Miguel (admin)

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  • em resposta a: Cota para Negros nas Universidades. #77445

    Onofre,

    Ok. Aviso recebido e entendido.
    Tem minha palavra que nao sairá de mim nenhuma mensagem mais “desse teor”.

    Obrigado.

    em resposta a: Cota para Negros nas Universidades. #77444

    Senhor Pacifista

    Mensagens desse teor não são bem vindas. Futuras mensagens do senhor terão especial atenção por parte dos moderadores, e mantendo-se o teor, ações restritivas serão tomadas. Esteje avisado.

    em resposta a: Cota para Negros nas Universidades. #77443

    Tem gente que nao cai mesmo na real…

    Será que vou ter a chance de encontrar uma lista algum dia em que o Fernando nao fará o papel do chorao incompreendido?

    Já que estao pensando em vagas reservadas para os negros, deve ser porque eles sao incapazes de conquistá-las por si proprios, caso contrario nao vejo razao para se ferir um principio tao básico quanto a isonomia. Mas, se for essa a soluçao, é bom já irem pensando em vagas reservadas para os amarelos, os indios, os mulatos, os brancos (eles também sao gente), e, por que nao, para os deficientes fisicos, os idosos, os homossexuais (eles também sao muito perseguidos Fernando) etc.

    Diante desse quadro, resta saber que negro concordaria em ter um diploma de segunda categoria só para atender à consciencia pesada do Fernando. Talvez devessem reservar uma vaga também para o Fernando, ele pode nao ser negro mas nao conheço ninguem mais incapaz

    em resposta a: Cota para Negros nas Universidades. #77442

    Oi Alex,

    Imaginei que talvez ainda se lembrasse de mim. Andei super ocupado e tive que sumir um pouco. Claro que havia outras formas de faze-lo, mas contou também uma antiga profecia sua…

    Uma coisa todos sabemos, as vagas nas Universidades Públicas Estaduais aqui de São Paulo crescem em progressão aritmética, enquanto a demanda por estas vagas em progressão geométrica. Nesse passo algumas escolas, as mais cobiçadas, tendem a ter em seus quadros de alunos pessoas proveniente das classes alta e média alta e alguns poucos da classe média que poderiam ser considerados os pobres do curso.

    De fato. Quando escrevi que universidade é para poucos, nao quis afirmar isso de modo absoluto, mas em relaçao com o total das pessoas que deveriam receber formçao escolar. Proporcionalmente, é claro que o numero de engenheiros (por exemplo) é pequeno em relaçao com o total da mao de obra da construçao civil. E analogamente se dá o mesmo com relaçao a médicos, advogados, pesquisadores etc: o numero desses é sempre pequeno em relaçao com o numero da mao de obra ativa no mercado. Em termo de comparaçao, pensar o contrario nao seria querer fazer de todo indio um cacique?

    Um pensamento assim envolve outra questao: por que se pensa hj que a formaçao escolar de uma pessoa nao está completa sem o curso superior?

    Confesso que nao sei a resposta ao certo, pode até ser que eu esteja sendo um tanto saudosista, mas, para reflexao, vou tentar imaginar algumas possiveis:
    1- o ensino médio nao atende mais as necessidades das pessoas e nao as prepara para a vida, o ensino é de muito pior qualidade que antes.
    2- como o aumento da mao de obra cresce muito mais que a oferta de empregos entao aumentam as exigencias nos exames de admissao para praticamente todo tipo de cargo, e há sempre a “ameaça” de que o diploma seja (no minimo) critério de desempate.
    3- o valor simbolico do diploma: ter um curso superior se tornou até criterio de avaliaçao de caráter, e isso se percebe tanto na lei (quem tem diploma tem direito a cela especial) quanto nos casos que aparecem na midia, nos quais notamos que ainda choca as pessoas o fato de crimes barbaros terem sido cometidos por universitarios ou pessoas formadas, como se esses crimes devessem ser esperados somente de pessoas sem formaçao superior.
    4- a necessidade real, quando o objetivo almejado exige, de fato, o curso superior. Penso aqui nos casos em que a formaçao é mesmo necessária, muito mais que o diplima, ou seja, a minoria de quem eu falava. Imagino se os 3 casos anteriores revelam um problema ou se isso deveria ser uma coisa “natural”.

    o que me intriga(?): são os DOUTORES(sombrólogos sem ética, lembra?) que compõe as bancas destas Universidades-Empresa.
    Bom… vou ser direto, os Testas de Ferro são todos da USP, UNICAMP,etc.

    Infelizmente se tornou palavrao citar o nome de Olavo de Carvalho. É uma pena, mas acontece de se formarem “blocos de filosofia”, como torcidas de time de futebol… fulano é aristotélico, sicrano é nietzschiano, beltrano é marxista… já criaram até o bloco dos olavistas. Passando por cimas dessas incongruencias, penso que alguem que quer filosofar deveria estar aberto a conhecer o ponto de vista de todos, mesmo se for para discordar depois, mas, antes de enfiar no saco e jogar de cima da ponte, deveria ao menos procurar conhecer o pensamento da pessoa. Isso é sempre dificil, manter o horizonte aberto é algo bastante exigente, mas ninguem disse que filosofar é facil.

    Bem, terminada essa introduçao, para que nao me etiquetem como “olavista” depois, gostaria de lembrar que ele escreveu muito sobre essas questoes que vc apontou. Ler os textos do Olavo por ser uma coisa divertida para uns, ou um soco no estomago para outros. Ele é ácido demais, parece que escreve com as visceras, mas, arrancada a casca, percebe-se que é um sujeito que tem argumentos. Nao gosto muito do jeito que ele escreve, dá a impressao que quer “ganhar no grito” as discussoes, mas com algum esforço dá para tirar coisa de proveito dos textos dele. Nao sei se já vc já leu…

    O curioso é que são sempre os mesmos nomes. Vc vai na UNG ou na UNIABC, UNIBAN, etc e encontra sempre a mesma “pá”. É claro que eles tem que dividir o bolo com outros colegas(nem sempre é a mesma pá, as vezes mistura um pouco os nomes, outros entram no grupo e assim vai).

    Como eu dizia, parece time de futebol. Se vc quiser ingressar numa universidade, ou fazer algum mestrado ou doutorado, vai ter que “vender a alma” e trabalhar na área que eles querem. Seu projeto nunca será aprovado se vc nao tiver um otimo QI (quem indica).

