Miguel (admin)

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  • em resposta a: Morte #77067

    A grosso modo, poderemos dizer que a evolução biológica da espécie humana acabou. A seleção natural já não pode atuar como nas outras espécies. Nos já possuímos várias formas de manipulação genética. Claro existe a colocaçao de R. Dawkins, por exemplo de que apenas seríamos “máquinas” para nossos genes, mas isto tudo é muito controverso, ainda.Uma coisa , no entanto, não acabou…a história( a não ser que se aceite a tese do nauseante Francis Fukuyama). Assim, os ricos poderão , manipular seus genes,em detrimento dos pobres, etc( como em Gattaca) se não existir mais lutas de classes. Ou seja os poderosos dominarão a terra, se nós, pobres, ou não-ricos, deixarmos. É claro, que com o trabalho ideológico que o tal neo-liberalismo tem feito, as pessoas começam a acreditar que não adianta mais lutar. Aí é que está a questão. No entanto, muitos ainda lutam. Concordando ou não com os métodos, aí estão as FARC, os suicidas islâmicos e mesmo os bandidos comuns que se recusam a serem “enquadrados'. Acho que a luta , será decidida no terceiro mundo( quem não gosta desta palavra, lembre que ainda existe a China, que não se pode ainda chamar de capitalista…podemos discutir isso outro dia). Portanto, não podemos dizer que os ricos ganharão a guerra. Se a vitória for de uma humanidade que esteja se encaminhando para uma sociedade sem classes, aí sim talvez possamos resolver os principais problemas de maneira justa e fraterna, sejam a miopia ou a fome.

    em resposta a: A questão do suicidio #75765

    Marcio: Vc poderia explicar, melhor, o que seriam estas hiper-desmotivação ou motivação? Porque nossa cultura estaria se movendo na direção de indivíduos hiper-motivados? Vc poderia dar alguns exemplos?
    Obrigado
    Fernando( um quase desmotivado..rs,rs)

    em resposta a: A questão do suicidio #75763

    O problema meus caros colegas, é admitir a tal dimensão espiritual.Fica impossível, para ateus como eu. Boa a questão da Eutanásia, coisa que, por sinal, sou totalmente a favor. Que privilégio poder morrer com dignidade,e não ficar a definhar preso a uma doença terminal. Não é toa que Bélgica e Holanda já toleram a prática da eutanásia faz tempo. Mas, no Brasil…qual…já soube de doentes cancerosos, que médicos espíritas recomendam orações e menos injeções de opiáceos que podem viciar…ora… Melhor morrer , tendo um ” barato” de uma overdose de morfina que escutar arengas espiritualistas.

    em resposta a: A questão do suicidio #75762

    Morus,

    Sua msg me deu o que pensar, interessante…

    Com relaçao ao primeiro ponto, vc colocou bem a relaçao entre as dimensoes biologico-psiquico-espiritual e nao há muito mais a dizer. Talvez só acrescentar que algumas correntes negam a dimensao espiritual, talvez por nao entenderem a inter-relaçao entre essas dimensoes, talvez por outros motivos, mas acho que nao é o caso agora de falar disso.

    A visao logoterapeutica aparece com uma das muitas criticas àquelas visoes pan-deterministicas que negam a liberdade no homem, e que, se aceitas, acabariam por colocar tambem o suicidio apenas como mais um ato dentro de uma cadeia de relaçoes causais. Evidentemente que considero essas como visoes bastante estreitas do homem.

    Quanto à suposta desvantagem da logoteoria por resolver o problema através da sua negação, não vejo desta forma. Admitir que não ter motivos para viver à ponto de suicidar-se esta ligado a desequilibrios psíquicos, psicológicos e espirituais não é, de modo algum, negar-lhe a existência e sim atribuir-lhe uma causa que tanto a medicina quanto a psicologia já comprovaram.

    Pensando melhor, dou o braço a torcer porque olhando de novo me pareceu que nao comuniquei bem o que gostaria ou deveria ter passado. Vou fazer mais uma tentativa. Retifico: concordo que isso nao é negar o problema, na verdade é sim dar um diagnostico para o problema. Mas, note, vc agora acrescentou a dimensao espiritual (nao sei se por descuido ou depois de ter revisto a questao).

