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Miguel (admin)Mestre
Karen
Felicidade=suspensão do pensamento não tem a ver (não pretendi dar isso a entender) com o facto de ela funcionar como uma espécie de “anestesia”, mas sim com o que atrás já disse sobre o carácter amnésico da própria felicidade, isto é, a vivência da felicidade (esse tema improvável…) está associada ao esquecimento, ao esquecimento de tudo o resto. Só nessa medida me referi ao facto de ele implicar que não se pense.Karen, você diz que ele deveria “transcender os objectivos ou desejos particulares”, sim deveria…projecto, então. Eu não tenho uma visão holística da felicidade (pessimismo? talvez…) pois penso que é um tema improvável, como já referi, a propósito do qual só se pode falar na primeira pessoa.
“…quem conquista a felicidade ou a persegue vai correr em círculos”, “perseguir também pode ser uma variável da conquista”, disse acima.
Humm, não vejo as coisas assim, porque acho que a felicidade “não se conquista”. Persegue-se, sim, e perseguir insere-se já num contexto diferente: a felicidade inscreve-se, assim, no domínio do télos último do próprio desejo. Por isso ela funciona como um projecto, projecto de inconformismo já que nada do que nos seja oferecido pode bastar. A sensação de incompletude, de inacabamento, de anseio desmedido, constituem a marca da finitude humana. O bem, o prazer, a utilidade, etc, só significam enquanto referência à felicidade, no entanto, esta obstina-se em nunca se deixar esgotar por nenhum destes ideais!…“Na memória, de resto, a felicidade é qualquer coisa como um poço de beatitude em que nada acontece e nada falta: um espaço em branco, mas de um branco brilhante, daí que Tolstoi afirmasse que as famílias felizes não tinham história e Hegel, que os períodos de felicidade são como vazios na história dos povos”.(F.Savater)
“Quem persegue a felicidade (…)vai correr em círculos”…Aquiles e a tartaruga…faz sentido, talvez o que se passa com a felicidade é que somos incompatíveis com ela…
abs.Miguel (admin)Mestrerapidinho pois estou muito cansada hj …
Alex … quero retomar a questão … gostei muito do texto e da responsabilidade reflexiva contida nele … vou pensar sobre a linguagem e a lógica.
a nossa cultura não tolera a idéia de que os bebês devam odiar-se … no entanto, as pessoas são tão “civilizadas ” que não hesitam em prejudicar outras pessoas por meio da humilhação, en nome de um falso moralismo e já q vc mencionou … internalizando nas crianças uma lógica de ser despontencializadora, tirando delas o que há de melhor, sua criatividade domesticando-as , pois essas crianças não estão preparadas para a agressividade sutil e legitimada da qual são objetos.
Isabel
a felicidade é o oposto da suspensão do pensamento, acho eu, não anestesia pois não implica em embriaguez, nem êxtase ( ao menos o eufôrico), deveria ser lúcida e transcender objetivos ou desejos particulares, pois implica em compartilhamento , mesmo q aparentemente ocorra a um nivel individual.
o adiamento a que me referi dizia respeito ao fato de sublimar, o que não significa que se postergue devido à sua insuficiência, o que a torna insuficiente é a atitude do sujeito, perante o que espera que signifique dita felicidade naquele momento específico.
um estado de ser não implica um estado imerne, um estado de ser é tão dinâmico quanto a brisa que nos acaricia o que acontece é que para alguns essa mesma brisa nada signifique , pois não a perceberem .
campo de concentração / sentido da vida . –
a pessoa se encontra num estado primitivo, num estado de regressão ao primitivismo, nesse sentido o imediato é o que prevalece, a sobrevivência, imagino , pode acontecer uma atitude de desistência, mais acredito q nesse caso o sentido seja configurado a partir de um plano espiritual e de uma atitude perante o destino e no plano psicológico mantendo sua identidade . mais acredito q o peso maior esteja no nível espiritual e na fé . Isso teoricamente é fácil, mais só vivendo e sofrendo até o extremo desapretendo a viver e viver sobrevivendo para pode avaliar o sentido exato.
o perseguir tb pode ser uma variável da conquista, na medida em que , quem conquista persevera e dependendo do desfecho sucede um incomodo próprio da rejeição daquilo q se pretendia ou desejava …. quem conquista a felicidade ou persegue a felicidade … tal como alex disse, vai correr em círculos .
