas sejam realmente o que parecem ser E não haja nada que compreender. Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos: – As coisas não têm significação: têm existência. As coisas são o único sentido oculto das coisas. Namasté
ajce1962MembroOlá!Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)Primeiro prenúncio da trovoada de depois de amanhã. As primeiras nuvens, brancas, pairam baixas no céu mortiço. Da trovoada de depois de amanhã? Tenho a certeza, mas a certeza é mentira. Ter certeza é não estar vendo. Depois de amanhã não há. O que há é isto: Um céu azul, um pouco baço, umas nuvens brancas no horizonte, Com um retoque de sujo em baixo como se viesse negro depois, Isto é o que hoje é, E, como hoje por enquanto é tudo, isto é tudo. Quem sabe se eu estarei morto depois de amanhã? Se eu estiver morto depois de amanhã, a trovoada de depois de amanhã Será outra trovoada do que seria se eu não tivesse morrido. Bem sei que a trovoada não cai da minha vista, Mas se eu não estiver no mundo, O mundo será diferente – Haverá eu a menos – E a trovoada cairá num mundo diferente e não será a mesma trovoada. Namasté
ajce1962MembroOlá!Clarice LispectorA PerfeiçãoO que me tranqüiliza é que tudo o que existe, existe com uma precisão absoluta. O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete não transborda nem uma fração de milímetro além do tamanho de uma cabeça de alfinete. Tudo o que existe é de uma grande exatidão. Pena é que a maior parte do que existe com essa exatidão nos é tecnicamente invisível. O bom é que a verdade chega a nós como um sentido secreto das coisas. Nós terminamos adivinhando, confusos, a perfeição. Namasté
ajce1962MembroOlá Acácia!Uma contribuição...Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)Acho tão natural que não se pense Que me ponho a rir às vezes, sozinho, Não sei bem de quê, mas é de qualquer coisa Que tem que ver com haver gente que pensa... Que pensará o meu muro da minha sombra? Pergunto-me às vezes isto até dar por mim A perguntar-me coisas... E então desagrado-me, e incomodo-me Como se desse por mim com um pé dormente... Que pensará isto de aquilo? Nada pensa nada. Terá a terra consciência das pedras e plantas que tem? Se ela a tiver, que a tenha... Que me importa isso a mim? Se eu pensasse nessas coisas. Deixaria de ver as árvores e as plantas E deixava de ver a Terra, Para ver só os meus pensamentos... Entristecia e ficava às escuras. E assim, sem pensar, tenho a Terra e o Céu. Namasté
ajce1962MembroOlá amiga!Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)(Isto é talvez ridículo aos ouvidos De quem, por não saber o que é olhar para as coisas, Não compreende quem fala delas Com o modo de falar que reparar para elas ensina.) Mas se Deus é as flores e as árvores E os montes e sol e o luar, Então acredito nele, Então acredito nele a toda a hora, E a minha vida é toda uma oração e uma missa, E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos. Mas se Deus é as árvores e as flores E os montes e o luar e o sol, Para que lhe chamo eu Deus? Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar; Porque, se ele se fez, para eu o ver, Sol e luar e flores e árvores e montes, Se ele me aparece como sendo árvores e montes E luar e sol e flores, É que ele quer que eu o conheça Como árvores e montes e flores e luar e sol. E por isso eu obedeço-lhe (Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?), Obedeço-lhe a viver, espontaneamente, Como quem abre os olhos e vê. E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes, E amo-o sem pensar nele, E penso-o vendo e ouvindo, E ando com ele a toda a hora. Namasté
ajce1962MembroOlá amiga Acácia!Fernando PessoaSim, sei bemSim, sei bem Que nunca serei alguém. Sei de sobra Que nunca terei uma obra. Sei, enfim, Que nunca saberei de mim. Sim, mas agora, Enquanto dura esta hora, Este luar, estes ramos, Esta paz em que estamos, Deixem-me crer O que nunca poderei ser. Namasté
