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Miguel (admin)Mestre
Marcio,
Mas afinal que sera que esse tal positivismo baseado na razao cientifica tem de tao ruim ?
O positivismo é uma corrente filosofica que afirma que o unico conhecimento ou saber autentico é o saber cientifico, que nada que nao possa ser provado cientificamente tem valor de conhecimento autentico.
Essa corrente tem mais furos que um queijo suiço:
1) o positivismo tem posiçao extremamente critica para com a filosofia, e, em especial, a metafisica. No entanto, ele mesmo é uma corrente filosófica, baseada em principios metafisicos, que por nao serem explicitados funcionam como uma má metafisica. Um exemplo: o metodo cientifico de experimentaçao nao pode ser provado cientificamente… a ciencia entao nao é um conhecimento autentico?
2) Já que um positivista afirma que somente o conhecimento cientifico é autentico, quer entao tratar a realidade humana e social cientificamente. Propõe, entao, como forma de abordagem dos fenomenos humanos e sociais, o metodo das ciencias da natureza, partindo da hipotese (nao provada experimentalmente, logo, sem valor de conhecimento autentico) da regularidade daqueles, como na natureza.
3) O positivismo parte da regra da unidade do método da ciencia, segundo a qual só cabe pensar em um único âmbito do saber, reduzivel à observaçao e à experiencia , e em definitivo a uma única ciencia, preferentemente a física. Bem, sendo a fisica o unico modelo, pode ir descartando: psicologia, hermeneutica, estetica, ética (na verdade, Stuart Mill propõe uma etica empirista, mas é melhor descartar tb) etc.
4) vc falou de epistemologia… esse “palavrao” vem de episteme = ciencia (nos moldes gregos! portanto engloba mais areas que hj). Entao, epistemologia quer dizer “estudo da ciencia” (grega), ou melhor, “estudo do conhecimento”. É um ramo da filosofia que trata de questoes do tipo:
– O que podemos conhecer?
– Como podemos saber que aquilo que cremos acerca do mundo é verdadeiro?
Evidentemente que o positivismo passa por alto dessa problematica toda. Afinal, se o cientista lê os instrumentos, ele chega a verdade. Portanto, nao interessa se o instrumento capta ou nao o fenomeno examinado com precisao, se o fenomeno pode ou nao ser mensurado, se o cientista tem problema de visao e lê o intrumento errado (o sujeito nao entra em consideraçao, só os instrumentos e o fenomeno – preciso dizer que exagerei pra marcar o problema?), ou como o sujeito interpreta os dados que lê (interpretação nao entra em consideraçao, o sujeito é “sem problema”).Poderia enumerar mais problemas, mas acho que já chega. Alias, só mais um:
Quem disse que a mente humana está livre?
Ela é toda condicionada pela corporeidade, por limitaçoes no campo dos sentidos, por influencias que afetam a interpretaçao etc. Essa ilusao de que o corpo é como um instrumento para o uso da alma (ok, razao) é outro problema. Podemos começar por Freud: a consciencia nao tem essa liberdade que imagina ter, o inconsciente faz a festa por baixo dos panos. Na fenomenologia da percepçao, Merleau Ponty mostrou que o corpo age segundo uma “razao” propria: a mente nao domina o corpo, mas trabalham juntos, ou mesmo separados em alguns casos patologicos. E por aí vai…
[]´s
Miguel (admin)Mestre“…Será de uma forma geral os ateístas não se incomodam muito com a sua finitude?”
– A finitude é uma ocorrência ordinária, eu ao menos assim considero. Nada mais. Estranhamente, nunca havia pensado sobre esta questão, e agora o fazendo, não consigo perceber incômodo ou “medo”, apenas aceitação. Acho que existe um termo para isso, mas não sei qual é(seria Conformismo???).
“Danem-se os fins! É pelos meios que se vive…”
Miguel (admin)MestreRelacione o filme “O Nome da Rosa” com a Idade Média.