Miguel (admin)MestreAlex:
Muito interesante o extracto que apresentou…em relação ao que disse, permita-me “discordar” do seguinte: refere-se a momentos de alegria e tristeza,à felicidade como sendo “um estado do ser”…parece-me ver aí alguma contradição: como conciliar um estado (algo de estático) com o fluxo e refluxo de alegria e tristeza? Refere também a felicidade como se relacionando com o facto de não se estar confuso, deprimido, oprimido…mas não será isso apenas possível na ausência de pensamento? Aí, acho que tocou num ponto muito curioso. Repare, nós somos optimistas, não por acreditarmos que vamos ser felizes, não, mas por acreditarmos que já o fomos e assim a felicidade assume a forma de memória mas, paradoxalmente, a de reverso amnésico também! Repare, nós recordamos um momento feliz como aquele em que nos esquecemos de tudo, não é? Desta forma, a nostalgia e/ou a expectativa da felicidade dão que pensar, mas a própria felicidade implica que não se pense e assim funciona como uma espécie de parêntesis sem mensagem no nosso próprio discurso interior. Então aí, como disse, a felicidade seria não se estar confuso, oprimido…
Como diria Proust ” os pensamentos são sucedâneos das infelicidades”.
Acrescentaria assim,à lista inicial, uma outra possibilidade para trabalhar a ideia de felicidade:felicidade=suspensão do pensamento
Miguel (admin)MestreVoltemos, portanto, à filosofia…
Perguntar por deus, pela sua existência, discutir tal questão implica interrogarmo-nos, efectivamente, sobre aquilo que sabemos a seu respeito. Isto implica o reconhecimento de alguns pontos essenciais: como definir sabedoria, sim, o que é que nós sabemos uma vez que parece que é de saberes que se trata…Eu penso que poderíamos admitir, simplesmente, que a sabedoria é a arte de bem empregar a ignorância, uma espécie de ciência do uso adequado dos nossos erros! De facto, e como dizia F. Savater, “não se ignora porque não se sabe (ainda); pelo contrário, quando se sabe (já) é a partir e como fruto daquilo que se ignora”.
Neste sentido, ignorar não é mais do que não saber nunca nada de tudo nem tudo de nada…o que é que isto implica? Optar por princípios que são muitas vezes injustificáveis e daí partir para as justificações racionais que se apoiam, por isso, no vazio.
Assim, estar consciente da ignorância-não ignorar, no mínimo, que ignoramos– é o primeiro passo para compreender esta situação frustrante: por mais que cheguemos a saber nunca a nossa ignorância diminuirá de forma relevante!!
Penso que devemos ter isto em mente quando discutimos questões como a da existência de deus, do que ele significa ou não para a filosofia. Não vamos encerrar a questão porque não podemos. daí não fazerem sentido (a meu ver) posicionamentos dogmáticos e intransigentes que esquecem a diversidade do olhar, que impedem que se instale a diferença e a fractura nas nossas certezas.
Abs.Miguel (admin)MestreMuito obrigado pelos esclarecimentos caro valenic.
