Respostas no Fórum
-
AutorPosts
-
BrasilMembro
Uma foto minha, esperneando:
poderia me mostrar onde eu disse que também acho tal coisa errada porque acredito numa MORAL UNIVERSAL?
Eu não disse que você acredita numa moral universal, muito menos que você disse isto. O que eu disse é que você usou de seus conceitos morais, os quais pensa serem cristãos, para concordar comigo. E eles, ou seja, os conceitos morais usados neste caso específico, são universais.
BrasilMembroO ponto ao qual eu pensava e o qual quis colocar, é que o ataque feito ao livro, concluido dizendo que, por tais premissas, haveria tais "barbaridades", etc. Foi baseado puramente pela moral "cristã"(...)
Em primeiro lugar, não foi baseado pela moral cristã porque eu não sou cristão. Tampouco sigo doutrinas.O argumento foi baseado em premissas morais sim, mas em premissas morais UNIVERSAIS, visto que até você, a quem eu devo parecer um asno, concordou comigo:
quanto à sua pergunta: se, pensando nisso, na prática, não há cartel, bando, etc. Claro que sim, sequer preciso pensar muito para respondê-lo; mas, se afirmo eu: "não gostaria que tais coisas ocorrecem", ora, estou ciente disso - e, veja, feliz quanto à isso - é porque a moral de minha época, cristã, compassiva, corre em minhas veias, mas ai o assunto é outro.
O assunto é outro mesmo! Trata-se de interpretar a filosofia moral de Nietzsche, e não de saber em qual denominação de conceitos morais poderia se encaixar o MEU conceito moral. Sustentar que este meu argumento sobre a barbaridade proferida por Nietzsche, só ocorreu porque eu vivo do lado cristão do mundo, equivaleria dizer que nas culturas não-cristãs, comportamentos humanos como; máfia, bando, cartel, etc., NÃO são reprováveis... “Só o são na cultura cristã”. Será que as sociedades não-cristãs aprovam estes comportamentos?Se não, então os conceitos usados por mim foram conceitos morais universais. Não têm nada de cristão!
para um não-cristão legítimo, alguém de outra moral, e dai o cartel?Por que ele o reprovaria? Ora, se fosse atingido por ele... Ou, mais fraco... Ou, com menos potência...
Como eu disse: Cartel, bando, máfia, são comportamentos reprováveis em QUALQUER cultura. Isso é um conceito universal.Quem propõe o cartel, certamente deverá propor o critério para “fraco”, “sem potência”, etc.Segundo ponto: Como eu disse, Nietzsche mistura sua filosofia com seus ideais. Acho que ninguém nega que sua visão era anti-democrática... Acho que também ninguém nega que ele considerava o trabalho, coisa para "cabeças pequenas"; fracos, malogrados e outros termos imprecisos e sem critério aparente – a menos que ele estivesse se referindo unicamente aos cristãos - como estes que acabei de citar.Caso ele estivesse se referindo somente aos cristãos caberia ele explicar os cristãos bem sucedidos e fortes. Caso ele não estivesse se referindo somente aos cristãos, então, “fraco” e “malogrado” estariam relacionados a que exatamente? A pobres? A algumas etnias em especial? Ou não?
"para além de bem e mal"; ora, não trata-se de "moral", mas de outra coisa, qual seja: força. Claro, tem-se um parâmetro, qual seja: "ser mais forte". E, por ele, quais e quais atos e sentimentos seriam melhores. Pronto, fim; E quais crenças seriam melhores ou piores e por ai vai.
“Para alem do bem e do mal”, em minha opinião, trata de LEVANTAR SUSPEITAS sobre a moral cristã, sem se aperceber em diversos parágrafos, que não está falando só de moral cristã e sim de conceitos morais universais. Conclui ele que: subjugar, dominar é a essência da vida e deste modo o Homem deve agir sem observar qualquer conceito moral destes da moral contemporânea, que ele julga ser "cristã"... Deve-se subjugar, dominar, etc., sob novos conceitos morais. Só não esclarece QUAIS.