    Todavia, para nao cair na tentaçao maniqueista de dividir tudo em blocos estanques, imaginando o lado dos professores: eles ralaram demais para chegar aonde estao, entao seria muita inocencia imaginar que largariam o osso fácil depois do que passaram. Claro que isso nao justifica usarem os alunos como mao de obra barata (acontece com fequencia que as teses orientadas sao mais do interesse pessoal do orientador que propriamente uma contribuiçao para a área), contudo, eles poderiam argumentar que estao mais preparados para orientar uma pessoa no campo em que se aprofundaram mais. Só que entao eu coloco em questao a capacidade de alguem que diz algo assim, tirando, claro, os exageros, um sujeito que se diz filósofo pode se dar ao luxo de manter “zonas de exclusao” do pensamento? Que esse professor assuma entao que nao orienta certas teses porque elas vao lhe dar mais trabalho, ou porque ele nao faz isso se nao recebe alguma compensaçao adicional.

    O que quero dizer é que existe uma máfia, oriunda das Universidades Publicas que sustenta a palhaçada das Universidades Particulares, afinal quem vive de salário de professor da USP, UNICAMP, etc? Tem gente que vive, mas não é uma vida fácil.

    É obvio que tem.

    Desculpe-me, acho que dramatizei demais, mas isto acontece aqui em sampa, pelo menos nos cursos de Direito. Isto sei, pq parentes e amigos lecionam ou já lecionaram em Universidades Particulares e Universidades-Empresa.

    Isso nao acontece só em SP.

    “O Brasil tem que parar de ajudar e prestigiar a incompetência.”

    É meio chato isso… toda vez que a gente começa a abordar um problema, a coisa acaba indo parar nas mazelas da sociedade brasileira corrompida. Mas é isso mesmo! Infelizmente, os outros problemas locais sao consequencia de um problema maior.Imaginar que podemos consertar o sistema de ensino, o sistema de saúde, etc, sem abordar a questao politica-economico-social da cidade->estado->país, é ter uma visao setorizada da sociedade que nao condiz mais com a complexidade da situaçao atual.

    É interessante observar isso para perceber como a mentalidade cartesiana conquistou a mente das pessoas. O lema “dividir para conquistar”, usado por Descartes, foi canonizado de tal forma que parece que nao segui-lo é quase irracional, ou, ao menos, é ultrapassado, saudosista, etc (é facil imaginar outros adjetivos). Dando sequencia, Comte aplicou-o depois ao social. Parece algo distante, mas essa “matematizaçao do mundo” é que justifica essa ilusao de que podemos isolar o mundo academico e “consertá-lo”. Como se fosse possivel criar uma ilha de organizaçao dentro de um caos social.

    1a)A pesquisa científica poderia ser feita em Universidades Particulares?

    Poder até que pode, mas pessoalmente eu nao acho que isso funcione tao bem. Universidades particulares nao podem se dar ao luxo de ter muitos ideais (isso já é dificil nas universidade publicas mesmo) e a pesquisa nao pode ser atrelada tao fortemente aos interesses economicos. Claro que essa regra nao deve ser levada ao caso extremo. Basta recordar os avanços tecnológicos ocorridos em casos de guerra, qd muito das pesquisas era voltado para a obtençao rápida de resultados. Cabe, entretanto, lembrar que os pesquisadores envolvidos nessas descobertas eram todos recrutados de fora e nao criados dentro desse mesmo sistema de investimento->retorno (pelo menos nao tao explicitamente).

    1b)Nas Escolas comprovadamente elitizadas, se privatizadas, o fato de pagaram a escola influenciaria (positiva ou negativa) a qualidade ou a produção da pesquisa científica?

    Consequencias é claro que teria, mas nao acho que isso seja algo tao simples de avaliar. Mesmo nos casos da pesquisa “livre”, é evidente que há um tipo de cobrança que espera algum tipo de retorno. A questao é até onde esses limites podem ser extendidos sem que o objeto seja danificado.

    Pq será que as Universidades-Empresa-Particular, cresceram como capim aqui na Cidade de são Paulo?
    Acredito que ninguém gosta de pagar uma faculdade, as mensalidades não são baratas e poucos possuem capacidade para pagar em dia as suas mensalidades, muitos trancam a faculdade diversas vezes, pois não podem pagar o curso.

    Acho que, de certa forma, isso está ligado com os 4 casos que enumerei lá em cima. Mas, se entendi bem o ponto, vc colocou em questao o criterio da distribuiçao do subsidio. Posso estar enganano, ao contrario do Onofre e de vc, faz muito tempo que nao vejo essas estatisticas, entao, posso falar somente daquilo que vejo ao meu redor: pelo que vejo nas universidades particulares, grande parte dos alunos é formada de “filhinhos de papai” que nao conseguiram ingressar nas públicas, mas querem o diploma. Tenho alguns amigos pobres que estudam nessas universidades privadas também, e eles tem que dar um duro danado (alguns conseguiram algum tipo de bolsa, mas nao creio que isso seja o comum). Qd fiz meu bacharelado, a maioria dos meus colegas era de classe media, media-alta. Poucos eram pobres (eu diria uns 10%). É claro que tem alguma coisa errada, mas eu acho que mudar o modo de admissao nas universidades sem mudar o sistema que gerou essa situaçao só vai acarretar uma distorçao maior. A titulo de analogia, seria como imaginar uma reforma agraria em que as pessoas seriam deixadas no meio do mato, sem nenhum apoio. Eu já vi muita gente dentro das universidades que nao sabiam o suficiente para concluir um segundo grau decente.

    Sobram vagas para pessoas especialiadas em são Paulo. É altamante difícil e concorrida uma vaga de porteiro ou frentista em São Paulo, já as vagas de especialistas na área de administração, economia, direito e outros carecem de pessoas qualificadas(sobram vagas), uma vez que a máfia das Universidades Particulares não formam pessoal qualificado.

    Entao entendo que vc está me mostrando o outro lado da moeda.

    Nesta linha a Universidade cada vez mais está se tornado uma necessidade para todos.

    Diante disso, só posso colocar mais uma vez o que disse antes: “Quando escrevi que universidade é para poucos, nao quis afirmar isso de modo absoluto, mas em relaçao com o total das pessoas que deveriam receber formaçao escolar.”

    Tem um ensaio interessante, vc deve conhecer, do italiano Domenico De Masi chamado “Ócio Criativo” e um outro que ele organiza ensaios de Bertrand Russell e Paul Lafargue chamado de “Economia do Ócio” que fala sobre a necessidade de agregarmos conhecimentos e desenvolvermos a criatividade com informações diversas. Nesse sentido caberia a democratização da Universidade.

    Claro que isso teria um preço. Parece que a regra é: quantidade é inversamente proporcional a qualidade. Seria ótimo que todos pudessem fazer universidade, mas nem o Estado tem como subsidiar isso, nem todos tem condiçoes (economicas ou mesmo intelectuais).

    Todos sabemos que os brasilerios, latinos e estrangeiros que vão para o exterior(estados unidos por exemplo), são aceitos para preencher as vagas de lavadores de pratos, empregados domésticos, etc. O acesso à Universidade é amplo naquele e em outros países, faltam lavadores e empregados domésticos.