Bem voltando um pouco ao assunto principal, a filosofia é guiada pela razão, se cremos num deus sem que para isso usemos a lógica e a razão logo esse deus não quer dizer nada para a filosofia, pois estamos usando maneiras que não são racionais para afirmar que deus exista, não estou falando que de nada vale a fé, só que a fé é uma coisa solitária, se eu tenho fé pode até ser que eu tenha a certeza de que deus exista mais isso não passa de uma coisa a que só eu tenha acesso não podendo em nada contribuir para que outras pessoas também acreditem num deus, a razão e a lógica a meu ver são tão, e até mais poderosos do que a fé, pelo fato de que com argumentos racionais eu posso convencer outras pessoas de o que eu estou falando é verdade, se deus existe logo ele está contido num mundo racional e por conseguinte pode ser explicado de maneira racional, mesmo que isso não seja uma tarefa nada fácil, do mesmo modo se deus não existe também com argumentos lógicos e racionais podemos provar este fato.Imaginem que existisse uma bíblia dos ateus, um livro muito antigo onde lá estivesse contido toda uma coletânea de vários textos que afirmasse que deus não existe, teriamos dois livros um questionando o outro sempre com os mesmos argumentos, pois como a bíblia que é fechada, ou seja, não necessita de novos argumentos para provar sua legitimidade também a bíblia ateista seria assim, e teriamos um eterno impasse onde não se chegaria a lugar nenhum, a não ser quando os seguidores de uma das duas ramificassões resolvesse colher novas idéis fora dos seus livros ditos sagrados, e ai este estaria com uma vantagem enorme com relação a outra corrente de penssamento pois teria a mente livre para argumentar quebrando as barreiras mesmo das coisas sagradas em seus livros, é isso que acontesse hoje em dia, num universo tão maravilhoso e imenso em que descobrimos coisas novas a cada dia não podemos achar que todas as respostas para nossas perguntas estariam contidas em um livro de mil páginas, seria como um aluno primário que afirma que tudo que esta no seu livro de matemática é suficiente, e todo resto não serve para nada, mesmo que a bíblia seja de estrema importância para muitos, seria um equívoco quer que tudo nela contido seja verdade e suficiente jogando fora toda uma ciência que com fatos e lógica vem mostrando pontos equivocados neste livro, sem que se use da razão e da lógica jamais se chegará a resposta que a filosofia também procura, que é se deus existe ou não.Miguel (admin)MestreEm relação ao texto do Valenic que aborda a questão das instituições, gostaria de acrescentar algo. Na faculdade tive um professor-Prof. Anselmo Borges- que é padre da sociedade missionária, um homem extremamente culto e um dos maiores críticos que conheço da igreja. No seu último livro ele diz que ” por causa de um dogmatismo seco, de estruturas hiearquizadas de poder e da funcionarização do clero, a igreja tem parte na responsabilidade maior pela passividade mental de muitos. Embora a interrogação seja dos lugares cimeiros da presença de Deus para o homem, a capacidade de pôr perguntas ficou muitas vezes tolhida e anémica.Em presença de um deus menor, a dignidade infinita de ser homem atrofia-se, e a liberdade tropeça”.
Faz sentido pensar nisto quer sejamos ateus, teístas ou, como eu, apenas procuremos manter a distância necessária que trace a liberdade de reflectir.Miguel (admin)MestreCaro senhor Vdj, é com prazer que respondo a sua indagação.
O problema consiste na compreensão do fato que “instituição religiosa” nada tem a ver com um autêntico relacionamento com Deus. A senhora Isabel já havia escrito: “ Henri Bergson, dominado como muitos filósofos pela interrogação última,…etc.” O homem pensa, julga, supõe, cria, imagina e concebe. Para tal se utiliza do intelecto que é seu entendimento aliado ao seu raciocínio. Naturalmente se esforça por elevar seu nível de compreensão e de avaliação de tudo o que o cerca e por isso medita e procura concluir. Porém, a angústia de muitos que morrem imersos nas dúvidas quanto a quem somos e de onde viemos, revela onde a lamentável lacuna deixou de ser preenchida: na inerente natureza espiritual do homem, na sua indissociável relação com o sobrenatural. O homem é, como disse, um ser espiritual por natureza, e assim sendo, não pode jamais se satisfazer interior e plenamente, com as limitações impostas pelo que é físico e temporal. A mente humana pode medir, calcular, avaliar e sentir. Mas o estado invisível da