(...)aprofundemo-nos:"Em toda 'ciência da moral', até agora, faltou, por estranho que isso possa soar, o próprio problema da moral: faltou a suspeita de aqui há algo de problemático. O que os filósofos denominavam 'fundamentação da moral' e exigiam de si, era, visto à luz correta, somente uma forma erudita de boa fé na moral dominante, um novo meio de expressão" (Para Além de Bem e Mal, parágrafo 186)
E daí? Qual a síntese disto? Eu penso que a fundamentação moral a qual ele se refere não é cristã, é universal. É consenso universal. São pequenos detalhes que diferenciam as culturas... As religiões sim, são diferentes, mas o que é mal pro cristão também é mal pro muçulmano, pro budista, pro hindu, etc., com pouquíssimas exceções.
"Sob que condições inventou-se o homem aqueles juízos de valor, bom e mal? E que valor têm eles mesmos? Obscureceram ou favoreceram até agora o prosperar da humanidade?
Esta frase está absolutamente correta! Isso é o que podemos dizer que há de avançado e “bom” na filosofia de Nietzsche. Este questionamento induz a uma reflexão sobre o que realmente é importante para a humanidade. E aí entram diversos raciocínios que se afastam sobremaneira dos de Nietzsche. Como os meus por exemplo, que questionam os valores morais, mas não TODOS.E dentro desta levantada de bola do Nietzsche caberiam inúmeras reflexões... Reflexões que, no mínimo, não aparecem claramente em seus escritos. E acabam abrindo portas para interpretações que eu não diria nem “erradas”, mas inoportunas e muitas vezes oportunistas.A partir deste raciocínio de Nietzsche, acima elogiado por mim, ele poderia ter dado mais consistência à sua filosofia, mas ao contrário, ele unicamente levanta suspeitas: "A ‘verdade’, a busca da verdade são coisas delicadas. Desde omomento em que o homem se conduz nesse aspecto de ummodo demasiado humano, — quando busca a verdade apenaspara fazer o bem -, pode-se dizer, e eu o sustento, que nãoencontra nada." (Nietzsche)Alguém consegue assimilar a síntese deste raciocínio?
quando eu afirmei que trata-se de "força", depois da citação da obra Para a Genealogia da Moral, tal termo foi usado aqui em analogia ao termo "vontade de vida"; mais traduzido como "vontade de potência", de "poder", às vezes, etc.
Sim, mas a “vontade de potência” de Nietzsche está associada ao domínio, à subjugação... E colocando-se isso em termos morais, que é exatamente o que ele tenta fazer quando cita também em outras obras: homens sem compaixão, guerreiros, nações que dominam nações, os destinos da Alemanha, da Europa, nobres e escravos, malogrados e bem sucedidos, povos “inferiores”, etc., teremos uma doutrina filosófica bastante rígida e, em minha opinião, tirana.Só o simples fato de se considerar alguém como inferior, ou fraco, ou malogrado, ou forte, ou bem sucedido revela conceitos morais desnudos.
BrasilMembroCreio que segregados de uma certa forma nossa sociedade já é: entre pobres e ricos, negros e brancos, homens e mulheres, etc.
Em nosso País o preconceito racial entre pretos e brancos, principalmente entre os pobres, que são a imensa maioria da população, está se dissipando dia após dia. Já a segregação dos pobres vem aumentando e se fortalecendo a passos largos.
Dados da Universidade Estadual da Bahia (UNEB): 98% dos formandos em Medicina eram declarantes brancos. A reitora em oito anos na administração declarou nunca ter entregue um diploma a um negro nos cursos de Medicina, Nutrição e Direito.
É importante ressaltar que muitos pardos – que entre a população de pobres é aproximadamente a metade -, não se declaram negros.
a UNEB foi a primeira Universidade da bahia a participar do sistema de cotas e meu irmão com 40 anos de idade, negro e vindo de escola pública, após dez anos tentando passar no vestibular conseguiu ingressar na seu sonhado curso de História.