    Bem, tenho alguns amigos na Alemanha, Portugal e Estados Unidos, pelo que ouvi dizer, o problema é que as algumas pessoas preferem receber o auxilio desemprego que fazer trabalhos braçais. Mas, nao sao muitos que fazem universidade lá nao, mesmo porque a universidade lá é cara, e muito cara. Se nao me engano, o acesso é amplo, desde que vc tenha dinheiro.

    Gostaria, caso vc tenha um tempo, de ouvir a sua opinião.

    Idem, ler as suas msgs me ajudou a abrir a visao para outras questoes.

    []'s

    em resposta a: Cota para Negros nas Universidades. #77441

    Uma lástima! Após toda esta prolixidade, ninguém, aqui, se identificou como negro, seja para defender ou não as cotas( na minha opinião importante instrumento para atenuar a monstruosa injustiça cometida com aqueles que foram submetidos a escravidão). Ou seja, parece que também os negros não devem ter muito acesso á internet.De qualquer forma, deixo uma mensagem aos irmãos negros conscientes: Há que se mobilizar porque se depender desta turma aqui…

    em resposta a: Cota para Negros nas Universidades. #77440

    Olá peregrino

    Concordo em muito com as opiniões que vc manifesta no fórum, contudo, gostaria de debater um ponto específico desta sua última mensagem. É uma espécie da calcanhar de Aquiles do Ensino Público Superior nestes últimos 15 anos.

    Eis o trecho:

    A Universidade Pública não deveria se prestar a sustentar interesses pessoais de classes privilegiadas.

    Isto é certo. Mas qual a soluçao? De novo as mais fáceis? Esses argumentos já foram utilizados para justificar propostas do tipo:

    1- fim da universidade pública: proposta infeliz de quem desconhece por completo o problema da pesquisa científica.

    2- facilitar o ingresso nas universidades: ora, a verdade é que universidade deveria ser mesmo para poucos! Mas infelizmente se tornou meta de decorador, a maioria faz só para se tornar “universitário”, querem só o diploma. O primeiro critério para se ingressar nela deveria ainda ser o mérito, pela esperança de retorno do investimento pelo estudo subsidiado (retorno que pode ser social ou para a propria área).

    Uma coisa todos sabemos, as vagas nas Universidades Públicas Estaduais aqui de São Paulo crescem em progressão aritmética, enquanto a demanda por estas vagas em progressão geométrica. Nesse passo algumas escolas, as mais cobiçadas, tendem a ter em seus quadros de alunos pessoas proveniente das classes alta e média alta e alguns poucos da classe média que poderiam ser considerados os pobres do curso.

    O Onofre lembrou bem, temos as Universidades-Empresa-Particulares. Aqui em sampa são conhecidas como as “UNI”, é UNI-isto, UNI-aquilo, UNI-10, UNI-11,UNI-12 e assim vai.

    Mas sabe o que me intriga(?): são os DOUTORES(sombrólogos sem ética, lembra?) que compõe as bancas destas Universidades-Empresa.

    Bom… vou ser direto, os Testas de Ferro são todos da USP, UNICAMP,etc. Estes não dão aulas, os seus nomes aparecem para dar respaldo. O curioso é que são sempre os mesmos nomes. Vc vai na UNG ou na UNIABC, UNIBAN, etc e encontra sempre a mesma “pá”. É claro que eles tem que dividir o bolo com outros colegas(nem sempre é a mesma pá, as vezes mistura um pouco os nomes, outros entram no grupo e assim vai).

    O que quero dizer é que existe uma máfia, oriunda das Universidades Publicas que sustenta a palhaçada das Universidades Particulares, afinal quem vive de salário de professor da USP, UNICAMP, etc? Tem gente que vive, mas não é uma vida fácil.

    Quando a coisa fica preta e o curso fecha a tchurma cai fora e migra como um vírus hospedeiro para uma outra Universidade-Empresa-Particular. Estes caras possuem contato direto no MEC, tomam Whiskies com o pessoal do MEC e fazem os “trouxas”, das classes pobres ou média baixa, que a duras penas alcaçaram a condição de poder pagar uma Universidade(exigência do chefe, ou faz ou rua), pagarem um tremendo pato público e social.

    Como são empresas estão preocupas com dados quantitativos – Temos que ter alunos nas salas de aula, quem é este cara que deixou todo mundo em dependência? Manda ele embora – Fulano, vamos mandar uma renca de professores embora no próximo semestre, senão vamos nos endividar com os custos trabalhistas. – Ciclano, contrate qualquer um! se não tem gente com mestrado das estaduais dispostos a ganhar a mereca que a gente paga e seguir a nossa linha de produção, contrate qualquer! basta ter uma “pós” qualquer, o MEC deixa comigo, hoje tem um jantar.

    Desculpe-me, acho que dramatizei demais, mas isto acontece aqui em sampa, pelo menos nos cursos de Direito. Isto sei, pq parentes e amigos lecionam ou já lecionaram em Universidades Particulares e Universidades-Empresa.

    É verdade que temos boas Universidades Particulares, estas são as tradicionais (não surgiram do dia para noite, possuem uma tradição) que os sombrólogos do MEC tentam fechar pq não possuem um número X de computadores por alunos. Como estas Universidades são sérias, os seus administradores não foram tão astutos quanto os mafiosos que deram o “pulo do gato” e alugaram os computadores apenas para as visitas do MEC.

    Bom estou dizendo isto tudo pq outro dia (já faz um bom tempo, alguns anos) li na revista Isto é uma entrevista com um ex-presidente do Banco Central Americano. Este Senhor ficou na direção do Banco durante algumas décadas, da entrevista que li, nada lembro, a não ser uma frase:

    “O Brasil tem que para de ajudar e prestigiar a incompetência.”

    Ele comentava a ajuda financeira dada aos bancos naquele projeto Proer ou Proar alguns anos atrás(a matéria é daquela época).

    bom mas vamos as perguntas.

    1- fim da universidade pública: proposta infeliz de quem desconhece por completo o problema da pesquisa científica.

    1a)A pesquisa científica poderia ser feita em Universidades Particulares?

    1b)Nas Escolas comprovadamente elitizadas, se privatizadas, o fato de pagaram a escola influenciaria (positiva ou negativa) a qualidade ou a produção da pesquisa científica?

    2- facilitar o ingresso nas universidades: ora, a verdade é que universidade deveria ser mesmo para poucos! Mas infelizmente se tornou meta de decorador, a maioria faz só para se tornar “universitário”, querem só o diploma. O primeiro critério para se ingressar nela deveria ainda ser o mérito, pela esperança de retorno do investimento pelo estudo subsidiado (retorno que pode ser social ou para a propria área).