percepção, em última análise, transcende o físico e se enlaça ao invisível. Sendo Deus Espírito, Sua natureza está acima do terreno do lógico e do fisicamente perceptível (embora possa manifestar-se de modo a mostrar-se tangível por qualquer um ou por todos os cinco sentidos). Mas desejando que o homem O busque em Sua natureza espiritual, concede ao homem o dom de crer, tendo este a finalidade de ser o meio pelo qual alguém pode compreender as coisas espirituais e conhecer o próprio Deus. O crer não está subordinada à razão e tampouco é ele mesmo irracional. Antes crer é um dom através do qual o homem compreende o incompreensível e discerne o indiscernível. E incompreensível e indiscernível, apenas e tão somente, se exclusivamente do intelecto natural desejar o homem depender. Eis aqui o porquê do fracasso da inquirição última do homem unicamente racional: a ausência de um coração que crê. O dom de crer não foi dado aos homens para suportarem o absurdo, mas antes, para compreenderem o que é mais elevado, para penetrarem no que está deliberadamente oculto, e assim poderem aproximar-se de quem por eles deseja ser encontrado: Deus. O crer não pode habitar juntamente com a rebelião, sendo esta última uma das causas da ausência de certeza e de segurança espirituais nos espíritos arrogantes. E porque não podem e não conseguem compreender o que somente crendo é compreensível, manifestam e evidenciam sua arrogância e rebeldia através do modo como se referem ao Autor da Sabedoria, generoso e pronto a conceder que creiam os que por isto anseiam. E para isto é aos homens concedida a oportunidade do arrependimento (que significa: mudança de posição, ou mudança de direção).
Repetida e corriqueiramente ouve-se que religião vem de “ religare” e que este “religare” significaria reatar o homem a Deus. Nada disso. Tal palavra religare, nem sequer existe no latim e mesmo se existisse, não foi esta a palavra usada pelos tradutores das Escrituras quando se depararam com o vocábulo original que se refere a um comportamento de respeito e de amor a Deus. A palavra em português é religião, porém é derivada da palavra utilizada na Vulgata Latina: “religio” e na tradução alemã de Martin Luter (Lutero) é “Gottesdienst”, que pode ser traduzida para: serviço a Deus. Portanto, religio ou Gottesdienst (ambas traduzidas do vocábulo grego: “qrhskeiav” ( aqui transliterado), significam um posicionamento de relação e de serviço voluntário a Deus, o que se dá através do dom de crer. O equívoco em admitir que qualquer instituição religiosa traria o suposto “religare” do homem a Deus, tem sido facilmente verificado na prática. Pois quantas e quantas instituições religiosas nada têm a ver com Deus? E como vim eu a crer? ( Acredito estar respondendo às suas indagações), este dom veio através da leitura da Bíblia, que nada tem de contraditória. Mas o próprio Deus a chama de Espada de Dois Gumes, pois sua compreensão resulta em salvação para os que crêem, e a sua incompreensão resulta em perdição, pois sem crer é impossível unir-se a Deus. Muitos, no passado não criam, mas vieram a crer. Eu mesmo não compreendia a Bíblia, mas hoje a compreendo, e isto por modo sobrenatural, discernindo espiritualmente pelo dom que, por Deus, me foi concedido. De modo que o racional se mostra sujeito ao que lhe é superior: o espiritual. E o espiritual possui autoridade para intervir e modificar o natural. Deus é Senhor sobre toda a Sua criação, sobre a natural e sobre a espiritual. E talvez o senhor se indague, senhor Vdj : mas ele não possui uma religião? No sentido bíblico (qrhskeiav) (Tiago 1:27), sim. E este comportamento: religio ou Gottesdienst só é possível através de um coração que crê. E para finalizar, deixo-lhe o fundamento do que creio: As palavras do Senhor a quem amo: “ Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós.” (Lucas 17: 20-21).Miguel (admin)MestreCaro senhor valenic, comcordo muito com seu ultimo texto(apesar de achar o atual papa uma pessoa muito digna), eu acho que as atitudes da igreja católica são resonsáveis por formar muitos ateus, que confundindo a idéia de deus com a apresentada pelos representantes maiores tanto da igreja de roma como de outras istituições julgam muito mais lógico que deus não exista, tamanha é a incoerência de se acreditar num deus como aquele apresentado, como eu já falei isso quase aconteceu comigo, mas eu gostaria de saber a que tipo de istituição religiosa o senhor faz parte, para poder entender melhor as suas idéias.