    O problema é que, se examinarmos de novo, ainda nao o fiz, mas sou quase capaz de apostar, descobriremos que as fontes que defendem o suicidio como um ato originado de uma reflexao sadia com base na falta de sentido da vida, nao aceitam, muito provavelmente, a existencia da dimensao espiritual que elencamos aqui, ou, no minimo, a tem como bastante problematica.

    Evidentemente, nao signica por isso que ela nao exista. Uma pessoa que nao lave as maos por nao acreditar na presença de bacilos tambem pode morrer de cólera. Mas esse é o tipo de leitura de alguem que trabalha com a consideraçao da existencia da dimensao espiritual.

    O que estou tentando colocar aqui é que, talvez, mesmo que existam muitos indicios que apontem para a validacao da sua afirmaçao, talvez ainda nao existam provas conclusivas. Era nesse sentido que eu falava da negaçao do problema: aceitar rapido demais uma resposta.

    Todavia, e acho que já deu para perceber, tendo a concordar com vc em achar que quem busca o suicidio precisa é de ajuda para viver e nao de aplausos.

    PS: escrevendo agora, ao falar de “ajuda para viver”, lembrei do problema da eutanásia… bem, vc já disse antes da inter-relaçao entre biologico-psiquico-espiritual.

    []'s

    em resposta a: A questão do suicidio #75761

    Morus: E se eu falar sobre a fome e a miséria brasileiras, vc terá condições de propor algumas soluções, que não sejam aquelas que o senso comum sempre propõe? Sinceramente , eu duvido…Nossa discussão virou tautologia, repetição de falácias, falsos argumentos. Com certeza estamos em posições diferentes, pois vc certamente, não é e nunca será um ativista. Sabe a teoria do espelho? Vc me chama de falador, o que é vc se não um falador/escrivinhador da internet. Como eu sei?..Ora pela tuas colocações tergiversativas…ha ..a miséria brasileira que vc não diz nada…diga vc…já sei até quais seriam teus argumentos(ha…este senso comum de gente despolitizada).Deixemos assim. Em tempo, acho Kalin Gilbran e seus O profeta, et alli, uma chatice, bom para gente piegas e superficial.

    em resposta a: A questão do suicidio #75760

    Caro Walace,

    Vou responder seus questionamentos e contestações às minhas opiniões com um enorme prazer pois, além de serem colocações inteligentes e ponderadas, me permitem esclarecer um pouco mais minha visão da problematica do suicídio.
    Com relação ao ítem 1, você coloca em seu comentário a visão de que as neuroses ditas noogênicas estariam mais ligadas à dimensâo do espírito do que do psicológico ou psíquico.
    Nesse ponto, considerando a natureza dual do ser humano, muito embora nossa cultura ocidental, por cartesiana que é, não queira aceitar ou admitir tal fato, fica patente a influencia desses três componentes uns sobre os outros. Assim sendo o desequilibrio em um deles, forçosamente, por um efeito em cadeia, irá provocar, em maior ou menor grau e em maior ou menor espaço de tempo, o desequilibrio dos outros dois.
    Quanto à suposta desvantagem da logoteoria por resolver o problema através da sua negação, não vejo desta forma.
    Admitir que não ter motivos para viver à ponto de suicidar-se esta ligado a desequilibrios psíquicos, psicológicos e espirituais não é, de modo algum, negar-lhe a existência e sim atribuir-lhe uma causa que tanto a medicina quanto a psicologia já comprovaram.
    Quanto ao segundo ponto por você levantado, nada mais é do que a afirmação do primeiro.
    A não aceitação do fato esta ligada à questão conceitual do que seja suicídio.
    Isso fica claro em sua primeira indagação:
    – “Qualquer pessoa que ponha sua vida em risco está doente?”
    Eu respondo com outra pergunta:
    – Toda pessoa que coloca sua vida em risco esta tentando suicidar-se?
    Me parece que a resposta a ambas as indagações é não!
    O que leva uma pessoa a suicida-se não é a vontade de morrer, pois isso é totalmente contrário ao instinto natural do ser humano de preservar sua existência material. Na verdade o que o suicída quer não é morrer, mas livrar-se de uma dor que se tornou insuportável e a unica solução encontrada por ele é por fim à própria vida.
    Todos os exemplos citados por você em seu comentário apontam justamente para o caminho oposto, i. é, o de levar uma causa na qual se acredita até as ultimas conseqüencias. Isso, para mim, não é suicídio e sim estar disposto à morrer por algo em que se acredita.
    Veja que a visão do suicída é diametralmente oposta, na medida em que ele não acredita em mais nada, nem na possibilidade de superar sua dor, tanto é que a unica maneira que encontra para dela se livrar é tirando a própria vida, coisa que um ser humano em seu estado normal busca preservar a todo custo.
    Quanto ao fato de estarmos, ou não, no campo da moral é uma questão a ser analisada e refletida.