    Gostaria de ouvir os seus comentários sobre…

    Pq será que as Universidades-Empresa-Particular, cresceram como capim aqui na Cidade de são Paulo?

    Acredito que ninguém gosta de pagar uma faculdade, as mensalidades não são baratas e poucos possuem capacidade para pagar em dia as suas mensalidades, muitos trancam a faculdade diversas vezes, pois não podem pagar o curso.

    A cidade de são paulo, e grande são paulo, apesar do êxodo de algumas industrias continua sendo o carro chefe do PIB brasileiro.

    Sobram vagas para pessoas especialiadas em são Paulo. É altamante difícil e concorrida uma vaga de porteiro ou frentista em São Paulo, já as vagas de especialistas na área de administração, economia, direito e outros carecem de pessoas qualificadas(sobram vagas), uma vez que a máfia das Universidades Particulares não formam pessoal qualificado.

    O destino de São Paulo é se tornar um grande centro de prestação de serviços, o êxodo das industrias é neste sentido, daqui a alguns anos, e isto já está acontecendo hoje, o que se ganha na industria não é suficiente para custear as despesas do trabalhador em São Paulo, que é uma cidade cara e se tornará mais cara ainda.
    As principais empresas já exigem de seus funcionários curso superior ou curso em andamento. Está é uma exigência do mercado e daqui para frente a coisa vai ficar ainda mais acirrada e seletiva. Nesta linha a Universidade cada vez mais está se tornado uma necessidade para todos.

    No início do século passado quantos tinham Faculdade? Tenho em mãos um discurso do Mestre Olavo Bilac onde este fala aos MOÇOS(formandos homens, turma 1915) da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Naquela época a faculdade era para pouquíssimos, não havia mulheres naquela turma.

    Na época de cristo quantos sabiam ler e escrever?

    Quantos tiveram acesso à ACADEMIA?

    Tem um ensaio interessante, vc deve conhecer, do italiano Domenico De Masi chamado “Ócio Criativo” e um outro que ele organiza ensaios de Bertrand Russell e Paul Lafargue chamado de “Economia do Ócio” que fala sobre a necessidade de agregarmos conhecimentos e desenvolvermos a criatividade com informações diversas. Nesse sentido caberia a democratização da Universidade.

    Todos sabemos que os brasilerios, latinos e estrangeiros que vão para o exterior(estados unidos por exemplo), são aceitos para preencher as vagas de lavadores de pratos, empregados domésticos, etc. O acesso à Universidade é amplo naquele e em outros países, faltam lavadores e empregados domésticos.

    O decorador seria o resultado das Universidades Particulares que pintam e bordam.

    Gostaria, caso vc tenha um tempo, de ouvir a sua opinião.

    abs.

    (Mensagem editada por alex em Novembro 24, 2002)

    em resposta a: Cota para Negros nas Universidades. #77439

    Alex,

    Sua msg é longa e tem muito conteúdo. Concordo em grande parte com seus argumentos.
    Entretanto, gostaria de acrescentar algo para enriquecer a discussao:

    o que ocorre é o emprego errado dos estudos estatísticos e da leitura destes estudos

    De fato, o modo da racionalidade tecno-cientifica está tao absolutizado em nossa sociedade que acontecem de esquecerem algo básico: todo e qualquer dado é sempre uma forma de interpretação de uma realidade. Dito isso, seguirei seu exemplo ao afirmar que isso nao significa que defendo o abandono dos dados, mas a tomada de consciencia da quota de maleabilidade de qualquer dado.

    Em sua primeira mensagem o Onofre utilizou dados numéricos que provavelmente não são os atuais, mas que sem dúvida devem expressar uma realidade muito próxima dos números atuais. Dizia que a participação de alunos oriundos da rede pública seria de 35% na USP, o que parece ser um índice bastante satisfatório.

    Também já concordei com o Onofre numa msg anterior.

    3. A escola pública de um modo geral carece, como sabemos, de profundas mudanças estruturais.

    Creio que esse é o ponto. Essa idéia das cotas é um grande engodo que, mais uma vez, quer mascarar o problema real para acomodar as consciencias daqueles “defensores das minorias” que facilmente se indignam, mas dificilmente arregaçam as mangas. É o velho argumento paternalista agora com roupagem progressista.

    Dialética interessante, quanto mais progressista, mais se revela o ranço conservadorista. “Nao mudemos o sistema, vamos maquia-lo”

    Em vez de mudarem a linha de montagem, vao pregar um adesivo no vidro do carro no final da linha. É só examinar o teor das propostas para a área de ensino:
    1- acabar com o vestibular –> fácil!
    2- aumentar as vagas para ingresso nas universidades –> fácil!
    3- estabelecer cotas –> fácil!

    Por que ninguem se propoe a restruturar o ensino básico ou o secundário?
    Ah, também aqui funciona a mesma regra:
    1- acabar com as reprovaçoes –> fácil!
    2- estalecer a aprovaçao por disciplinas e nao por períodos –> fácil!
    3- diminuir a ementa das disciplinas e a média para aprovaçao –> fácil!
    Ou seja, soluçoes simples, baratas (o Estado paga menos por aluno), que visam, nao melhorar a qualidade do ensino, mas diminuir as reprovaçoes.
    Estatísticas: a escola reprova menos = a escola está melhor.

    Basta dizer que boa parte dos professores é totalmente despreparada, isto sem exageros.

    Melhorar a qualidade dos professores exigiria maior investimento.

    A Universidade Pública não deveria se prestar a sustentar interesses pessoais de classes privilegiadas.

    Isto é certo. Mas qual a soluçao? De novo as mais fáceis? Esses argumentos já foram utilizados para justificar propostas do tipo:

    1- fim da universidade pública: proposta infeliz de quem desconhece por completo o problema da pesquisa científica.

    2- facilitar o ingresso nas universidades: ora, a verdade é que universidade deveria ser mesmo para poucos! Mas infelizmente se tornou meta de decorador, a maioria faz só para se tornar “universitário”, querem só o diploma. O primeiro critério para se ingressar nela deveria ainda ser o mérito, pela esperança de retorno do investimento pelo estudo subsidiado (retorno que pode ser social ou para a propria área).

    A política brasileira é IDEALISTA E SENTIMENTALISTA.

    Boa descriçao.

    []'s

    em resposta a: Cota para Negros nas Universidades. #77438

    Olá a todos…

    Tb sou contra as cotas para negros nas Universidades no Brasil.

    Recentemente escolhi para leitura um livro escrito por um professor de administração da Universidade de Michegan. Neste livro que fala sobre Administração, Tomada de Decisões e Liderança o autor ensina que existem 03 tipos de mentiras. São elas:

    1. As pequenas mentiras.
    2. As grandes mentiras.
    3. E as estatísticas.

    Não que as estatísticas não sirvam para nada, o que ocorre é o emprego errado dos estudos estatísticos e da leitura destes estudos.