Mas o vestibular não serve para separar negros e brancos! Apesar de acabar fazendo isso por força de nossa realidade educacional, ou seja: O precário Ensino Publico. Ele não conseguia passar no vestibular porque ele veio da escola pública e não porque é negro!!Não sei aí em seu Estado, mas aqui as escolas públicas têm números aproximados entre negros e brancos (considerando-se os pardos, como negros, pois se considerá-los brancos, os brancos serão a imensa maioria). Elas apenas dão vagas a alunos cujos pais não podem pagar uma escola particular... Vagas não significa ensino ou formação. O que acontece?: Apenas coloca-se os alunos na escola para cumprir metas de alunos matriculados, porém o ensino administrado é péssimo, insatisfatório, e conseqüentemente os alunos das escolas públicas não conseguem passar no vestibular.Não se corrige falhas estruturais “retocando o acabamento”. Minha filha é branca e ESTÁ NESSA turma de negros, pardos e brancos que irão ter problemas no vestibular! Só que quando ela chegar a enfrentar essa dura realidade, muito provavelmente ela irá ver seus colegas pardos e negros serem beneficiados pelo sistema de cotas... E ela será beneficiada por quem?? (onde se lê “minha filha”, leia-se “milhões de jovens”, que é pra coisa não parecer estar no campo pessoal e/ou partidário )(Obs.: Muito a contra-gosto coloquei o exemplo de minha filha. Pois, pode representar a quem lê, que eu estou apenas defendendo a parte que me toca, mas quem ler algumas de minhas várias mensagens neste fórum, saberá que isto não é verdade.)
uma coisa não tenho dúvida: partimos de condições diferenciadas em nossa sociedade, se você preferir podemos utilizar a palavra desigual.
Sim, desigual! O ensino público apenas forma semi-analfabetos funcionais, pessoas de “segunda categoria”, como minha filha será considerada se não conseguir fazer uma faculdade. Pessoas de segunda categoria são essenciais para a manutenção deste sistema de segregação entre RICOS E POBRES. São pessoas que irão trabalhar barato.O empregador da fábrica não dá importância se o seu operário é branco ou negro, contanto que TRABALHE BARATO. Ele pode até proibir sua filha de se casar com um negro, mas isso fica restrito ao campo dos sentimentos... Não se muda isso com leis. Uma lei não é capaz de obrigar alguém a mudar seus sentimentos. Este mesmo empregador que proíbe sua filha de se casar com um negro, muito provavelmente também a proibirá de se casar com um POBRE, mesmo que seja ele um branco com olhos azuis.Sem dúvidas, fico com o sistema de cotas para alunos vindos do Ensino Público, pois a segregação corrente é a ECONÔMICA e não racial. Aapesar de saber que isso (cotas) é somente uma "masturbação sociológica", uma vez que eles não têm condições de assimilar o ensino superior. Os preconceitos raciais devem continuar sendo dissipados pela miscigenação. Só ela é realmente capaz de acabar com o preconceito racial. Quando e, se a filha daquele hipotético empregador branco e racista fugir com um negão e aparecer com um mulatinho nos braços, aí o empregador repensará seus ideais racistas, pois terá efetivamente seu sangue misturado ao sangue de um negro.
Não precisa pensar muito para saber que quem ocupa as cadeiras das melhores universidades do País são os filhos dos ricos(...)
Disso eu não tenho dúvidas.
(...)em sua quase totalidade também brancos.
Disso eu também não tenho dúvidas.O que não ficou claro nesta reflexão, é quantos brancos NÃO estão nas universidades. Será que são poucos?Na escola particular só tem brancos... Mas isso não significa que na pública só tenha negros!! Imaginar que os brancos são ricos e privilegiados é uma verdadeira inobservância à realidade. Os pobres são a imensa maioria, e entre eles, aproximadamente a metade é branca. (isso se considerarmos os pardos como negros, pois se for o contrário a maioria seria branca)Perceba a absoluta mudança no sentido destas frases:A maioria dos ricos são brancos.A maioria dos brancos são ricos.Ora! Os ricos são uma MINORIA!! Os brancos não!! Estas frases não podem ter o mesmo significado!! Uma delas está ABSOLUTAMENTE ERRADA. A maioria dos brancos é pobre assim como a maioria dos negros. Os POBRES são maioria!
Não é necessário que tenhamos leis ou programas que tentem diminuir estas desigualdades ?