    Um abraço.

    em resposta a: A questão do suicidio #75759

    Caro Fernando

    -Quem não tem tempo para fazer bem feito, não faça!
    -As patologias psíquicas e os disturbios psicológicos são,ou podem ser, causas de suicídio e não tipos! Você está tomando a causa pela conseqüencia.
    -Quanto à abordagem sociológica, busca explicar as causas (novamente elas), dentro da ótica social e dos relacionamentos humanos.
    -Baseado em que você diz que eu sou da “área” de filosofia?
    -O que te leva a supor que eu não entendi a abordagem de Cammus?
    -Quem são os outros?
    -E, se realmente não entendi, que diferença isso faz? Não estamos discutindo o pensamento de Cammus!
    -Quanto ao fato de você possuir “apenas” um diploma de engenheiro, de-se por satisfeito, pois você pertence a uma camada muito restrita da população.
    -Concordo com que a denominação não é o mais importante.
    -Parece que você me conhece muito bem, a ponto de afirmar que, “certamente” eu não sou “engajado”.
    -Eu te pergunto: O que é ser “engajado”?
    -Ser engajado é propor movimentos antiglobalização?
    -É levantar a bandeira da luta pelo não pagamento da dívida esterna?
    -É deitar falação sobre a situação poítico-econômico-social da Africa e da Asia?
    -E você que, suponho seja “engajado”esta fazendo o que para diminuir as diferenças sociais “terríveis” entre os povos da terra?
    -Escrevendo para um forum de discussão na internet durante teu horário de trabalho?
    -Saber que você é adeptodo do marxismo, não colonizado e outras bobagens mais é bom para quem?
    -Novamente você dá a impressão de me conhecer muito bem, pois acredita que eu não seja capaz de entender suas considerações político-econômicas.
    -Sei das misérias do continente africano, mas por que a preocupação com a Somália e a Abissínia? Por que não os nossos problemas?
    -Será que é porque eles estão muito perto? Ou talvez discutir problemas sócio-econômicos internos não tenha nenhum charme, seja “brega”?
    -Realmente você sabe tudo a meu respeito. Sabe que eu não tenho condições de analisar as raízes…., sou alienado, politicamente ignorante, nunca ouvi falar em Nasser, Ben Bella, Mossadegh, não entendo nada de governos seculares e laicos, etc., etc., etc..
    -E para completar não possuo idéias próprias e tenho a cabeça feita pela sociedade de consumo!
    -Ufa! Só falta você sugerir que eu me suicide, tamanha minha ignorância!
    -E a presunção é minha?
    -Meu caro, em toda a sua falação só vejo citações de nomes e cópias, isso mesmo, cópias de frases soltas tiradas de alguns livros!
    -Em momento algum você coloca um pensamento original próprio, em momento algum emite uma opinião embasada, com fundamentação e sentido para sustentar seu pensamento.
    Você fala de problemas da Africa, do Oriente Médio, da Asia, da política divisionista dos EUA, problemas nos quais você não tem a mínima possibilidade de interferir!
    -E os problemas do nosso Brasil, da tua cidade,do teu bairro, da tua rua?
    -Falar sobre a fome e a miséria dos próprios brasileiros não tem charme, não é? Além disso nos deixa no compromisso de fazer alguma coisa, não?
    -Tudo Isso me Lembra um texto de Kalhil Gibran chamado “O Senhor Falador”.