Miguel (admin)MestreSaudações a todos!
Gostaria de deixar aqui algo, se possível, bem claro. Pelo menos de minha parte, NADA, absolutamente tenho contra o senhor Carlos (embora me tenha até chamado de assassino, mas eu o perdôo). Contudo, seu comentário, ainda que confuso e exasperado (pois nada poderia ter justificado tal acusação contra a minha pessoa), trás algo muito sério à tona.
Luis Buñuel, diretor de filmes, espanhol, (1900-1983), diretor de L’Age D’Or (1930), foi educado por católicos jesuítas. Quando perguntado, anos mais tarde, se havia sido influenciado por sua formação jesuíta, ele respondeu: “ Eu sou um ateu, graças a Deus”. Eis aqui um ponto interessante. Um erro, um equívoco, o mesmo no qual parece incorrer o prezado senhor Carlos: Associar o comportamento e a atitude da Igreja Católica Romana aos princípios cristãos. Tal associação só pode mesmo resultar, como conseqüência, em uma péssima e distorcida imagem de Deus. A Igreja Católica Romana realmente “pintou e bordou”, como disse o senhor Carlos, nas Cruzadas e na Inquisição. E a mando de quem assim agiram? De Deus? Desde o século IV AD, a Igreja de Roma se tem afastado da autêntica e verdadeira doutrina cristã. Criaram uma espetacular confusão com a criação do “Príncipe de Roma”, “Sumo Pontífice”, “Papa”, “Representante de Cristo”, e outros títulos que possui o suposto líder da Igreja de Cristo. Se hoje o senhor Karol Wojtyla, se arroga a posição de líder da Igreja de Cristo, tem toda a legitimidade para o fazer, MENOS diante de Deus. Este título é falacioso, mentiroso e usurpador. E debaixo da “autoridade” de tais papas, quer sejam os mais recentes, quer os de um passado mais remoto, esta igreja católica romana se tem, ao longo da história, caracterizado em um grotesco exemplo de apostasia doutrinária e de aberrações comportamentais. Ora, diante desta monstruosidade em que veio a se tornar esta instituição mundano-político-econômica, chamada de Igreja Católica Romana, não é de se admirar que pessoas como o senhor Buñel se tenham afastado de Deus. Não acredito ser necessário me estender aqui em comentários sobre esta instituição corrupta, que muitos, equivocadamente, julgam se tratar do seio dos verdadeiros cristãos. E faço a seguinte afirmação: O senhor Wojtyla, o Papa, se depender dos padrões do Evangelho, não é um cristão. Eu mesmo, fui um católico defensor da ridícula infalibilidade papal, até que, pelo Verdadeiro Dono e Senhor da Igreja, vim a enxergar a realidade, hoje sim, sendo um verdadeiro cristão.
Porém tudo pareceria mais simples não fosse a satisfação que alguns encontram em poder apedrejar e, ao mesmo tempo, acariciar aquela instituição mundana e obstaculizante para os que, de coração sincero buscam a Deus. Pois a tal instituição Católica Romana serve de ótima escusa para os que não desejam se aproximar de Deus, uma vez que apontando, e legitimamente, tantas aberrações cometidas por aquela instituição-sociedade secreta, dizem: “Eu não quero Deus, pois não concordo com o que eles fazem”. E assim intelectualmente se satisfazem com esta solução simplista para buscar a negação de Deus.
Para não dizerem que fujo ao tema, o senhor Jean Paul Sartre, filósofo francês, dizia que “se Deus existisse, ainda assim seria necessário rejeitá-lo, pois que a idéia de Deus nega a nossa liberdade”. E que interesse poderia ter o senhor Sartre, senão o mesmo que a senhora Voltairine de Cleyre, ativista, feminista americana ( 1866-1912), quando disse: “ Eu morro, assim como vivi, um espírito livre, uma anarquista, não devendo obediência a soberanos, celestiais ou terrenos”? É pois, precisamente, nesta disposição de espírito para a insubordinação que reside a raiz das injustiças cometidas ao longo da história. É bastante compreensível que o ser humano se sinta desconfortável debaixo de jugos e de dominações por parte de homens que, movidos pela arrogância e pelo egoísmo, precipitam outros nas dores da opressão e no vilipêndio das privações. Movidos por sórdida ganância, ou por outros motivos egoístas, exploram impiedosamente seus semelhantes, para o que se utilizam dos mais diversos pretextos. E é freqüentemente isto o que, em maior ou em menor escala, fazem com a “liberdade” que ostentam e que julgam ter adquirido em razão de não crerem em Deus. Não é liberdade que buscam, mas permissividade. Como se a liberdade fosse ocasião para a execução de qualquer injustiça.