Muito obrigado!}}}
Miguel (admin)MestrePor que não explicar= não compreender e não compreender= não dominar…
não dominar= não ser superior…
não ser superior= ser igual aos restantes animais e
ser igual aos restantes animais=aceitar a finitude e o homem não aceita, simplesmente,esse facto…
abs
Miguel (admin)MestreMárcio..alinho, muito pessaolmente nessa hipótese do determinismo do acaso…
Walace:
Penso que essa visão positivista da realidade está, aos poucos, a esfumar-se. Aliás, a simples consideração da existência de determinismo no acaso é a “prova” disso. É a aceitação de uma “margem” que não se domina. Há a crença de que se há-de dominar?? Certamente, mas isso já se prende com toda a história humana de querer desvendar e reduzir …É evidente que, implicitamente, há sempre resquícios de positivismo…este fórum está cheio deles…veja o número de vezes que se fala em factos , em provas…Isso não me parece errado desde que se mantenha essa margem…há grandes golpadas no positivismo…
O homem odeia ser mortal…
abs.
Miguel (admin)MestrePreciso para dia 17/06 assuntos que me deem resenha acerca da alegoria da caverna de platão.
Miguel (admin)MestreEstejam cientes, vocês mudaram meu futuro atravéz deste tópico, resolvi realmente fazer filosofia. É tudo que quero, muito obrigado.
Miguel (admin)MestreDona Thelma,
“Por que faz questão de ser tão antipático?”
Antipátia tem dois significados. Se for o significado discordância, tens razão. Caso contrário, a questão é ridícula.“Você por acaso me conhece para julgar o meu poder de mobilização? Você sabe alguma coisa da minha vida, dos grupos que participo, dos meus sentimentos?”
Não vem ao caso isso. Estou tecendo argumentos sobre o que escreves. A Sra. cria quadros genéricos demais fundamentados em situações circunstanciais. Ratificando minha argumentação de mensagem anterior: Como é que alguém pode afirmar que temos poder de mobilização para qualquer assunto baseando-se apenas na paixão do torcedor brasileiro pelo futebol?“O assunto não é equivocado coisíssima nenhuma.”
Claro que é. A relação do assunto Copa <=> Alienação é totalmente falsa.“Ao contrário. É muito oportuno.”
Oportuno e equivocado não tem relação de sentidos contrários. Oportuno está sendo o inicio de um assunto diverso do proposto.“Você por acaso é algum torcedor fanático tentando se defender?”
Não vem ao caso isso, também. Existe uma necessidade “boba” de tentar rótular o outro lado, desviando-se do propósito do fórum. Participante deve ter postura mais amadurecida.Abs
Miguel (admin)MestreEstou desenvolvendo um trabalho e o tema é “O lugar da filosofia na universidade”, e dentro desse contexto serão explorados os seguinte assuntos: “A missão educativa da universidade” e “A filosofia e a educação do cidadão na universidade”; gostaria de um help, pois pelo que parece, esse trabalho tem um carater investigativo e estou um pouco confusa.
Miguel (admin)MestreEstou escrevendo uma resenha sobre O MUNDO DE SOFIA , por favor quem puder me ajudar mande um e – mail [email protected]
Miguel (admin)MestreEstou escrevendo uma resenha sobre O MUNDO DE SOFIA, quem puder me ajudar mande um e – mail, ficarei muito grata
Miguel (admin)MestreDeixa eu tentar partilhar alguns pontos…
Acho que nao me fiz entender, pelo visto, sobre a questao do sentido que teria a afirmaçao “a biblia é falsa”. Passou-se aos conteudos, mas a questao linguistica, a que eu me referia, ficou para trás.
Um dos filosofos pelos quais me interesso é Nietzsche. Tem leitura facil, mas é longe de ser simples, e o risco é pensar que se entendeu o que ele quis dizer. Para bom entendimento, exigiria, no minimo, como pre-requisito, um conhecimento da filosofia grega e do idealismo alemao. Nao é o comum, infelizmente.
Sobre por que, ou como, a biblia é entendida como Palavra de Deus: ajuda MUITO algum conhecimento de teologia, e em especial exegese, para entender como se interpreta esses textos sagrados. Inspiraçao divina é diferente de psicografia. Depois, se for o caso, podemos falar mais disso.
Categoria que já tem um historico rico na filosofia é Existencia, ou, se quiserem outra, ser-no-mundo (dasein). A “experiencia de existir” de que (acho) falam nao está fora. SE estiver, entao está a se discutir sobre outra coisa. Seja como for, o conhecimento de duas categorias tao ricas nunca é para se desprezar nessa questao. Curiosamente, Heiddeger chega a falar de “escondimento” de Deus, mas nao de “nao-existencia” no sentido de nao ter nada a ver.