    Um abraço.

    em resposta a: Morte #77065

    Carlos, tenho um pequeno problema: Vc concorda comigo no que diz respeito à evolução (leia-se adaptação e melhor “aptidão” à sobrevivência da e de qualquer espécie, fala-se da humana, ok. Bom, a evolução é de forma gradativa a modificação do homem como homem, lembra do erectus, sapiens e hj sapiens sapiens, então, modificados, àqueles não mais existem para este de hj existir. Vc é a favor disso, não é? Nem dá pra não ser, é assim que acontece. Agora o mundo está modificado pelo homem e muito, como tbm o ambiente foi modificado levando os dinossauros à morte, não? O homem hj consegue manipular seus genes e amanhã, muito mais. Pq ser contrário a isso? Tudo faz parte da mesma evolução, da mesma adaptação ao novo meio, seja modificado por fatores naturais ou artificiais (leia-se humano). O cego já não sofre o suficiente? Quem aqui se casaria com uma tetraplégica? Não que não aconteça!! Mas ninguém em regra sente “tesão” por uma pessoa neste estado (espero que haja compreensão no que acabo de dizer…). Podemos nos enganar, mas não nos enganamos… São questões difíceis, mas somos o que somos. O mundo dará voltas e a vida se manterá, plagiando o Márcio :-) A espécie encontrará sempre o que desde o aparecimento da vida encontrou: Vida.
    grande abraço

    (Mensagem editada por mceus em Agosto 08, 2002)

    em resposta a: Musica do Titãs, alunos e filosofia #73230

    Lorena e Monica,

    sugiro para as duas um livro introdutório que tem sido bastante elogiado (infelizmente eu nao o li ainda, mas ouvi bons comentários de otimas fontes), chamado: Ética para o meu filho. Pena que esqueci autor e editora, mas é fácil de achar.

    Se quiserem algo mais profudo, para consulta, vale a pena, sempre, ler: “Ética a Nicomaco” de Aristóteles. A leitura nao é tao dificil. Ah, vale a pena investir numa boa traduçao; aquela da Martin Claret (que está saindo nas bancas em ediçao de bolso) nao é das melhores, embora dê pra ler, mas, já que quem nao tem cão…

    Acho que o melhor ponto de partida é falar da felicidade – aquilo que todos buscam. Aristoteles começa por aí. Depois, tratando dos meios de busca-la, vai tentar mostrar o valor da vida ética, virtude, liberdade, amizade etc. E nesse caminho, vai falar sobre desejo, necessidade, vontade, razao, amor etc.

    Embora haja quem pense que filosofar é dizer as maiores atrocidades da forma mais fria usando o menor numero de palavras, acho um caminho muito melhor falar da filosofia como um modo de vida, e vida verdadeira. Há um livro bom sobre isso: “O saber dos antigos”, das Ed. Loyola (esqueci o autor).

    Filosofar é considerar todas as dimensoes do mundo da vida, buscando a verdade, procurando o caminho para agir do melhor modo, para assim ser feliz. Isso passa pelo colaborar para a felicidade dos outros. Nao é coincidencia que praticamente toda filosofia desenboque numa ética.

    Infelizmente, é provavel que encontre quem pense diferente. Paciência.

    PS: um pouquinho de cuidado, pois ensinar filosofia é diferente de ensinar a filosofar que é diferente de doutrinar.

    []'s

    em resposta a: O nome da Rosa e Aristóteles #74170

    Claudia,

    O filme é baseado num romance de Umberto Eco de mesmo nome, “O nome da Rosa”, e tras como pano de fundo a grande problemática filosófica da Idade Média: as disputas que aconteciam em torno de “o problema dos universais”.

