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mceusMembro
“Assim, chegados a este ponto, penso que é de consenso que os conceitos de realidade ,conhecimento, linguagem, e verdade são conceitos transversais. Falar de realidade implica falar do conhecimento que dela temos e este exige uma linguagem que a exprima. A questão é que a linguagem pode ou não dizer a verdade do conhecimento!…”
Exatamente o que eu gostaria de ter ouvido a muito tempo, e vc não foi nada confusa, como eu já lhe pedi, não saia desse fórum
mceusMembroOlá Isabel!! Nem sabia que havia escrito aqui, sempre maravilhosa, bom, veio-me algumas perguntas na mente:
Se verdade = realidade de hj. Modificando a realidade temos outras verdades. Será que ao modificarmos as verdades teríamos outras realidades? Será que a verdade é sempre dependente da realidade? Ela existe apenas quando a percebemos em nossa realidade?
As verdades sempre existiram ou só nascem através de nossa realidade?mceusMembroCreio que nossa capacidade de optar ou decidir não significa teleologicamente que tenhamos um livre-arbítrio. A sensação que temos ao decidir o que fazer é apenas uma ignorância do porque realmente está se fazendo. Analisando pelos efeitos que isso acarreta, observando pelo final das coisas, muitas vezes podemos entende-las, daí sim, notamos que nunca tivemos um livre-arbítrio. Que fazemos parte de um sistema biológico onde tudo foi e sempre será determinado. Enxergo dessa forma.
Um grande abraçomceusMembroGostei do que disse Iha.
Um abraço.mceusMembroSerá que o sentido da vida não é mais uma necessidade? Desejo oriudo da incompreensão das coisas existentes e aprisionadas nos conceitos derivados dos sentidos. Como já disse, não vejo um sentido pra vida senão o próprio viver.
AbraçomceusMembroO mundo como notamos existe apenas pelos nossos sentidos, sem eles o mundo não tem cheiro, cor, textura, sabor, odor e talvez nem espaço a ser percorrido e nem tempo para ser percebido. Vcs já perceberam pq as fezes cheiram mal, pq não a comemos? Pois esse cheiro nos afasta, nos dá nojo. Mas e o tatuzinho de jardim? Pq ele a procura e a utiliza como alimento? As fezes não cheiram mal para ele, e sim, o atraem. O prazer sexual, imaginem não tê-lo? O que seriam das propagandas de cerveja? rs. Sim, o mundo existe pelos nossos sentidos, a consciência surge quando fazemos uma imagem desses sentidos, quando detemos em conceitos as coisas. Por isso penso ou tento pensar me deslocando do que me parece mais óbvio, penso em um mundo sem início e assim sem meio ou fim, um mundo sem criadores e criados. Tentando explicar, um mundo onde a vida é algo diferente, mas não mais importante que a não-vida. Um mundo que apenas é. E que as diferenças que notamos são criações de nossos sentidos. Um mundo onde o cheiro das fezes e o prazer do sexo são sentidos para a perpetuação dos genes, dos quais somos possivelmente escravos. Um universo auto-contido. Um universo que não pode se perguntar o que existe antes do big bang ou do criador, um universo sem a pergunta do que há ao norte do polo norte. Já perceberam, até onde sabemos, que os átomos não envelhecem? O nosso corpo, a matéria, essa energia visível, é constituída desses átomos. Somos eternos portanto?! Espero não ter sido muito confuso.
Grande abraço a todos.mceusMembroE se a vida e suas necessidades não forem apenas diferenças daquilo que chamamos de não vida. Será que em cada planeta não exista determinados tipos, vamos dizer, de vida e de não-vida. Vamos pensar no que é vivo e tem “sentido da vida” e naquilo que não é vivo, uma rocha, pex? Qual o sentido da vida que difere do nosso conceito de vida. Qual o sentido da vida da não-vida? Será que não há? Seria o sentido da não-vida? Minha visão disso é que somos um planeta e um tipo de “rocha”(aqui vai uma metáfora com carga irônica)deste planeta somos nós mesmos. O resto continua sendo o planeta…. conosco… bom, isto vai ao encontro daquilo que eu acho do universo ser auto-contido…sem começo meio ou fim… Somos apenas algo diferente, diferente daquilo que conceituamos e que chamamos de não-vida.O que vcs acham?
Abraços a todos..mceusMembroFazendo uma análise pelos fins das coisas, teleológica, com um deus como consciência acho difícil existir um livre-arbítrio, pois a finalidade da vida e seu sentido, analisando pelo seu fim, já estariam definidos no ato da criação. Isso no meu ponto de vista e na presença de um deus criador, volto a frisar. Pois fazendo a analogia do Iha, seríamos programas de um imenso computador escrito por um deus. E com possibilidade de aperfeiçoamento delimitado pelo próprio. Mas se chamarmos deus de vontade, de energia conservadora do estado que chamamos vida, será que assim teríamos o livre-arbítrio? Creio que não pelo fato da vida e essa energia trabalhar em nós sem termos consciência, e pra que precisaríamos ter? Quanto tempo o homem “consciente” povoa a terra? Pouco pela idade que tem a vida como conhecemos na mesma. Bom, feliz qualquer coisa.