    Como representam um índice matemático preciso, tendemos a depositar nas estatísticas a nossa plena confiança, ainda que a nossa experiência indique resultado diverso. Para se ter uma idéia, com base exclusivamente em estudos estatísticos o Governo do Estado de São Paulo dirigiu as Políticas de Segurança Pública e Educação nos últimos 08 anos, os resultados são o que conhecemos. Enquanto toda a população de São Paulo afirmava em alto e bom tom que a criminalidade na cidade crescia a cada dia, o Governador e o seu Secretário de Segurança diziam o contrário. Qual a fonte que eles utilizaram? As estatísticas. Para infelicidade do Governador no início do ano estourou um escândalo sobre maquiagem de Boletins de Ocorrência nas Delegacias do Estado, que eram feitos a mando do então Secretário Marcos Vinícius Petreluzzi(Promotor de Justiça). Eficientemente o escândalo foi abafado.

    Concordo plenamente com o Onofre, e sinceramente não conheço meios de refutar os seus argumentos iniciais, contudo, em alguns pontos caberia alguma discussão, visando, quem sabe, a tentativa de ampliar o debate. Não sei se as minhas associações estão corretas, mas como o Onofre estou disposto a mudar de opinião.

    Em sua primeira mensagem o Onofre utilizou dados numéricos que provavelmente não são os atuais, mas que sem dúvida devem expressar uma realidade muito próxima dos números atuais. Dizia que a participação de alunos oriundos da rede pública seria de 35% na USP, o que parece ser um índice bastante satisfatório. Gostaria de comentar alguma coisa sobre este índice.

    Como as estatísticas são perigosas cabe salientar que alunos oriundos da rede pública não necessariamente são alunos pobres.

    Realmente as ETES e as Federais formam na rede pública secundaria o melhor em excelência de ensino disponível, salvo algumas exceções de escolas públicas normais que se destacam, uma vez que as ETES e as Federais recebem apoio e recursos do Estado e da iniciativa privada que as escolas normais não conseguem. Além disto para ingressar nas ETES e principalmente na Federais é preciso passar por um criterioso “Vestibulinho”, o que nos faz acreditar que:

    1. Uma parcela significativa dos alunos que ingressam nas ETES e especialmente nas Federias são oriundos das escolas particulares. O problema começaria já no segundo grau onde as melhores vagas ficariam a disposição daqueles que são capazes de pagar os seus estudos e que acabam recebendo no 2º e 3º graus o prêmio de “economizar” ou obter compensações.
    2. Ainda que não sejam oriundos de escolas particulares, não representariam necessariamente a parcela pobre da população. Muitos pais são instruídos e interessados no desenvolvimento acadêmico dos filhos, contudo, não possuem condições de educar todos os filhos em escola particular, optando por cursos de inglês, esportes, etc. O défict da rede pública seria compensado com o acompanhamento dos pais auxiliando os filhos em seus estudos, em aulas de reforço com professores particulares ou cursinhos na época que antecede o “vestibulinho”.
    3. A escola pública de um modo geral carece, como sabemos, de profundas mudanças estruturais. Basta dizer que boa parte dos professores é totalmente despreparada, isto sem exageros. Sem participação ativa dos pais na educação dos filhos, a educação fornecida pela rede pública pouco serve para agregar valores e conhecimento à criança ou ao adolescente. Acontece que a condição na maioria da famílias brasileiras faz com que boa parte das crianças e adolescentes fiquem entregues a própria sorte, vítimas de um ciclo vicioso de pobreza, falta de instrução e cultura nas camadas mais baixas daquilo que podemos chamar de pobreza. É verdade que algumas ETES não exigem o “vestibulinho”, contudo, a qualidade do ensino oferecido tb deixa a desejar. Tudo isto sem levar em consideração a geração “aprovação automática”.

    Estabelecida diferença entre alunos oriundos da escola Pública e alunos pobres, e considerando que o número de alunos pobres que ingressam nas Universidades Públicas está abaixo do índice de 35%, diria que os números são bem menores, mas aqui estou especulando com a estatística, haveria ainda aceitarmos que as Universidades Públicas possuem diversas Escolas ou Faculdades que oferecem vagas na razão candidato/vaga. Este dado por si só nos indica que este percentual de 35% não pode ser aplicado indiscriminadamente para todas as Escolas, ou seja, não deve haver 35% de alunos oriundos da rede pública nas Escolas de Medicina, Odonto ou Direito, apenas para citar algumas. Notoriamente certas Escolas estão elitizadas, uma vez que fica difícil até de imaginar um aluno pobre na Escola de Medicina. Pode ser que no estacionamento da Faculdade de Medicina, entre automóveis nacionais novos ou importados encontremos um ou outro Chevette 85, mas um Chevette 85 poderia muito bem implicar em símbolo de riqueza para quem reside em uma favela em São Paulo ou em Cidade Tiradentes. Não deve haver nenhum morador da favela Heliópolis cursando Direito no Largo São Francisco.

    Outras Escolas são mais democráticas e recebem um número maior de pessoas oriundas da rede pública e de classes pobres. As Escolas de engenharia tendem a receber os alunos das ETES e das Federais(oriundos da rede pública), as escolas de Filosofia, Letras, Sociologia e Antropologia são relativamente fáceis de entrar, o difícil é sair.

    Outro argumento problemático, que ouço de amigos e colegas, é que uma vez que os pais gastaram dinheiro com escola particular com os filhos, caberia a eles compensar ou economizar no nível superior. Ora a opção de educar os filhos na escola particular se dá pela exigência daquilo que é melhor, ou seja, – Meu filho terá o melhor ensino que meu dinheiro puder comprar, para que ele tenha boa formação e cresça em um circulo requintado de pessoas. Ao optar pelo ensino público no nível superior os pais não estão pensando em economizar, até pq muitos continuam gastando o dinheiro do pai até se formarem, o que eles desejam é dar o melhor ao filho, e o melhor geralmente está nas Universidades Públicas.

    Como já dissemos, as Escolas públicas deixam muito a desejar em vários aspectos, e aqueles que estudam nas escolas públicas não o fazem por opção, mas sim por necessidade ou por falta de opção. Não justificaria o argumento de que aqueles que podem pagar as escolas particulares nos níveis básicos estudem nas Universidades Públicas para economizar aquilo que já gastaram por opção própria e no interesse próprio. A Universidade Pública não deveria se prestar a sustentar interesses pessoais de classes privilegiadas.