Outra corrente forte – o Alex citou M. Eckhart – chega até a dizer que existencia é muito pobre para Deus. Em certo sentido, entao, Deus nao existiria porque ele mais-que-existe. Deus criou tudo (o Ser), entao ele está acima do Ser. Mas essa corrente ainda é mais discutivel, e complica a coisa bastante.
[]´s
Miguel (admin)MestreDeixa eu tentar partilhar alguns pontos…
Acho que nao me fiz entender, pelo visto, sobre a questao do sentido que teria a afirmaçao “a biblia é falsa”. Passou-se aos conteudos, mas a questao linguistica, a que eu me referia, ficou para trás.
Um dos filosofos pelos quais me interesso é Nietzsche. Tem leitura facil, mas é longe de ser simples, e o risco é pensar que se entendeu o que ele quis dizer. Para bom entendimento, exigiria, no minimo, como pre-requisito, um conhecimento da filosofia grega e do idealismo alemao. Nao é o comum, infelizmente.
Sobre por que, ou como, a biblia é entendida como Palavra de Deus: ajuda MUITO algum conhecimento de teologia, e em especial exegese, para entender como se interpreta esses textos sagrados. Inspiraçao divina é diferente de psicografia. Depois, se for o caso, podemos falar mais disso.
Categoria que já tem um historico rico na filosofia é Existencia, ou, se quiserem outra, ser-no-mundo (dasein). A “experiencia de existir” de que (acho) falam nao está fora. SE estiver, entao está a se discutir sobre outra coisa. Seja como for, o conhecimento de duas categorias tao ricas nunca é para se desprezar nessa questao. Curiosamente, Heiddeger chega a falar de “escondimento” de Deus, mas nao de “nao-existencia” no sentido de nao ter nada a ver.
Outra corrente forte – o Alex citou M. Eckhart – chega até a dizer que existencia é muito pobre para Deus. Em certo sentido, entao, Deus nao existiria porque ele mais-que-existe. Deus criou tudo (o Ser), entao ele está acima do Ser. Mas essa corrente ainda é mais discutivel, e complica a coisa bastante.
[]´s
Miguel (admin)MestreBem me sinto até constrangido de escrever alguma coisa após esse magnífico texto do Alex, mas lá vai.
Por que se acredita que a bíblia é a palavra de deus?
Talvez porque sempre foi dito isso e hoje em dia tudo o que as pessoas fazem é continuar sustentando o que por muito tempo foi dito que era verdade.Se eu escrever um livro e falar que esse livro foi deus e não eu quem escreveu, por que as pessoas não acreditariam em mim já que acreditaram quando Moisés por exemplo escreveu um.
Agora por favor respondam a minha pergunta, por que a bíblia é sagrada e o meu livro não?E se eu tivesse escrito o meu livro no passado e a bíblia fosse escrita hoje, qual dos dois livros seriam ditos sagrados?
É claro que na bíblia podemos encontrar coisas magníficas mas querer achar que ela é a palavra de deus, escrita por ele, e imuni a erros já é querer demais.
Abraços.Miguel (admin)MestreBem me sinto até constrangido de escrever alguma coisa após esse magnífico texto do Alex, mas lá vai.
Por que se acredita que a bíblia é a palavra de deus?
Talvez porque sempre foi dito isso e hoje em dia tudo o que as pessoas fazem é continuar sustentando o que por muito tempo foi dito que era verdade.Se eu escrever um livro e falar que esse livro foi deus e não eu quem escreveu, por que as pessoas não acreditariam em mim já que acreditaram quando Moisés por exemplo escreveu um.
Agora por favor respondam a minha pergunta, por que a bíblia é sagrada e o meu livro não?E se eu tivesse escrito o meu livro no passado e a bíblia fosse escrita hoje, qual dos dois livros seriam ditos sagrados?
É claro que na bíblia podemos encontrar coisas magníficas mas querer achar que ela é a palavra de deus, escrita por ele, e imuni a erros já é querer demais.
Abraços. -
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