É evidente que sim, querido amigo e irmão brasileiro Rato. Apenas acho que, uma vez identificado o problema deve-se ataca-lo. Qual é realmente o problema? O deficiente, ineficiente, precário, superficial e ridículo Ensino Público. O que deve ser melhorado é o Ensino Público!É lá que estão os brasileiros que merecem e precisam de ajuda. ;)
A ideologia trabalha febrilmente no sentido de homogeneizar a sociedade; a todo momento procura demonstrar que só existe um homem brasileiro: o homem miscigenado, o homem cordial...
Pois eu acho que a mídia geral trabalha organizada para polarizar adeptos das mais variadas ideologias e preconceitos. O caso citado, do Dudu Nobre, é um exemplo. É óbvio que o que fizeram com ele é crime!! Só que não acontece NADA quando isso ocorre com brancos ou pretos POBRES. Será que brancos nunca foram maltratados em aeroportos ou onde quer que seja? Será que só este tipo de desrespeito; o racial, sofrido por um rico e famoso, é reprovável? Os outros TIPOS de desrespeitos são toleráveis? Muitas vezes o desrespeito acontece pelo fato de a pessoa ser gorda, feia, esquisita, de outra nacionalidade, pobre, indígena, mal vestida, ou por qualquer questão pessoal que venha a ocorrer na ocasião do desrespeito, etc. Estes tipos de desrespeitos são toleráveis ou menos importantes? A televisão noticia estes tipos de desrespeito que ocorrem rotineiramente?A mídia força a barra para polarizar adeptos, polemizar, DIVIDIR opiniões e pessoas.
Eu não enxergo no meu horizonte político uma sociedade igualitária...
Infelizmente, amigo Rato, nisso concordamos plenamente; eu também não enxergo igualdade de direitos, deveres e oportunidades no horizonte político. Vejo o acirramento das tensões provocadas por motivos econômicos sendo mascaradas e disfarçadas de raciais.O 13 de Maio perdeu sua importância. O Dia da Libertação “não é” mais importante! o importante agora é a consciência... É o 20 de Novembro... Consciência de que? Consciência de que existem pessoas folgadas que acham que podem discriminar alguém mesmo com a existência de leis que as proíbem de fazer isso? Disto todos nós temos consciência... O que não pode é acirrar tensões, polarizar adeptos de ideologias ultrapassadas. Isso só serve para dividir e não corrigir nada.Alguém pode dizer do sistema de cotas: “Melhor do que nada”. Eu não concordo!! Melhor seria NADA! Pois, o aluno que entra na faculdade unicamente porque foi beneficiado neste sistema, não conseguirá “pegar o bonde andando”, estará tão atrasado que não conseguirá entender raciocínios básicos para assimilar o estudo superior. Mas, "em compensação" ele será parte de um número orgulhosamente exibido aos quatro cantos pelas inescrupulosas autoridades do Ensino. O ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, tem nos mostrado uma realidade perversa e parece que as pessoas não estão se dando conta! Em muitos Estados brasileiros, alunos vindos do Ensino Público, receberam nota média 3 ! Outra coisa que é importante salientar é que só faz o exame no ENEM, aquele aluno que está interessado em seus estudos, pois o exame não é obrigatório.Se quem está interessado em seus estudos está com média 3, eu pergunto: que nota estaria recebendo um aluno que não está lá muito interessado em seus estudos? Estes alunos conseguirão assimilar o ensino superior ? Em minha opinião eles serão mão-de-obra barata, independentemente de suas cores.Abraços
BrasilMembro:) Essa eu não sabia! Legal saber disso! :)
BrasilMembroOlá amigosDurante o debate levantou-se uma questão importante que deve ser dirimida, dentro do possível. Foi colocado por um usuário a seguinte questão: Dizer que algo é “barbaridade”, diz respeito à moral e não à filosofia. É um conceito moral...Sim, é um conceito moral! Filosofia e moral são coisas diferentes! Mas isso não poderia de forma alguma ser usado como obstáculo para se falar de moral em filosofia!!Pois, a Filosofia trata TAMBÉM da moral!! Pra ser mais exato; a Filosofia contemporânea ORIENTA os padrões morais contemporâneos. Nietzsche faz uma FILOSOFIA MORAL ! Como expressar ou entender e/ou refutar uma filosofia moral, sem usar conceitos morais? Alguém consegue? Ele faz uma filosofia moral avançada para sua época, reconheço, mas “avançada” não quer dizer se é aproveitável ou não, apenas diz que está fora dos padrões contemporâneos e jamais foi antes cogitada. Apenas isso.Nietzsche ataca a moral e a ética cristã, mas nem por isso ele não usa de SEUS conceitos morais e éticos! Na verdade ele PROPÕE uma nova MORAL. ( isto não é novidade pra ninguém )Não se prendam às premissas falaciosas que acabam surgindo pelo caminho... Filosofem!