    A realidade que conhecemos é que as Universidades Públicas no Brasil servem aos ricos ou a população de classe média, estando excluídos, praticamente, a população pobre seja ela qual for, negros, brancos, nordestinos, pardos ou mulatos e que constituem a maioria da população brasileira. A população pobre além de não poder estudar em uma Universidade Pública e gratuita, paga através os inúmeros impostos, distribuídos nos diversos produtos de consumo, os estudos daqueles que poderiam pagar os seus estudos em Universidades Pagas. Seria Cômico se não fosse trágico esta grande contradição: Não se tem a “direito” de estudar, mas a obrigação de pagar para aqueles que poderiam pagar estudem sem pagar. Isto me faz lembrar o velho discurso do senhor Leonel Brizola e as Oligarquias no Brasil.

    A qualidade de ensino nas Universidades Públicas de fato é resultado do processo de seleção que é feito através do vestibular. A demanda por vagas aumenta em progressão geométrica ao passo que a oferta por vagas aumenta em progressão aritmética. Nesse passo os pobres ficariam mais distantes ainda das Universidades Públicas, como acreditamos, é o caso de certas Escolas como as de Medicina, Odonto, Direito e outras, uma vez que a concorrência já seria acirrada entre aqueles que possuem melhores condições, isto é, até mesmo para o rico que estudou no Dante está difícil fazer medicina na USP. E se não bastasse temos as vítimas da “aprovação automática”, produto da mais alta incompetência de Políticas Educacional do Estado de São Paulo, pois, como na Segurança, as estatísticas na Educação do Governo de São Paulo imperaram como reis absolutos. Ambas as secretarias foram obrigadas a retroagir em suas políticas, que a princípio eram altruístas e idealistas, mas que se mostraram um fracasso total causando prejuízos gravíssimos e irreparáveis.

    Não há, até onde sei, um senso sócio-econômico nas diversas Escolas da USP, que possa indicar aos políticos qual é o perfil dos alunos que participam destas Escolas. Tais estudos poderiam indicar a conveniência ou não de se privatizar algumas Escolas, dirigindo os recursos que eram gastos com Educação Superior elitizada para a Escola Pública Secundária. Esta sim acessível a todos e capaz de definir a vida adulta dos brasileiros, preparando-os para os desafios desse novo milênio. A verdade é que poucos chegarão à Universidade, além disso programas importantes e que são sucesso nos principais países do mundo aqui tendem a caminhar a passo de tartaruga, como é o caso do Ensino Público Superior à Distância, que com a implementação dos “Provões” do MEC tendem a ser a educação da era tecnológica que vivemos. Internet, professores participando via e-mail, fóruns e televisão facilitarão a conclusão dos cursos conforme a capacidade de cada um, a presença do aluno será obrigatória apenas nos exames rigorosos para avaliação do aproveitamento. É claro que não será possível estudar medicina à distância, mas a maioria dos cursos como Direito, Filosofia, Letras, Sociologia, Antropologia e outras são perfeitamente aplicáveis, e exemplos não faltam espalhados pelo mundo todo.

    Tenho a impressão que o acesso do pobre na Universidade Pública é atualmente bastante limitado, e está fatalmente fadado a se tornar algo inviável em razão das demandas tecnológicas, demográficas e de custo financeiro para o Estado, portanto, sou plenamente favorável a privatização da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e de todas as demais Escolas com perfil sememlhante, pois a privatização poderia criar bolsas para alunos pobres que possuem capacidade de ingresso nestas escolas, uma vez que, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, é mais fácil achar um Mico Leão Dourado do que um aluno sem condições de pagar o curso. A excelência do ensino em nada será prejudicada, pois quem tem condições continuará procurando o melhor, além disso temos os “provões” do MEC que servem como termômetro para as empresas e para a sociedade.

    Mas temos um defensor das cotas para negros.

    Fernando…

    Alguma coisa se falou a respeito do Brasil e dos estados Unidos, gostaria de acrescentar algumas bobeirinhas.

    Nos Estados Unidos
    Existem centenas de leis, mas cada Estado produz a sua lei sempre respeitando a Constituição, de modo que a funcionalidade é maior. O Leviatã norte-americano é cumprido contra pobres ou ricos. A constituição deles é simples, delegando aos Estados o papel de organizar a ordem local. As leis deles não são bonitas no papel, são eficientes na prática. O judiciário é austero contra lesão ou ameaça de direito, mexendo no boldo do cidadão ou empresa que não cumpre o Leviatã norte-americano. O sistema judiciário é baseado no informalismo e na justiça – Acreditamos no nosso Sistema – dizem os americanos. O judiciário deles está preparado para as demandas desse milênio que se inicia, pois o sistema foi desenvolvido para ser funcional. E finalmente, a política deles é fundada em um CETICISMO DE REALISMO CONTRUTIVO.

    No Brasil
    Existem dezenas de centenas de leis, a maioria não é cumprida. A Constituição é complexa e exaustiva. A maioria das leis são federais e não respeitam as diferenças regionais, há que diga que o Brasil é um país com vários países. A tendência é pela centralização e não a funcionalidade, cria-se dificuldades para vender facilidades, a burrocracia é um meio de se ganhar muito dinheiro. As nossas lei são bonitas no papel, na prática não funcionam (Estatuto da Criança e do Adolescente, Código de Defesa do Consumidor e outros). O nosso sistema judiciário está atolado até o pescoço, não consegue dar conta da demanda atual, poderia dizer que está falido e desacreditado junto a população. Da mesma forma que a demanda pela educação a demanda pelo judiciário cresce em projeção geométrica, enquanto que o próprio judiciário em progressão aritmética, para suprir somente as necessidades de hoje seria necessário mais que triplicar a máquina toda. O sistema legal é moroso e formalista o que atrasa ainda mais as decisões e o desqualifica para as demandas do novo milênio. A política brasileira é IDEALISTA E SENTIMENTALISTA.

    Como não há opressão contra o povo negro no Brasil, apenas gostaria de lembrar que o registro de crimes de racismo nas delegacias praticamente não acontece, a lei foi criada para não ser utilizada, aliás a lei foi criada com base nas estatísticas de certos grupos que se intitulam defensores da raça negra no Brasil. Não sou contra a criação da lei que trata de forma especial o preconceito de raças, prevenir é sempre um excelente caminho. Outro dado interessante é que na cadeias e prisões de São Paulo, não sou carcereiro, mas falo com conhecimento de fato, é sempre muito difícil encontrar um japonês, e negros(legítimo representante da raça)representam a minoria. A população carcerária, em sua maioria, é composta basicamente por brancos, pardos, mulatos e nordestinos. Aqui há preconceito e racismo, mas nada que se compare com os americanos. Os números estatísticos seriam parecidos se utilizássemos nordestinos ou pardos ao invês de negros, isto pq estes grupos representam uma maioria marginalizada pela pior distribuição de renda do mundo.