ajce1962MembroAlberto Caeiro (Fernando Pessoa)E há poetas que são artistas E trabalham nos seus versos Como um carpinteiro nas tábuas!... Que triste não saber florir! Ter que pôr verso sobre verso, como quem constrói um muro E ver se está bem, e tirar se não está!... Quando a única casa artística é a Terra toda Que varia e está sempre bem e é sempre a mesma. Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem respira. E olho para as flores e sorrio... Não sei se elas me compreendem Nem se eu as compreendo a elas, Mas sei que a verdade está nelas e em mim E na nossa comum divindade De nos deixarmos ir e viver pela Terra E levar ao colo pelas Estações contentes E deixar que o vento cante para adormecermos E não termos sonhos no nosso sono. Namasté
ajce1962MembroAlberto Caeiro (Fernando Pessoa)Criança desconhecida e suja brincando à minha porta, Não te pergunto se me trazes um recado dos símbolos. Acho-te graça por nunca te ter visto antes, E naturalmente se pudesses estar limpa eras outra criança, Nem aqui vinhas. Brinca na poeira, brinca! Aprecio a tua presença só com os olhos. Vale mais a pena ver uma coisa sempre pela primeira vez que conhecê-la, Porque conhecer é como nunca ter visto pela primeira vez, E nunca ter visto pela primeira vez é só ter ouvido contar. O modo como esta criança está suja é diferente do modo como as outras estão sujas. Brinca! Pegando numa pedra que te cabe na mão, Sabes que te cabe na mão. Qual é a filosofia que chega a uma certeza maior? Nenhuma, e nenhuma pode vir brincar nunca à minha porta. Namasté
ajce1962MembroSWAMI VIVEKANANDAA MEDITAÇÃO E SEUS MÉTODOSOREM, AGORA!Repitam mentalmente:Sejam felizes todos os seres;Vivam em paz todos os seres;Sejam abençoados todos os seres.Façam isso dirigindo-se ao leste, ao sul, ao norte e a oeste. Quanto mais fizerem isso, melhor se sentirão.Vocês irão verificar que o modo mais fácil de terem saúde é desejarem que os outros se tornem saudáveis, e o meio mais fácil de se sentirem felizes é fazerem os outros felizes.Depois de fazer isto, aqueles que acreditam em Deus deverão rezar - não por dinheiro, não para sua própria saúde, não pelo céu; orem pela luz e pelo conhecimento; qualquer outra prece é egoística.Namasté
ajce1962MembroOlá amiga Acácia a energia deste tópico fez-me lembrar este autor deixo aqui este texto.KrishnamurtiExiste uma vida futura?Receio tornar-me, agora, um tanto metafísico, mas espero que não se incomodem. E não é, realmente, ser metafísico. Enquanto a mente for escrava do tempo, tem de haver o temor da morte, o temor e a esperança de uma vida futura e uma constante investigação do problema. Isso significa que, enquanto houver temor, haverá uma lenta decadência, uma morte lenta, embora continuem vivos. A própria indagação quanto ao futuro evidencia que já estão morrendo. Para viver completamente, para viver na plenitude do presente, no eterno agora, a mente precisa estar liberta do tempo. Não é assim? Não estou usando essa palavra na acepção comum, no sentido de tomar um navio ou um trem na data marcada etc.; estou empregando a palavra com o significado de memória. Se, a cada manhã, nascessem de novo, renovados, sem as lembranças de ontem, sem os fardos nem a carga do passado, então cada dia seria novo, cheio de vida, simples e, no viver assim, estariam libertos do tempo. Isso quer dizer que a mente se tornou um armazém da memória atormentada pelo passado, sobrecarregada das incontáveis experiências que já realizamos.Receio que o interrogante esteja desapontado. Ele deseja saber se há ou não há - quer uma resposta categórica: sim ou não. Lamento não haver resposta categórica para dar. Cuidado com as respostas categóricas - sim e não. Não será, na realidade, mais importante saber viver do que verificar o que acontece quando se morre? Só aquele que já está morrendo é que quer saber o que acontece após a morte; não, aquele que está vivo. Perguntemos e procuremos, portanto, como viver ricamente, humanamente, completamente, divinamente em vez de tentar averiguar o que está para além. Saberão, depois, o que está para além, quando souberem como viver supremamente, inteligentemente. Só então saberão o que está para além. Mas essa descoberta, então, não será uma coisa teórica; será um fato.Ai, então, vão descobrir que isso tem muito pouca significação, pois não existe além. A vida é um todo completo, sem começo nem fim. É esse êxtase, essa sabedoria, que produz a plenitude do viver no presente.Namasté
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