    Entrar em detalhes sobre o problema dos universais poderia exigir um curso de metafísica e de filosofia medieval, mas, colocando por alto:
    – vc olha para uma flor e a identifica como rosa;
    – olha para outra flor e tb o identifica como sendo uma rosa;
    – olha para outra mas chega a conclusao de que esta nao é uma rosa.

    O que aconteceu? O que foi que fez vc identificar ou nao essas coisas como sendo uma rosa? Por que nao foi uma tulipa, ou um cavalo, ou um livro, ou uma pedra? Por que no último caso vc nao identificou a coisa como uma rosa?

    Suponha agora que vc esteja identificando uma coisa como um cão. Qual é e onde fica o limite para esse “núcleo”, essa essência, que, se alterada, faz algo deixar de ser ou passar a ser um cão? Existe uma “essência” de cão? Como descobrimos esse “universal canino” que faz com que cada uma dessas coisas que vc identificou sejam uma “unidade canina”?

    Isso deve parecer muito abstrato de longe, mas teve enormes consequências para o pensamento ocidental, com repercussoes tanto éticas e políticas qt cientificas. Toda a civilizaçao ocidental tem alguma coisa a ver com esse problema aparentemente banal.

    Platao e Aristoteles trataram desse problema longamente, nao vou entrar em detalhes aqui, mas se quiser ter uma ideia básica acho que encontrará em “O mundo de Sofia” mesmo. Bem depois, com a queda do imperio romano, o ocidente latino esteve muito perto de cair na barbárie total, mas foi salvo disso pela influencia dos mosteiros católicos que se tornaram verdadeiros “bolsões de civilizaçao e de cultura” que, muito lentamente, foram evangelizando aqueles povos bárbaros e forjando o novo mundo que surgia.

    Haviam 2 blocos principais: os beneditinos e os franciscanos.

    Os beneditinos, formados principalmente na tradiçao da filosofia agostiniana, de forte influencia neo-platonica (Platão e Plotino), e na tradiçao tomista, de forte influencia aristotelica, acreditavam na existencia real das essencias. Consequencias: a existencia dos universais significava que há uma verdade maior a que ninguem pode fugir. Vc pode ser capaz ou nao de identificar a essencia do cão, mas ele nao deixará de ser um cão. Existe a verdade! e a falha estaria (ou nao) em vc. Logo, cabe aos homens adequar-se à verdade, pois ela existe.

    Já é mais dificil falar dos franciscanos, mostrar como chegaram a ser nominalistas (cujo maior nome era Occam) exigiria falar por alto de Boécio, Aristoteles, Averróis, Tomás de Aquino, Duns Escoto e Occam. Mas a mola propulsora foi: se existe uma verdade já dada, entao como fica a onipotencia de Deus? Deus tb tem que se submeter a essa verdade? Logo: nao existem os universais (eles nao sao reais, nao existe nada real fora da alma). “Cão” é somente uma forma verbal, um sinal abreviatório para coisas semelhantes. Nao existem leis universais.

    Com isso, praticamente, o bem e o mal nao existiriam mais. Algo se tornará bom ou mal qd Deus disser que será bom ou mal. Se Deus mandar exterminar filisteus, entao isso passa a ser bom; se amanhã disser que nao, amanhã será mal. Tudo fica relativizado. A verdade passará a ser definida pela vontade de Deus, e a questao se torna: como descobrir a vontade de Deus?

    E que ligaçao tem isso com o livro de Aristoteles que aparece no filme? Ora, de ambos os lados Aristoteles era reconhecido como o maior filosofo existente – assim como Agostinho era reconhecido como o maior teologo. O dialogo fé e razao era central na Idade Média. Assim uma vez que a razao foi dada por Deus ao homem, e Aristoteles era tao eximio no uso dela, será que a vontade de Deus nao estaria sendo tambem descoberta por Aristoteles? Isso incomodaria os dois lados, mas, é previsivel, fermentaria muito mais e principalmente entre os nominalistas. E por que a questao do riso? Na regra beneditina, o riso estava associado com orgia (só era permitido sorrir com moderaçao).

    Bastante por alto era isso… mas nao precisa se assustar com essa problematica porque (ainda que fique devendo para o livro, e principalmente no que diz respeito à problematica filosofica) o filme é bom!