BrasilMembroMonumento às três raças – Goiânia/GOO Monumento às três raças é uma homenagem à miscigenação das etnias branca, negra e indígena, que deram origem ao povo goiano. E por que não dizer, ao povo brasileiro?
BrasilMembroEstou sendo gentil contigo(...)
Muito obrigado!
ao colocar as afirmações Nietzschiana no campo da moral, você apenas demonstra que não leu ou, se leu, não entendendeu patavinas
hahaha, você desconhecia os conceitos de “espírito dionisíaco” e “espírito apolíneo”, a acusação a Sócrates de subordinar os instintos à razão, nem sequer sabia do que eu estava falando e, eu é que não entendi patavinas... Ta bom... Você diz que se sente subestimado por ser “rotulado”... Bem, eu acho que “criança esperneando” e “fraseologia” também são rótulos e, no entanto, você se sentiu à vontade para rotular...Dizer que o outro não entendeu patavinas e que está dizendo asneiras, também é uma falta de respeito! Isso NUNCA FOI ARGUMENTO!Eu acho que uma grande asneira, é você dar uma que não defende as idéias de Nietzsche...Por favor, me poupe de SUAS asneiras e não responda.
BrasilMembrovocê diz e citou o que citou como exemplo: sim, concodariam todo os corações repletos de "moralina"; mas ai o assunto é moral, não filosofia...
Sim é verdade! Dizer que algo é “barbaridade” pertence ao campo da “moralina”, é um conceito moral... Você está certo! Porém, paradoxalmente, uma “moral dominante” que tem como princípio básico o pressuposto que: “ apenas frente aos iguais existem deveres; de que frente aos seres de categoria inferior, a tudo estranho-alheio, pode-se agir ao bel-prazer ou como quiser o coração”, etc., é chamada comumente de “filosofia”... Isto me soa como torcida organizada. Daquelas que têm uma só bandeira a sustentar: A do seu time.
para um não-cristão legítimo, alguém de outra moral, e dai o cartel. Por que ele o reprovaria? Ora, se fosse atingido por ele...?
Os admiradores de Nietzsche, invariavelmente, e de forma ingênua, demonstram o motivo de sua grande admiração: O anti-cristianismo. Eu não sei se você percebeu, mas a frase de Nietzsche não faz referência ao cristianismo e sim aos de “CATEGORIA INFERIOR”. Se para você SÓ o Cristianismo é sinônimo de “categoria inferior”, para Nietzsche não! Pois senão ele teria se referido unicamente aos cristãos. Como sabemos, e as obras escritas não me deixam mentir, Nietzsche mistura a sua filosofia com os seus ideais. Alias, isso fica muito latente inclusive na citação do livro A origem da Tragédia, que eu coloquei.Onde ele vê o espírito dionisíaco (expressão criada por ele próprio) embriagando a Alemanha, que surge forte para realizar as suas aspirações geopolíticas. Aí não entra o Cristianismo e sim a política; a dominação política, econômica e militar. O que eu tenho com isso? Nada, "isso não me atinge", contanto que eu seja um legítimo não-cristão. Não é mesmo?
BrasilMembroPorém, depois, lendo toda a obra, vê-se que ele sai da análise mítica e é mais direto, por assim dizer, tratando propriamente da "vontade de potência" e assim por diante.