E a corrupta Igreja de Roma além de vir, há muito, servindo como uma luva a regimes totalitários e opressores, oculta as magníficas promessas de Deus para a eternidade ao Seu lado. Uma de Suas promessas, é que nos lugares celestiais, que brevemente serão habitados pelos cristãos, não haverá domínio de homem sobre homem, pois um só será Senhor eterno sobre todos. Logo não haverá opressão, injustiça ou sofrimento, pois usufruiremos de plena liberdade eterna, subordinados ao Único e Eterno Legítimo Senhor de todos: o Criador. Esta promessa, se bem compreendida, é uma das mais esplêndidas manifestações da generosidade de um Deus que, injustamente acusado de tirano, é Ele mesmo, o mais excelente propiciador do estado da mais sublime liberdade que alguém possa imaginar possuir. E para que se conheça o Seu belíssimo caráter, e Suas imarcescíveis promessas, tudo o de que se necessita é tapar os ouvidos para o que dizem os papas corruptos da história passada e recente e dar ouvidos ao único legítimo representante de Deus: Seu Filho Jesus: “ …Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo: a ele ouçam.” (Mateus 17: 5).Miguel (admin)Mestreolá.
felicidade, alegria e tristeza
… mas o que é a felicidade efetivamente(?)… é um estado de bem estar(?)… é um estado de não confusão(?)…a felicidade discutida aqui, parece-me, está sendo feita em dois níveis… acredito que foi isto o que a Karein sinteticamente buscou demonstrar…
…o primeiro nível seria um embuste, a alegria manifestada na palavra felicidade…”para o sujeito essa felicidade seria adiada eternamente”…o conhecimento desta limitação obvia.. ou uma masturbação de “felicidade”(alegria) deve ser superado…sob pena das “rupturas de absurdo”… resultado das idéias como “heróico remédio” para todos os nossos problemas…isto gera apenas mais confusão ou perda do sentido da vida…pois vivo correndo em círculos…como o cão atrás do rabo…o segundo nível, penso, seria uma condição de não-confusão…é uma espécie de “retorno” ao Éden…como exemplo temos, novamente, os silvículas de tribos que ainda vivem de forma primitiva… podemos dizer que eles são felizes(?)…penso que sim…eles não estão isentos de momentos de triteza e alegria, contudo, estão isentos de estados de confusão aos quais nos deparamos constantemente…
temos momentos de alegria e momentos de triteza… a felicidade é um estado do ser… que não se vê oprimido, confuso ou deprimido… é um estado de ser livre…constante/inteiriço…absoluto em sí…ou como diz a karein… um ser não fragmentado….
abs.
ps.(1)“Boris encontrava dificuldade para reduzir 12/16 a seu menor denominador comum e não conseguiu ir além de 6/8. A professora perguntou-lhe tranquilamente se aquele era o mínimo a que ele poderia reduzir a fração. Sugeriu-lhe que “pensasse”. Seguiu-se um arquejar e um frenético acenar de mãos das outras crianças, todas ansiosas por corrigi-lo. Boris muito infeliz, talvez mentalmente paralisado. A professora, calma, paciente, ignora os outros e concentra a vista e a voz em Boris. Volvidos um ou dois minutos, ela volta-se para a classe e pergunta: “Muito bem, será que algum de vocês pode dizer ao Boris que número é?” Uma floresta de mãos aparece, e a professora chama a Peggy. Peggy diz que tanto o numerador quanto o denominador podem ser divididos por quatro.”
