Miguel (admin)

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  • em resposta a: A questão do suicidio #75780

    Olá Walace…

    É, de facto, assustador pensar nas consequências que tudo isso teria para o homem…uma nova forma de olhar a natureza…o niilismo, nas suas mais diversas formas….a perda do lugar do homem e do seu sentido…se é que ele existe…
    A consciência é um fardo pesado, não?? Muito…sortudas as baleias…e lembro-me sempre de Camus, claro (como não…), dizendo “começar a pensar é começar a ser consumido”…

    abs…

    em resposta a: A questão do suicidio #75779

    Marcio,

    Pelo jeito vc também se deixou atrair pela teoria dos memes, já veiculada nesse site anteriormente… Da minha parte, vejo com suspeita qualquer coisa que explique tudo, algo que explica tudo, suspeito, acaba nao explicando nada. Quando a esmola é muita, o pobre desconfia…

    entendo aprendizado como um Meme (imitacao)

    Aprender é mais que imitar… Digamos: quem aprende, acaba sendo depois capaz de criar com o que aprendeu. Como se cria imitando? Existiria um meme da criaçao? Parece-me contraditório isso. Essa teoria dos memes é muito behaviorista para o meu gosto, é boa para ratos brancos, mas ratos nao falam

    []'s

    em resposta a: A questão do suicidio #75778

    Oi Isabel,

    ficamos com a segunda pergunta entao, até porque com ela fica mais facil examinar a primeira (se ainda fizer sentido depois)

    é mais ou menos unânime por parte dos cientistas que a “consciência” só é possível num ser vivo com determinadas características cerebrais…daí, o homem. O que se passa com os outros animais é algo diferente

    De fato, parece mesmo que isso é a única coisa que faz sentido, nao é? Ou, pelo menos, se aplicássemos o termo “consciencia” para outro animal que nao o homem, parece que precisaríamos fazer algum tipo de pré-contextualizaçao acerca dessa “extrapolaçao” do uso do termo.

    Nós, humanos, somos fundamentalmente reaultado de um processo de parendizagem…aprendemos, por exemplo nós, mulheres, os cuidados com um filho, o quando se deve fazer isto ou aquilo…isso não se passa nas restantes espécies. É por isso que eu, por exemplo, e na linha do que a moderna psicologia nos diz, olho com desconfinça a expressão “instinto maternal” (humano)…enfim…

    A famosa capacidade de abertura e adaptaçao do homem… um outro animal já nasce praticamente “pronto”… enquanto que o homem nao se “forma completamente” dentro do útero materno, mas continua sua formaçao durante os primeiros meses (anos) de vida. É um dos animais que nascem mais fragilizados, mas, paradoxalmente, é justamente isso que o torna o mais “adaptável” dos seres vivos que conhecemos. É formado nao só pela natureza mas tambem pela cultura.

    Até onde sabemos, tenho que concordar com vc…

    Agora se as baleias fossem capazes de se suicidar, no sentido em que temos aqui discutido, bem…isso levar-nos-ía a olhar o mundo de outra forma, não?? Teríamos de repensar a nossa essência e o nosso lugar no mundo! Seríamos, outra vez, arrancados do nosso lugar (como no passado!) e “obrigados” a procurar um espaço…seria complicado…muito!

    Sem dúvida! Por isso acho que me interessei pela pergunta… Imagino que algumas das consequencias seriam:
    – outra ferida no orgulho humano (já bem maltratado) e, de uma parte,
    – algum tipo de renascimento de a tradiçao holistica (um tanto despertigiada hoje), com consequencias na ecologia e nas religioes (com o renascimento da mística voltada para as forças da natureza, fazendo contraposiçao ao antropocentrismo), ou, de outra parte,
    – reforço do niilismo e derivados…

    O que vc acha?

    ps: Sobre o caso das baleias, acho que ainda nao esgotaram as descobertas, mas, concordo com vc no sentido de que é praticamente certo que nao descobrirão nada que indique qualquer resquicio de inteligencia ou consciencia nelas. Mesmo porque os métodos utilizados já definem, em grande parte, aquilo que será descoberto… e o mundo de hj nao tem ambiente para o surgimento da “consciencia baleiana”. Pessoalmente acho dificil acreditar na “baleia filósofa”, mas sou tambem formado no mundo de hoje.

    O nosso mundo é uma lenda?