Um abraço.mceusMembroRobledo, o problema é que há caos e ordem em nossas concepções de caos e ordem. Mas agora entendo mais vc, obrigado por expor seus “sentimentos” sobre deus.
Bom, provar a existência de deus é tão complicado como provar a sua inexistência. Eu as vezes tenho dúvidas sobre o que eu acho de um deus. Penso, se realmente existir um, que posso chama-lo dessa vontade, desse 'manter a vida' do marcio, dessa energia motriz de todo ser vivo e até o não vivo, mas isso é outro papo.Já que foi citado Nietzsche pelo Alex, a vontade em potência se enquadraria bem nessa definição de deus. A própria energia de conservação da vida, a própria energia evolutiva…sei lá, se deus for isso, eu acredito nele. Mas como um tipo de consciência superior, como um organismo poderoso bem relatado por religiosos, eu realmente vejo só o medo e os desejos do homem. Bom, talvez essa forma de ateísmo comedido ou até um panteísmo é a minha forma de encarar hj esse assunto.
Araços a todosmceusMembroEnquanto tivermos dúvida estaremos no caminho certo. Por isso ponho em dúvida as nossas necessidades. Por isso que tento demonstrar o perigo dos nossos desejos.
abs.mceusMembroBrilhante exposição Robledo. Sofremos desse perigo da “fé disfarçada” a todo momento. Como já havia dito em mensagens anteriores, a sangria era ciência até pouco tempo atrás, hj, é um absurdo médico. Por isso pergunto pelo que queremos. O homem sofre pressões e precisa crer, precisa explicar e se contenta com pouco. Como disse Schopenhauer uma certa vez: “A necessidade metafísica do homem não anda a par com a capacidade deste”.
Para chegarmos num sentido da vida precisamos separar nossos desejos e verdades dos fatos. O problema está em que nós e somente nós damos as interpretações desses fatos. Por isso da minha bactéria tão mal vista anteriormente.
Abs a todos.mceusMembroAh, antes de tudo, façam a experiência, sintam na pele tudo isso. Não deixem a razão intervir. Sintam. Talvez tenhamos respostas novas e entendamos mais o mundo.
mceusMembroQual é o nosso desejo?
Vamos fazer uma experiência. Pensem em um mundo com um criador, com vida após a morte. Vá até uma janela e olhe as coisas do mundo. Veja as pessoas, catadores de papel, mulheres cansadas com vestimentas velhas, motoristas de ônibus há 12 horas no volante do lado de um motor com temp. de 45 graus, um trabalhador que veio do norte do país com as marcas da seca na cara misturando a massa pra fazer o concreto, pensando nos filhos em casa e na familia tão distante, pensando que não irá se aposentar pois nem carteira tem, irá fadigar até morrer, pensem no garoto que hj brinca com uma bola de meia na favela, que papai noel nunca irá visita-lo, que na melhor das hipoteses irá ter que pedir esmola nos faróis para levar o dinheiro pro seu pai, descrente da vida e bebado num bar, para não apanhar, tentem tbm olhar a mãe de tantos, irmã de tantos que foram violentadas e marcadas pra sempre pelo ato violento, tantos infelizes com a vida, vejam a pressa das pessoas, correndo de lá pra cá sem nem notar o mendigo famito na calçada, sintam as dores de cabeça, os momentos de choro, as mortes na familia, as dores do mundo. Pensem num criador e no após esta vida, no sossego, na paz disso vir a acontecer, o “voltar pra casa depois da guerra da vida” a satistaçao e o pensamento que valeu a pena esperar… pensem nisso por alguns minutos.
Agora depois disso pensem num mundo sem deus, sem criador, sem vida após a morte e novamente vá até a janela.
O que concluímos.
Acaso ou inteligência?
Sempre existiu, surgiu do nada?
Há uma origem ou não?
O que desejamos?mceusMembrobom, diante do que foi exposto ultimamente, podemos agora chegar a duas hipóteses:
1) o universo sempre existiu, nunca foi obra de criador nenhum, sempre existiu sem se relacionar com a forma humana de compreender as coisas: nascer-crescer-morrer
2) o universo apareceu de uma grande explosão, ou de um deus ou no que quiserem.
Vamos relacionar isso com o sentido da vida? Creio que o Márcio o faria bem, fico esperando.
um abraçomceusMembroTalvez esta frase te ajude Wilson…
“Desde que o universo tenha um começo, podemos supor que ele teve um criador. Mas se o universo é completamente auto-contido, não tendo fronteiras ou bordas, ele não seria nem criado nem destruído… Ele simplesmente seria. Que lugar há, então, para um criador?”
Stephen W. Hawking, cientista InglêsTalvez a vida não tenha uma origem, talvez ela sempre existiu, ela talvez seja algo diferente daquilo que não é vida.
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