Pois é, mas a origem dessa idéia de “espírito dionisíaco” é mítica! E ele se ampara nessa idéia para construir os conceitos de “moral nobre” e “moral escrava”.Grosso modo, ele se baseia em conceitos mitológicos para construir algo que ele julga real.E é com esses conceitos de “moral nobre” e “moral escrava” na cabeça, que ele acaba dizendo barbaridades, em minha opinião:“O que faz uma moral dos dominantes parecer mais estranha e penosa para o gosto atual, no entanto, é o rigor do seu princípio básico de que apenas frente aos iguais existem deveres; de que frente aos seres de categoria inferior, a tudo estranho-alheio, pode-se agir ao bel-prazer ou como quiser o coração", e em todo caso "além do bem e do mal": aqui pode entrar a compaixão, e coisas do gênero.”(Além do bem e do mal)Reflita se este raciocínio, colocado em prática, não é o que poderia chamar-se de máfia, cartel, bando ou currióla.
BrasilMembroNão vou defender bandeira de instituição ou denominação, até porque minha comunidade é desconhecida do gde publico, porque mimha unica bandeira é o SENHOR JESUS.
Compreendo... Mas, você há de convir comigo que assim fica difícil ser cristão! Pois, quem não conhece a tua comunidade, não conhecerá a palavra de Jesus...Todos os outros irmãos terão de ficar nas mãos destas igrejas que você não endossa de jeito nenhum, não é mesmo?Pois, se o fiel ler a Bíblia ele encontrará:“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;”“Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo.”“E, quando chegaram e reuniram a igreja, relataram quão grandes coisas Deus fizera por eles, e como abrira aos gentios a porta da fé.”“De sorte que as igrejas eram confirmadas na fé, e cada dia cresciam em número.”“Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.”“E assim cada um ande como Deus lhe repartiu, cada um como o Senhor o chamou. É o que ordeno em todas as igrejas.”
BrasilMembroVocê poderia, no entanto - minha memória é falha, claro! - me citar a parte do obra de que fala?
Mas você leu a obra ou não?Pois, os espíritos dionisíaco e apolíneo são citados por toda a obra! A acusação a Sócrates também é conhecidíssima... Você quer que eu coloque citação da obra falando de que exatamente?Será que serve esta aqui?:"Para avaliar bem a capacidade dionisíaca de um povo, deveríamos pensar não só na música desse povo, mas também, e com igual necessidade, no mito trágico deste, como testemunha segunda daquela capacidade. Deve-se crer agora, com este íntimo parentesco entre música e mito, que à degeneração e depravação de um, estará aliado o deperecimento da outra; isto, se no enfraquecimento do mito se externar o enfraquecimento do poderio dionisíaco. Fitando a evolução do ser alemão, não ficaremos em dúvida no que diz respeito a ambos os casos: na ópera como no caráter abstrato de nossa existência vazia de mitos, na arte, que degenerou em deleite, assim como em uma vida guiada pelo conceito, revelou-se-nos aquela natureza do otimismo socrático, igualmente anti-artística e consumante da vida. Para consolo nosso, porém, existiam sinais de que, apesar disso, dormia e sonhava o espírito alemão em perfeita saúde, profundeza e força dionisíaca de modo indestrutível, semelhante a um cavaleiro deitado e dormente, em abismo inatingível, abismo do qual se eleva o canto dionisíaco, para fazer-nos entender que esse cavaleiro alemão, ainda agora, sonha com seu velho mito dionisíaco, tendo visões sérias e bem-aventuradas. Que ninguém creia ter o espírito alemão perdido para sempre a sua pátria mítica, porque este ainda compreende muito bem o gorjeio dos pássaros que lhe revelam aquela pátria. Um dia acordará, e na frescura matinal de um sonho imenso matará o dragão, destruirá os anões pérfidos e despertará Brunhilda — não podendo a própria lança de Wotan barrar o seu caminho!"(A origem da Tragédia - Capítulo 24)Só pra efeito de situar a obra na História: O livro A Origem da Tragédia foi escrito em 1871, posteriormente, em 1886 recebeu mais um texto denominado Ensaio de uma autocrítica. 14 anos após a morte de Nietzsche, a Alemanha protagonizou em uma das passagens mais horrendas e desumanas da Histótia da Humanidade; a Primeira Guerra Mundial.