    Não foi uma postura progressista que motivou a criação de cotas para negros nas Universidades Americanas, mas sim a opressão do Protestante branco americano sobre uma minoria negra que fez surgir a necessidade do emprego social e político das cotas. Foi a cisão, resultado da opressão, entre brancos e negros, guiados por lideres como Lutter King e outros que motivaram a política de cotas. Os americanos sabem que geralmente são as liberdades políticas que quase sempre despertam a violência que as sociedades liberais tanto abominam, e os mais experiêntes legisladores americanos não são guiados pela simpatia, mas sim pela necessidade, tratam a política como uma conseqüência natural do pensamento e não do sentimento. Para Churchill a glória teria suas raízes em uma moralidade de conseqüências: de resultados propriamente ditos, não de boas intenções.

    De boas intenções o Brasil está cheio, o que nos falta é tratar do essencial, aprovaremos, com certeza, rapidamente a proposta de cotas para negros, mas não será tão rápida a aprovação da reforma tributária, da reforma política, da reforma previdenciária, da reforma administrativa e da reforma do judiciário. Sem estas medidas continuaremos excluindo os pobres sejam eles negros, brancos ou nordestinos do pleno acesso ao trabalho, à educação e à justiça.

    Como exemplo temos a política de afastamento de policial que se envolvia em ocorrências com disparo de arma de fogo. O resultado foi a Polícia militar cruzar os braços, pois o afastamento prejudicava o policial no bico que ela fazia para complementar a rende em casa. Esta medida era uma cópia da política utilizada no Canadá. Foi uma catástrofe, tanto que neste ano eleitoral o Governador caiu na real e abandonou o programa de vez. Nesta mesma linha idealista permitiram o crescimento neste últimos 08 anos do Partido conhecido como PCC que era um bando desorganizado e se tornou uma potência poderosa de criminosos organizados. O mérito disto tudo foi o Governo ter se filiado feito uma criança ingênua ao Humans Right, organização americana de defesa dos Direito Humanos, ou será Direito dos Manos? Mostrando que durante a faculdade esqueceram de fazer a lição de casa sobre Thomas Hobbes, Maquiavel, Sun-Tzu, Wisnton Churchill e outros, preferiram fazer coraçõezinhos com canetas de várias cores em seus caderninhos.

    Bom como eram medidas utópicas e idealistas o Governo foi obrigado a voltar atrás, soltando os seus cães de guerra nas ruas com operações como a chacina da castelinho onde 11 marginais foram atraídos e executados em mais um flagrante de incompetência de política de segurança pública fortalecendo ainda mais o PCC dentro e fora dos presídios. Na educação temos a “aprovação automática”, outra idéia bonitinha e moderninha.

    O quero mostrar é que medidas que não criam soluções para os problemas não devem ser aceitas apenas por serem bonitinhas, pois tendem a criar novos problemas e prejuízos irretratáveis. Na segurança tentamos parecer o Canadá, descobrimos que não somos o Canadá. Na educação desejava-se impressionar a Unesco o Banco Mundial e o mundo, pioramos o que era ruim.

    Agora as cotas….acho que já chega!…A política deve ser responsiva e de resultados e não de partidos ou ideologias, utopias ou libertações políticas. Aprender com a história consiste em perceber que o mundo não é “moderno” ou “pós-moderno”, o mundo é apenas uma continuação do antigo, não há separação do passado com o hoje.

    Abs.

    (Mensagem editada por alex em Novembro 23, 2002)

    (Mensagem editada por alex em Novembro 23, 2002)

    em resposta a: Cota para Negros nas Universidades. #77437

    Fernando, antes de assumir o papel de antipoda libertario e progressista num “forum conservador” pense que voce pode estar estereotipando, ou fazendo patrulhamento ideologico, acusando sem fundamento. Convido-o a pensar junto a questao, numa abordagem critica, sem sobressaltos emocionais e respeitando a diversidade cultural do forum. Argumentos se combatem com argumentos. Eu estou disposto a mudar de opiniao, ate porque nao conhec,o o tema a fundo, se ver resolvidas as dificuldades que levantei.

    (Mensagem editada por onofre em Novembro 22, 2002)

    em resposta a: Cota para Negros nas Universidades. #77436

    A injustic,a historica da escravidao jamais podera ser resolvida, atenuada, como voce disse, nem tampouco atenuada. Nenhuma cota seria capaz disso. Nao e isso que se esta discutindo. Voce leva a discussao para inumeros pontos que nao sao concernentes ao topico em questao. Permeia com exemplos pessoais e generalizac,oes que tem pouca importancia. Desqualifica as outras opinioes como conservadoras, quando tudo o que voce defende e progressista e libertario.

    Bem, voce participou de algumas discussoes do forum. Esgrimou contra um anti-marxista. Se procurar nos arquivos por discussoes mais antigas, vera que uma postura marxista, ou derivada do marxismo e defendida inumeras vezes por varios membros. O forum e multifacetado, por ser publico, e nao deve ser taxado por essa ou aquela tendencia.

    Continuando, a medida de cotas, a meu ver, e uma medida conservadora maquiada de medida para inclusao social. E inconsistente teoricamente. Reservar uma cota para uma etnia, qualquer que seja, e um principio de selec,ao invalido. E se a E se “brancos” racistas resolvessem uma medida que garante, por lei, que pelo menos 70% das vagas devem ser para brancos? Para criar leis voce tem de pensar no principio universal. Nao interessa se na pratica o racismo existe. A constituic,ao garante que todos sao iguais. A maneira de resolver o problema deve ser outra.

    Sobre as outras coisas que voce falou, e puro senso comum. As coisas estao mudando. Apenas como dados, contra exemplos podem ser citados, foram criadas secretarias, com vozes no conselho nacional de educacao de negros, indios, mulheres etc. Um operario acaba de ser eleito, temos uma governadora negra no RJ etc. Mas enfim, isso nao esta no escopo da questao.

    em resposta a: Cota para Negros nas Universidades. #77435

    Sim..lamentavelmente, tu não es convidado por qualquer empresa, mas nem por isso entendes que as lutas sociais e contra o racismo( mesmo este nosso racismo dissimulado e apenas dirigido contra negros), assim como várias outras lutas devem caminhar juntas. Tu es o resultado daqueles que sempre foram, contra, politícas de pleno emprego( se a iniciativa privada não fornece emprego, que o estado o provenha, mas qual…as pessoas acham que o estado , sempre, administrará mal…não avaliam a possibilidade de um verdadeiro estado democrático), as politicas de compensação social( se não há emprego pela iniciativa privada, estado, etc, que exista um salário desemprego, decente, mantido com taxação pesada sobre os muitos ricos…mas isso é coisa de comunista e sempre desprezada). Por fim existirão sempre aqueles que são contra cotas. Uma lástima que não percebem que a questão de cotas, poderia ser muito expandida, não só para negros , mas para carentes, ou pessoas sem oportunidade em geral. Ou seja, estamos em uma sociedade , extremamente conservadora( ainda não disse reacionária, embora existam também presentes estes elementos), que qualquer inovação é sempre vista com estranheza. Qualquer ousadia, seja em propor taxações progressivas a renda, fortuna, herança para aplicação em políticas sociais e por extensão as de compensação por injustiças históricas são sequer consideradas. Aí , talvez a raiz de todos nossos problemas. Mas enfim…termino com a minha habitual , antipatia. Talvez um colega meu( um conservador quase reacionário), tenha razão, ao criticar o que ele chama de eu estar possuíddo por uma extrema sede de justiça e igualdade. Ele não entende, afinal sou abastado e branco para os padrões brasileiros, que se danem os pobres e pretos( diz ele).