    []'s

    em resposta a: Morte #77084

    Excelente esta transcrição de Engels sobre a origem da fala J. Domingos. Quando tiver mais tempo escreverei alguma coisa sobre a questão da ” parada” da evolução biológica , no Homem. Abraços

    em resposta a: Morte #77083

    Achei oportuno colar o seguinte texto:

    … Numa palavra, os homens, num determinado momento de sua evolução, tiveram necessidade de dizer algo uns aos outros. Dessa necessidade nasceu o órgão vocal: pouco a pouco, mas sem interrupção, a laringe do macaco, em estágio apenas incipiente, foi se modificando através de modulações, que por sua vez produziam modulações mais perfeitas e as articulações da boca evoluíam no mesmo ritmo ampliando o número de sons articulados.
    Uma análise comparativa entre os homens e os animais nos leva à construção de que esta teoria da origem da linguagem, a partir do trabalho e pelo trabalho é a que mais satisfaz. Tomando os animais, mesmo os mais evoluídos, observamos que o pouco que eles têm a se comunicar, é feito sem o emprego da palavra articulada. Os animais selvagens prescindem por completo da capacidade de falar ou captar a linguagem humana. Porém, em se tratando de animais que foram domesticados pelo homem, a situação é bem diferente. O convívio, por exemplo, do cão e do cavalo com o homem, desenvolveu nestes animais uma percepção auditiva tão sensível à linguagem articulada que eles conseguem compreender, à sua maneira, qualquer idioma. E mais: começam a ter sentimentos que não tinham antes, como afeição ao dono, gratidão e outros. Para quem conhece bem os animais, não resta dúvida de que, em determinados casos, a impossibilidade de falar é sentida pelos animais mesmo como espécie de defeito ou carência. Defeito infelizmente incorrigível, pois seus órgãos vocais se desenvolveram exclusivamente numa só direção. Os animais que dispõem de órgãos apropriados poderão até superar, dentro de certos limites, estas deficiências. Embora as aves, como sabemos, possuam órgãos vocais radicalmente diferentes dos homens, são os únicos animais capazes de aprender a falar. O papagaio, por exemplo, apesar de sua voz estridente, é o que consegue falar melhor. Não vem ao caso dizer que o papagaio não entende o que fala. É claro que ele fica horas a fio repetindo monotonamente seu limitado vocabulário pelo simples prazer de falar e por seu instinto de sociabilidade. Note-se, contudo, que dentro do limite de suas representações, ele pode chegar até mesmo a compreender o que fala. Uma papagaio ao qual se ensinou a falar palavrões – uma das distrações prediletas dos marinheiros que retornam das regiões tropicais – se é molestado e se irrita, põe-se a falar esses palavrões, como qualquer mulher de feira e com igual fúria, e faz o mesmo quando quer guloseimas…

    O PAPEL DO TRABALHO NA TRANSFORMAÇÃO DO MACACO EM HOMEM
    Friedrich Engels

    em resposta a: Morte #77082

    Olá Alex:Eu disse, de forma peremptória que a evolução biológica humana acabou, apenas para provocar. Já fiquei contente, que vc entrou no ” jôgo”( no bom sentido), dando a sua contribuição.Que bom que vc conheça o Maturana,eu, só recentemente travei contato com seus escritos, mas ando meio sem tempo para ler, reler e meditar sobre os mesmos. Talvez um biológo pudesse nos ajudar , nesta questão se a evolução humana, no sentido biológico, ainda persiste. Abraços

    em resposta a: Morte #77081

    olá José

    “Deixem-me citar um exemplo com que a maioria de vcs já deve ter-se defrontado alguma vez – o fato de o papagaio imitar a voz humana ou o latido de um cão, ou uma gargalhada. O que ocorre quando um papagaio faz tal coisa? Presumivelmente, o papagaio tem uma especie de vida consciente. Ele ouve a voz, o latido ou a gargalhada e, provavelmente – de alguma forma, corresponde a nosso desejo de fazer alguma coisa – deseja imitar. Mas o que acontece então? Quando chegamos a pensar sobre o fato, concluímos que se trata de uma das coisas mais extraordinárias que conseguimos imaginar. Algo incomparavelmente mais inteligente do que o próprio papagaio começa a funcionar acionado uma série de orgãos fonadores, que são interiramente diferentes dos órgãos humanos. Além disso, o homem tem dentes, palato macio e lingua achatada. O Papagaio tem lingua áspera, bico e nenhum dente; apesar disso, aciona esse aparelho absolutamente diferente para reproduzir palavras e gargalhadas tão extamente que, muitas vezes, somos enganados e pensamos que em lugar do papagaio é a própria pessoa quem está falando. Quanto mais refletimos no fato, mais estranho ele se torna, pois, obviamente, no curso da história da evolução, papagaios não vêm imitando seres humanos desde tempos imemoráveis. Isso é, simplesmente, um exemplo de inteligência ad hoc que foi desempenhado por alguma espécie de inteligência dentro do papagáio, sendo completamente diferente, como podemos ver, do próprio papagáio.” Alduos Huxley, 1955.

    boa pergunta josé…

    abs.

    em resposta a: Morte #77080

    Oi, pessoal obrigado pelos que escreveram nesse tópico e ainda irão escrever!
    Só pra mostrar como estou me recuperando do trágico fato que originou este tópico não pude resistir:
    E o papagaio? possui o gene da linguagem?

    em resposta a: A questão do suicidio #75776

    Olá Walace…

    É assim…colocou duas perguntas:1)Porque é que o suicídio das baleias é biologicamente determinado? e 2) Porque é que só o homem tem consciência?