comentário
“O fracasso de Boris possibilitou a Peggy ser bem-sucedida; o infortúnio dele é a ocasião do jubilo dela. Essa é uma condição padrão da escola elementar americana contemporânea. Para um índio zuni, hopi ou dakota, o procedimento de Peggy seria de uma crueldade sem nome, visto que conseguiu o próprio sucesso valendo-se do fracasso de alguém é uma forma de tortura estranha a essas culturas não competitivas.”
autocontradições
“Visto do ponto de vista de Boris, o pesadelo do quadro negro era, talvez, uma lição de controle pessoal, para que ele não saísse correndo e gritando da sala debaixo de enorme pressão pública. Experiências dessa natureza obrigam todos os homens educados em nossa cultura, reiteradamente, noite após noite, até no pináculo do sucesso, a sonhar, não com o sucesso, mas com o fracasso. Na escola, o pesadelo externo é interiorizado para o resto da vida. Boris não estava apenas aprendendo aritmética, estava aprendendo também o pesadelo essêncial. Para sermos bem-sucedidos em nossa cultura precisamos aprender a sonhar com o fracasso.
Numa sociedade em que a competição pelos bens culturais básicos é o eixo da ação, não se pode ensinar as pessoas a se amarem umas às outras. Torna-se assim necessário para a escola ensinar às crianças o ódio, sem dar a impressão de estar fazendo isso, pois a nossa cultura não tolera a idéia de que os bebês devam odiar-se. Como é que a escola leva a efeito esta ambiguidade?”do antropólogo e sociólogo Jules Henry em “Culture Against Man”
ps.(2)idéias/linguagem/lógica……
abs.
Miguel (admin)MestreKaren:
“…para o sujeito essa felicidade seria adiada eternamente”…não será, justamente, essa a essência daquilo a que podemos chamar “felicidade”? Aquilo que se adia porque nunca suficiente, porque nunca satisfatório? O fracasso como corolário de uma vida votada à procura do inacessível!…
Quanto à logoterapia conheço relativamente bem, já li Viktor Frankl e sei que a tese central da logoterapia é a de que a vida nunca deixa de ter sentido, que o tem até ao último momento, até ao último alento, mas como pensar o sentido e a felicidade depois de Auschwitz?…
“a felicidade(…) ultrapassa o desejo (…) por ser algo que ilumina e arde ao mesmo tempo(…) mesmo que se apague não se pode dizer que a tocha não teve sentido”…o sentido de ter iluminado o efémero, o transitório, o que já não é…sempre com esperança num caminho que se possa percorrer às escuras, sem tocha…
“tem de suportar o queimar-se, isto é, arder até ao fim”, onde eu já não estou???
Em relação ao facto de a felicidade poder ser entendida como finalidade última, penso que isso não a limita a uma conquista (Aquiles e a tartaruga…)porque ela não se “conquista”, ela persegue-se nas mais variadas dimensões da vida na figura de felicidades parcelares.
Pensar a felicidade como projecto de inconformismo implica sublinhar o desejo humano de a atingir e a consciência plena da distância permanente que dela o separa…querer ser feliz, seria assim querer ser, transcender-se numa recusa obstinada da única evidência: a finitude.Miguel (admin)MestreAo invés de utilizar o tempo redigindo um texto que visa atacar outra pessoa, por que não utilzamos este tempo para expormos idéias que sirvam para engrandecer a idéia que cada um tem da vida e do mundo?Acho que é este o objetivo do fórum, como o mceus disse isso já está tomando dimensões que beiram ao ridículo.Que tal deixarmos as armas de lado e voltarmos a discussão como pessoas civilizadas que com certeza todos somos?
Miguel (admin)MestreJulgo que o que aqui se está a esquecer é que, independentemente de sermos ateus, teístas ou agnósticos, uma discussão sobre deus situa-se, de certa forma, ao nível da crença. Como podemos conceber tal “calorosa” discussão a não ser por esse facto? Por se situar a esse nível é difícil levá-la a bom porto.