    em resposta a: Cota para Negros nas Universidades. #77434

    Tbm não sou favorável à criação de cotas para negros e sim cotas dependentes da renda familiar. Seja ela de negros, amarelos, vermelhos ou brancos. Basta ir a uma sala de direito no São Francisco, ou de medicina de alguma conceituada estadual, federal e verá que a maioria quase absoluta é de classe elevada, com renda alta. Bom, fuvest para mim discrimina sim! Haverá sempre exceções, mas a regra é simples: Tem grana para um bom colegial e cursinho, entra. Não tem? Sai. E depois vc vê anúncios para estágio dizendo: Aceitamos estagiários da USP,PUC, Mack. Ou mais, deve falar 2 idiomas, ter conhecimento em windows e seu baratíssimo office… Quem tem acesso a tudo isso? Eu tive e assim mesmo não sou convidado por qualquer empresa… Imagine quem não teve. Fuvest é máscara, é conservação do status quo. Quem tem pode ter um preparo melhor, acesso a excelentes professores etc, quem não pode… Vá para uma particular, ops…cade o dinheiro? Porém a discussão é sobre cotas para negros…Mais uma máscara?? Tipo, vamos deixar uns negrinhos entrarem…tudo estará resolvido. Nada mais elitista….

    em resposta a: Cota para Negros nas Universidades. #77433

    Ainda não posso concordar, com mera retórica literária, como essa que todas as raças já foram escravas. O modo escravista de produção acabou no feudalismo, mas a escravidão NEGRA existiu, muito após o capitalismo e, mesmo após a revolução industrial, sendo o Brasil, talvez o país ocidental, onde a escravidão NEGRA,perdurou por mais tempo. Esta injustiça histórica, tem agora a condição de ser reparada, mas como sempre as pessoas são conservadoras. Veja que( ainda) não os chamei de reacionários, mas conservadores, o que é diferente. O perfil das pessoas , aqui, vem mostrando este conservadorismo. Quando se fala em “sistemas equalitários” como o socialismo as pesssoas ” caem de pau”. Quando se fala, sobre as cotas, aí então, estes mesmos talvez inconscientemente, lembram do social( que eles também não estão, no fundo, muito preocupados). Nossa cultura pode ser multifacetada e tal, mas a elite, é, praticamente, toda composta por brancos. Um exemplo que salta a vista: No governo FHC, existe , algum ministro negro ou mesmo mulato? Malan, Fraga, etc, etc, são branquíssimos. Jamais tive um chefe negro. Participo em inúmeras instâncias na minha vida profissional como engenheiro, em reuniões, foruns de especialistas,junta de consultores,etc, e nunca vejo negros. Ha uma flagrante ” invisibilidade ” do negro, em todas as instâncias de nível social mais elevado. Todavia, não quero me incompatibilizar com os presentes deste site, e vou(tentar) dar por encerrada a minha parte nesta discussão, até porque caberá aos que se consideram negros se mobilizarem , por esta luta de integração que ,já se antevê , será dura.

    em resposta a: Cota para Negros nas Universidades. #77432

    No inicio da minha primeira mensagem eu ja procurava me prevenir contra esse problema. Quem argumentar contra essa questao especifica ja e taxado de racista ou anti-progressista. Uma coisa nada tem a ver com a outra. Argumentos foram mostrados para tentar explicar que essa medida nao e socializante, mas perneta, dubia, sectarizante. Nao se pode apoiar tudo que vem numa causa. E obvio que existe racismo, como o daniduc falou, mas nas universidades o percentual de negros e baixo nao por uma questao de racismo.

    O caso de miscigenac,ao no Brasil problematiza essa sua questao de luta racial. Aqui nao ha um grupo racial especifico, de forma a se organizar politicamente. A cultura brasileira e uma mistura multi facetada de todas essas heranc,as, e essa e uma riqueza do pais, que faz ele ser adorado.

    E esta historicamente errado dizer que os brancos nunca sofreram como escravos. Citando o mestre Antonio Candeia, da Poetela: Negro , nao se humilhe, nem humilhe a ninguem / Todas as rac,as / ja foram escravas tambem.

    Voce sempre se refere `a sua decepc,ao por nao encontrar pessoas “progressistas” neste site. Este e um espac,o publico de debates, onde qualquer internauta e bem vindo para expressar sua opiniao, e onde se pretende que as discussoes progridam apenas pelo valor e forc,a de argumentos. A ac,ao dos moderadores e requisitada apenas em casos extremos, em que um usuario se exprime de maneira grosseira, preconceituosa contrariando a reta razao. Nao foi isso que eu vi nesse thread, e sim um debate com argumentos. Entao vamos nos resguardar de acusac,oes ressentidas.

    Por ultimo, concordo com o daniduc em relac,ao ao vestibular. Ao contrario do que pregam, a FUVEST e democratica, pois e definida por criterios matematicos, nao faz distinc,ao de rac,a, cor credo, ,preferencia sexual etc. Se existe uma industria de cursinho e se a maioria que entra faz parte da classe que paga caro pela educac,ao e um problema a parte, que tem de ser resolvido fortalecendo as opc,oes nao pagas. Um outro metodo de selec,ao, como entrevista, daria margem a injustic,as.

    em resposta a: Por que "deus deve ser bom"? #75674

    Bondade, Deus, existência? Lógica ou criatividade? Mito ou existência?
    Essas são perguntas com muitas respostas. O interessante é perguntar e procurar. Não ter uma resposta lógica, mas uma que agrade sua pessoa.

    Por que “DEUS DEVE SER BOM?”
    Sinto-me confortável quando penso que Deus está “dentro” de nós, ele é a natureza e tudo que possui vida. Inteiramente bom ele não é, já que está “dentro” de nós, se torna mal e bem ao mesmo tempo. Juntando-se todos os “deuses” que cada pessoa tem forma-se o chamado Deus, que possui maior número de bondade que qualquer outro alguém, porém também possui maior número de maldade.
    Então esse chamado Deus poderia ser o espírito universal…

    Isso pode ser mudado, já ouvi tantas respostas.

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