    Vamos começar pela segunda?? Bem…penso, por muito que tenho lido sobre o assunto, que é mais ou menos unânime por parte dos cientistas que a “consciência” só é possível num ser vivo com determinadas características cerebrais…daí, o homem. O que se passa com os outros animais é algo diferente (se bem que, como é óbvio, a complexidade do seu comportamento varie na razão directa da sua complexidade cerebral)e, fundamentalmente, geneticamente inscrito já que,só dessa forma poderá ser preservada a espécie (de uma forma ou de outra). Nós, humanos, somos fundamentalmente reaultado de um processo de parendizagem…aprendemos, por exemplo nós, mulheres, os cuidados com um filho, o quando se deve fazer isto ou aquilo…isso não se passa nas restantes espécies. É por isso que eu, por exemplo, e na linha do que a moderna psicologia nos diz, olho com desconfinça a expressão “instinto maternal” (humano)…enfim…

    Agora se as baleias fossem capazes de se suicidar, no sentido em que temos aqui discutido, bem…isso levar-nos-ía a olhar o mundo de outra forma, não?? Teríamos de repensar a nossa essência e o nosso lugar no mundo! Seríamos, outra vez, arrancados do nosso lugar (como no passado!) e “obrigados” a procurar um espaço…seria complicado…muito!

    abs.

    em resposta a: Morte #77079

    Olá fernando(olá a todos tb).

    acabo de ler as suas mensagens(até aquela onde vc cita maturana)…hoje estou com pressa(desculpe)

    mas achei interessante vc comentar maturana, penso que este nome será lembrado no futuro.

    li tb a sua mensagem onde vc fala que a evolução acabou.

    vamos ver…. segundo maturana a “grande cooperação” fez sugir a linguagem, certo?

    esta “Grande cooperação” não faria parte da evolução biológica e cultural do homem?????

    com base no que sabemos seria correto afirmarmos tão categoricamente o fim da evolução biológica do homem? isto é, evolução biológica e cultural estão ou não entrelaçadas(?)…..

    um abraço.

    ps. mais tarde continuo lendo as demais mensagens…

    em resposta a: A questão do suicidio #75775

    Oi Fernando, demorei mas…

    não tenho as bases filosóficas de vcs

    Basicamente, em parte vou só reafirmar o que a Isabel já disse. Um filosofo nao é aquele que tem todas as respostas, é antes aquele que (1) tem olhar aguçado para perceber outros aspectos que o senso comum deixa escapar, (2) nesse contexto, é capaz de refletir em cima disso e fazer as perguntas que interessam, às vezes articulando propostas de resposta, mas às vezes só levantando as questoes pertinentes, (3) tem sede da verdade.

    Assim, para filosofar importa mais uma mente aberta e uma vontade firme de descobrir a verdade do que muito conhecimento academico.

    Por outro lado, nao significa isso, claro, que o conhecimento academico nao seja importante. E recordando e meditando um pouco sobre isso… Descartes disse que “todo homem (acha que) tem bom senso”; fazendo analogia, curioso que todos achem que sao justamente assim, com mente aberta e fieis perseguidores da verdade. Dificil encontrar alguem que se apresente dizendo “tenho mente fechada” ou “a verdade nao me interessa”…

    Entao, se por um lado todo mundo parece ser um pouco filosofo, sao muito poucos os filosofos, porque filosofar exige esforço, perseverança, atençao, inquietaçao, admiraçao… Aqui todos querem tentar um pouco ser algo filosofo, é um processo longo, pq nao se forja isso em pouco tempo, mas se nao começa nao tem como mesmo.

    Cuidado entao com respostas fáceis. Quase tudo tem o outro lado da moeda, e disse “quase” para nao entrar já em contradiçao.

    acho os teístas, pelo menos nas formas que conheço( evangélicos pentencostais, espiritualistas, etc), muito chatos.

    Todo mundo passa por chato as vezes, as vezes nao, depende da situaçao, Uns sao mais, as vezes, outros menos, as vezes. Ter todas as respostas é chato, nao ter nenhuma é chato tambem. Perguntar é chato pra quem é questionado, entao o filosofo é antes de tudo um chato. Mas nem todo chato é filosofo. Mas ser chato, sem ser nada alem de chato, é danaçao.