BrasilMembroEm primeiro lugar, quando diz: “segundo Nietzsche o...”; essas afirmações me soam um tanto evasivas, não sei bem por onde ir na questão, já que não sei de que escrito dele você fala: onde ele diz tais coisas?
Eu pensei que você tivesse lido todos os livros de Nietzsche em português...Isso está no Livro A origem da Tragédia.
Em segundo lugar, eu não disse nada sobre “espírito apolíneo negador de vida”, deixei bem claro que “o cristianismo”, segundo Nietzsche, não segundo a mim, “nega a vida”, etc.,(...)
Sim, segundo Niet o cristianismo nega a vida, mas o fanatismo identificado por mim e por Ariadne em Niet, não é somente com relação ao anti-cristianismo, mas sim com relação à sua insana e constante afirmação do espírito dionisíaco, como eu mencionei em minha msg...Alias, estas denominações: "espírito apolíneo" e "espírito dionisíaco" foram cunhadas por ele memo.Pela maneira como você escreveu à Ariadne, eu pensei que você fosse um defensor das idéias de Nietzsche. Como não é, então não colocarei mais questões sobre Niet pra você.Abraços
BrasilMembro“Aqui coloco o Dioniso dos gregos: a afirmação religiosa da vida, da vida inteira, não negada pela metade; (típico – que o ato sexual desperta profundez, mistério, veneração).Dioniso contra o ‘Crucificado’: ai tendes a oposição. o ‘crucificado como inocente’, vale como objeção contra essa vida.” (O Eterno Retorno, parágrafo 1052)Trata-se, portanto, de “vontade de quê” ao falar em Dioniso: de mostrar uma crença que cultua a vida ao invés de negá-la, caso, sendo Nietzsche, do cristianismo.
Segundo Nietzsche o espírito dionisíaco faz natural contraposição ao espírito apolínio. O espírito apolínio, ao contrário de “negar a vida”, como você disse, exalta a razão e a moral. Isso não é negar a vida. Nietzsche acusa Sócrates de subordinar os instintos à razão. Isso também não é negar a vida, dependendo do instinto em questão. A noção nietzscheana da origem da moral, baseada na decadência das tragédias gregas e no conseqüente fim do homem trágico, proposto por Nietzsche, na qual ele acredita expressar a complexidade humana a partir da aliança dos dois espíritos; o apolíneo e o dionisíaco, é não só mirabolante como também confusa, pois no mesmo instante em que ele ataca Sócrates responsabilizando-o por subordinar os instintos à razão, ele apela ingenuamente para os conceitos mitológicos daquela sociedade; depreciando a filosofia de Sócrates, totalmente voltada para a razão e para a realidade, e afirma a contraposição dos valores humanos através de deuses gregos. Veja que; a contraposição dos valores segundo a tese de Nietzsche é empreendida pelos impulsos "naturais" apolíneos e dionisíacos, isso em sua tese, pois em sua vida e obra ele afirma unicamente o inconseqüente impulso dionisíaco; o impulso dos instintos, da vontade. A guerra, sabemos, é algo venerado pelo autor... E eu te pergunto: Sendo o espírito dionisíaco, segundo o autor, o espírito da força, da embriagues, das forças obscuras inerentes ao Ser, e, como também sabemos, o autor acredita que a vida é vontade de potência; subjugar, dominar é a essência do Ser, isso não seria, em sua opinião, um fanatismo de Nietzsche pelo espírito dionisíaco? Quando Nietzsche afirma que os malogrados devem ser ajudados a morrer, ele não está sendo fanático? O espírito dionisíaco não está falando mais alto que o apolíneo? Segundo ele, Sócrates foi responsável pelo predomínio do espírito apolínio sobre o dionisíaco nas tragédias. Segundo o autor, isso foi um erro, pois, a contraposição de valores deve ser plena, um espírito necessita do outro, ou seja, não deveria haver supressão de qualquer que seja.Mas, quando vemos Nietzsche atacando o sentimento de compaixão, e classificando-o como algo destruidor, nocivo, etc., vemos somente o impulso dionisíaco falando alto. Quando vemos Nietzsche atacar