A eterna questão continua a ser por que existe alguma coisa mais que nada? Deus? Ciência? Acaso? Determinismo?…
Henri Bergson, dominado como muitos filósofos pela interrogação última, morreu murmurando: “O universo é uma máquina de fazer deuses…”:Miguel (admin)MestreIsso já está tomando dimensões que beiram ao ridículo. Vocês já perceberam que estão partindo para ataques pessoais? Homens de idéias??? Onde estão!? Vamos por a cabeça para funcionar ou rolar um com os outros no chão como fariam os animais não humanos na natureza?
Que confusão vcs estão fazendo! A ciência trata de hipóteses quanto à origem da vida, seja esta originária da terra ou de outro canto da galáxia ou do universo!! Isso não pode servir como verdade final! É uma hipótese, lembrem-se disso. Deve diferir da crença religiosa, deve ser simplesmente ciência. Não entendo a discussão. Se houver outra hipótese apoiada em fatos e comprovações, ótimo! Mas, isso para o Vinny, o qual tenho minha consideração, e para o Carlos, parem de crer na ciência como se fosse uma religião! Uma não tem nada a ver com a outra! Parecem protestantes x católicos na Irlanda. Vão acabar se matando! No que isso pode levar? A nada. Isso não é ciência, nem filosofia. Isso já passou para uma briga de rua entre gangues.
Quanto ao senhor Valenic, concordo que não gostamos sempre das pessoas que nos dizem a verdade, mas vamos supor que a verdade esteja com os evolucionistas, seria tão difícil quanto para eles o senhor dizer que tudo foi criado pelo deus de sua crença, não seria? Vamos voltar para o que quer dizer deus para a filosofia ao invés de ataques pessoais e intolerância decorrente da possibilidade de todos estarem errados quanto a suas crenças. Será melhor para todos.Miguel (admin)MestreA felicidade …
sublimação do fracasso .-
se sublimarmos o fracasso ilusionando uma felicidade, nesse sentido, considerada tb como quimera, para o sujeito essa felicidade seria adiada eternamente, pois sua fonte seria o próprio fracasso.
e ainda nesse sentido e ref. ausência da dor, a logoterapia, psicoterapia que trabalha na práctica confrontando de forma dialética a existência e o logos, interpreta a felicidade no sentido intrasubjetivo e que transcende o próprio indivíduo na medida em que ele é construido historicamente e a sua felicidade depende em grande parte da forma como articula seu mundo simbólico com os objetos e seu espaço … nesse sentido e seguindo a noção construtivista e pós-moderna de visão de homem, sob uma hermeneutica, link do Alex, algo a se decifrar … experimentando … nesse sentido a felicidade faz parte da vida e está implícita nela, não deveria ser inventada, e ultrapassa o desejo, até o próprio princípio do prazer, por ser algo que ilumina e arde ao mesmo tempo, nesse sentido segundo Wirdgans , mesmo que se apague , não se pode dizer que uma tocha não teve sentido no seu resplandor, enquanto iluminou ; em compensação ,o que não tem sentido nenhum é tomar uma tocha apagada e desatar a correr com ela, mesmo que a corrida nunca acabe. o que deve iluminar tem que suportar o seu arder , … tem que suportar o queimar-se. isto é , o arder , até o fim.ref. plenitude por objetivo alcançado/finalidade última .-
seria limitar a dimensão multiverso e a complexidade da própria felicidade, seria igualá-la a uma conquista, nesse caso seria explícita ao tempo que acredito que a felicidade acontece num nível tácito e múltiplo.
sobre recusa da finitude quero pensar mais ao respeito.
e em relação a sermos dignos e a apagar aquilo que nos impossibilita … acredito q a questão não é apagar, e sim articular o todo de forma a não ser um fragmento de nós, seja o ego, os instintos, etc e tal que de alguma forma oriente o que venha a ser o a significar a felicidade, todos somos dignos, caso afirmássemos o contrário, estariamos fazendo julgamento sobre o que vem a ser e quem a merece …. o irregular trabalha com as ambivalências …. nesse sentido , podemos almejar a felicidade e conformarmos com a sua irregularidade e não considera-la com um projecto do incoformismo.
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