    Chateei

    Abraços

    em resposta a: A questão do suicidio #75774

    Isabel, continuei pensando sobre isso…

    1. Por que o “suicidio” da baleias é biologicamente determinado?

    2. Por que só o homem é que tem consciência?

    Outra pergunta seria: Por que só o homem é capaz de tomar uma decisão? Mas acho que já está embutida na segunda.

    Temos dados (além da crença numa superioridade do homem que respondesse pelo sim) para afirmar que o “suicidio” das baleias é determinado biologicamente? O caso tem deixados muitos cientistas sem resposta (ainda?).

    A capacidade de inverter o processo natural daquilo a que o Marcio chama o processo de manter a vida, é próprio do homem…

    Sei que soa esquisito, mas porque é tao dificil aceitar que uma baleia possa ter feito isso? Ah… quero acrescentar que acho que perguntar só pra parecer “diferente” ou “especulativo” é despropositado, por isso estou partindo do caso das baleias, ok? Talvez antes nao tivéssemos dados que justificassem a colocaçao dessa pergunta, mas será que nao tem nada de novo no caso dessas baleias? Talvez os cientistas descubram algo depois, mas até agora acho que estao patinando… SE a baleia fosse considerada capaz, ao lado do homem, de “inverter o processo natural”, quais consequencias teríamos daí?
    PS: a pergunta nao é tendenciosa, gosto mais do homem que das baleias.

    []'s

    (Mensagem editada por walace em Agosto 19, 2002)

    em resposta a: Morte #77076

    Oi Fernando, de novo…

    hj li sua msg de novo e faltou acrescentar uma coisa… a sua pergunta é muito pertinente, é uma questao ainda candente na filosofia, já me interessou e ainda me interessa muito:

    (…) como aprendemos a falar?

    Um dos livros que citei antes, “investigaçoes filosoficas”, de Wittgenstein, aborda esse assunto; colocada a pergunta em termos semelhantes:
    – como se aprende uma linguagem? e,
    – como se ensina uma linguagem?
    Está longe de ser uma leitura fácil, mas é bastante interessante.

    []'s

    em resposta a: Filosofia e saber filosófico #73319

    Gostaria de encontrar uma definição para
    “conhecimento filosófico”

    Obrigado

    em resposta a: Morte #77075

    Oi Fernando,

    Eu nao ia mais tocar nesse assunto, pois já ficou claro que minha posiçao é radicalmente diferente da do Carlos. Até aí nao teria problema, mas está parecendo que nao fica só nisso, entao nao quero “provocar” mais.

    Deixando isso de lado e respondendo a sua msg:

    Toda ciencia tem seu método e seu campo de abordagem bem definido, é isso que a constitui uma ciencia no sentido estrito do termo. Com isso fica colocada a questao entre a filosofia e as ciencias (ou entre filosofia x ciencia). Filosofia nao costuma ser experimental no mesmo sentido da ciencia, e é dificil definir exatamente qual seja o seu metodo e o seu conteúdo. Mas, mesmo assim, a fronteira entre filosofia e ciencia nao é tao bem delimitada, o que dá pano pra manga. As vezes costuma-se dizer, alguns, que filosofia tb é ciencia, mas no sentido lato do termo.

    A questao da confusao aqui é que o erro do reducionismo é muito comum, infelizmente. Quando uma ciencia, depois de conseguir varios resultados praticos com seus muitos sucessos na sua area de pesquisa, imagina-se entao A verdade e passa a traçar consideraçoes sobre coisas fora de seu campo de abordagem, entao ela deixa de fazer ciencia! Mantem o mesmo metodo proprio seu (afinal, por que mudar se teve tanto sucesso com ele?) mas muda o conteudo, e nem se dá conta que começa a querer filosofar. E filosofa com um metodo agora inadecuado e com um conteudo que nao é o seu, faz má filosofia!

    Já aconteceu diversas vezes na historia do conhecimento como, para citar um exemplo famoso, Comte que quis usar do metodo das ciencias naturais para descrever a sociedade. Esse erro hj é mais que conhecido e nenhum sociologo o repetiria. Tudo bem que aprendemos com os erros, mas quem disse que acertar tambem nao ensina?

    Evidente que isso nao ocorre com qualquer cientista, e é facil entender que alguem forjado naquele meio vá interpretar o mundo do jeito que está acostumado a olhar, mas nem todos tem o devido cuidado, isso é coisa que exige aprendizado de outra ordem, o que nao impede que o tal cientista seja um grande cientista, mas, cientista.

    Outro ponto é a questao da mensagem, se o ouvinte entendeu o que o emissor veiculou. Ainda mais que pegamos a informaçao de quinta, sexta, sétima, ou sei lá qual mao.

    []'s

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