a igualdade de direitos e oportunidades e confundi-la com igualdade de gostos e paladares, como faz na frase abaixo, vemos somente o deus Dionísio falando mais alto."O que é bom para mim, não ébom para o paladar do vizinho. E como poderia haver um "bemcomum"? Esta frase encerra uma contradição. O que pode serdesfrutado em comum é sempre coisa de baixa definição, depouco valor. Enfim, as grandes coisas estão reservadas para osgrandes espíritos, os abismos para os espíritos profundos; asdelicadezas e os calafrios reservados aos refinados, numapalavra, raridades para os raros."Você deve saber a diferença entre a moral “nobre” e a moral dos “escravos” na visão nietzscheana, não é verdade? A moral “nobre” é o poder, o conflito, o gosto pela guerra, a subjugação, a dominação de um sobre outrem... A moral do “escravo” é a compaixão, a humildade, a igualdade de direitos...Sobre esta questão penso o seguinte:Minha vontade de poder deverá ter exatamente a mesma medida da vontade de poder do outro, senão um dos dois será engolido. A tendência lógica dessa "moral superior" ou "nobre" é existir cada vez MENOS superiores e poderosos, visto que um eliminará o outro, deixando margem para o surgimento de uma casta muitíssimo reduzida e altamente dominadora (alguma coisa parecida com os faraós - "divindades" na Terra). Portanto, a menos que vc se considere o mais superior dos superiores, esta moral “nobre” deve ser questionada.Esse conceito de "nobreza dos superiores" não é menos nocivo à humanidade que o conceito de "nobreza dos escravos". Não há porque ver superioridade no ato de dominar e explorar outros. É exatamente este impulso de entender como superior, aquilo que domina e explora, o X da questão. A pergunta não é quem é mais feliz, e sim; quem cultiva a felicidade?Não há superiores se não houver muitos inferiores. A maldita luta para alcançar o status de "superior", dá verossimilhança às palavras de Platão: "Só os mortos verão o fim da guerra".
BrasilMembroOlá Filosofia USP
Bom, a despeito da "energia" gasta na letras - criança batendo perna -, como é típico de quem não sabe do que diz em filosofia, não há citação, não há base e, claro, não está no tema proposto. Nietzsche era ateu, como mostrei com citações do autor; até aqui, de resto, há "fraseologia".
Concordo com você que Nietzsche era ateu, concordo também que Ariadne não conseguiu fortalecer a idéia de que não o era...Mas, acho que seria "de bom tom", que você comentasse ou refutasse as observações de Ariadne. Uma vez que você comparou suas observações à "criança esperneando" e "fraseologia". Acho que você deve opor-se então às suas idéias...Um comentário expondo sua opinião acerca do discorrido por Ariadne seria uma ótima idéia, não é mesmo? Devo dizer que concordo com muitas destas colocações feitas por ela. Praticamente tudo.Ariadne disse que vê em Nietzsche uma tendência fanático-religiosa... Eu diria que é uma tendência fanático-ateísta.Você disse que não há citações no comentário... Bem, tem um tópico em que eu aponto algumas incongruências nas idéias de Nietsche. Lá tem bastante coisa pra você contestar ou colocar suas observações.http://www.consciencia.org/forum/index.php/topic,2368.msg14973.html#msg14973Até lá !
BrasilMembroOlá alinenina, bem-vinda ao fórum! E boas leituras!Dante - A divina comédia - htmlhttp://www.ebooksbrasil.org/eLibris/divinacomedia.htmlDostoievski - Noites brancas - dochttp://www.4shared.com/account/file/17511529/c0c77bce/Dostoievski_-_Noites_brancas.htmlDostoievski – Contos - dochttp://www.4shared.com/account/file/15577692/8b137e81/Dostoievski_-_Contos.htmlMikhail Bakunin - Deus e o Estado – pdfhttp://www.4shared.com/account/file/15578604/ebd170ab/Mikhail_Bakunin_-Deus_e_o_estado.htmlBukowski – Mulheres - dochttp://www.4shared.com/account/file/15577538/936fc14c/Bukowski_-_Mulheres.html
-
AutorPosts