    []'s

    (Mensagem editada por walace em Agosto 08, 2002)

    em resposta a: Morte #77064

    Fiquei abismado com o texto do famigerado Fukuyama, autor do ultra criticado o “Fim da História” e um dos maiores adeptos da fase capitalista, chamada de neo-liberalismo, que tanto sofrimento traz aos países mais pobres. Assim quando ele investe contra as hidrelétricas…eu pergunto…alguém aqui entende do setor elétrico?…não sei, mas eu sou engenheiro especialista do setor. Vamos ao texto: ” Essa vitória sobre a natureza teve vida curta: na última geração, nenhum país desenvolvido empreendeu um grande projeto novo de hidrelétrica, exatamente porque hoje já compreendemos as consequências ecológicas e sociais devastadoras geradas por tais empreendimentos. Na verdade, o movimento ambientalista vem se esforçando para convencer a China a desistir da construção da tremendamente destrutiva barragem das Três Gargantas.” Minhas observações: Nenhum pais, rico, desenvolveu mais aproveitamentos hiderelétricos, apenas porque já esgotaram seu potencial faz tempo. Os Eua, por exemplo são obrigados , ainda a utilizarem as Centrais Nucleares, essas sim, muito mais perigosas.Aqui no Brasil, podemos dobrar nosso potencial hidrelétrico,sem grandes danos ao meio ambiente. Por sinal é a ÚNICA solução a curto e médio prazo. Não me venham mais com a conversa das térmicas a gás. Elas dependem de gas importado( tarifa em dólar…sentiram?)e de tecnologia estrangeira( Dominamos totalmente a tecnologia de hidrelétricas). Claro que devemos investir em energias alternativa, como a Solar e Eólica, mas a curto prazo elas são ineficientes e ainda caras( ao contrário do que ecologistas sem formação tecno-científica, vêm dizendo por aí).Teria muito mais a dizer, mas não vou estender-me,pois afinal este espaço é para filosofia. Mas fica aqui meu apelo, para que as pessoas sejam mais críticas quando selecionarem textos de filosófos fajutos tipo Fukuyama, metidos a darem palpite em tudo.

    em resposta a: Morte #77063

    walace vc foi simplesmente magnífico neste seu último texto não sei as suas opiniões sobre outros assuntos mas desde já sou seu fã.

    em resposta a: A questão do suicidio #75758

    Ola Walace e Marcio!

    Estou fora de casa e não tenho oportnidade de estar ligada!Quando regressar “retomamos”…
    abs

    em resposta a: Musica do Titãs, alunos e filosofia #73229

    Gostariamos de saber temas a ser trabalhados com meus alunos do ensino médio a respeito de etica e liberdade

    em resposta a: Morte #77062

    Realmente espantoso!!

    Carlos, vc soltou o cego na praça da Sé. Poderia ser também outro exemplo. Mas, porque nao, soltar vc numa selva? Na selva acredito que muitos de nós aqui apostaríamos num indio surdo.

    1. Quem avalia e determina quais sao os mais “aptos”?
    – Natureza? (o homem vai muito alem do biologico. O esquimo é mais apto no gelo, o tuareg no deserto, o nordestino na caatinga…)
    – Economia? (quem tem mais, se alimenta melhor, portanto, tem muito mais chances de se desenvolver)
    – Saúde? (vide economia! e muitas descobertas cientificas, artisticas etc vieram das maos de pessoas doentes. Por que nao as considerar mais úteis? e utilidade pode ser criterio de aptidao?)
    – Filiaçao? (o filho do rei é mais apto que o plebeu? o filhinho de papai é mais apto que o operário na fornalha?)
    – Força? (o cavalo é mais forte que o homem)
    – Inteligencia? (qual inteligencia? artistica? matemática? linguistica?… e medida como? por qual tipo de teste?)
    – Educaçao? Cultura? (qual?)
    – FHC? (por que nao?)

    2. Sugestao: o filme “Gatacca” vale a pena de ser assistido.

    []'s

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